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segunda-feira, 12 de agosto de 2019

O clima da resistência - Fernando Gabeira


A Noruega não pode criticar o Brasil, porque extrai petróleo no Ártico, mata baleias e uma empresa norueguesa provocou um desastre ambiental em Barcarena, no Pará

quanto ao interesse norueguês e alemão pela Amazônia, é  porque estão investindo ali e precisam dar satisfação a seus contribuintes

Às vezes, tenho uma fantasia de deixar tudo por um tempo: escrever um livro numa pequena cidade costeira de Portugal ou me internar na Mata Atlântica, para fotografar bichos e plantas nas horas vagas. Apenas uma fantasia, fruto dos ásperos tempos em que vivemos. Não consigo deixar o Brasil, seguir as tramas, ainda que nem sempre on-line. Entre outros, o tema que me preocupa é a política ambiental. Não especialmente as frases provocativas de Bolsonaro. Sei distinguir a retórica da realidade.

Nas últimas semanas, sinto crescer no governo, inclusive entre generais, uma forma de tratar a Amazônia com um tom nacionalista e até mesmo agressivo que, certamente, terá consequências. A Noruega, no discurso desses setores militares, é a vilã do momento. O discurso do governo é de que a Noruega não pode criticar o Brasil, porque extrai petróleo no Ártico, mata baleias e uma empresa norueguesa provocou um desastre ambiental em Barcarena, no Pará. Tudo isso é reação à tentativa da Noruega e da Alemanha de manterem o espírito do Fundo Amazônia, que financia projetos sustentáveis na região. Creio que está se perdendo o sentido do problema ambiental em escala planetária, que demanda muito mais a cooperação entre os países do que a troca de farpas.

A Noruega e a Alemanha se interessam pela Amazônia porque estão investindo ali e precisam dar satisfação aos seus contribuintes.  Num quadro tão delicado como o do aquecimento global, não se devem suprimir críticas entre países: existem canais próprios para isso. A tática de se defender apontando os erros dos outros não funciona. A França fez explosões nucleares na Polinésia, a Inglaterra caça raposas. Seria um processo interminável.  É uma tática que lembra o processo de corrupção no Brasil, onde os partidos atingidos lembravam sempre os erros dos outros. A tese é essa: se todos fazem, por que não fazer também?

Existe um grande interesse internacional pela Amazônia. Muitas pessoas são ligadas afetivamente à região porque a consideram vital para o planeta. Não há razão para ter ciúmes, mas sim tirar proveito dessa onda positiva.  Bolsonaro diz que a Amazônia é uma virgem que muitos querem violentar. Acrescentou que vai permitir o garimpo na região. Isso não me assusta tanto. Nenhum governo conseguiu proibir ou mesmo fiscalizar o garimpo na Amazônia. Se formos agora ao pequeno aeroporto de Laranjal do Jari, veremos os aviões chegando e partindo para o garimpo. Entrevistei um garimpeiro que já sofreu cinco desastres aéreos na floresta. Hoje é pastor, mas continua garimpando.

Bolsonaro afirmou que quer atrair empresas americanas para explorar minério na Amazônia. É um problema. Não porque sejam americanas. Poderiam ser japonesas, sul-africanas, não importa.  O modelo de desenvolvimento está em jogo. De fato, iniciativas sustentáveis ou mesmo formas pré-industriais de atividade econômica não representam uma saída única para a Amazônia. No Brasil, e também nos Estados Unidos, a defesa do meio ambiente é associada à esquerda, a uma visão anticapitalista. Isso explica parcialmente a reação agressiva de Bolsonaro. No discurso da extrema direita, o aquecimento global é uma invenção marxista; os dados do desmatamento, uma armação contra o Brasil.

No entanto, é possível discutir uma saída dentro do capitalismo para a Amazônia, confrontando duas linhas. Uma delas é usar o conhecimento e a biotecnologia para manter e valorizar a floresta em pé. A outra é enfatizar o lado tradicional da economia, com mineração intensa, criação de gado, industrias.  Na verdade, não são totalmente excludentes. Mas a escolha da primeira linha como hegemônica tem a vantagem da sustentabilidade, recompensa o saber tradicional das comunidades.

O projeto amazônico de Bolsonaro, que parece ter ressonância nas Forcas Armadas, pode nos conduzir a um isolamento internacional, boicote de nossos produtos, uma derrota política e econômica. Sem contar com o principal efeito negativo: a perda da biodiversidade, os reflexos no próprio clima. O agronegócio já percebeu a resistência externa a esta opção do governo. Por enquanto, teme a perda de mercado. Com o desmatamento, vai se dar conta da perda das chuvas. Essa é uma das muitas razões para resistir.


Blog do Gabeira - Fernando Gabeira




domingo, 24 de janeiro de 2016

Uma servidora pública de Campina Grande - A teoria da ‘bosta seca’ ameaça a Lava-Jato

A médica Adriana Melo tem 45 anos e trabalha há 16 no setor de medicina fetal do Isea, a principal maternidade pública de Campina Grande. Entre outubro e novembro do ano passado, compartilhou a angústia de duas pacientes grávidas de bebês que nasceriam com microcefalia. A ela a medicina deve o estabelecimento da relação entre o vírus zika e a má formação do cérebro de milhares de crianças. Não é pouca coisa, nem foi fácil. 

Desde agosto, médicos do Nordeste quebravam a cabeça para saber o que estava acontecendo, e a rede pública de Pernambuco alertou para a suspeita da conexão entre o vírus e a anomalia nos bebês. Adriana Melo suspeitou que se estava diante de um novo padrão de microcefalia: “Eu nunca tinha visto casos de destruição do cérebro dos fetos com tamanha virulência”. 

Havia uma pista: todas as pacientes tiveram manchas vermelhas na pele e coceiras durante as primeiras semanas da gravidez. Quando a doutora Adriana começou sua caminhada, havia no mundo apenas a suspeita da relação entre casos de microcefalia e o zika. O vírus se tornara epidêmico na Polinésia em 2014. No Brasil, sabia-se apenas que o número de bebês que nasciam com essa anomalia vinha aumentando, sobretudo no Nordeste. O zika era visto ainda como uma modalidade branda de dengue. 

O governo da Paraíba custeou a viagem das duas mulheres para serem examinadas em São Paulo, e em novembro, por iniciativa de Adriana Melo, a Fiocruz recebeu material colhido nas pacientes. Em poucos dias, bateu o martelo. Duas semanas depois, o Ministério da Saúde decretou uma emergência sanitária. Haviam-se passado três meses desde o aparecimento das primeiras suspeitas. 

O sistema de vigilância epidemiológica nacional dormiu no ponto. Nada de novo. Quando Oswaldo Cruz, baseado em pesquisas americanas feitas em Cuba, quis combater a febre amarela atacando o Aedes aegypti, a burocracia da Saúde e alguns marqueses da medicina duvidaram dele. A febre era coisa do clima, logo, culpa do Padre Eterno. No caso da doutora Adriana Melo sucedia algo semelhante. Ela dizia algo novo, o zika tinha relação com casos de microcefalia, portanto o problema estaria no maldito do mosquito, nada a ver com a alimentação da mãe ou até mesmo com consumo de drogas. 

Apesar da tonitruância da decretação de emergência (sem que se saiba o que isso significa na vida real), o Ministério da Saúde procura tranquilizar a população: nem todas as mulheres que tiveram zika terão bebês microcéfalos, assim como nem todos os Aedes aegypti que andam por aí transmitem zika. Tudo bem, mas em 2014 o Brasil teve 147 casos de microcefalia. Admita-se que esse número esteja contaminado por uma subnotificação, Fique-se com o dobro, seriam 294. Em apenas quatro meses, os casos suspeitos já chegaram a 3.893. Segundo a Fiocruz, os registros poderão chegar a 16 mil neste ano. A última desgraça envolvendo mulheres grávidas deu-se no século passado, quando gestantes que tomaram o remédio talidomida pariram bebês defeituosos. Em todo o mundo, afetou 10 mil nascituros num período de cerca de cinco anos. 

Dentro do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, o Ministério da Saúde baixou uma Diretriz para Estimulação Precoce para crianças que nascem com microcefalia. Ele relaciona-se com o Plano Viver Sem Limite e com a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, que por sua vez são contemporâneos do Programa de Aceleração do Crescimento. Fica combinado assim. 

A doutora Adriana tem doutorado pela Unicamp, seu salário é de R$ 3.800 mensais por 20 horas de trabalho semanais. Com bonificações de produtividade pode chegar a R$ 6 mil. Mantém uma clínica privada onde ganha mais trabalhando menos. A maternidade do Isea só atende pelo SUS (sem segunda porta), e na equipe de medicina fetal há quatro médicos. Desde que ela saiu por aí para confirmar a relação entre o zika e a microcefalia, recebeu críticas, muxoxos e silêncios. Ajuda, só da prefeitura da cidade e do fabricante de equipamentos Samsung, que doou um aparelho de ultrassonografia à maternidade. A rede pública de Campina Grande (680 mil habitantes) não tem máquina de ressonância magnética. Quando lhe perguntam o que precisa para facilitar seu serviço no Isea, responde: “Recursos para pesquisas”. 

A teoria da ‘bosta seca’ ameaça a Lava-Jato
O repórter Jânio de Freitas mostrou que o maior inimigo da Operação Lava-Jato está em Curitiba. É a teoria da “bosta seca”, enunciada em maio por um procurador. Nela, não se deve mexer em incongruências existentes nos processos contra os larápios. Assim, se um depoimento de Alberto Youssef foi desmentido por Paulo Roberto Costa, seria melhor deixar a bosta em paz. 

Jânio mostrou coisa pior. Em julho, Paulo Roberto Costa disse o seguinte à Polícia Federal, tratando da figura de Marcelo Odebrecht: “Eu conheço ele, mas nunca tratei de nenhum assunto desses com ele, nem põe o nome dele aí, porque ele, não, ele não participava disso”. 

A partir dessas palavras, os procuradores escreveram o seguinte: “Paulo Roberto Costa, quando de seu depoimento (...), consignou que, a despeito de não ter tratado diretamente o pagamento de vantagens indevidas com Marcelo Odebrecht...”. 

Puseram o nome de Odebrecht. Seus advogados apontaram o absurdo e requereram ao juiz Sérgio Moro a volta do processo à instrução processual. Moro deu uma resposta estarrecedora: “O processo é uma marcha para a frente. Não se retorna às fases já superadas”. Achou que o pedido era “meramente protelatório”, pois as provas pretendidas eram “desnecessárias e irrelevantes”. 

O pedido era de fato protelatório, mas Moro pode tentar saber o que houve. Como bosta seca é seca bosta, vamos em frente. Até o dia em que os tribunais de Brasília forem colocados diante dos montinhos de cocô escondidos nos processos.


Fonte: O Globo - Elio Gaspari


quinta-feira, 18 de junho de 2015

Mais uma derrota, merecida, do timinho do Brasil - ganha amistosos e perde as competições

Palhaçada do Dunga, William, Daniel Alves e outros craques do timinho  com a acusação estúpida de responsabilizar os árbitros pela irresponsabilidade do Neymar.

É desperdício de tempo e bytes comentar alguma coisa sobre o timinho que pretende representar o Brasil no futebol - sem esquecer que nossos dois leitores ("ninguém" e "todo mundo") também perdem tempo para ler tais comentários.

Pedimos desculpas.

Aliás, o timinho e Dilma tem algo em comum: recordistas em derrotas, se tratou de perder é com eles mesmo. 

A Dilma acumula recordes negativos, praticamente todo dia ela quebra um recorde negativo com um maior (lógico... também negativo).

O timinho é a mesma coisa... logo estará sendo recordista em vencer jogos amistosos....... e perder competições

Aliás, salvo engano, o timinho já é recordista na maior goleada que uma pretensa seleção sofreu neste inicio de século..... os inesquecíveis 7 x 1 que os germânicos aplicaram sem pena na Copa 2014.

Epa... acabam de me lembrar que o recorde é da Espanha 10 x 0 sobre o Taiti, seleção que representou a Polinésia na Copa das Confederações. 

Mas, o Neymar tem o compromisso solene de encerrar sua carreira - algo a ocorrer no máximo em 2016, talvez até por problemas de prisão - superando este recorde. 

Está entre as metas dele, Neymar, e do timinho brasileiro perder de 12 x 1 para uma seleção , fraca... tipo a Venezuela...  que o Galvão Bueno já começa a se preocupar que ela vença o timinho no próximo domingo.

Vamos e venhamos ser um absurdo sem tamanho, uma verdadeira aberração e mesmo desrespeito ao torcedor, que o tal Daniel, secundado pelo tal William e pelo ex-manequim, Dunga, queiram  responsabilizar os árbitros por o Neymar estar com problemas com a Justiça - na Espanha e no Brasil.

O cara está sendo acusado de sonegação de impostos, o que costuma dar cadeiaespecialmente no exterior... foram problemas com impostos que acabaram a carreira criminosa do Al Capone.

O próprio Zico o grande ídolo do FLAMENGO, do BRASIL (nos tempos em que o Brasil possuía uma seleção de futebol) exemplo a ser seguido em todos os aspectos da vida, quando foi jogar na Itália, no Udinese, sucumbiu à tentação e se envolveu em problemas com o fisco italiano.-

Neymar, tem dado sorte no futebol, mas é bom que fique esperto e lembre que pode terminar sua carreira como o Bruno – ex-goleiro do Flamengo que está preso, condenado pelo assassinato de uma ex-modelo cujo corpo nunca apareceu... sendo a principal testemunha contra Bruno, um ‘di menor’,  que em apenas uma semana prestou quatro depoimentos, cada um com uma versão diferente sobre o mesmo tema. 

Ou o Neymar se convence dos seus limites, se enquadra, ou no  máximo em dois anos  estará privilegiando os adeptos do futebol com a sua ausência dos gramados - talvez participe de peladas em banho de sol...  vocês sabem o local.