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quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Triângulo de fogo

“Brasil enfrenta a sua maior crise desde 1964 num ambiente de ampla liberdade, com eleições livres e limpas, graças à Constituição de 1988, que até agora sobreviveu a todas as tensões”

Incêndios dependem basicamente da temperatura de ignição. Os outros fatores — oxigênio e material inflamável — estão dados em qualquer situação. O que  vai distinguir a gravidade do incêndio é a existência de produtos químicos e materiais sintéticos, contra os quais não basta o resfriamento. É preciso cortar o oxigênio e a existência de corrente elétrica, muitas vezes a origem da fagulha que provocou o incêndio. Não, desta vez não se trata do museu que pegou fogo, trata-se das eleições e do desgaste a que estão sendo submetidas as nossas instituições democráticas, principalmente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF), às vezes, em razão de suas próprias contradições internas.

Não faltam interessados na radicalização política e na desmoralização da Justiça, em pleno processo eleitoral, entre os quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que legalmente está fora da disputa, mas mantém sua candidatura, e Jair Bolsonaro (PSL), que representa a outra face da mesma moeda, ao simbolizar o antipetismo radical e liderar os que defendem uma intervenção militar. Incêndios políticos são provocados por piromaníacos e não faltam exemplos na história. Nero, o imperador romano, foi um deles, embora haja controvérsias sobre o fato de ter provocado o grande incêndio do Circo Mágico, em 14 de julho de 64 d.C., que viria a destruir boa parte de Roma. Deposto, se suicidou em 68 d.C. e deixou como legado uma guerra civil conhecida como o ano dos quatro imperadores, todos generais romanos.

O incêndio do Reichstag, o parlamento alemão, em 17 de fevereiro de 1933, em Berlim, foi o episódio crucial para ascensão do nazismo. Adolf Hitler havia sido empossado chanceler da Alemanha quatro semanas antes e se aproveitou do episódio para incitar o presidente Paul von Hindenburg a aprovar um decreto de emergência que lhe conferiu superpoderes para combater os comunistas. O que aconteceu depois todo mundo sabe: a perseguição se estendeu aos social-democratas e liberais e demais opositores políticos de Hitler: doentes mentais, pacifistas, eslavos e grupos religiosos (tais como as Testemunhas de Jeová), homossexuais, ciganos e, principalmente, judeus. Com a 2ª Guerra Mundial, o Holocausto registrou o extermínio de ao menos 6 milhões de pessoas, a maioria judeus.

Onde mora o perigo
Antes que alguém imagine que a citação é exagerada, vale a pena examinar a disputa política global que se deu nos últimos 100 anos. Nos primeiros 50 anos, entre socialistas, liberais e fascistas, resultou na derrota da extrema direita; nos 50 anos seguintes, com a Guerra Fria, entre socialistas e liberais. No final do século 20, com a desintegração da União Soviética e demais regimes comunistas do Leste europeu, a hegemonia liberal se consolidou na política mundial de tal forma que a tese hegeliana do “fim da história” foi exumada pelo economista norte-americano Francis Fukuyama e parecia ter se comprovado. Eis, porém, que a globalização e o novo “capitalismo de dados”, com a revolução tecnológica, colocam em xeque as democracias representativas do Ocidente, que está em crise no mundo.


Os valores legados pela Revolução Francesa — liberdade, igualdade e fraternidade —, que são a essência da democracia moderna, parece que perderam a funcionalidade. Na corrida mundial para reinventar o Estado nacional, figuras de viés autoritário emergem com força no processo político do Ocidente, a começar pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Assim como Ronald Regan se contrapôs ao antigo regime soviético, Trump elegeu como principal adversário na arena internacional a China, cuja emergência econômica e política se assenta sobre um modelo de capitalismo de Estado integrado à economia mundial e no regime de partido único comunista, que parecia condenado a desaparecer. Entre esses dois polos, equilibra-se uma Europa assustada pela herança de seu próprio colonialismo, a crise humanitária na África e Oriente Médio, e pela agressividade da Rússia de Putin, determinada a restabelecer seu papel no grande jogo da Eurásia e manter seu acesso livre ao Mediterrâneo. Na periferia, os mais bem-sucedidos na modernização derivam da democracia para o autoritarismo.

É nesse contexto que as eleições ocorrem no Brasil, franqueado pela crise do abastecimento e hiperinflação do modelo bolivariano na Venezuela de Nícolas Maduro, e a crise cambial na Argentina, que expõe a vulnerabilidade da política liberal do presidente Maurício Macri. Ao contrário do que muitos afirmam, o Brasil enfrenta a sua maior crise desde 1964 num ambiente de ampla liberdade, com eleições livres e limpas, graças à Constituição de 1988, que até agora sobreviveu a todas as tensões. Devemos lutar para preservá-la e levar a sério a advertência do professor da Universidade de Harvard Steven Levitsky, autor do livro Como morrem as democracias?, que há anos estuda a relação entre populismo e autoritarismo, assim como a construção partidária na América Latina: “Se um candidato, em sua vida, carreira política ou durante a campanha, defendeu ideias antidemocráticas, devemos levá-lo a sério e resistir à tentação de apoiá-lo, ainda que, diante de circunstâncias momentâneas, pareça ser uma opção aceitável”.

Nas entrelinhas - Luiz Carlos Azedo
 

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Conheça nove propostas do partido de extrema-direita alemão AfD

Pela primeira vez desde 1949, uma legenda ultranacionalista chega ao Parlamento

É a primeira vez que a extrema-direita terá representantes no Parlamento alemão (Bundestag) desde o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945. Após as eleições de domingo, em que a atual chanceler, Angela Merkel, conseguiu a vitória com mais de 30% dos votos, o partido Alternativa para Alemanha (AfD, na sigla original) conseguiu fazer com que mais de 90 seus representantes consigam entrar no Bundestag. 
O AfD é comandado por duas pessoas, um homem e uma mulher: ele é Alexander Gauland, antigo membro do partido conservador de Merkel; ela é Alice Weidel, uma economista da ala liberal-conservadora. Que se preparem para o que os esperam — declarou Gauland após descobrir o bom resultado de sua legenda nas legislativas. — Vamos recuperar nosso país e nossa gente.
A marca particular da legenda é sua rígida e decidida posição eurocética. Porém, quais são as políticas que eles tentam impulsionar com essa postura? - No plano econômico, o AfD quer que a Alemanha abandone o euro e pare com os milionários resgates a países europeus altamente endividados. 

O partido anti-euro foi fundado em 2013 como uma opção contra os planos da União Europeia para resgatar a Grécia.
- O plano político da legenda tem como pilar declarar o islã incompatível com a Alemanha, incluindo o estabelecimento de registros rigorosos de organizações islâmicas.
- O partido quer exigir o fechamento das fronteiras e endurecer o direito de refúgio. O AfD critica Merkel por ter aberto o país para a chegada de mais de um milhão de imigrantes e refugiados. Além disso, a legenda quer impedir a reunificação das famílias de refugiados presentes na Alemanha. 
- Os representantes do AfD querem acelerar a expulsão dos estrangeiros que representem uma ameaça à segurança do país. Eles defendem retirar a nacionalidade alemã de imigrantes culpados de delitos "importantes".
- O partido pretende encorajar financeiramente os imigrantes para que regressem aos seus países de origem. 
- A legenda quer incentivar aos alemães a acreditar na "família tradicional" para aumentar o crescimento populacional

- O AfD apoia um sistema diferenciado da escolarização de acordo com as habilidades dos alunos
- O partido quer levar um sistema de saúde melhor às populações rurais da Alemanha
- O partido ultranacionalista acredita que as declarações do Conselho Mundial do Clima à respeito das mudanças climáticas são cientificamente inseguras e se baseiam em modelos de cálculos que não descrevem corretamente o clima. Por isso, os representantes da legenda pretendem resisitir à política internacional contra as mudanças climáticas. 

Fonte: O Globo