Dirigentes
da Camargo Corrêa, suspeita de envolvimento no esquema de propina da Petrobras,
estão presos há três meses
As negociações dos acordos de delação premiada de
três executivos da Camargo Corrêa com delegados federais e procuradores da força-tarefa da Operação Lava
Jato - que eram conduzidas desde dezembro, em Curitiba - retrocederam nas últimas duas semanas.
Presos há três meses sob acusação de cartel e
corrupção em contratos
da Petrobrás, os executivos da Camargo Corrêa João
Auler (presidente do Conselho de
Administração), Dalton Avancini (presidente da construtora) e Eduardo Leite (vice-presidente)
negociavam, em sigilo, suas delações premiadas
com os investigadores da Lava Jato, em Curitiba.
Nas
últimas semanas, as tratativas de
delação dos três réus retrocederam. O
acordo era duro, segundo uma das autoridades envolvidas na negociação, e serviria de "parâmetro para os demais colaboradores". Os termos
previam que novas frentes de investigação seriam
abertas e outras "ressuscitadas",
como o inquérito da Operação
Castelo de Areia - que tiveram provas consideradas nulas pela Justiça. A
operação investigou supostos crimes de corrupção do Grupo Camargo Corrêa, em
2009.
A Camargo Corrêa seria a primeira das grandes
empreiteiras do cartel a ter executivo como delator da Lava Jato. O presidente da UTC Engenharia,
Ricardo Pessoa, também está em negociação,
enquanto já são delatores os executivos da Toyo Setal
Julio Camargo e Augusto Mendonça.
Segundo
um dos investigadores da Lava Jato, os
três executivos manifestaram interesse em colaborar com a Justiça desde o
primeiro interrogatório. Nas últimas semanas, porém, com a entrada de
investigadores da Procuradoria-Geral da República nas negociações, os acordos voltaram à estaca
zero. Em Curitiba, a avaliação das autoridades é que termos negociados até o
momento traziam dados importantes a respeito de novas frentes em que a apuração
da Lava Jato precisa evoluir. Procurados, os advogados de defesa dos três
executivos da Camargo Corrêa não foram encontrados para comentar o caso.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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