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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Acordo duro - Executivos de construtora recuam de delação na Lava Jato



Dirigentes da Camargo Corrêa, suspeita de envolvimento no esquema de propina da Petrobras, estão presos há três meses
As negociações dos acordos de delação premiada de três executivos da Camargo Corrêa com delegados federais e procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato - que eram conduzidas desde dezembro, em Curitiba - retrocederam nas últimas duas semanas.

Presos há três meses sob acusação de cartel e corrupção em contratos da Petrobrás, os executivos da Camargo Corrêa João Auler (presidente do Conselho de Administração), Dalton Avancini (presidente da construtora) e Eduardo Leite (vice-presidente) negociavam, em sigilo, suas delações premiadas com os investigadores da Lava Jato, em Curitiba.

Nas últimas semanas, as tratativas de delação dos três réus retrocederam. O acordo era duro, segundo uma das autoridades envolvidas na negociação, e serviria de "parâmetro para os demais colaboradores". Os termos previam que novas frentes de investigação seriam abertas e outras "ressuscitadas", como o inquérito da Operação Castelo de Areia - que tiveram provas consideradas nulas pela Justiça. A operação investigou supostos crimes de corrupção do Grupo Camargo Corrêa, em 2009.

A Camargo Corrêa seria a primeira das grandes empreiteiras do cartel a ter executivo como delator da Lava Jato. O presidente da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, também está em negociação, enquanto já são delatores os executivos da Toyo Setal Julio Camargo e Augusto Mendonça.

Segundo um dos investigadores da Lava Jato, os três executivos manifestaram interesse em colaborar com a Justiça desde o primeiro interrogatório. Nas últimas semanas, porém, com a entrada de investigadores da Procuradoria-Geral da República  nas negociações, os acordos voltaram à estaca zero. Em Curitiba, a avaliação das autoridades é que termos negociados até o momento traziam dados importantes a respeito de novas frentes em que a apuração da Lava Jato precisa evoluir. Procurados, os advogados de defesa dos três executivos da Camargo Corrêa não foram encontrados para comentar o caso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Na trilha do dinheiro

Lista dos políticos investigados no caso Petrobras será conhecida neste mês. Conquistas e derrotas em batalhas legislativas podem se tornar efêmeras

Ontem no Supremo Tribunal Federal, o ministro Marco Aurélio Mello resolveu compartilhar sua ansiedade. “Todos nós estamos curiosos para saber o que há dentro desse embrulho", disse. “Precisamos aguardar. Não devemos presumir o excepcional, se é que é excepcional considerar o envolvimento de uma autoridade num processo-crime.”
 
Uma comoção aflitiva assombra a Praça dos Três Poderes, em Brasília. Temem-se sequelas dos processos sobre corrupção na Petrobras. O trem-fantasma da política partiu: está previsto que ainda neste mês a Procuradoria-Geral da República apresente ao Supremo a lista dos passageiros-investigados. Segue-se a trilha do dinheiro, informou o procurador-geral Rodrigo Janot na cerimônia de reabertura do Judiciário, em que foram notáveis as ausências dos chefes do Legislativo, Renan Calheiros — reeleito no comando do Congresso —, e do Executivo, Dilma Rousseff. 

No Governo, na Câmara e no Senado tudo agora depende do rumo do caso Petrobras no Supremo. Conquistas e derrotas em batalhas legislativas podem ser efêmeras. A legitimação está pendente, pelo menos até que se saiba “o que há dentro desse embrulho", como diz o ministro Mello. Dez dias atrás, o relator do caso, ministro Teori Zavascki, escreveu: “É possível constatar que, efetivamente, há elementos indicativos de possível envolvimento de várias autoridades detentoras de prerrogativa de foro perante tribunais superiores, inclusive de parlamentares federais.” 

É inegável, porém, que o governo e o PT saíram feridos da luta no Congresso, no domingo. Sobrou desalento para Dilma Rousseff, seus ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Pepe Vargas (Relações Institucionais). Sob inspiração de um Lula tão ambíguo quanto silencioso, conseguiram canibalizar a base parlamentar e dar ao PMDB aquilo que nunca teve: o conforto de desempenhar três papéis simultâneos no mesmo governo — é governista na Vice-Presidência da República, inimigo na Câmara e aliado no Senado. O custo Dilma subiu, exponencialmente, como se poderá ver a partir de hoje no Diário Oficial. 

O PT realizou a proeza de chegar ao aniversário de 35 anos como o partido mais organizado, dono da máquina eleitoral mais eficiente e da maior bancada de deputados (69) e, paradoxalmente, despejado do comando da Câmara e de todas as comissões relevantes. Não pode sequer alimentar esperanças sobre a lista de passageiros do trem-fantasma da Petrobras que vai ao Supremo. Porque PT, PMDB e PP participaram da drenagem da dos cofres da empresa estatal. 

Visto do Planalto, hoje, o cenário fica cada dia pior: empreiteiras envolvidas supõem que os procuradores federais devem tentar manter seus executivos na cadeia até saírem as sentenças do juiz Sérgio Moro, em Curitiba. Ou seja, as prisões preventivas seriam emendadas nas definitivas. É gente que está atrás das grades e sabe muito sobre a lucrativa arte de fazer amigos nos partidos. Como Ricardo Pessoa, da UTC/Constran, que listou vários políticos como testemunhas de defesa. Seu advogado justificou: “São pessoas que conhecem o trabalho do Ricardo.”

Fonte: José Casado - O Globo