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sábado, 23 de janeiro de 2016

Retroescavadeiras roubadas em Mariana - a prova da certeza absoluta da impunidade

A força da lei do mais forte

A ousadia do roubo das máquinas usadas para recuperar Mariana só se explica se houver a certeza absoluta da impunidade

Há alguns dias, uma imensa pedra se desprendeu e rolou morro abaixo sobre uma comunidade em Vitória. Por sorte, não acertou ninguém, e não se perderam vidas, mas destruiu tudo o que estava em seu caminho. Além disso, abalou o equilíbrio que mantinha no lugar um conjunto de blocos de granito. Outras pedras de várias toneladas podem rolar a qualquer momento. A Defesa Civil que já havia alertado os moradores sobre os riscos do lugar onde estavam se estabelecendo — evacuou a área e tomou providencias para que as famílias deslocadas se abrigassem em espaços provisórios enquanto durem as obras de contenção.

A partir daí, repete-se o quadro que vemos por todo o país diante de catástrofes semelhantes — sejam elas deslizamentos, enchentes ou de qualquer outra natureza. Alguns moradores têm de ser retirados quase à força e, na primeira oportunidade, voltam aos locais de onde foram obrigados a sair. Mesmo correndo grandes riscos, muitas vezes não conseguem seu objetivo: defender o que é seu, tudo o que têm na vida. Não podem contar com um policiamento eficiente para proteger os parcos bens, adquiridos com tanta dificuldade. 

Os ladrões são mais rápidos. Em poucas horas, saqueadores já arrombaram e depenaram as casas, levando roupas, móveis, eletrodomésticos. O tão celebrado homem cordial brasileiro mais uma vez revela sua compaixão zero. E nisso não é diferente dos saqueadores que fizeram algo parecido em Nova Orleans após a passagem do furacão Katrina. Analistas falam em refreamento da solidariedade e da empatia. Ou acirramento da competição e da hostilidade. Em terras tupiniquins, somada à mais absoluta certeza de impunidade. Até mesmo com as desculpas cínicas desse personagem bem nosso, o ladrão coitadinho, que também é carente de tudo e precisa pensar no amanhã de sua família, ou acha que nesse caso não haveria lei proibindo, já que eram bens abandonados, largados, deixados para trás, sem dono.

Em outra escala, algo disso se repete nos desvios de merenda escolar ou de doações para vítimas de enchentes, e no que agora ocorreu após o rompimento da barragem em Mariana. Chega a ser inacreditável. Antes de mais nada, roubar máquinas que trabalhavam para começar a minorar os efeitos de uma tragédia dessa dimensão é falta de compaixão e de responsabilidade cívica em grau extremo, indigna da espécie humana. Qualquer bando de cachorros vadios tem mais sentido de coletividade.

Então uma quadrilha consegue roubar do canteiro de obras as retroescavadeiras e demais máquinas que lá estavam, sendo utilizadas para começar a recuperar o terreno destruído e recoberto da lama de dejetos? Tantas assim? Tão grandes? Tão lentas? Sem deixar pistas? Ninguém se deu conta? Foram abduzidas pelo ET de Varginha, que anda atacando novamente? Não dá para imaginá-las sendo removidas de balão ou helicóptero, sem serem detectadas pela Polícia Rodoviária. Ou, como nas histórias em quadrinhos, de super-heróis e supervilões, sendo borrifadas de tinta invisível ou sofrendo os efeitos de um raio desintegrador que só iria reintegrá-las muito longe, talvez no Planeta Mongo. A não ser que estejam em algum esconderijo subterrâneo, junto com as vigas de concreto roubadas da Avenida Perimetral, nas barbas de todo mundo, e jamais localizadas
.
Como ninguém percebeu algo dessa dimensão? Dá para acreditar nessa história mal contada? A ousadia de uma ação dessas só se explica se houver a certeza absoluta da impunidade. Da mesma forma que esses desvios de milhões do dinheiro publico, de que o país não para de tomar conhecimento. Tudo amparado na convicção de que a lei não é para valer, sempre pode ser burlada — experiência que se repete na vida do cidadão. Ou se repetia, o que só confirma a importância da Lava-Jato e do julgamento do mensalão.

Mas as leis físicas se impõem nas barragens que se rompem, nas encostas que deslizam com as chuvas, nos rios assoreados que inundam cidades impermeabilizadas onde suas águas não encontram a porosidade da terra. Ou na poluição do ar pelos combustíveis fósseis ou pelo pó de minério ao longo das ferrovias de mineradoras. Ou no esgoto que emporcalha as praias brasileiras, de Santa Catarina ao Maranhão, passando pela triste Baía de Guanabara. Também as leis da economia, em sua inexorável matemática, estão mostrando no que dá gastar mais do que se ganha ou fingir que se cresce sem produzir mais.

Só que essas leis físicas ou matemáticas não cedem a argumentos, slogans ou chicanas, nem estão sujeitas a serem compradas por quem dá mais — como os depoimentos e investigações da Lava-Jato estão revelando que acontece com emendas enxertadas em medidas provisórias, às escondidas, mediante propina a políticos, uma das mais repugnantes práticas de corrupção jamais inventadas. A confirmar, para nossa desgraça, que estamos sob o domínio da Lei da Selva. Resta à população aguentar a consequência e lembrar disso na hora do voto. Se não estiver anestesiada.


Por: Ana Maria Machado é escritora - O Globo



segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A pior derrota para Dilma e o PT



Parafraseando Marina Silva, poderíamos dizer que Rousseff “perdeu perdendo” com a vitória de Eduardo Cunha na Câmara
A vitória do conservador Eduardo Cunha, que conquistou a presidência da Câmara de Deputados do Brasil na primeira votação e com folgada maioria, significa a maior das derrotas para o Governo da presidenta Dilma Rousseff e para seu partido, o PT.

Parafraseando a ecologista Marina Silva, que criou a frase de que se pode “ganhar perdendo” e “perder ganhando”, poderíamos dizer que Rousseff, ganhadora das últimas eleições presidenciais, não apenas sofreu sua primeira grande derrota política, mas também “perdeu perdendo”.  Se não tivesse caído na tentação de minar com todas as forças de seu Governo a candidatura do conservador Cunha, que pertence ao maior de seus partidos aliados e não à oposição, no lugar de ter mantido a neutralidade, poderia ter “perdido ganhando”. Teria sido um sinal democrático de que o poder Executivo respeita as decisões soberanas do outro poder independente, o Legislativo.

O Governo preferiu, no entanto, o confronto e lançou contra esta candidatura a do petista. Chinaglia convencido de que acabariam derrotando o candidato rebelde da maioria. Perdeu o Governo e perdeu o PT, revelando-se mais uma vez que os dois se encontram em um dos momentos mais críticos da política dos últimos anos, e que já não possuem no Congresso a força de antes. Uma força que, talvez por ter sido usada esquecendo-se às vezes da independência que deve ter a Câmara que representa a nação, acabou criando ressentimentos e conflitos de poder que desembocaram em traições até dentro dos 10 partidos que oficialmente apoiam o Governo.

A derrota desse “perder perdendo” poderia ser menor se o Governo e o PT soubessem agora aceitá-la como um sinal de alerta, de que a complexa e confusa política brasileira está mudando para o bem ou para o mal, e que os velhos truques, as bajulações e as ameaças não servem mais para continuar ganhando.  O estrondoso aplauso ao resultado da vitória de Cunha que ecoou na Câmara deveria ser um aviso grave ao Governo de que não poderá continuar tratando o Legislativo como se fosse um poder independente, mas ao mesmo tempo, de algum modo, submetido ao Governo.

Preferir ignorá-lo seria a pior das respostas. O Governo e o PT enfrentarão tempos difíceis. O rosário de crise que ataca a economia do país com ameaças de recessão e possíveis racionamentos de energia e água, dois elementos explosivos para toda a população, obrigarão o Governo a tomar medidas que poderiam ser impopulares.  Para isso vai precisar dos votos de um Congresso que sai vitorioso sabendo que o Governo jogou todas suas cartas para derrotar o candidato indesejado.

O Governo viu que a maioria que possui no Congresso, e que foi criada às vezes com o alto preço da corrupção, não é medida somente com os números, já que o anonimato das urnas espreita sempre a tentação da traição. E desta vez ficou evidente para todos que o segundo Governo de Rousseff foi traído quase antes de nascer. 

Fonte: El País – Juan Arias


sábado, 3 de janeiro de 2015

Mensagem ao Sr Ministro da Defesa

Exmo Sr Ministro Jaques Wagner:
Fui, com muito orgulho, Comandante do Regimento Dragões da Independência, a Escolta Presidencial. Todas as vezes em que meus soldados iniciavam ou partiam para o cumprimento de uma das suas inúmeras missões, eu lhes recomendava que trouxessem “nas pontas das lanças os farrapos da vitória”!

O senhor, como qualquer outra pessoa, sabe que as lanças não são mais armas de guerra, nem tampouco os sabres que recentemente foram reincorporados ao patrimônio cultural dos Dragões, assim como as bandeirolas que tradicionalmente ornamentam as pontas das lanças. Trazê-las de volta como “farrapos de glória” tem o simbolismo da vitória, pois se tornam trapos no fragor do entrevero, entre poeira, fumo e sangue!

São, hoje, simbolismos, Sr Ministro. Formas de buscar na realidade do passado a emulação e a responsabilidade moral de fazer jus à herança deixada por nossos antepassados e honrada por nossos antecessores. Ao Exército e às demais Forças Armadas do Brasil não cabe tergiversação no cumprimento das suas missões, pois, para elas, só há um resultado honroso: A VITÓRIA! Elas foram feitas para VENCER e assim tem sido ao longo da HISTÓRIA!

E Só há uma história, Sr Ministro, que não se subdivide em épocas ou missões, ela se encadeia em eventos que se suportam moralmente nos feitos que os antecederam e que, por sua vez, servem de suporte aos que lhe sucedem. A História Militar brasileira é feita de valores perenes e imutáveis e reflete o empenho de seus integrantes na preservação, na prática e no culto dos valores dos Patriotas de Guararapes. As mesmas missões, os mesmos sacrifícios!

A tentativa de dividi-las no tempo – ontem e hoje –, como ideológica e preventivamente têm tentado os integrantes do Foro de São Paulo, é, portanto, inócua, inapropriada e desrespeitosa.
 
Inócua porque jamais conseguirá mudar a natureza dos soldados. Inapropriada porque visa a objetivos ideológicos rejeitados pela Nação e fora do contexto da natureza do homem brasileiro. Desrespeitosa porque desconsidera os valores inarredáveis que fazem respeitadas, em todo o mundo, as Forças Armadas do Brasil!

Recentemente, Sr Ministro, o senhor, como Governador do Estado da Bahia, em atitude moralmente hostil às FFAA, mas coerente com o objetivo estratégico que acabo de desqualificar, trocou o nome de uma escola. Substituiu o nome de um General, antigo Presidente da República, pelo de um terrorista, fanático e sanguinário, cujo ideário macabro, exportado na forma de “manual de guerrilha”, levou inocentes à morte no Brasil e continua a levar em muitas outras partes do mundo!

Que critérios direcionaram o seu pensamento à tomada de uma decisão tão absurda e incoerente com a lógica deste e de qualquer tempo da história da humanidade? Que explicação teria o Sr para nos apresentar de forma a que pudéssemos entender a “sua” lógica?

Chamo a sua atenção para o fato de que grifei a palavra explicação que, para nós, militares, difere completamente de justificativa, ou seja, de antemão, deixo-lhe claro que entendemos que não há perdão para um ato de tamanho desrespeito, pois agride moralmente a história e os valores que fazem das FFAA brasileiras as instituições mais respeitadas e prestigiadas pela sociedade a servem, e demonstram que, na sua escala de comparação, elas valem menos do que um terrorista assassino!

Que argumentos o Sr teria para nos apresentar que justificassem, agora sim, o seu suposto “voluntariado” para ser o intermediário entre as FFAA - pelas quais, aparentemente, o Sr não tem respeito - e o governo, cargo que o Sr ocupa, hoje, na Esplanada dos Ministérios?

Ficam as perguntas que espero ter oportunidade de fazer-lhe pessoalmente e em público durante a sua permanência no cargo.

Educada e respeitosamente,


Paulo Chagas, General de Brigada na reserva, é presidente do Ternuma.
 
PS: Como não tenho o seu endereço eletrônico, tomei o cuidado de enviar esta mensagem à Ouvidoria do MD como "Solicitação".


Transcrito do: Blog Alerta Total