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quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Outra vitória do amor! Flávio Dino no STF. - Percival Puggina

        Com a indicação de Flávio Dino, Lula mostra como o amor torna tudo mais lindo
Onde iria ele encontrar alguém mais simbólico da vitória do amor? Cuidadosamente, escolheu uma pessoa aplaudida por sua cordialidade e afabilidade, que muito contribuirá para amansar a conduta ouriçada de alguns senhores ministros... 
Ao mesmo tempo em que exibe à nação seu sólido compromisso com nossa liberdade de expressão, realiza o sonho de seu saudoso camarada Luís Carlos Prestes, que sempre quis ter um líder comunista raiz sentado no STF.
 
Os adversários que os comunistas mais combatem em suas dezenas de experiências mundo afora ao longo de 106 anos não são indivíduos, não são pessoas concretas com nome e sobrenome. 
Um Estado que adote o comunismo precisa eliminar ou silenciar grupos sociais inteiros. A força do Estado só eventualmente age contra “alguém”, pois seu alcance precisa ser “multitudinário”, para usar a palavra da moda após as prisões e julgamentos em massa referentes aos eventos de 8 de janeiro. Então, para o governo, é bom colocar no Supremo um jurista com essa visão pragmática de como a banda deve tocar.
 
Quero sublinhar três problemas que antevejo como decorrentes da indicação. 
O primeiro se refere ao ciúme que Flávio Dino vai suscitar. 
Como reagirá o ministro Alexandre de Moraes quando perceber que mão visivelmente mais pesada que a sua chega à Casa com ganas de provar serviço? 
Quem vai mostrar mais os dentes?

O segundo, diz respeito aos cidadãos bem-aventurados que têm “fome e sede de justiça” e consciência da importância dos tribunais superiores. Nestes muitos, se consolida a ideia de que não serão saciados por quem tem fome e sede de poder.

O terceiro diz respeito aos milhões que a elite política governante e sua torcida organizada gostariam de ver surdos e mudos, ou idiotizados no sofá da sala, assistindo à Globo. 
Digo isso porque não será fácil convencer o Senado que o ministro Flávio Dino é tão manso e pacífico quanto ele se revelará nas audiências com senadores e na sabatina final. 
 Pode ser difícil aprová-lo e tudo que é difícil para o governo no Congresso custa caro para a sociedade. 
É nosso dinheiro ganhando asas e tomando rumo que gera as maiorias conseguidas pelo governo no parlamento. 
E não vejo motivos para que seja diferente no caso de Flávio Dino.

Isso é firmeza de caráter. A maioria tem seu padrão de conduta e não abre mão. Aliás, é sobre isso que escrevi desde que sentei para desabafar neste texto, usando sarcasmos e ironias para ser menos depressivo.

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

 

 

sábado, 24 de junho de 2023

Pé no freio - Gilberto Simões Pires

MODO PÉ-NO-FREIO

No editorial de ontem, 22, - O QUE APONTA O MONITOR DA FGV SOBRE O PIB BRASIL-, traduzi para os leitores o cenário econômico apontado pelo - MONITOR DO PIB-, elaborado e divulgado pelo IBRE/ FGV, dando conta que a economia brasileira, assim como também acontece na maioria dos países industrializados, está em - MODO - PÉ NO FREIO-.  

FLUXO DE CAPITAL ESTRANGEIRO: QUEDA DE 28% EM QUATRO MESES

Pois, para confirmar o cenário de DESACELERAÇÃO ECONÔMICA, o editor de economia da Gazeta do Povo publicou hoje um artigo dando conta de que após recorde em 2022, o FLUXO DE CAPITAL ESTRANGEIRO APORTADO NO SETOR PRODUTIVO DO BRASIL CAIU 28,3% nos quatro primeiros meses de 2023 na comparação com o mesmo período do ano passado.

ABRIL: QUEDA DE 70,3%

O saldo do chamado INVESTIMENTO DIRETO NO PAÍS (IDP) entre janeiro e abril deste ano, o primeiro da atual gestão (?) de Lula, foi de US$ 24,3 bilhões, contra US$ 33,9 bilhões em intervalo equivalente de 2022, quando o Brasil era governado por Jair Bolsonaro e o Ministério da Economia era tocado pelo competente Paulo Guedes. 

Mais: considerando apenas o mês de abril, dado mais recente consolidado pelo BC, o APORTE LÍQUIDO DE INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS FOI DE US$ 3,3 bilhões, ante US$ 11,1 bilhões no mesmo mês do ano passado – uma queda de 70,3%. Que tal? 

PORTO SEGURO

Aqui entre nós: não é difícil entender que a -vitória- de Lula na eleição presidencial foi o fator determinante para o PÉ NO FREIO. Mesmo levando em conta que os investidores de modo geral já se mostravam receosos, o fato é que o Brasil, com Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, era um PORTO SEGURO INTERESSANTE E RENTÁVEL, notadamente para INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA, que, diga-se de passagem, boa parte já estava CONTRATADO.

 Ponto Crítico -  Gilberto Simões Pires

 


quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Cuidado: os inimigos do Brasil são muitos, são poderosos e estão dispostos a tudo - Gilberto Simões Pires

SOCIEDADE EM MODO - PERPLEXA-
Ontem à noite, quando ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou que uma AUDITORIA contratada pela campanha eleitoral de JAIR BOLSONARO constatou que o número de INSERÇÕES DA PROPAGANDA ELEITORAL -OBRIGATÓRIA- em RÁDIOS de todo o Brasil foi ACENTUADAMENTE MENOR do que manda a Legislação, a sociedade brasileira entrou em MODO -PERPLEXA-. 
Segundo Farias, até o dia 21 de outubro foram mais de154 MIL INSERÇÕES A MENOS, sendo que só no NORDESTE DO PAÍS foram mais de 29 MIL INSERÇÕES A MENOS.

DISPOSTOS A MUITO MAIS DO QUE TUDO
Ora, enquanto todos nós olhávamos com MUITA DESCONFIANÇA para as URNAS ELETRÔNICAS, imaginando que o sistema de apuração concentrava o RISCO de existência de FRAUDE ELEITORAL, eis que surge esta GRAVE DENÚNCIA para provar que os INIMIGOS, além de NUMEROSOS E PRA LÁ DE PODEROSOS estão UNIDOS E DISPOSTOS A TUDO, ou até MUITO MAIS DO QUE TUDO, para emplacar o LulaLadrão como o vitorioso no próximo domingo. 

A FRAUDE JÁ ESTÁ FEITA
Como se sabe, a PROPAGANDA ELEITORAL se encerra nesta quinta-feira, 27. Até lá, mesmo que o TSE julgue (pouco provável) que houve FRAUDE no tocante às INSERÇÕES QUE NÃO FORAM LEVADAS AO AR, não haverá tempo suficiente para recuperar o que os criminosos fizeram com o objetivo de beneficiar o candidato ladrão. Ou seja, a FRAUDE JÁ ESTÁ FEITA E, INFELIZMENTE, NÃO HÁ COMO RECUPERAR O PRODUTO DO ROUBO.[talvez haja; comprovada a fraude e a impossibilidade de recuperar o produto do roubo, resta uma única solução: ADIAR O PROCESSO ELEITORAL, pelo prazo necessário, que estimamos em no máximo 30 dias. Não tem sentido realizar eleições em que um dos lados foi visivelmente prejudicado.
O importante é que a denúncia chegou em tempo hábil - eventual demora no julgamento também estão, em nossa opinião, entre as que podem adiar o pleito.]

ORQUESTRAÇÃO DE FORÇAS INIMIGAS
Quando digo que os INIMIGOS SÃO NUMEROSOS, PODEROSOS E ESTÃO DISPOSTOS A TUDO, estou me referindo, por exemplo, a uma fantástica ORQUESTRAÇÃO DE FORÇAS INIMIGAS, onde cada uma cumpre à risca o seu papel de CRIMINOSO. 
Começando, por exemplo, pelo ministro Luis Roberto Barroso, que CONFESSOU PUBLICAMENTE que -ELEIÇÃO NÃO SE VENCE, SE TOMA!-. A seguir, como se viu desde o início de 2019, grandes empresas de comunicação se organizaram em forma de CONSÓRCIO com o propósito de criar NARRATIVAS FALSAS E/OU CRIMINOSAS sempre voltadas para desacreditar o governo BOLSONARO.

INIMIGOS ORGANIZADOS
Mais: boa parte dos ocupantes do Congresso Nacional aprovaram CPIs ABSURDAS, e PAUTAS BOMBAS, como o ORÇAMENTO SECRETO, além de outras barbaridades. 
Também se juntaram aos ORGANIZADOS INIMIGOS os INSTITUTOS DE PESQUISA, cujo papel -bem conhecido- tem sido o de FABRICAR NÚMEROS com o propósito de influenciar ao máximo os eleitores menos esclarecidos.  
Pois, para completar o time de INIMIGOS, O PODEROSO JUDICIÁRIO entrou em cena e sem dar a mínima para a Constituição Federal, tratou de criar e aplicar LEIS -MAGNAS- absurdas, além de promover repugnantes ATOS DE CENSURA, voltados exclusivamente para beneficiar o COMUNISTA luLadrão.

FOCO: FALTAM APENAS 5 DIAS
Pois, mesmo dentro deste CLIMA TERRÍVEL a ORDEM É RESISTIR. Não esqueçam: faltam apenas 5 DIAS para o segundo turno. Até lá nada pode nos afastar do FOCO NA REELEIÇÃO DE JAIR BOLSONARO
O Brasil, mais do que nunca, precisa de nós. Vamos em frente. A VITÓRIA está ao nosso alcance. Vamos vencer os terríveis INIMIGOS DO BRASIL.
 
Ponto Crítico - Gilberto Simões Pires

 

 

sexta-feira, 20 de maio de 2022

O tamanho da vitória na privatização da Eletrobras - VOZES

J.R. Guzzo

Derrota do atraso

Não acontece toda hora – muito pelo contrário – e por isso mesmo chama atenção quando acontece: o Brasil e os brasileiros acabam de ganhar uma entre as muitas batalhas que perdem para a máquina estatal e a todo-poderosa federação de interesses que tira proveito dela. 
Enfim, após anos e anos de batalha, enfrentando contestação enfurecida, o bombardeio de sindicatos, procuradores, juízes, ministros e políticos, e os mais agressivos atos de sabotagem, o governo conseguiu aprovar a privatização da Eletrobras – um dinossauro que, como outros, atenta contra o interesse público, serve à corrupção e ao empreguismo, e retarda a produção e a distribuição de energia no país.

Como ocorreu na lei do saneamento, que abriu para a iniciativa privada o investimento num setor em que o Estado não fazia nada e não deixava que ninguém fizesse, a privatização da Eletrobras vai influir de forma decisiva na evolução da economia brasileira. É, como no caso do saneamento, uma libertação.

A partir de agora, com a entrada efetiva de capitais privados na área de energia, o Brasil ganha algo de que estava desesperadamente necessitado, e que a pátria das empresas estatais impedia: investimentos em volume mais adequado às imensas necessidades do setor. O Estado não tem a capacidade de fazer isso; quanto mais arrecada em impostos, mais gasta com a sua própria máquina e menos tem para investir em projetos de interesse público. Ajuda a prosperidade das castas que sugam o Tesouro Nacional. É um desastre para a prosperidade do Brasil.

As gangues que guerrearam sem trégua contra a privatização da Eletrobras, que será feita com a emissão para os investidores de novas ações na companhia, fizeram tudo o que era possível para sabotar o processo. Desta vez, porém, tiveram pela frente uma das mais competentes, decididas e persistentes equipes de privatização jamais montadas num governo brasileiro.

Resistiram até o último instante, com guerrilha legal, chicanas políticas e o resto do seu repertório, ao impecável trabalho técnico feito no caso pelo governo. No fim, perderam por 7 a 1 no Tribunal de Contas da União – um fenômeno, realmente, pois em geral esse é o placar que o governo obtém contra as suas causas nas altas instâncias do poder Judiciário em Brasília.

O maior inimigo do povo brasileiro, sobretudo depois da Constituição de 1988, é o Estado e a multidão de parasitas que vivem e enriquecem às suas custas. Desta vez eles perderam, como no caso do saneamento, mas estão muito longe de largar o osso.

Basta ver a presente campanha eleitoral, em que um dos candidatos apresenta a reestatização do que foi privatizado, e a criação de novas empresas estatais, como uma das joias do seu projeto de governo. O Brasil Velho está mais vivo do que nunca. Acha que o que tem é pouco. 

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

sábado, 20 de novembro de 2021

A negação do jornalismo - Jovem Pan

J.R. Guzzo

Existência do ‘consórcio da imprensa’ é a negação do jornalismo e a vitória do conformismo de rebanho

A impressão é que o sonho de muito jornalista brasileiro é trabalhar num grande Pravda nacional, com redação única e Lula na cadeira de redator-chefe [entre as centenas de erros cometidos pelo tal consórcio, está o de muitas vezes apresentar como atuais dados já veiculados em prazo superior as 24h.]

Andrys/PixabayDiariamente, veículos da imprensa brasileira se juntam para divulgar os mesmos dados a respeito da Covid-19

Parece destinada em breve ao cemitério, por falência progressiva dos motivos que tinha para manter-se viva, uma das piores ideias que a imprensa brasileira já teve em seus duzentos e poucos anos de existência. Com a diminuição dos casos de Covid-19, e o seu desaparecimento das manchetes e do horário nobre da televisão, pode estar caindo em exercício findo, como se diz em português de funcionário público, o “consórcio” dos principais veículos da mídia brasileira para divulgar em conjunto os mesmos números diários sobre mortos na epidemia. Virou uma coisa de religião. Só esses números, segundo os jornalistas, são (ou eram) a verdade, o caminho e a luz. Ficou a cargo do “consórcio”, desde o dia em que foi criado, o direito exclusivo de dizer quantas pessoas tinham morrido na véspera nenhum outro poderia ser admitido, sob pena de incentivo ao genocídio e sabe lá quanta desgraça ainda pior. Não haveria mais perigo, a partir daí, de que “o Bolsonaro inventasse números e acabasse, em sua estratégia de “desinformação”, com os objetos de desejo mais intensos que a imprensa brasileira já teve em tempos modernos: o “fique em casa”, a máscara e o uso do álcool em gel.

Durante meses a fio, ou até mais, era o momento do dia mais empolgante para muito jornalista deste país: a hora de fechar os mortos da edição com o número sagrado que baixava do “consórcio”. Quanto mais alto o número, maior a alegria nas redações, secreta ou sem disfarce. Yesssss!”, exultava-se intimamente, a cada vez que os números produzidos pelo “consórcio” batiam recordes – diários, mensais, quinzenais, nos dias ímpares, nos dias de chuva, nas vésperas de feriados, nos dias santos e por aí afora. Era sinal, então, que a Covid continuava à toda. Isso, no tumulto mental de muito comunicador, iria enfraquecer o governo Bolsonaro, apressar o fim do capitalismo e dar um impulso decisivo nas lutas pela diversidade, por mais terras para os índios e contra o aquecimento global. [a propósito lembramos que jornalistas famosos, ou que se consideravam importantes, além do prazer obtido com os recordes no número de mortos (a possibilidade de orgasmos virtuais não pode ser descartada) que justificativa até o encerramento do 'velório'  noticioso, na penumbra mortuária) ainda - padecem dos malefícios de tentar 'derrubar' o capitão, tarefa impossível,  por se basear em crimes que não ocorreram.
Só que de tão azarados, tudo conspira contra eles. Vejamos: 
tentaram a covid-19, fracassaram, se tornaram ridículos e levaram ao descrédito o veículo que servem;
- tentaram atribuir ao capitão  o genocídio só que faltaram os cadáveres;
- tentaram criar a crise hídrica e "deram com os burros n' água" - graças a DEUS e a São Pedro as chuvas são fartas;
- tentaram  o 'apagão energético' - tipo o ocorrido no incompetente governo do ex-presidente sociólogo  - fracassaram.
Mesmo assim,  tentaram a narrativa dos incêndios no 'pantanal' e outras florestas = coisa que só a mídia militante pode tentar criar: incêndios em áreas encharcadas - consequência das abundantes chuvas.]

Onde foi parar a vontade de competir e de dar matéria melhor que a do competidor?

Foi um momento de ruptura violenta com a vida inteligente, mas, até aí, tudo mais ou menos bem – são coisas que acontecem e depois, com o passar do tempo, se dissolvem em sua própria mediocridade orgânica. O que chama a atenção no “consórcio de mídia” é a brutalidade do equívoco profissional cometido por quem imaginou e criou esta deformidade. É simples. O consórcio é a própria negação da ideia mais elementar do jornalismo independente: a capacidade, por parte de cada órgão de imprensa, de apurar, escrever e publicar as notícias que julga de interesse para o público, sem consulta aos vizinhos, sem a sua licença e sem a interferência de ninguém. Não deveria ter existido, em nenhuma circunstância – até por uma questão mínima de amor próprio.
 
Os editores, nesse episódio, não apenas levaram os veículos a abrir mão do principal patrimônio que podem ter: a sua identidade como órgão de fé pública. Nessa condição, espera-se que um jornalista não renuncie à sua liberdade de publicar o que acha correto para os leitores, ouvintes ou espectadores – e que assuma a responsabilidade plena pelo que está publicando. 
Os criadores do “consórcio” deram, além disso, uma demonstração de vacilo profissional. 
Por que pedir ajuda ao concorrente para publicar uma notícia? 
Será que a gente não tem competência para apurar as nossas próprias informações?  
Onde foi parar a vontade de competir e de dar matéria melhor que a do competidor? 
É a vitória do conformismo de rebanho – o importante é obedecer a ordens, ser igual ao colega, aceitar, colocar “limites” na liberdade individual, seguir um comando político. Disso não sai nada que preste. Só um Saara mental – um deserto sem sombra, sem vida e sem alegria.
Não adianta nada, obviamente, dizer que cada órgão de imprensa tem um representante no “consórcio”. Por que diabo, então, o representante não entrega ao seu próprio veículo o que está entregando ao “consórcio”? 
A partir daí, cada veículo que cuide da sua vida e trate de fazer mais e melhor que a concorrência. 
Se é para o sujeito colaborar com o conjunto e doar a todos os outros membros do “consórcio” a sua informação, em vez de levá-la ao lugar onde ele próprio trabalha, por que tanto jornal, rádio ou emissora de televisão assim? 
Por que quando cai um avião, por exemplo, não se junta todo mundo para dar o mesmo número de mortos e feridos? 
Vidas são vidas, é o que a mídia diz sem parar há quase dois anos. 
Morto de desastre de avião seria menos importante, então, que morto de Covid? [o nexo está que o consórcio foi criado em uma tentativa infrutífera de derrubar o presidente da República Federativa do Brasil - JAIR MESSIAS BOLSONARO.]
Não faz nexo. É uma busca inédita, insaciável e irracional pelo coletivo; a impressão é que o sonho de muito jornalista brasileiro é trabalhar num grande Pravda nacional, com redação única, Lula na cadeira de redator-chefe e nenhum outro veículo em circulação

Seria difícil, tempos atrás, acreditar que um jornalista poderia se tornar um defensor da proibição de dar notícia

É a mesma coisa, ou uma ideia ainda pior, com as “agências de verificação” que se dedicam a verificar aquilo que os seus donos consideram “notícias falsas”, ou fake news. São os censores de 2021 – uma criação não da autoridade pública nos regimes de força, como sempre é o caso nos mecanismos de censura, mas dos próprios jornalistas. Seria difícil, tempos atrás, acreditar que um jornalista profissional pudesse se tornar um defensor extremado da proibição de dar notícia ou do castigo, inclusive penal, para quem publicar notícias proibidas pelas “agências”. Mas é isso, exatamente, o que aconteceu. Grupos particulares, sem identidade jurídica ou fiscal, sem diretores legais ou endereço, deram a si próprios o direito de dizer o que é verdade e o que é mentira em tudo o que a mídia publica ou pode publicar. É claro que têm um viés político, e mais claro ainda que viés é esse: não há uma única agência de fake news fazendo vigilância sobre notícias falsas contra o governo federal, por exemplo. Todas, sem exceção, variam da esquerda para a esquerda. “Falso”, naturalmente, é tudo aquilo que o grupo não quer que seja publicado. 

Ao se associarem às “agências de verificação”, os órgãos de imprensa, mais uma vez, estão entregando a terceiros uma parte essencial de sua alma: definir sem interferência de ninguém o que é correto e, portanto, passível de publicação. Um veículo de respeito está aí para isso: apurar as suas próprias informações, publicar o que considera fiel aos fatos e assumir a responsabilidade pelo que publicou. “Se saiu impresso, ou foi ao ar, é porque nós fizemos o nosso trabalho, verificamos exatamente o que aconteceu e garantimos que isso aqui é verdade. É por esse motivo que o público paga para ter acesso ao que nós publicamos. É esse o nosso trabalho. Não é o governo, nem uma empresa, nem uma entidade qualquer, seja qual for, que está nos instruindo ou autorizando a dizer isso ou aquilo; somos nós mesmos.”  

Um órgão de imprensa de verdade não precisa de agência de fake news – faz o seu trabalho de verificação por conta própria, e o selo de qualidade de suas informações não tem de ser dado por ninguém, a não ser por ele mesmo. Também não faz o papel de polícia do conteúdo alheio, e nem terceiriza a própria credibilidade. Se essa ou aquela notícia não sai, é porque os jornalistas deste ou daquele veículo constataram que ela não é verdadeira; não é porque a “agência de verificação” não deixou. Não dá para entregar a outros, para quem está interessado em fazer jornalismo a sério, a tarefa de apurar nada do que é publicado. Ou você é responsável por tudo o que publica, ou não é. Não há meio termo.

J. R. Guzzo,  jornalista - coluna na Jovem Pan

 

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

O Sete de Setembro, a presença popular e a radicalização acirrada - Gazeta do Povo

Editorial

Bolsonaro discursa em Brasília, durante manifestação no dia 7 de setembro

Para alívio dos autênticos democratas e, talvez, frustração dos que davam como certo o mergulho do Brasil no autoritarismo nesta terça-feira, as manifestações do Sete de Setembro em apoio ao governo federal – especialmente os atos de Brasília e São Paulo – transcorreram de forma majoritariamente pacífica. Com exceção de um pequeno incidente envolvendo manifestantes que tentaram furar um bloqueio na Praça dos Três Poderes, não houve tumulto ou violência, muito menos o “autogolpeque formadores de opinião contrários ao governo prometiam para a data. Ainda assim, este momento, que deveria representar o início de uma muito necessária distensão, infelizmente deve contribuir para o acirramento da polarização e da radicalização.

Leia Também: O pedido de impeachment de Alexandre de Moraes e o papel do STF na crise institucional (editorial de 21 de agosto de 2021) 

Bolsonaro, o TSE e uma escalada preocupante (editorial de 5 de agosto de 2021)

A forte presença popular – não de baderneiros, mas de brasileiros comuns com suas famílias – pede uma leitura correta. Diante das manifestações desta terça, há duas atitudes errôneas. A primeira delas é simplesmente desqualificar os participantes dos eventos como radicais e desconsiderar o que ocorreu – repetindo, aliás, a reação inicial de boa parte do mundo político e midiático em 15 de março de 2015, data da primeira grande manifestação contra o governo Dilma Rousseff, quando milhões de brasileiros foram às ruas; na ocasião, houve tentativas ou de minimizar a dimensão dos atos, ou de distorcer a pauta dos manifestantes, como se eles estivessem nas ruas por outra razão que não a roubalheira petista.  

Também agora, não há como ignorar que, além dos que foram às ruas, há muitos outros que compartilham de uma mesma insatisfação quanto ao futuro das liberdades democráticas no Brasil e quanto aos excessos recentes cometidos pelo Supremo Tribunal Federal – excessos que, surpreendentemente, continuam ignorados ou são até aplaudidos por muitos setores da imprensa e da sociedade, incapazes de compreender o apagão da liberdade de expressão em curso no Brasil. Os abusos dessa liberdade existem, mas precisam ser identificados corretamente e coibidos nas instâncias adequadas; o que está havendo, no entanto, é uma repressão generalizada, dirigida indiscriminadamente contra um único lado do espectro ideológico, em que uma corte acumula funções de vítima, investigador e julgador, além de implantar um “crime de opinião” no país.

O país padece de uma cegueira seletiva: a aversão ou o apoio ao governo tornam impossível, a uns, perceber como o Supremo efetivamente tem instalado um clima de censura; e, a outros, perceber como o discurso de Bolsonaro é mais que um flerte óbvio com a ruptura antidemocrática. Mas, da mesma forma, não se pode ler a participação massiva neste Sete de Setembro como uma carta branca para que Jair Bolsonaro tome qualquer atitude que saia das já famosas “quatro linhas da Constituição”. No passado, o petismo já quis fazer crer que dezenas de milhões de votos eram uma espécie de respaldo para que o PT pudesse fazer de tudo no Planalto, inclusive depredar as instituições e submeter o Estado ao partido. Mas, assim como votação massiva não autoriza nenhum partido a saquear o país, povo na rua também não autoriza nenhum líder a tomar atitudes que causem ruptura democrática. Por mais que haja defensores dessa ruptura entre os manifestantes – e desde 2015 tem sido assim –, esta minoria não pode ser entendida (nem por defensores, nem por detratores) como a voz predominante nos atos de terça-feira.


O brasileiro que vestiu verde e amarelo e foi às ruas na terça-feira quer respeito às liberdades democráticas, mas também quer vencer a pandemia, quer deixar a inflação para trás, quer a estabilidade que traz a confiança necessária para os investimentos que gerarão emprego e renda, para o Brasil voltar a crescer. E isso só será possível quando os protagonistas das rusgas recentes forem capazes de baixar as armas, o que até agora não ocorreu e, provavelmente, continuará não ocorrendo, já que os dois lados resolveram dobrar as apostas.

Do lado do STF, infelizmente o ministro Alexandre de Moraes intensificou o ímpeto repressor, com novas ordens de prisão e bloqueio de contas bancárias de entidades do agronegócio por apoiarem financeiramente as manifestações desta terça-feira. Já o presidente Jair Bolsonaro segue insistindo em pronunciamentos que acirram ânimos e insinuações sobre a lisura do processo eleitoral, sobre a própria possibilidade de não haver eleições em 2022, e sobre possíveis rupturas institucionais. Neste sentido, é, sim, muito preocupante o uso, em Brasília, de termos como “ultimato”; a afirmação feita, também na capital federal, de que “ou o chefe desse poder [Luiz Fux, presidente do STF] enquadra o seu [Moraes] ou esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos”; e a repetição, em São Paulo, da afirmação de que ele só tem como destino a prisão, a morte ou a vitória na disputa em 2022, deixando no ar a possibilidade de uma solução de força em caso de derrota eleitoral.

São ações e discursos que fazem o país inteiro sair perdedor. As liberdades de expressão e opinião não serão plenamente restabelecidas pelo STF, e o discurso agressivo de Bolsonaro, mantendo a tensão institucional, seguirá balançando a democracia brasileira, com reflexos negativos, tanto políticos quanto econômicos, se não houver profunda lucidez da parte de todos os demais agentes sociais. O Brasil precisaria de protagonistas que trabalhassem pela conciliação, pelo entendimento e pelo país, e não de personagens preocupados apenas com a reafirmação do próprio poder. Mas a reconciliação só é possível quando se reconhece haver erros de ambos os lados. O país padece de uma cegueira seletiva: a aversão ou o apoio ao governo tornam impossível, a uns, perceber como o Supremo efetivamente tem instalado um clima de censura, abafando a liberdade de expressão no país; e, a outros, perceber como o discurso de Bolsonaro é mais que um flerte óbvio com a ruptura antidemocrática. É preciso que todos os personagens principais, os formadores de opinião, os cidadãos brasileiros – removam essas vendas para que o país seja capaz de retomar o rumo certo.

Editorial - Gazeta do Povo

 


sábado, 3 de julho de 2021

O POVO BRASILEIRO QUER MESMO A DEMOCRACIA? Ponto Crítico

Gilberto Simões Pires

DÚVIDA CRUCIAL

Quem se dispõe a analisar um pouco daquilo que se passa no complicado AMBIENTE POLÍTICO do nosso empobrecido Brasil, por certo não sairá convencido de que a DEMOCRACIA é o regime que realmente interessa e/ou está no horizonte do povo brasileiro em geral. O momento atual, por tudo que se ouve, lê e assiste, serve para aumentar ainda mais esta dúvida, que deverá persistir até o encerramento da contagem dos votos das Eleições do próximo ano de 2022.

OS LADOS

O fato, que estimula sobremaneira esta imensa dúvida, é a seguinte: de um lado há um número expressivo de brasileiros ocupando ruas e redes sociais com o propósito de manifestar constantemente um total apoio ao presidente - DEMOCRÁTICO -; 
e, de outro há um poderoso AGRUPAMENTO formado por inúmeras organizações e/ou instituições com PODER INCOMENSURÁVEL, com apoio total e irrestrito de boa parte da mídia, com dois claros PROPÓSITOS: 1- DERRUBAR O PRESIDENTE a qualquer custo;      e, 2 - emplacar triunfalmente a volta do SOCIALISMO, que sabidamente jogou o nosso país no mais puro arcaísmo.

 FORÇAS PODEROSAS A FAVOR DO SOCIALISMO

Pois, neste ambiente pra lá de complicado, ainda que ambos os lados se mostrem confiantes na obtenção da pretendida vitória, uma coisa está mais do que evidente: a poderosa FRENTE DE OPOSIÇÃO conta com as mais variadas decisões da maioria dos celestiais ministros do STF, que, sabidamente, estão acima da Constituição. Com esta FORÇA PODEROSA a favor do SOCIALISMO, o POVO ORDEIRO e DEMOCRÁTICO, se não se rebelar exemplarmente, acabará sendo derrotado.

TABULEIRO MONTADO

Atenção: sem a menor pretensão de aumentar ainda mais a preocupação daqueles que estão confiantes de que o ideário LIBERAL/CONSERVADOR vai lograr êxito nas próximas eleições, uma coisa o AGRUPAMENTO DE OPOSITORES, que não suportam a presença, nem mesmo tímida, do LIBERALISMO, já está com o tabuleiro montado, cujo escancarado propósito se propõe pela volta imediata do SOCIALISMO.  [eles, os malditos socialistas e outros istas sinistros, já perderam várias vezes e, se tentarem, perderão novamente. 
Eles nunca, jamais, conseguirão fazer no Brasil, o que Mao, o infame, fez na China.]

VITÓRIA A QUALQUER PREÇO

Vejam que, além da CPI da Covid, que sabidamente foi montada com o exclusivo propósito de enfraquecer e, se possível, derrubar o presidente do país, o TSE, com o apoio do AGRUPAMENTO DE OPOSITORES já deixou bem claro que não admite a mínima possibilidade de haver VOTO AUDITÁVEL. Ou seja, os SOCIALISTAS estão focados: o que interessa é a vitória. VITÓRIA A QUALQUER PREÇO.

Ponto Crítico - Gilberto Simões Pires

 

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Bolsonaro, o homem e seu tempo

Jair Messias Bolsonaro, o 38º presidente do Brasil, é o homem que captou o espírito do seu tempo, aquilo que os cientistas passaram a resumir na expressão alemã “Zeitgeist” para refletir as manifestações intelectuais, políticas e culturais de uma determinada época e geração. Bolsonaro parece ter entendido, como poucos candidatos, o clima de expectativas e necessidades dos eleitores que foram às urnas. Venceu contrariando todas as previsões, no bojo de um partido nanico, sem campanha, sem tempo de TV, sem alianças partidárias representativas, com parcos recursos e uma massa de opositores que se mantém numerosa. Há pouco mais de um ano, quando iniciou a caminhada, ninguém enxergaria qualquer chance nessa candidatura.

Quando tentou, pouco antes, a presidência da Câmara dos Deputados contra Rodrigo Maia, do DEM, obteve meros quatro votos dos parlamentares. Tinha dificuldades para encontrar uma legenda que o abrigasse e até mesmo um nome a vice. Era tido como personagem pitoresco, movido a arroubos radicais. Um xenófobo, homofóbico e racista de carteirinha, que abominava as liberdades de gênero e opinião, com um temperamento provocador, instigando emoções extremas. Bolsonaro erigiu, mesmo assim, um personagem sob medida para uso eleitoral nesse escrutínio. Caiu nas graças do povo, tendo como reflexo mais de 57 milhões de votos – feito extraordinário para quem mal havia emplacado meia dúzia de projetos de lei na longa temporada de quase 30 anos e sete mandatos no Congresso. No fundo, no fundo, Bolsonaro surfou a onda de um sentimento difuso da população, misturando medo e esperança, desencanto e rebeldia. No Brasil, como de resto em boa parte do mundo, há uma espécie de histeria conservadora que impacta a vida das pessoas e coloca de ponta-cabeça comportamentos e princípios, resvalando no retrocesso.

O capitão reformado despontou por encarnar esses valores. A evangelização do moralismo entrou na ordem do dia. Não é difícil encontrar quem aposte em transformações concretas na rotina dos brasileiros por conta dessa ascensão da ultradireita por aqui. Nas escolas, livros didáticos podem ser revistos e o hábito, superado faz tempo, de cantar o Hino Nacional antes das aulas pode voltar a vigorar. [bons tempos aquele; a prática despertava o PATRIOTISMO em milhões de jovens brasileiros;
Até alguns meses atrás, sob as ideias comunistas da esquerda, a frente o lulopetismo, quartel do Corpo de Bombeiros Militar do DF, chegou ao absurdo de por vários dias não hastear a Bandeira Nacional no pátio da unidade. 
Os Estados Unidos é a potência que é por cultivar valores patrióticos, entre eles ser comum naquele país a Bandeira Nacional na frente de residências - exposta e respeitada.]
Na TV, programas de cunho erótico-sexual já começam a sofrer com o fenômeno da baixa audiência. [essa semana, decidi assistir a programação do inicio da noite de uma rede de TV;
em uma novela foi exibido um trecho que valorizava, divulgava,  fazendo verdadeira apologia, o lesbianismo entre duas personagens; 
no programa seguinte foi destacado o perdão de uma personagem ao pai pedófilo que a maltratava quando criança e dado algumas 'dicas' sobre como um homossexual deve revelar aos seus familiares ser portador do homossexualismo;   
para fechar as 'aulas' entrou um outro programa divulgando o sexo, pretendendo dar aulas sobre práticas sexuais, com destaque para as aberrações.]
 Nas ruas, o patriotismo virou moda. Sinal de “novos” velhos tempos. Nos idos de 60, o então presidente Jânio Quadros, tido como um delegado de costumes, celebrizou-se não apenas pela vassoura na mão a varrer corruptos como também por proibir o biquíni na praia e multar apostadores do jogo de bicho e das corridas de cavalo. Queria uma faxina do que encarava como maus costumes, tal qual Bolsonaro tenta hoje. 

Amparado por militares e religiosos, que deram esteio a sua campanha com o viés nacionalista do “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, Bolsonaro se converteu no terceiro presidente dos quadros do exército eleito diretamente pelas urnas. Antes dele, Hermes da Fonseca, ainda na infante República, fez uma gestão marcada pela ocupação dos estados federativos com a missão de combater oligarquias. Eurico Gaspar Dutra, em meados do século passado, que havia montado trincheira de resistência ao Tenentismo – a célebre rebelião de oficiais que saíram em marcha dos quartéis para protestar contra as práticas políticas correntes nos anos 20 –, proibiu o comunismo e mandou intervir nos sindicatos. Essas experiências, um tanto usurpadoras de direitos individuais, sobranceiramente autoritárias, acendem o sinal de alerta sobre eventuais desvios de conduta do futuro mandatário. A partidarização da caserna, seja no Brasil ou em outros países – majoritariamente terceiro-mundistas –, não produziu até aqui exemplos engrandecedores. Ao contrário. Para ficar em um único caso, a Venezuela do comandante Hugo Chaves é o retrato triste da degradação social que essa combinação pode provocar. 

Na teoria pura do Estado, assim como em uma república é imprescindível e inerente a tripartição dos poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) é incompatível a um membro das Forças Armadas, que têm de zelar por tal tripartição, integrar um desses poderes. Salvo na situação do postulante de farda seguir para a reserva antes de almejar qualquer cargo eletivo. Mesmo nessas circunstâncias, como é a de Bolsonaro, a mistura pode ser uma aventura perigosa. A partidarização dos quartéis flerta com a quebra da ordem e da hierarquia, confunde poder originário e derivado e, quase sempre, descamba para a anarquia. O indivíduo talhado no ambiente de rigidez e disciplina dos quartéis, com o apoio das armas, pode se ver seduzido pelo poder desproporcional que o voto e o clamor das ruas lhe entregam e usar indevidamente a soma desses instrumentos.

Está marcado na história, às vezes até em forma de golpes de Estado. Mesmo a “Quartelada”, que levou a derrubada da monarquia e a proclamação da República, traz em seu ímpeto original uma rebelião contra a ordem constituída.  O presidente Bolsonaro, nos novos tempos que se descortinam, precisa dar demonstrações cabais de que vai respeitar as instituições e os ditames da Carta Magna. Necessita de uma vez por todas perceber que há uma grande diferença entre fazer campanha e administrar um país, com as complexidades, diferenças regionais e de pensamento do Brasil. Que o futuro chefe da Nação desça do palanque em paz para governar para todos. Sem rancores ou perseguições indevidas, movido pelo sentimento de verdadeiro estadista que sabe não corresponder ao desejo da maioria, mas que se esforçará para atender aos anseios gerais.

Ele terá de encontrar, pela natureza do posto onde não cabem inspirações tirânicas, novas formas de conciliação e proximidade com o universo ideológico que não compartilha de suas ideias e exprime ainda medo e desencanto. O candidato que catequizou fiéis e foi chamado de “mito” por alguns está devendo grandeza de espírito especialmente quando repudia a crítica.  Soaram mal suas ameaças ao jornal Folha de S. Paulo que, de mais a mais, exerceu a função profícua da liberdade de expressão, pilar da cidadania. 

Acompanhar, debater e fiscalizar os poderes são missões inerentes à imprensa responsável e qualquer mandatário precisa saber conviver com o contraditório desse ou de outros setores da sociedade. Nas retóricas oportunistas, cruamente sinceras, Bolsonaro já afrontou instituições, direitos humanos e o próprio sufrágio que legitimou a sua vitória. Antes de assumir, deve virar a página, modelar o discurso e as práticas. Até por que não recebeu um cheque em branco para governar. Continuará sob o olhar crítico e independente, sem trégua, de todos os guardiões nacionais que, como ele (assim esperamos), zelam pela nossa democracia.

Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três - IstoÉ
 

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Momento histórico na Avenida Paulista pró -Bolsonaro

Momento histórico;  maior manifestação pró-Bolsonaro...

É , por isto, que o Bolsonaro, disse não aceitar , o resultado da eleição, se não for a sua vitoria !!!! 

Atenção, a pesquisa abaixo foi feita pela instituição Paraná Pesquisas e já está registrada no TSE, porém, nenhuma emissora de TV ou jornal quis divulgar. Nova pesquisa da Paraná Pesquisas mostra Bolsonaro na frente em todos os estados mesmo com Lula candidato. *A Globo não quer divulgar.*

Para ver pesquisa na íntegra, estado por estado, clique aqui

sábado, 19 de maio de 2018

Sem respostas há 45 anos, 'Caso Araceli' inspirou Dia Contra o Abuso Infantil



Em 18 de maio de 1973, criança de 8 anos foi raptada, abusada e morta no Espírito Santo. Principais suspeitos foram absolvidos nos anos 80 por 'falta de provas'

“Oito anos, desapareceu sexta-feira, dia 18, às 16h30, quando regressava do Colégio São Pedro”, dizia o panfleto reproduzido na coluna "Coisas da vida", do GLOBO, na edição de 29 de maio de 1973. Começava, então, a ganhar repercussão nacional um dos assassinatos mais hediondos da história do país. No dia 18 de maio de 45 anos atrás, a menina Araceli Cabrera Crespo, de apenas 8 anos, foi sequestrada, drogada, abusada e morta, em Vitória, no Espírito Santo. Os culpados jamais foram punidos, mas, em 2000, a data do crime que eles cometeram se tornou o Dia Nacional do Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.




Caso Aracelli, menina sequestrada, estuprada e morta em Vitória, no Espírito Santo, em 1973 TV Globo/Projeto 2000 / Manchete



Em maio do mesmo ano, em Vitória, Espírito Santo, a menina Aracelli Cabrera Crespo, de 8 anos, saiu da escola para entregar um envelope a uma pessoa jamais identificada, a mando da mãe. Seu corpo foi encontrado seis dias depois num matagal. Ela tinha sido drogada e estuprada. Era o começo de um rumoroso processo. Estavam envolvidas poderosas famílias locais, mas o crime prescreveu sem que os três principais implicados Paulo Helal, Dante Michelini e seu filho Dante Michelini Jr. fossem condenados. 

O que mais chocou foi a conduta da mãe da vítima, Lola Cabrera, que por dois anos não reconheceu Aracelli, cujo corpo permaneceu na geladeira do IML. Soube-se depois que Lola, além de ter usado a filha para levar cocaína para seus carrascos, tinha sido amante de Jorge Michelini, tio de Dante Jr., e apenas o protegia com seu silêncio.

Abaixo do cartaz reproduzido pelo jornal, uma reportagem destacava a comoção que tomava a capital capixaba devido ao desaparecimento da menina. Centenas de moradores realizaram uma romaria. Uma semana após o sumiço, o corpo da criança foi encontrado, próximo a uma área de mata, ao lado de um hospital infantil, desfigurado e em estado de decomposição. “Confirmado, o cadáver é de Araceli”, informava O GLOBO do dia 5 de julho de 1973, após semanas de exames para identificar o corpo da menina.

A partir da identificação do corpo, uma longa e misteriosa novela começava, com direito a um livro sobre o caso censurado pela ditadura ("Araceli, meu amor", de José Louzeiro) e uma Comissão Parlamentar de Inquérito classificada como "falha" pela imprensa da época.
“Eureka!”, estampava O GLOBO do dia 10 de agosto de 1973. A polícia capixaba afirmava, conforme apurado, que era “bem provável” que o assassino da menina era um estrangulador que vinha atacando jovens mulheres em Belo Horizonte, o que nunca se confirmou.

Após quase quatro anos sem novas resoluções, em fevereiro de 1977, O GLOBO noticiava: “implicados serão presos”. Seis meses depois, em 24 de agosto do mesmo ano, reportagem de destaque reportava a prisão dos três principais suspeitos do crime: Dante e Dantinho Micheline e Paulo Helal, ambos jovens de famílias ricas e influentes da região. A reportagem dizia, também, que desde o início o trio era suspeito do crime, mas relatava que o Superintendente da Polícia de Vitória, Gilberto Barros Farias, havia voltado atrás dias após afirmar que os culpados eram “gente importante”.

No decorrer das investigações, testemunhas tidas como chave pela polícia, como uma ex-amante de Paulo Helal, Marisley Fernandes Muniz, e o mecânico Wilson Cabral Gomes contaram aos policiais detalhes macabros, como o suposto fato de Paulo ter pedido uma boneca para atrair a menina, dias antes do crime, conforme noticiado em reportagem do GLOBO do dia 5 de setembro de 1977. No mesmo artigo, um inquérito apontava que Dante Micheline havia destruído provas do crime, além de denúncias de que eles teriam comprado o silêncio de testemunhas e autoridades, o que nunca foi comprovado.

Três anos depois, eles seriam considerados culpados e condenados a 18 anos de prisão e multa de Cr$ 18 mil. Em 20 de junho de 1980, o título da matéria do GLOBO informava: "Matadores de Araceli condenados a 18 anos vão apelar em liberdade".
Anos depois, os acusados seriam absolvidos. O crime permanece até hoje como um grande mistério, sem um culpado.