Os dois atos
A criação
do Ministério da Segurança não representa coisa alguma, a não ser a
transferência de órgãos de um lado para outro da Esplanada, já muito abarrotada
de ministérios, e mais cargos para nomeação. Dependendo de quem for escolhido
para comandá-lo, pode ser ainda pior do que já está. Por que a Polícia Federal
ou a Polícia Rodoviária Federal ficariam melhores saindo da Justiça? [a principio as duas corporações permanecerem na Justiça, mudar para a Defesa ou ir para o novo Ministério nada significa.
Mas, por serem órgãos voltados para o desenvolvimento de ações que se situam na área de segurança pública, estão mais adequados em um ministério cujo nome deixa transparecer que centralizará todas as ações operacionais de segurança pública.
A PRF antes pertencia ao Ministério dos Transportes, vinculada ao DNER e era desmoralizada.
Passou para a Justiça, teve uma boa melhora - a ida para Justiça coincidiu com ações que valorizaram o policial rodoviário federal.
Temer, com seus despachos fora da escala hierárquica, com o diretor-geral da PF, desmoralizou o próprio ministério da Justiça e por sua vez a PF ao não aceitar que seu dirigente máximo expresse uma opinião em assunto que não está sob segredo de Justiça, deixou o atual diretor em situação idêntica a do atual ministro da Justiça.
Indo a PF para o orgonograma do novo ministério Temer provavelmente manterá despachos e 'conversas' dentro da hierarquia e a própria PF, dependendo de quem for o ministro da Segurança, se enquadrará.
Parece que a criação do novo ministério é que Temer percebeu que ele mesmo estava 'bagunçando' a hierarquia e um novo ministério sempre traz esperança.]
Ao
anunciar ontem que vai criar o novo órgão, o presidente Temer reduz a força de
sua própria decisão de sexta-feira de decretar a intervenção na segurança do
Rio.
No primeiro ato, é a tentativa de encontrar uma saída para problema agudo.
O segundo é inútil e demonstra falta de foco. A ameaça principal vem do
narcotráfico. Ele ficou muito poderoso nos últimos anos. Antes o país tinha uma
soma de facções locais, agora mudou. “O crime organizado virou um
empreendimento multinacional”, diz uma autoridade. Contra ele, os braços do
Estado precisam se unir, com soma de esforços e troca de informações. A
intervenção só terá resultados se houver muito planejamento, inteligência e uso
intensivo da tecnologia. Nunca funcionou, e não funcionará agora, o “prender e
arrebentar”, apesar de ainda hoje existir quem defenda esse caminho, com
aplausos de plateias desavisadas. [o 'prender e arrebentar' ainda funciona, é válido, desde que a bandidagem seja convencida - na prática, com ações reais, com prisões em sequencia e sem muita formalidade, que é para valer.
Quando os próprios bandidos concluírem que o que está escrito no 'livrinho' tem uma vigência não tão abrangente e que o interesse da sociedade e a erradicação da criminalidade vale mais do que o que diz o 'livrinho'.
O primeiro passo é a bandidagem entender que muitas vezes ser preso significa realmente ser preso, ir para a jaula e lá ficar;
quando a bandidagem entender que um bandido morto em confronto não implica logo em meia dúzia de 'autoridades' começarem a dar entrevistas ameaçando a polícia.] O crime sofisticou-se e há a complicação
territorial. Os moradores das favelas são seus escudos e primeiras vítimas.
MATÉRIA COMPLETA, clique aqui
MATÉRIA COMPLETA, clique aqui