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sábado, 30 de março de 2019

1964, o cadáver insepulto


sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O povo ficou em casa


Para ir às ruas é preciso motivação clara. Não se troca governo como se troca de camisa


Muita gente se perguntou e ainda se pergunta onde estava o povo no momento em que o Congresso rejeitou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer. Afinal, se 81% dos brasileiros disseram defender a aceitação da denúncia, em pesquisa do Ibope divulgada na antevéspera da votação, presumiu-se que uma parte desse contingente se animaria a pressionar os congressistas a fazer valer essa vontade, ou então que iria em massa às ruas protestar contra a atitude dos parlamentares que se recusaram a dar seguimento ao processo contra Temer. Como nada disso aconteceu – salvo pelos dois ou três queimadores de pneus de sempre –, muitos concluíram que o povo está “apático” ou “indiferente”.

O que parece escapar a essas análises é que, para irem às ruas, os cidadãos precisam de uma motivação muito clara. Não se troca um governo como se troca de camisa. A alardeada impopularidade de Michel Temer, que tem apenas 5% de aprovação, de acordo com outra pesquisa do Ibope, não é exclusiva dele. O mundo político em geral é objeto de profundo desencanto por parte dos brasileiros, em razão dos sucessivos escândalos de corrupção e da violenta campanha de descrédito movida por aqueles que se julgam paladinos da purificação nacional. Qualquer outro político que estivesse no lugar de Temer seguramente teria números semelhantes de rejeição. Ou seja, se pesquisa de opinião fosse referência para legitimar movimentos em favor da cassação de detentores de mandatos eletivos, não sobraria um.

Parece claro que, em vista disso, os cidadãos se mostram infensos a mergulhar na incerteza de uma nova troca de comando na Presidência da República, um ano depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Tudo isso pode mudar, é claro, pois a crise é tão grave – e os irresponsáveis são tantos que qualquer fagulha pode incendiar o País novamente.  Por enquanto, porém, as ruas vazias indicam que não há hoje o elemento catalisador que havia contra a presidente Dilma Rousseff: o escancaro da farsa populista do lulopetismo, com consequências diretas sobre a vida cotidiana das pessoas. Logo depois da reeleição de Dilma, ficou claro que a campanha da petista se baseou em mentiras sobre o real estado das contas públicas, maquiadas para lhe garantir o triunfo eleitoral. Os sonhos de um país que conseguia, pela mágica petista, desenvolver-se e ainda redistribuir renda revelou-se em pouco tempo um pesadelo de recessão, desemprego e miséria moral.

É claro que, em vista disso, os brasileiros não podiam ficar indiferentes. Para os grupos que organizaram as grandes manifestações em favor do impeachment, não foi difícil explicar aos cidadãos qual era o objeto de sua indignação e fazê-los sair de casa para apoiar sua causa.  Hoje, a causa não está clara. Embora a população manifeste seu descontentamento generalizado com os rumos do País, ao menos conforme as já citadas pesquisas, a economia começa a dar sinais de recuperação. A perplexidade nacional convive com a necessidade de tocar a vida adiante. Isso nada tem a ver com apatia, e sim com pragmatismo.  Por fim, mas não menos importante, muitos brasileiros não se dispõem a sair às ruas porque teriam de se alinhar aos petistas, cujos governos arruinaram a economia e abriram as portas à mais desbragada corrupção de que se tem notícia no País. Além disso, enquanto denunciam Temer como o artífice de uma ruptura democrática, os líderes petistas não se envergonham de apoiar ditaduras como a de Cuba e da Venezuela bolivariana. Não surpreende que os brasileiros, ainda que descontentes, tenham preferido o silêncio.

No fundo, a ausência de manifestações contra Michel Temer e contra o Congresso é uma boa notícia, pois, a despeito da persistente tentação populista, sinaliza aversão à aventura. Que os políticos tenham consciência disso e acelerem a aprovação das reformas, necessárias para devolver ao País a esperança de dias melhores.
 
Fonte: O Estado de S. Paulo - Editorial
 

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

A lição do Brasil à Venezuela bolivariana reiterou que não há lugar no Mercosul para assassinos da democracia

Ao impedir que Maduro assumisse a presidência do bloco, Serra consumou o sepultamento da política externa da cafajestagem 

Na sexta-feira passada, Nicolás Maduro anunciou que havia assumido a presidência temporária do Mercosul. Dois dias depois, em carta enviada aos integrantes do bloco, o chanceler José Serra comunicou que o governo brasileiro não aceita a Venezuela bolivariana no comando. A decisão, avalizada pela Argentina e pelo Paraguai, confirma que o Itamaraty redescobriu a altivez perdida há mais de 13 anos. E consuma o sepultamento da política externa da cafajestagem, que entre a chegada de Lula ao Planalto e o afastamento de Dilma Rousseff submeteu o país aos caprichos e vontades do vizinho arrogante.

Com Lula no poder, Chávez rebaixou o Brasil a uma espécie de província bolivariana que miava améns às ordens emanadas de Caracas. Foi assim, por exemplo, quando o Congresso de Honduras ─ amparado na Constituição e com o endosso da Corte Suprema ─ destituiu da presidência da República um comparsa de Chávez chamado Manuel Zelaya. Colérico, o reinventor do socialismo escalou o cúmplice brasileiro para juntar-se à trama que pretendia devolver ao palácio um chapéu sem cabeça. O canastrão hondurenho achou mais sensato refugiar-se na embaixada brasileira em Tegucigalpa e transformá-la na Pensão do Zelaya. Foi-se embora semanas depois sem pagar a conta.

O fiasco internacional animou a dupla a agir em sociedade no ramo do petróleo, e construir em Pernambuco a refinaria Abreu e Lima. Dois anos depois, Chávez desistiu da ideia de jerico e aplicou no parceiro um calote colossal. O que seria uma refinaria virou uma usina de negociatas e propinas devassadas pela Operação Lava Jato. Deveria custar 2,5 bilhões de reais. Já consumiu mais de 20 e não tem prazo para terminar. Nada disso afetou o servilismo do Planalto ao farsante prepotente. Antes de tornar-se um passarinho que aconselha o sucessor, Chávez fez a comadre Dilma unir-se à conspiração que infiltrou a Venezuela no Mercosul.

Já nas primeiras horas do governo Temer, ao intrometer-se em assuntos internos do Brasil, Nicolás Maduro colidiu com a reação de Serra ─ e descobriu que fora revogada a vassalagem vergonhosa imposta por Chávez. Nesta semana, começou a aprender que não há lugar no Mercosul para países chefiados por inimigos da democracia e assassinos da liberdade.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes - VEJA