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domingo, 17 de julho de 2016

De Ramon.Mercader@edu para J.Vaccari@pol

Companheiro Vaccari,
Você não é Ramon Mercader. Como eu, houve poucos no mundo. Matei o Leon Trotsky em 1940, passei 20 anos na cadeia e não contei o que todos sabiam: acabei com o velhote a mando do Stalin. Quando saí da prisão, você tinha 2 anos, e quando morri, em 1978, você tinha acabado de se filiar ao sindicato dos bancários de São Paulo. Eu era um velho de 65 anos, e você, um garoto de 20. Não vou tomar seu tempo contando minha história porque, se você não leu “O homem que amava cachorros”, do cubano Leonardo Padura, peça-o a sua família. O final do livro não presta, mas de resto é coisa fina, sobretudo para quem está preso.

Vaccari, eu era do aparelho de segurança soviético, você era do braço do sindicalismo bancário petista, coisas inteiramente diversas. Daqui, já percebi que você, o José Dirceu e dois diretores da Petrobras (Duque e Zelada) estão em silêncio. No seu caso, a condenação está em 15 anos e deve aumentar. Se você tiver que pagar cinco anos em regime fechado, sairá da cela em 2020, aos 62 anos. Admiro sua resistência e seu vigor ideológico, mas escrevo-lhe para dizer que são fúteis.

Na cadeia, eu sabia que tinha sido condecorado com a Ordem de Lenin. Ao sair, fui proclamado “Herói da União Soviética”. Vivi bem em Moscou e em Cuba. Você nunca será um “Herói do PT”. Sua família sofre com sua prisão, enquanto minha mãe estimulava meu silêncio. Tudo o que o PT pode lhe oferecer são algumas visitas discretas de parlamentares. Não ouvi ninguém louvar publicamente seu silêncio. Durante os 20 anos que ralei, eu sabia que no dia 1º de maio a União Soviética desfilava seus foguetes na Praça Vermelha. Graças a artes do PT (e suas), o presidente do Brasil chama-se Michel Temer, e Dilma Rousseff vai morar em Porto Alegre.

Os empreiteiros que atendiam teus pedidos disseram coisas horríveis a teu respeito. Estão no conforto de suas tornozeleiras eletrônicas, e posso supor que as solícitas OAS e Odebrecht colocarão mais cadeados nas tuas grades. Todos viverão com patrimônios superiores ao teu. Eu morri com saudades de Barcelona, a cidade onde nasci, mas, quando os comunistas espanhóis ofereceram-me ajuda para visitá-la, queriam que eu contasse minha história. Morri em Cuba sem rever a Catalunha, e minhas cinzas foram para Moscou.

Valeu a pena? Não sei, mas garanto que, no teu lugar, eu chamaria o Ministério Público para uma conversa exploratória.
Saudações socialistas
Ramon Mercader

Temer ligou e não ligou, mas ligaria
Só o tempo dirá o tamanho do estrago imposto a Dilma Rousseff pela sua relação agreste com a verdade. Ela tinha doutorado pela Unicamp e fora presa por “delito de opinião”. Falso.  Temer chegou à cadeira de Dilma com dois episódios esquisitos na caminhada. Em dezembro passado, escreveu uma carta à presidente, e seu conteúdo foi para a imprensa em poucas horas. Temer garante que o texto foi distribuído pelo comissariado do Planalto. Em abril, foi ao ar um áudio do vice-presidente oferecendo um governo de “salvação nacional”. A distribuição dessa plataforma de governo teria acontecido por engano. A verificação do episódio desmente essa versão.

Há poucos dias, saiu do Planalto a informação segundo a qual a professora Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, concordara em retornar ao cargo depois de receber um telefonema do presidente. Falso. A professora não recebeu telefonema nenhum e só reassumiu o cargo atendendo a um apelo do conselho da SBPC.

Como Helena Nader desmentiu a patranha, o Palácio corrigiu-se: Temer queria telefonar, mas desistiu.
Fica combinado assim.

A Oi no STF
A ex-SuperTele Oi convive com uma estranha estatística. Lidera a lista das empresas que vão até o Supremo Tribunal Federal em litígios que envolvem os consumidores. Batalha em 6.271 processos. Em segundo lugar, vem o banco Santander, com 2.847 casos. Tamanha diligência judicial pode explicar o fato de a Oi gastar cerca de R$ 500 milhões anuais com advogados.

Entende-se uma das razões pelas quais a Oi foi para o buraco quando se vê que desde 2011 a taxa média de sucesso em recursos apresentados ao Supremo está em 3,04%. A dos grandes litigantes contra consumidores é de 0,21%. A taxa de sucesso da Oi ficou em 0,07%.

Gula sindical
Com o afastamento do comissariado, centrais sindicais e sindicatos perderam algumas de suas generosas fontes de financiamento, e há entidades que não conseguem fechar as contas. Hoje todo brasileiro dá um dia de seu trabalho para o aparelho sindical. Milhões de trabalhadores pagam também mensalidades para sindicatos. Há anos arma-se a cobrança compulsória de uma “taxa negocial”. Com as caixas vazias, o aparelho está com pressa para aprovar mais essa tunga.

Se o governo quer fazer uma reforma trabalhista, poderia começar pela estrutura do imposto sindical e pelas contribuições que engordam sindicatos patronais e de trabalhadores.

Erro
Estava errada a informação segundo a qual a Odebrecht atrasou o pagamento de R$ 936 milhões pela outorga (leia-se aluguel) do aeroporto do Galeão.  Luiz Rocha, presidente da concessionária, esclarece que a cifra correta é R$ 286 milhões.

Dá e toma
A pedido do Ministério Público, a Marinha cassou as medalhas do Mérito Naval que deu aos comissários José Dirceu, José Genoino e João Paulo CunhaUm decreto de 2000 determina a cassação dos crachás concedidos a pessoas condenadas pela Justiça, e em 2015 o Exército expurgara da Ordem do Mérito Militar todos os mensaleiros.  Os comissários haviam sido condenados em 2012, e em muitos casos as condecorações são concedidas em função dos cargos ocupados pelo homenageado.

O dá e toma poderia ser evitado se fossem usados critérios mais duros na concessão das medalhas. Nunca é demais lembrar que em 1977 o general Silvio Frota deu a Medalha do Pacificador ao legista Harry Shibata, dois anos depois de ele ter assinado o laudo fraudulento do suicídio de Vladimir Herzog.

Tudo ficaria mais claro se o ato da cassação viesse acompanhado pelo nome do comandante militar que concedeu a honraria.

Socialismo real
No dia do aniversário da queda da Bastilha, antes do atentado de Nice, o mundo soube que o presidente socialista francês François Hollande paga (com dinheiro da Viúva) um salário equivalente a R$ 36.210 ao seu barbeiro particular. Na cabeça de Hollande há poucas ideias e pouco cabelo. É provável que o companheiro pague mais pelo seu corte que as conservadoras Angela Merkel e Theresa May. (O da Merkel era castanho-escuro e medonho.)

As duas senhoras têm penteados discretos. Já o americano Donald Trump veste uma instalação, e o novo chanceler inglês Boris Johnson tem como marca uma cabeleira de roqueiro, retocada no salão.
Fonte: Elio Gaspari - O Globo

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

No país que só roda o baiano

Com o apoio de pares e ímpares, Dilma e Cunha ganharam fôlego 

O “PT” disse. O “PSDB” disse. O “PMDB” disse. O “Cunha” disse. O “blogueiro” disse. A “mídia” disse. O “Lula” disse. O “Aécio” disse. Oministro” disse. E o mais importante: a “Dilma” disse. Já está comprovado: se a presidente disse, está dito, não é mesmo? Os crédulos acreditam em tudo. A credibilidade é seletiva. E as interpretações também. Escolhemos em quem acreditar. Além do papa Francisco, está difícil.


Num país em que as torcidas pelo impeachment de Dilma e pela cassação de Cunha se engalfinham, mas também se aliam, está claro que os eleitores são apenas marionetes e que ninguém no poder diz a verdade. No terreno das aspas, diz-se o que interessa divulgar. Querem todos salvar a própria pele. Você já decidiu se quer blindar alguém? Blindar políticos costuma custar caro. Custa o senso de ridículo.

Uma hora Cunha é adulado pela oposição e também pelo governo todos lembram quando Dilma, em abril, o condecorou (a ele e ao Ronaldo Caiado) com a Ordem do Mérito Militar. Medalha no peito, olho no olho. Encontros acontecem, às claras ou não. No dia seguinte, todos querem se mostrar o mais longe possível de Cunha, o homem-bomba da Câmara. Aécio Neves e o PSDB repentinamente defendem a saída dele. Versões de acordos se tornam “as mais deslavadas mentiras”. E desmentidos passam a ser as novas verdades.
O que aconteceu de concreto na semana passada é que tanto Dilma quanto Cunha ganharam fôlego para se manter em seus cargos.

No caso dela, o Supremo Tribunal Federal julgou que Cunha atropelava todos os ritos democráticos e constitucionais ao pressionar no Congresso pelo impeachment de Dilma, usando um atalho, o acostamento. Foi uma decisão “técnica” dos juízes. No caso dele, foram os pares e os ímpares que reduziram a pressão por sua cassação – porque não interessa a ninguém, nem à oposição nem ao governo e muito menos a Lula, implodir o presidente da Câmara. Sabe-se lá o que pode vir à tona se Cunha rodar a baiana (não o Baiano).

Ao longo da semana, os holofotes saíram de Dilma para o filho e a nora de Lula – que, segundo o delator e lobista Fernando Soares ou Fernando Baiano, teriam recebido milhões para gastos pessoais. Ao longo da semana, os holofotes saíram de Cunha para a mulher e a filha dele. Entrou a família. Entraram os figurantes, saíram os protagonistas.

As pedaladas fiscais de Dilma se tornaram “políticas sociais” legítimas e viraram peça de propaganda populista – lembrando que quem se beneficiou mesmo das pedaladas foram os ricos. E as contas de Cunha na Suíça passaram a ser questionadas pela origem, lícita ou ilícita – lembrando que o “ilícito” pode, nesse caso, se confundir com o petrolão.  Dilma sempre diz que não sairá da Presidência. Cunha sempre diz que não sairá da presidência. Em pelo menos um traço de caráter – na arrogância –, são parecidos.

O ministro do STF Marco Aurélio Mello disse ao jornal Folha de S.Paulo que há uma forma “não traumática” para o país superar a crise: a “renúncia coletiva” de Dilma, do vice Michel Temer e de Cunha. Segundo o ministro, “o mal maior, a crise econômica”, está sendo deixado “em segundo plano” por “interesses políticos”.  A possibilidade de renúncia não existe. Mas ninguém suporta mais esse mimimi que não chega a lugar nenhum. A favor do ajuste. Contra o ajuste. A favor da CPMF. Contra a CPMF. A favor do Levy. Contra o Levy. A favor da Dilma e contra a Dilma. A favor do Cunha e contra o Cunha.


Uma hora Dilma é carregada no colo por Lula e por (alguns) aliados como “a guerreira”. No dia seguinte, Lula a critica ao microfone no congresso da CUT: “Ganhamos as eleições com um discurso e os nossos adversários perderam as eleições com um discurso. Mas a impressão é que adotamos o discurso de quem perdeu. (...) O que a Dilma tem de saber é que este país não pode ficar falando em corte mais uma semana ou um mês. Temos de falar em crescimento, com geração de emprego e distribuição”. Dilma só falou disso na última campanha eleitoral. Falou e disse. E olha onde estamos agora.

O embate ideológico nas redes sociais, distorcido e preconceituoso, está longe de representar o povo. Nisso, concordo com Miguel Torres, presidente da Força Sindical: “O impeachment da Dilma e se cai ou não Eduardo Cunha passam longe do debate nas fábricas. Aonde chego, as pessoas reclamam da inflação e temem perder o emprego”.
Lula diz que “a oposição fez a autoestima do povo ficar em baixa”. Com essa declaração, Lula subestima o povo, superestima a oposição e ignora a realidade do trabalhador. O poder de compra do salário foi-se, as taxas só aumentaram e o eleitor caiu na real. 

E só quem roda é o Baiano?

Fonte: Ruth de Aquino - Revista Época

 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Procuradoria-Geral cobra que General Enzo casse medalhas militares dadas a condenados no Mensalão



O General de Quatro Estrelas Enzo Martins Peri levou uma "farda justa" da Procuradora da República Eliana Pires Rocha. O Comandante do Exército tem até segunda-feira que vem para responder, oficialmente, à Procuradoria Geral da República, "quais medidas foram ou vem sendo adotadas" para a exclusão dos quadros da Ordem do Mérito Militar dos nomes de condenados na Ação Penal 470 - popularmente conhecida como Mensalão.


O General Enzo terá de explicar se cumpriu (ou não) a determinação legal de cassar a Medalha do Pacificador (maior honraria do Exército) concedida, em 2003, ao ex-deputado federal José Genoíno (um ex-guerrilheiro, "colaborador" das Forças Armadas como delator na Guerrilha do Araguaia, na década de 70, e que também foi assessor especial do Ministério da Defesa, enquanto esteve sem mandato, na Era Lula-Dilma, até ser condenado por corrupção ativa no Mensalão).

O Ministério Público Federal também cobra que o General Enzo informe se já cassou as mesmas Medalhas do Pacificador dadas aos ex-deputados João Paulo Cunha, Valdemar Costa Neto e Roberto Jefferson. A medida de cassação também vale para a Comenda da Ordem do Mérito Militar. Além de Roberto Jefferson, o título distintivo de "Comendador" foi dado ao ilustre reeducando José Dirceu de Oliveira e Silva - hoje curtindo a benesse da prisão domiciliar.

Por um assunto banal como este, que nada tem a ver com a segurança nacional, o Procurador-Geral Rodrigo Janot pode criar problemas para o Alto Comando do Forte Apache. A "farda justíssima" no General Enzo é o Inquérito Civil número 1.16000.000712/2014-17. O processo foi aberto pelo Ministério Público Federal a pedido do Coronel reformado e advogado Pedro Ivo Moézia de Lima. No dia 10 de março deste ano, injuriado com a demora na cassação das medalhas aos mensaleiros, o militar entrou com uma representação que, no dia 30 de outubro, se transformou no Ofício 8.122/2014/PRDF/ER ao General Enzo.

O que o Coronel Moézia pediu e o MPF agora exige que se cumpra é o artigo 10, II, a, do Decreto 4207/2002. A regra é claríssima: "Perderá o direito ao uso da Medalha do Pacificador e será excluído da relação de agraciados o condecorado nacional ou estrangeiro que tenha sido condenado pela Justiça no Brasil, em qualquer foro, por sentença transitada em julgado, por crime contra a integridade e a soberania nacionais ou atentado contra o erário, as instituições e a sociedade brasileira. A cassação será feita ex-officio em ato do Comandante do Exército em Exercício”.

O silêncio oficial do General Enzo sobre o assunto é um dos motivos de revolta de oficiais da reserva e, também, da ativa. Em franca oposição ao governo Dilma Rousseff e contrários à Comissão Nacional da Verdade (que agora encerra os trabalhos de revanchismo histórico escancarado), os militares não aceitam a postura "exageradamente diplomática e em cima do muro do quartel" do General Enzo neste caso específico da Medalha do Pacificador e da Ordem do Mérito Militar.



Já se articula até um movimento em massa de devolução das honrarias, em cerimônia pública de protesto, caso o General não dê a única resposta possível nesse episódio: o Exército cassou a Medalha dos Mensaleiros, e PT saudações. A "ativa reserva" também cobra que o Comandante da Marinha Almirante Júlio Moura Neto, e o Comandante da FAB, Juniti Saito, adotem a mesma postura em relação a eventuais concessões aos mensaleiros na Ordem do Mérito Naval e na Ordem do Mérito Aeronáutico, dentre outras honrarias das Forças Armadas.

Transcrito do Blog Alerta Total – Jorge Serrão