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terça-feira, 16 de maio de 2017

Dilma - doutora honoris causa

Os marqueteiros vendiam a imagem de uma presidente que era somente um produto da publicidade


As delações de João Santana e Mônica Moura são estarrecedoras, tanto pelo conteúdo quanto pela forma. Pelo conteúdo, por ser um golpe mortal à imagem da ex-presidente Dilma; pela forma, pela naturalidade dos depoentes, como se estivessem narrando uma reunião social qualquer. Note-se, aliás, que essas delações não são de pessoas estranhas ao ninho petista, mas que lhe eram próximas, de sua confiança. Não é a "direita" que está fazendo uma investida, mas os simpatizantes de seu partido. São os de casa que relatam os seus crimes.

Mônica Moura, em particular, compareceu ao Ministério Público muito bem vestida e desenvolta. Discorre como se estivesse relatando algo corriqueiro, normal. Suas pequenas alterações de voz só procuram realçar o dito, com o intuito de capturar a atenção dos que a estão vendo. Sua familiaridade com o crime é surpreendente!  Relata crimes como se estivesse descrevendo um hábito ou um fenômeno natural qualquer. É como se crime não fosse crime. Chega a espantar a ausência de qualquer componente moral em sua fala, enquanto nós ficamos moralmente indignados, apesar de já estarmos acostumados com o noticiário cotidiano de uma política que se tornou criminosa.

Ocorre, porém, que os fatos "normais", "naturais", são os de obstrução da Justiça, de acobertamento da corrupção, de financiamento ilegal de suas campanhas eleitorais, bem como de seus gastos pessoais. Há, mesmo, trocas de mensagens por e-mails que têm como objetivo apagar qualquer rastro de informações, lembrando espiões ou criminosos entrando em contatos secretos. O desempenho é que foi ridículo.  A "gerentona", que tudo centralizava em suas decisões, tinha conseguido vender a imagem de que nada sabia do que se fazia ao seu redor, enquanto recursos de origem ilícita escoavam no seu entorno. A imagem está, hoje, se extinguindo.

Pasadena logo voltará ao noticiário, assim como o seu envolvimento na Petrobras. Um suposto "jornalista", responsável pelo blog Dilma Bolada, naqueles tempos sombrios, era festejado por sua "independência" quando, agora, surge como financiado pelo esquema dilmista. Até seu cabeleireiro e sua funcionária no Palácio foram pagos com esses recursos. Enquanto isto, os marqueteiros vendiam a imagem de uma presidente que era somente um produto da publicidade, um "poste", como foi dito, sem nenhuma correspondência com a realidade.

Após a sua "aula magna", talvez seja o momento mais apropriado para a UFRGS lhe conferir o título de Doutor Honoris Causa!


Fonte: Zero Hora - Denis Lerrer Rosenfield 
 

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Dilma: bipolar ou esquizofrênica



“Dilma encastelada"
Logo no início da semana passada Dilma decidiu, junto com a sua entourage de assessores, que não entraria nos lares brasileiros neste 1º de Maio para, digamos, evitar assim o pior. Foi mais um passo atrás na missão que lhe foi delegada pelas urnas de comandar o País e de ser a voz pacificadora dos ânimos dos brasileiros. Dia a dia, em meio a enorme resistência ao seu governo e a queda acentuada de popularidade, a presidente vai se recolhendo ao casulo do poder, dando demonstrações claras de que se sente acuada. Ela não tem mais interlocução direta com o Legislativo. O faz através de seu vice, Michel Temer, a quem delegou a articulação política. Do mesmo modo, repassou a missão de negociações com empresários e banqueiros para o seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

E, praticamente encastelada no Planalto, resolveu agora evitar o diálogo direto com a sociedade em geral. Essa é a primeira vez, desde que assumiu em 2011, que ela decide não fazer o tradicional discurso à Nação, em cadeia de rádio e televisão, no Dia do Trabalhador. Suprema ironia para uma mandatária filiada ao Partido dos Trabalhadores e sinal evidente de que o clima não anda nada bem na corte brasiliense.  

O temor de vaias, panelaços e buzinaços, como ocorreram em seu último discurso em rede nacional, por ocasião do Dia da Mulher, falou mais alto. Dilma está com medo do povo e o próprio PT acha que ela se acovardou ao resolver não discursar. O tradicional pronunciamento do presidente à Nação foi instituído por Getúlio Vargas, ainda nos idos de 1939, e desde então virou praxe. Antes, o 1º de Maio era basicamente uma festa de protestos e Getúlio resolveu quebrar com a escrita. Passou a buscar, nesse dia comemorativo, o contato com a massa, falando em estádios para milhares de espectadores sobre as perspectivas do País. E começava sempre com o epíteto: “Trabalhadores do Brasil”. [Getúlio participou de mais de dez ‘primeiro de maio’, em todos se expôs discursando ao vivo para milhares de pessoas e nunca foi vaiado.
Diferença insignificante, mas básica entre a ‘cérebro baldio’ e o ‘pai dos pobres’] 

 Dilma, por sua vez, ficou desta feita receosa de falar em público. E por razões concretas. Seu vice, Michel Temer, dias antes, havia ouvido os apupos e teve de cancelar o seu discurso durante a abertura da feira Agrishow, em Ribeirão Preto, quando participantes voltaram a se manifestar com o “Fora Dilma”.

O prefeito petista, Fernando Haddad, durante uma aula magna que ministrava na capital paulista, passou pela mesma experiência. Viu sua sala ser invadida por adversários dele e de Dilma, que gritavam palavras de ordem, exigindo mais políticas públicas do governo. 

Com mais esses episódios, a presidente achou por bem se preservar. Uma tática perigosa, que para muitos sinaliza uma lacuna de poder. Nos últimos tempos, Dilma só tem ido a eventos com segurança reforçada e claque organizada. Não aparece em locais com grandes aglomerações e está marcando encontros sempre reservados com seus interlocutores, como ocorreu com o ex-presidente Lula, na segunda-feira, 27, em uma tratativa propositadamente omitida da agenda oficial. O mesmo aconteceu com a reunião ministerial marcada para um sábado, a portas fechadas, algo fora dos padrões

O senador Renan Calheiros, em mais uma alfinetada na presidente, disse que o Brasil vive “um governo adolescente”. E ainda pontificou sobre os medos da chefe da Nação: “A presidente está tendo dificuldades de falar no 1º de Maio porque a conta do ajuste não pode ir para o trabalhador”. Com ataques e insatisfações vindas de todos os lados, Dilma parece estar mesmo naquela situação de quem reina, mas não governa.  

Fonte: IstoÉ – Editorial