Jônatas Dias Lima
A família, base da sociedade, e a especial proteção que o Poder Público lhe deve
Entre
os eleitores de centro que ainda cogitam votar em Lula no segundo turno
não é difícil encontrar aqueles que depositam em seu vice, Geraldo
Alckmin, a confiança de que ele garantirá equilíbrio à chapa e até ao
governo. O passado de opositor ao lulopetismo e a imagem de homem
religioso são alguns dos pontos mais mencionados por quem não fica
constrangido de defender a tese em público. [o descondenado petista odeia Alckmin,o que o levou a aceitar que ele fosse candidato a vice, foi a necessidade do condenado do perda total sustentar a 'fraude' que deu uma aliviada no seu comunismo.
Outro aspecto que leva o petista a odiar seu vice é que sendo comunista, ateu, petista e endemoniado o 'coisa ruim' , porém, tem a certeza de que só foi aceito por Alckimin, por este ver no luLadrão, em função em função dos quase 80 asnos, a grande chance de ser eleito e o tucano, ex-tucano, satisfazer sua fantasia de ser presidente da República.]
Claro que é uma aposta
ingênua e de frágil fundamento, mas isso não se deve apenas à tendência
evidentemente totalitária do PT e de Lula, comprovada pela história e
assumida textualmente zilhões de vezes, mas também porque Alckmin nunca
foi realmente um governante conservador, nem para os padrões mais
elásticos do termo.
Numa
reportagem que escrevi em abril desse ano
explico em detalhes as razões que embasam a afirmação, contudo,
para o
momento, penso que o exemplo mais esclarecedor está relacionado ao tema
dos banheiros unissex em escolas, aos quais Lula se referiu
recentemente, numa tentativa desesperada e tardia de se reaproximar do
público evangélico.
Usando um tom que
misturava indignação e deboche, o
petista afirmou que esse tipo controverso de sanitário só podia ter
vindo “da cabeça de Satanás”.
Se Bolsonaro tivesse dito a frase,
no dia seguinte advogados militantes
o acusariam do crime de transfobia. Como veio de Lula, eles sacaram que
era só mentira eleitoreira e deixaram por isso mesmo
.[ LULA é TRANSFÓBICO - Confira aqui, áudio e vídeo.]Nesse
episódio, provavelmente, Lula deu ouvidos aos seus assessores e, para
fazer um aceno mais consistente aos evangélicos, aceitou rechaçar
publicamente pontos considerados mais extremos da agenda LGBTQIA+ = LGTBQuiabo até
por quem é de centro. A questão dos banheiros unissex – ou banheiros de
gênero, banheiros neutros – em escolas de crianças e adolescentes entra
nessa categoria, sem dúvida. Convém lembrar que, em 2009, o mesmo Lula,
enquanto presidente da república, não teve nenhuma dificuldade para
assinar o decreto do Plano Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH-3)
que, entre outros assuntos moralmente explosivos, como aborto e drogas,
falava explicitamente de medidas para combater à "heteronormatividade".
Seguindo
a lógica inocente de quem acredita que Alckmin traria equilíbrio à
gestão petista, sem deixá-la desandar para extremismos no campo dos
costumes, naturalmente, chegaríamos à conclusão de que se até Lula
rejeita uma ideia dessas, Alckmin se oporia vigorosamente.
Convém lembrar que, em 2009, o mesmo Lula, enquanto presidente da
república, não teve nenhuma dificuldade para assinar o decreto do Plano Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH-3)
que, entre outros assuntos moralmente explosivos, como aborto e drogas,
falava explicitamente de medidas para combater a "heteronormatividade"
É
nesse ponto que a credulidade entraria em colapso, ao menos para
aqueles dispostos a abandonar a fantasia quando se deparam com fatos. Em
2017, o governo de Geraldo Alckmin implantou banheiros de gênero em
escolas da rede estadual de São Paulo para atender aos 365 alunos que
foram registrados naquele ano com o nome social.
Na prática, eram
banheiros comuns, masculinos e femininos, mas os meninos que se
identificassem e fossem registrados com gênero feminino tinham
autorização para usar o mesmo banheiro frequentado pelas meninas da
escola.
A medida
teve pleno conhecimento do governador que não apenas autorizou sua execução,
mas permitiu que a mesma fosse amplamente divulgada nos canais digitais do governo
e via assessoria de imprensa. Fora do período eleitoral ainda é possível acessar
o histórico de notícias sobre o tema no site
da Secretaria de Educação. Por enquanto, é possível ver algumas delas em sites
de notícias locais que a reproduziram. O texto enfatizava, aliás, que
“todas as unidades de ensino da rede estadual devem seguir as recomendações da
Secretaria da Educação para o uso do banheiro e respeito ao tratamento por
identidade de gênero”.
A preocupação da pasta em
promover os banheiros de gênero era tão grande que foi organizada uma
“série de documentos orientadores e videoconferências sobre o assunto”. O
conteúdo esteve disponível para as diretorias regionais de ensino e
escolas estaduais. A secretaria conclui a nota lembrando que “todos
devem seguir a lei estadual nº 10.948, que versa sobre discriminação em
razão de orientação sexual e identidade de gênero”. A referida lei foi
sancionada em 5 de novembro de 2001, pelo então governador Geraldo
Alckmin, que estava em seu primeiro mandato.
Jônatas Alves Lima, colunista - Gazeta do Povo - VOZES