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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Petrobras é rebaixada e perde grau de investimento

Depois de rebaixar Brasil, S & P tira grau de investimento da Petrobras

Estatal foi rebaixada em dois níveis, para ‘BB’, considerado grau especulativo

Após rebaixar o Brasil, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) rebaixou a nota de crédito da Petrobras em dois graus na tarde desta quinta-feira. A nota da estatal passou de “BBB-” para "BB" que é considerado grau considerado especulativo, abaixo da nota do país (BB+). A agência também manteve a perspectiva da companhia em estágio negativo. Há sete anos a Petrobras detinha o grau de investimento pela S&P.

Com o anúncio da S&P, a Petrobras perdeu o selo de boa pagadora por duas agências de classificação de risco. Em fevereiro, a Moody’s já havia classificado a estatal em grau especulativo, refletindo a preocupação com a Lava-Jato, atraso na divulgação do balanço auditado e aumento do endividamento da estatal. Ser considerada grau de investimento por pelo menos duas agências é uma exigência de grande parte dos maiores fundos de pensão e de investimento estrangeiros para comprar os papéis de uma companhia. [diferente do Brasil que obriga os fundos de pensão das estatais a investir em papéis de empresas da Venezuela, criando rombos como os  dos Correio, Previ e outros.]

Analistas davam como certo o rebaixamento da Petrobras na sequência da perda do grau de investimento do Brasil. — A Petrobras é considerada um ativo do governo. Ela é muito associada ao risco soberano, embora haja, em paralelo, a gestão do presidente Aldemir Bendine, que estar cortando gastos, vendendo ativos, tornando a empresa mais enxuta — afirmou Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. 

Devido a essa perspectiva, as ações da Petrobras foram as que exerceram maior influência negativa no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta quinta. Os papéis ordinários (ON, com direito a voto) da companhia caíram 3,82%, enquanto os preferenciais tiveram baixa de 5,01%. A Bolsa, por sua vez, fechou em baixa de 0,33%, aos 46.503 pontos.

Fonte: O Globo


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

S&P corta nota de crédito do Brasil e país perde grau de investimento

Agência cita proposta orçamentária como motivo para rebaixamento

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s cortou, na noite desta quarta-feira, a nota de crédito do Brasil, de BBB- para BB+, com perspectiva negativa. Com isso, o Brasil deixa de ter, por esta agência, o chamado grau de investimento, espécie de selo de bom pagador conferido ao país. Nas outras duas agências, a Moody’s e a Fitch, o país mantém esse aval.

Um dos fatores citados pela agência para o rebaixamento foi a proposta orçamentária para 2016. Segundo a Standard & Poor's, “os desafios políticos que o Brasil enfrenta continuaram a aumentar, pesando sobre a capacidade e a disposição do governo de apresentar um Orçamento 2016 para o Congresso coerente com a significativa correção política sinalizada durante a primeira parte do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff”.

A agência destacou que a proposta do Planalto prevê uma outra alteração na meta fiscal primária menos de seis semanas após uma revisão, o que significaria três anos consecutivos de déficit primário e da dívida líquida geral continuando a aumentar se medidas não forem tomadas medidas em relação às despesas e receitas. A S&P destacou que o orçamento proposto é baseado em um déficit primário de 0,3% do PIB, em vez da meta de superávit anteriormente revista para 0,7% em julho.


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Em agosto, o governo previu um déficit fiscal em 2016 de R$ 30,5 bilhões, ou cerca de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). No orçamento de 2016, a receita líquida da União esperada é R$ 1,180 trilhão, a despesa total prevista é de R$ 1,210 trilhão. A previsão é que as despesas do governo subam de R$ 1,105 trilhão este ano para R$ 1,210 trilhão no próximo. Isso significa um aumento de R$ 104,8 bilhões nos gastos.
 O cenário econômico avaliado pela agência ainda deixa o país em risco de ser rebaixado novamente nos próximos meses. Há uma possibilidade de um em três “de um rebaixamento adicional devido a uma maior deterioração da posição fiscal do Brasil, potenciais mudanças políticas fundamentais dado à dinâmica política fluida, incluindo uma nova falta de coesão dentro do Gabinete da presidente, ou devido à maior crise econômica do que nós esperamos atualmente”.

A agência afirma ainda acreditar que “o perfil de crédito do Brasil enfraqueceu-se ainda mais desde 28 de julho”, data em que a perspectiva do país foi revisada para negativa. Segundo o comunicado, na ocasião a agência sinalizou os riscos para a execução de mudanças políticas corretivas já em curso, principalmente decorrente da dinâmica no Congresso em associação a efeitos colaterais das investigações de corrupção na Petrobras. “Percebemos agora menos convicção dentro do Gabinete da presidente sobre a política fiscal”, disse a agência.

A agência disse ainda esperar uma contração do PIB real mais profunda e longa.
“Nossas projeções estimam uma contração de cerca de 2,5% este ano, seguido de outra contração de 0,5% em 2016, antes de retornar a um crescimento modesto em 2017”, afirmou o relatório.

As notas das agências de classificação de risco são utilizadas por investidores na hora de comprar o papel de um governo ou empresa. Notas piores significam maiores riscos, e o custo dessas emissões fica mais alto. São os próprios emissores (empresas e governos) que pagam as agências para obterem essa avaliação.


A S&P PERDEU A PACIÊNCIA COM O BRASIL
O economista-chefe do BES Investimentos, Jankiel Santos, afirmou que a decisão da S&P surpreende não pelo rebaixamento da nota, mas pelo fato de ter sido feita pouco mais de um mês após a última revisão - no dia 29 de julho, a agência mudou a perspectiva do Brasil de estável para negativa. — A decisão foi surpreendente porque na alteração da perspectiva (outlook), a S&P deu declarações de tranquilidade em relação ao Brasil. Aparentemente a agência perdeu a paciência com o Brasil — disse.

Na avaliação do economista, o fato do Brasil ter apresentado uma proposta de orçamento para 2016 com previsão de déficit fiscal (receitas em nível inferior às despesas) contribuiu para essa antecipação. Para a S&P, o Brasil terá déficit fiscal por três anos.
A consequência de curto prazo deve ser o aumento da volatilidade, com uma maior pressão sobre o câmbio. Caso o Brasil deixe de ser grau de investimento em mais alguma grande agência, alguns fundos estrangeiros não podem mais deixar o dinheiro aplicado aqui.
Benito Berber, estrategista para a América Latina do Nomura Securities, em Nova York, acredita que a decisão da S&P fará com que os mercados tenha uma reação bastante negativa nesta quinta-feira e, a depender do nível de pressão sobre o câmbio, espera que o Banco Central (BC) volte a intervir de forma mais agressiva para conter a escalada do dólar.
— Obviamente os mercados vão reagir de uma forma muito ruim, com muita pressão sobre a moeda. O Banco Central pode ter que fazer mais ofertas de "swap cambial", leilões de dólar ou outros tipos de intervenção. Vai ser um dia muito difícil para os mercados no Brasil — avaliou.

Na avaliação de Benito, o rebaixamento do Brasil pela S&P foi precipitado, uma vez que ocorreu em um momento em que o governo ainda está discutindo as medidas fiscais. No entanto, acredita que foi uma mensagem ao governo e ao Congresso Nacional, de que é preciso fazer essas alterações. — É uma questão de política fiscal e credibilidade, então os políticos precisam mostrar um determinado comportamento e melhorar a política fiscal. Mas para mim parece que a decisão da S&P foi um pouco prematura. Não acredito que Fitch e Moody's terão a mesma reação. Quando as coisas estiverem mais claras devem se mover na mesma direção, mas não tão rápido — disse.

Para o ex-presidente da Associação Brasileira dos Analistas de Mercado de Capitais (Apmec) Francisco Petros, o rebaixamento do Brasil pela S&P foi uma medida previsível, mas não esperada para agora. Segundo ele, o que pode ter ocasionado o rabaixamento é o caminho adotado pela equipe econômica que é pouco claro, com políticas fiscais incoerentes, que não pregam o corte de despesas e concede benefícios fiscais a alguns setores.  — É um verdadeiro desastre. Três quartos dos recursos do mercado internacional são destinados aos países com grau de investimento. O Brasil vai perder muitos recursos. Mas a agência fez uma avaliação correta.

GRAU DE INVESTIMENTO FOI CONQUISTADO EM 2008
A maior economia da América Latina está agora no mesmo nível de classificação de Rússia, Hungria e Indonésia, de acordo com a escala de classificação da S&P.


No dia 30 de abril de 2008 o Brasil recebeu o grau de investimento justamente da agência Standard & Poor's, que elevou de BB+ (nível especulativo, com risco de inadimplência) para BBB- a avaliação de crédito dos papéis do governo em moeda estrangeira.

Em um clima bem diferente do visto após o anúncio do rebaixamento nesta quarta-feira, projetava-se que o PIB daquele ano poderia ser até 1,5 ponto percentual maior em função da mudança.À época, a decisão da S&P fez com que empresários passassem a esperar que o Banco Central reduzisse as taxas de juros praticadas.

Na agência Moody's, a nota do Brasil hoje é Baa3 (estável), a um degrau de perder o grau de investimento, e na Fitch, BBB (negativo), a dois passos da zona de maus pagadores.