STF retoma julgamento sobre demarcação de terras indígenas na quarta-feira; expectativa é de que Rosa Weber paute, antes de aposentadoria, discussão acerca da descriminalização da interrupção da gravidez
Há ainda a expectativa de que a ministra Rosa Weber paute a ação
protocolada pelo PSOL que dispõe sobre a descriminalização do aborto nos
primeiros três meses de gestação. Este movimento deve ocorrer antes de
sua aposentadoria compulsória, que ocorre no início de outubro quando
completa 75 anos de idade. [devido suas convicções, que expôs antes de se tornar ministro, Zanin será contra a liberação do assassinato de seres humanos inocentes e indefesos.]
Também deve retornar à pauta o Marco Civil da Internet, visto como uma possibilidade de aprovar regras de regulação para as plataformas digitais enquanto o PL das Fake News enfrenta entraves na tramitação na Câmara dos Deputados. O tema já chegou a ser pautado na Corte, mas foi retirado por pedido dos relatores, Luiz Fux e Dias Toffoli.
Deputados ouvidos pelo GLOBO expressaram preocupação com o posicionamento de Zanin nos temas correlacionados. Ao longo da última semana, o ministro votou contra à descriminalização do uso pessoal da maconha, assim como à tipificação da homofobia como injúria racial. — Teremos outras provas de fogo. A primeira já no final do mês com o marco temporal. Inicialmente, vejo com muita preocupação diante das votações passadas — afirma o deputado federal Reimont (PT-RJ). Outros parlamentares do PT como Vicentinho e Jorge Solla esperam que o magistrado esteja de acordo com o interesse dos indígenas.
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Já no PSOL, que também integra a base de Lula, os deputados também
demonstram preocupação. Sâmia Bomfim (SP) afirma que isto ocorre pela
politização do Judiciário:— O supremo acaba tendo um papel na política, por conta da omissão do
Congresso em temas importantes, de dar a palavra final em temas
importantes. O aspecto técnico importa muito nas indicações, mas a
questão de alinhamento político e ideológico deve ser levado em conta.[lembramos à 'psolista' que as indicações não são para uma vaga para vereador ou algo do tipo e sim para um cargo que EXIGE ISENÇÃO, IMPARCIALIDADE e SENSO DE JUSTIÇA.]
A opinião é respaldada por Duda Salabert (PDT-MG) que afirma que o conservadorismo dificulta que o STF legisle sobre essas questões. A parlamentar relembra que, nos últimos anos, a Corte foi responsável pela maior parte dos direitos LGBTQIA+, como o reconhecimento do casamento em 2011. — O que nós temos, em minha análise, é um ministro não compromissado com a justiça social e a reparação histórica de grupos excluídos. São votos conservadores e que vão na contramão do legislativo e judiciário dos países europeus — diz Duda.
Política - O Globo