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domingo, 27 de maio de 2018

Escolhendo o inimigo

[pergunta boba: quantas ações as associações, sindicatos, bandos, que representam as empresas transportadoras moveram na Justiça solicitando que a 'greve dos caminhoneiros' fosse declarada ilegal?

o usual seria todas ingressarem na Justiça - nenhuma ingressou. qual o motivo???]

Governo e PT poupam caminhoneiros e partem para cima de transportadoras

Quase ninguém percebeu, mas o governo Temer e o PT assumiram um discurso parecido diante do caos que a paralisação dos caminhoneiros gerou no País inteiro. Para os dois ex-parceiros de poder, agora inimigos ruidosos, o protesto dos caminhoneiros é “justo” e os verdadeiros culpados são os donos das transportadoras. A uns, solidariedade; aos outros, a lei. [ o nenhuma que responde a pergunta apresentada justifica a convergência de posições entre o governo e o partido 'perda total' - convivência que fique registrado é extremamente desagradável - 'perda total' cheira mal, está apodrecendo.]

Em nota, o partido de Lula condenou as empresas de transporte, “que se aproveitaram do movimento para realizar um locaute”. Em entrevista no Planalto, ministros destacaram que greve de trabalhador é legal, mas locaute de patrão é crime. [afirmação que tem fundamento no artigo 17 da Lei de Greve em plena vigência.] Raul Jungmann, da Segurança, enumerou imputações e penas: incitação à violência, tantos anos, ameaça à segurança dos trabalhadores, mais tantos…  O presidente Michel Temer abriu a sexta-feira anunciando o uso de “forças federais” e atacou a “minoria radical” que ignorou o acordo com o governo e manteve a paralisação. Seus ministros, porém, deixaram os radicais para lá e, cuidadosos com os caminheiros que impõem ao País falta de comida, remédios, água e combustíveis, anunciaram medidas duras contra seus patrões.

Carlos Marun, da Articulação Política, disse que o governo optou pela negociação “por entender justas as reivindicações”. Eliseu Padilha, da Casa Civil, até elogiou: “O movimento foi plenamente exitoso”. Enquanto isso, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) investiga as empresas de transportes e a Polícia Federal convoca vinte empresários do setor para depor. E por que os adversários PT e governo assumiram esse mesmo discurso? Primeiro, porque a população, já exausta de corrupção e abusos, e também atingida diretamente pelos aumentos de combustíveis, identifica-se com os caminhoneiros, trabalhadores e vítimas como ela própria.

Mas a coisa muda de figura quando a população percebe, ou é devidamente informada, que são patrões oportunistas e aproveitadores que estão criando o caos, impondo as filas em postos de combustíveis, cancelando ônibus e voos e ameaçando hospitais, o fornecimento de comida e água. Até por isso, uma palavra mágica no Planalto foi “desabastecimento”. Quem fica feliz e aplaude a falta de tudo? Nesse espírito, e bem treinado antes, o primeiro militar a assumir a Defesa, general Silva Luna, justificou assim o uso das Forças Armadas em todo o território nacional: “Para garantir o abastecimento”.  As reações do governo e do PT têm um alvo poderoso: a opinião pública. Mas o governo esconde, e o PT assumiu explicitamente, um temor de “aventuras autoritárias”. E, evidentemente, o efeito nas eleições de outubro. Como o movimento remexeu o mau humor nacional, e a esquerda e as bandeiras vermelhas de PT, CUT, MST… estão ausentes nos caminhões parados de Norte a Sul, é razoável supor que tudo isso possa favorecer Jair Bolsonaro. Aí, bate o pânico.

Nesse inferno, o governo ficou entre a cruz e a espada também ao negociar suspensão e “previsibilidade” de reajustes, mas sem piorar as perdas da Petrobrás, de muitos bilhões na Bolsa e também de credibilidade: voltou a ingerência populista na política de preços da companhia, que, em horas, deixou novamente de ser a número 1? Assim, o governo interfere nos reajustes, viu, caminhoneiro, viu, sociedade? Mas arcando com o grosso do prejuízo, viu, investidor, viu, acionista ? [... viu, contribuinte?]  Há, porém, um problema aí: essa engenhosa negociação é para o diesel. E a gasolina, que bate direto no bolso do cidadão e da cidadã? A resposta do governo é que não é por causa da gasolina, e sim do diesel, que sobem os preços da carne, dos ovos, de toda a cadeia produtiva. Ok. Agora, vai lá combinar com os russos. Ou explicar o litro a R$ 5 para quem tem pouca opção e precisa encher o tanque para tocar a vida. [baixinho, para que ninguém escute: nada impede que o governo decida somar o valor que deixa de arrecadar com a extinção do Pis/Cofins sobre o óleo diesel ao custo da gasolina e com isto elevando o preço na bomba.]

Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo


 

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Viu-se locaute descarado, a greve de patrões, que é proibida; quem apoiou safadeza é trouxa; pagará com seu bolso privilégios dos nababos

Com o chamado acordo que o governo celebrou com os supostos caminhoneiros, perderam o conjunto dos brasileiros e a eficiência econômica, e ganharam os cartorialismo grevista e a tática do locaute. 

Atenção! Desde sempre, essa paralisação de caminhoneiros foi uma greve de patrões e de potentados do transporte de carga. Quando se olham os Itens do acordo, isso fica mais do que evidente. Nem é preciso ter tanta sagacidade.

Quando é que se dá mesmo o locaute? Quando as empresas, e não os trabalhadores, promovem a paralisação. Usam a sociedade como bucha de canhão para chantagear o governo. E foi precisamente isso o que se viu. As perdas são imensas, de todos os lados. E tudo porque um setor da economia estava insatisfeito e percebeu uma janela política para encostar o governo contra a parede. Antes que avance, vamos ao que diz o texto legal, como de hábito.  A Lei de Greve em vigência, vejam vocês, foi votada em plena ditadura: é a 7.783, de 28 de junho de 1989. Garante liberdade ampla para a paralisação do trabalho, fazendo restrições aos serviços essenciais. Essas restrições já foram revistas pelo Supremo. Se o Brasil se sustentasse sobre os ombros de um Atlas, fiquem certos que ele teria direito à greve, ainda que o país fosse largado à deriva, nas esferas. Somos um povo bonzinho, certo? 

Lembro: este que escreve é contra o chamado “direito de greve” para servidores públicos qualquer servidor e para quem presta serviços essenciais. “Ah, não seja antidemocrático, Reinaldo!” Ora, claro que não! Vigorasse meu ponto de vista, se o cara quisesse trabalhar com direito de greve, bastaria não ser servidor nem prestar serviço essencial. E pronto! Ou alguém o obriga a fazer tais escolhas? Acho que não. Você nem precisa ligar o desconfiômetro no modo “hight” para perceber que fomos vitimas de um locaute, com alguns caminhoneiros emprestando a cara para maquiar a natureza da chantagem. No modo “Quiet”, a sua ficha vai cair. Alguns caminhões, é verdade, bloquearam algumas estradas. Mas ninguém viu filas quilométricas de veículos. Ora, eles nem mesmo saíram das empresas, que cruzaram os braços. Suas respectivas associações não recorreram à Justiça pelo seu, digamos, “direito de trabalhar”. Ao contrário: apoiaram os grevistas. O locaute é proibido pelo Artigo 17 da lei 7.783.

Olhem os oito itens principais do acordo que pode suspender a greve, incialmente, por 15 dias, depois dos quais se fará uma reunião. Lá está a manutenção da desoneração da folha de pagamentos das empresas de transporte. A quem interessa isso? A caminhoneiros autônomos? Ora… A matemática elementar nos diz que os autônomos deveriam preferir que o custo das grandes empresas, por unidade de caminhão, fosse maior do que o deles, certo?  Mais um: a gigantesca Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) poderá licitar junto a cooperativas e autônomos até 30% da demanda por frente sem licitação. Isso é contra o país. Trata-se de uma licença para um ente público contratar a preço maior o que pode ser a preço menor. Cooperativas e empresas vivem uma relação simbiótica. Aquelas fecharão os contratos, e estas executarão o trabalho, rachando o sobrepreço.

Você, meu bom brasileiro, que apoiou a greve, ainda que espiritualmente, porque também não gosta do reajuste dos combustíveis vai pagar a conta de empresas gigantescas que resolveram arrancar da sociedade a compensação por seus investimentos pretéritos em caminhões, que andavam sem o devido retorno em razão do baixo crescimento econômico. Você não tem de onde arrancar a compensação. Elas têm: do seu bolso. E usaram algumas auto-intituladas lideranças de caminhoneiros como fachada.
Esse foi um dos capítulos mais vergonhosos da história recente do país.