Eles gostam do nosso dinheiro.
Como o Reizinho de Jô Soares, amam suas cidades e pisam em quem nelas mora. Não é que um grupo de prefeitos se reuniu na quinta com Dilma
para reclamar da CPMF? Pedem mais:
em vez dos 0,2% que o governo quer entuchar, exigem o
dobro, para ficar com algum. O grupo engloba até quem se diz de
oposição, mas na hora de cobrar segue a governanta.
O pior é que esses novos
impostos, além de tirar de quem precisa para dar a quem gasta demais, perpetuam
a loucura tributária. Remédio para gente paga 34%
de imposto. Remédio para bicho, 13%.
Livros e revistas, digamos, “adultos”, 19%.
Por que ficar doente em vez de olhar
mulher pelada? Por que adoecer em vez de
terceirizar a doença para o cachorro, que tem remédio mais barato?
Caríssimo, também, é calcular os
tributos. Numa lista de 189 países, a Bolívia é a penúltima: uma
empresa gasta 1.025 horas anuais de
trabalho para declarar impostos. O
Brasil é o último: 2.600 horas. O custo é embutido nos preços. E as coisas
tendem a piorar: desde 1988, ano da
Constituição Cidadã, são criadas 46
normas tributárias todos os dias. No total, até agora, pouco mais de 320
mil novas normas. O advogado Vinícius Leôncio concluiu em março um livro com
todas as regras tributárias do país. Tem
41 mil páginas e pesa sete toneladas.
Fica
fácil entender por que o país não consegue manter o crescimento por longos
períodos. Em vez de simplificar as coisas e reduzir os
gastos, Suas Excelências preferem criar impostos e aumentar alíquotas.
Devem ter seus motivos.
Gastar com sobriedade
A ANAC, Agência Nacional da Aviação Civil, acaba de contratar o alpinista Waldemar Niclevitz para uma “palestra de caráter motivacional”, nesta terça, em comemoração ao Dia do Servidor Público. Pela palestra, Niclevitz receberá R$ 19 mil, de acordo com o Diário Oficial da União de 15 de outubro. Niclevitz foi o primeiro brasileiro a escalar o Pico do Everest, o mais alto do mundo.
A ANAC, Agência Nacional da Aviação Civil, acaba de contratar o alpinista Waldemar Niclevitz para uma “palestra de caráter motivacional”, nesta terça, em comemoração ao Dia do Servidor Público. Pela palestra, Niclevitz receberá R$ 19 mil, de acordo com o Diário Oficial da União de 15 de outubro. Niclevitz foi o primeiro brasileiro a escalar o Pico do Everest, o mais alto do mundo.
E que tem isso a ver com a
aviação civil, que justifique o custo da palestra? Caro leitor, não faça perguntas
difíceis. Talvez porque, como um avião, tenha subido alto.
Não quer que a anta morra…
Eduardo Cunha está com a cabeça a prêmio, mas sabe usá-la para sobreviver. Equilibra-se entre dois grandes grupos e sabe que, quando se tornar desnecessário a qualquer deles, será degolado. Sua arma é segurar a decisão sobre o impeachment de Dilma. No momento em que decidir, perde a importância e o cargo, e corre o risco de ser convidado para uma viagem gratuita a Curitiba, com hospedagem e alimentação incluídas. Ou seja, vai se segurar enquanto pode, buscando um difícil acordo ─ difícil, porque ele pode ser traído numa boa, sob aplausos.
Não quer que a anta morra…
Eduardo Cunha está com a cabeça a prêmio, mas sabe usá-la para sobreviver. Equilibra-se entre dois grandes grupos e sabe que, quando se tornar desnecessário a qualquer deles, será degolado. Sua arma é segurar a decisão sobre o impeachment de Dilma. No momento em que decidir, perde a importância e o cargo, e corre o risco de ser convidado para uma viagem gratuita a Curitiba, com hospedagem e alimentação incluídas. Ou seja, vai se segurar enquanto pode, buscando um difícil acordo ─ difícil, porque ele pode ser traído numa boa, sob aplausos.
Ao deixar de ser
útil, sua blindagem fica mais frágil que prédio de Sérgio Naya.
…nem que a onça passe fome
Renan Calheiros também sabe como as coisas funcionam. O requerimento para a CPI do BNDES já tem 32 assinaturas. Ele pode instalá-la no Senado a qualquer momento. Mas espera: na Câmara, há a CPI dos Fundos de Pensão. Caso a CPI da Câmara se aproxime de alguma de suas instituições preferidas, como por exemplo o Postalis, dos Correios, lança a CPI do BNDES e divide as atenções.
…nem que a onça passe fome
Renan Calheiros também sabe como as coisas funcionam. O requerimento para a CPI do BNDES já tem 32 assinaturas. Ele pode instalá-la no Senado a qualquer momento. Mas espera: na Câmara, há a CPI dos Fundos de Pensão. Caso a CPI da Câmara se aproxime de alguma de suas instituições preferidas, como por exemplo o Postalis, dos Correios, lança a CPI do BNDES e divide as atenções.
E qual o caminho que Renan acha certo? Simples: o que melhor convier a
ele.
Ele manda, ela obedece
Diante das fortes suspeitas de que pode haver fraude no pleito venezuelano, Caracas decidiu aceitar uma comissão internacional de observação. Fez todas as exigências possíveis: rejeitou a OEA, rejeitou observadores independentes ligados a institutos não governamentais, impôs a Unasul, onde tem influência imensa, como instituição observadora. Mas foi pouco: decidiu vetar o representante brasileiro, Nelson Jobim ─ que foi ministro do governo Lula e do Supremo Tribunal Federal. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Dias Toffoli, decidiu com altivez: se há veto, o Brasil não envia representante. E que faz nosso governo? Tenta convencer Toffoli a aceitar as imposições venezuelanas.
Ele manda, ela obedece
Diante das fortes suspeitas de que pode haver fraude no pleito venezuelano, Caracas decidiu aceitar uma comissão internacional de observação. Fez todas as exigências possíveis: rejeitou a OEA, rejeitou observadores independentes ligados a institutos não governamentais, impôs a Unasul, onde tem influência imensa, como instituição observadora. Mas foi pouco: decidiu vetar o representante brasileiro, Nelson Jobim ─ que foi ministro do governo Lula e do Supremo Tribunal Federal. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Dias Toffoli, decidiu com altivez: se há veto, o Brasil não envia representante. E que faz nosso governo? Tenta convencer Toffoli a aceitar as imposições venezuelanas.
Não é meio muito, em termos de obedecer a tudo o que mandam os
bolivarianos?
O país do Carnaval
Houve época, acredite, em que os partidos comunistas brasileiros exigiam que seus militantes conhecessem a doutrina e fossem capazes de enfrentar quaisquer adversários em debates (eram dois os partidos: o PCB, Partido Comunista Brasileiro, hoje PPS, que seguia a linha de Moscou, e o PCdoB, Partido Comunista do Brasil, mais ligado à China e, depois, à Albânia).
O país do Carnaval
Houve época, acredite, em que os partidos comunistas brasileiros exigiam que seus militantes conhecessem a doutrina e fossem capazes de enfrentar quaisquer adversários em debates (eram dois os partidos: o PCB, Partido Comunista Brasileiro, hoje PPS, que seguia a linha de Moscou, e o PCdoB, Partido Comunista do Brasil, mais ligado à China e, depois, à Albânia).
Dirigentes comunistas como Salomão Malina e Armênio Guedes lutaram em
guerras contra fascistas e nazistas. Hoje
a luta é diferente: a Juventude do PCdoB de Natal combateu bravamente os
bonecos infláveis de Lula e Dilma, para rasgá-los. O Pixuleco e a Bandilma, que retratam o ex-presidente e a atual
presidente, ambos em trajes de
presidiários, sofreram ferimentos mas estão aptos a participar de novos
comícios.
Constatando
Preocupado com o futuro de Eduardo Cunha? Ele parece tranquilo: se as contas bancárias suíças não são dele, como garantiu, podem bloqueá-las à vontade, que ele não perde nada. O verdadeiro dono que reclame, não é mesmo?
Constatando
Preocupado com o futuro de Eduardo Cunha? Ele parece tranquilo: se as contas bancárias suíças não são dele, como garantiu, podem bloqueá-las à vontade, que ele não perde nada. O verdadeiro dono que reclame, não é mesmo?
Publicado
na Coluna de
Carlos Brickmann = CARLOS BRICKMANN -
http://www.brickmann.com.br/