Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador conservadorismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador conservadorismo. Mostrar todas as postagens

sábado, 26 de agosto de 2023

De marco temporal a aborto: possíveis votos de Zanin que preocupam a esquerda - O Globo

Diante dos posicionamentos recentes do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, parlamentares da base de apoio do presidente Lula (PT) se preocupam com possíveis votos do magistrado em assuntos caros ao grupo político
Na próxima quarta-feira, a Corte retoma o julgamento do marco temporal que discute a demarcação das terras indígenas no país.
Caso a medida seja aprovada, os povos originários só teriam direito às áreas que já ocupavam na data em que a Constituição Federal foi promulgada. [o que é correto e ainda favorece em muito os indígenas, que são os maiores latifundiários do Brasil. com destaque para a baixíssima produtividade  das terras que lhes pertencem. SUGESTÃO DE LEITURA.] 
O temor, neste caso, é de que o ministro dê parecer favorável. 
Até o momento, Nunes Marques votou pela constitucionalidade, enquanto Alexandre de Moraes e Edson Fachin pediram a rejeição.

Há ainda a expectativa de que a ministra Rosa Weber paute a ação protocolada pelo PSOL que dispõe sobre a descriminalização do aborto nos primeiros três meses de gestação. Este movimento deve ocorrer antes de sua aposentadoria compulsória, que ocorre no início de outubro quando completa 75 anos de idade. [devido suas convicções, que expôs antes de se tornar ministro, Zanin será contra a liberação do assassinato de seres humanos inocentes e indefesos.]

Também deve retornar à pauta o Marco Civil da Internet, visto como uma possibilidade de aprovar regras de regulação para as plataformas digitais enquanto o PL das Fake News enfrenta entraves na tramitação na Câmara dos Deputados. O tema já chegou a ser pautado na Corte, mas foi retirado por pedido dos relatores, Luiz Fux e Dias Toffoli.

Deputados ouvidos pelo GLOBO expressaram preocupação com o posicionamento de Zanin nos temas correlacionados. Ao longo da última semana, o ministro votou contra à descriminalização do uso pessoal da maconha, assim como à tipificação da homofobia como injúria racial. Teremos outras provas de fogo. A primeira já no final do mês com o marco temporal. Inicialmente, vejo com muita preocupação diante das votações passadas — afirma o deputado federal Reimont (PT-RJ). Outros parlamentares do PT como Vicentinho e Jorge Solla esperam que o magistrado esteja de acordo com o interesse dos indígenas.

Já no PSOL, que também integra a base de Lula, os deputados também demonstram preocupação. Sâmia Bomfim (SP) afirma que isto ocorre pela politização do Judiciário:— O supremo acaba tendo um papel na política, por conta da omissão do Congresso em temas importantes, de dar a palavra final em temas importantes. O aspecto técnico importa muito nas indicações, mas a questão de alinhamento político e ideológico deve ser levado em conta.[lembramos à 'psolista' que as indicações não são para uma vaga para vereador ou algo do tipo e sim para um cargo que EXIGE ISENÇÃO, IMPARCIALIDADE e  SENSO DE JUSTIÇA.]

A opinião é respaldada por Duda Salabert (PDT-MG) que afirma que o conservadorismo dificulta que o STF legisle sobre essas questões. A parlamentar relembra que, nos últimos anos, a Corte foi responsável pela maior parte dos direitos LGBTQIA+, como o reconhecimento do casamento em 2011. — O que nós temos, em minha análise, é um ministro não compromissado com a justiça social e a reparação histórica de grupos excluídos. São votos conservadores e que vão na contramão do legislativo e judiciário dos países europeus — diz Duda.

Política - O Globo

 

 


quarta-feira, 28 de junho de 2023

Ricos ou pobres, conservadores são mais felizes, conclui estudo com quase dois milhões de pessoas - Gazeta do Povo

Eli Vieira - Ideias

Sir Roger Scruton (1944-2020), filósofo conservador britânico, disse que “A felicidade não vem da busca do prazer, nem é garantida pela liberdade, ela vem do sacrifício”. - Foto: Fronteiras do Pensamento
 
Uma revisão de 1.627 estudos, envolvendo 1,8 milhão de pessoas de 121 países, confirma uma suspeita sugerida há anos na psicologia social: os conservadores são mais felizes. 
A metanálise conduzida por um grupo de psicólogos, cuja publicação prévia foi feita domingo (25), também traz um resultado novo: o status social elevado não é a razão pela qual uma pessoa conservadora tende a ser mais feliz, uma vez que o mesmo efeito é encontrado entre indivíduos de status mais baixo.
 
Em geral, a relação entre o conservadorismo, que os autores chamaram de “ideologias que apoiam o status quo”, e o bem-estar psicológico foi baixa e positiva, mas bastante significativa. 
Isso quer dizer que ser conservador eleva levemente a chance de bem-estar, e o efeito é observado com tamanha consistência que é extremamente improvável (chance menor do que uma em mil) de o resultado ser fruto do acaso.
 
Quando resultados do tipo foram observados antes, alguns pesquisadores propuseram que isso se explicaria pela hipótese da justificação do sistema mediada pela estratificação social. A visão até então era a de que, se uma pessoa não considera a sociedade injusta, é porque é rica, ou seja, beneficiária do status quo. 
A metanálise derruba essa ideia: para conservadores ricos e pobres, a satisfação com a vida e a felicidade nada têm a ver com a conta bancária. Também não foi observada diferença entre os sexos.


Detalhando os resultados
Entre os quase dois milhões de participantes,
há um excesso de pessoas de países ocidentais (o que não foge do esperado, dadas as diferenças de produção acadêmica entre os países) com bons índices de educação, industrialização, riqueza e democracia. A relação entre bem-estar mental e conservadorismo foi marginalmente maior nesses países, mas ainda positiva no resto do mundo.

Outro enviesamento presente em estudos de psicologia é a prevalência de estudantes de graduação entre os participantes. 
Os autores da metanálise também levaram isso em conta, concluindo que o efeito é maior nos graduandos do que nos não graduandos. 
Entre os que não são estudantes, a relação é basicamente a mesma que a do resultado geral. Já entre os estudantes, a relação entre felicidade e tradicionalismo foi moderada, ou seja, maior que a média geral.

Quando a ideologia com a qual os participantes concordavam comunica de forma direta que há justiça e legitimidade na organização social, aumentava a relação com o bem-estar psicológico, elevando para moderada (em comparação ao efeito geral baixo, mas positivo) a conexão entre conservadorismo e satisfação subjetiva.

A revisão descartou que os pesquisadores dos mais de mil estudos tenham publicado somente confirmações para suas hipóteses, de modo a aumentar a confiabilidade dos resultados.

Autores comentam suas descobertas
Assinam a revisão os psicólogos Salvador Vargas Salfate, Julia Spielmann e D. A. Briley, da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign. O estudo, que ainda não foi submetido a uma revista científica, encontra-se em um banco de artigos preliminares.

O estudo aponta uma correlação de 7% entre felicidade e conservadorismo. 
Embora pareça um efeito pequeno, os autores recordam que, em ciência psicológica, a classificação “baixa” é em parte arbitrária. 
Para efeito de comparação, eles lembram que outra associação bem aceita pelo senso comum – felicidade e apoio social (ter por perto pessoas com as quais se pode contar) – alcança apenas o dobro deste índice em estudos da área.
Veja Também:
 Os próprios autores confessam surpresa diante do resultado de que o conservadorismo associado ao bem-estar não é exclusivo de pessoas com alto status. “Um indivíduo que está em desvantagem em uma dada área”, ponderam, “pode endossar uma forma da justificação do sistema que o beneficia em uma outra área”. 

Em suma, as ideologias que não pregam a derrubada, mas a reforma dos sistemas atuais — o que presume que são mais positivos que negativos e, por isso, também devem ser conservados são adotadas pelos indivíduos por diferentes razões, que não se limitam ao seu status social atual.

Eli Vieira, colunista - Gazeta do Povo - IDEIAS


terça-feira, 22 de novembro de 2022

O que é a Direita? - Gen. Antônio Hamilton Martins Mourão

Nota do editor: este artigo, de autoria do atual vice-presidente da República e senador eleito pelo RS, foi divulgado pelo Clube Militar e eu o estou reproduzindo do blog do ex-ministro da Educação, Prof. Ricardo Vélez.

O resultado dessa eleição presidencial foi um teste para a democracia no Brasil. Como aconteceu a tantos países na História contemporânea, das urnas emanou no último dia 30 de outubro, uma decisão cujos resultados só podem ser revertidos pela prática da democracia, a começar pelo respeito às manifestações ordeiras e pacíficas da população.

A palavra, distorcida pela grande imprensa e cerceada pelo Judiciário, venceu a razão, presente tanto nas reformas de que o País precisa quanto nos números irretorquíveis do trabalho do governo.

A amargura da tragédia da pandemia sobrepujou o muito que a administração federal fez e procurou fazer em prol da população, particularmente da mais pobre.  De uma eleição em que os meios se impuseram aos fins não há o que comemorar, apenas lições e responsabilidades a assumir.

A primeira delas é a de que, no Brasil, a Direita, aquela tendência do pensamento político caracterizada pelo conservadorismo de costumes, pelo estímulo à iniciativa privada e pela defesa da liberdade sob a égide da lei, é muito maior do que os votos que ela recebeu ou do que os votos que eram seus e deixou de receber, dissipados por meios, legítimos ou não, cuja legalidade a História julgará.

O eleitor de direita é a pessoa que acredita em Deus, ama a Pátria e defende a família, cada vez mais consciente de que vive em uma sociedade politicamente organizada no Estado Democrático de Direito, onde, entre outras premissas: todos são iguais perante a lei; onde é livre a manifestação do pensamento e de expressão, independentemente de censura ou licença; não há crime sem lei anterior que o defina[então, considerando que no Brasil as premissas citadas não são respeitadas, então no Brasil NÃO VIGORA  em um "Estado Democrático de Direito"??? descobrimos a pólvora?  
ops... alegria de pobre dura pouco e acabamos de lembrar que algumas das premissas são desrespeitadas por autoridades supremas a pretexto de preservar o 'estado democrático de direito'. 
Desistimos... vai que nossos pensamentos nos levam a uma CONCLUSÃO ERRADA - o que no Brasil atual é crime contra a democracia e contra o 'estado democrático de direito'.]

Em português, como em outros idiomas, a Direita está associada ao agir direito, ao procedimento correto, acertado e apropriado. A Direita é razão e, por isso, mais uma vez, tem razão em abominar o que se afigura como possível de acontecer ao País pelo desrespeito ao que ele é e à democracia que ele segue construindo. A Direita respeita a lei, pratica a democracia e preza a verdade.

O que nos leva à segunda lição: a Direita vive da razão. Quem é de direita se sente responsável pelo que lhe acontece e ao País, é realista diante das dificuldades, pensa por si próprio e é capaz de criticar os erros dos seus representantes quando eles se afastam dos compromissos assumidos.

A Direita, por se orientar tanto por ideias quanto por ideais, se espraia por várias demandas, é pouco ideológica e dá espaço a novas lideranças, porque sabe que precisa delas. Sendo difícil de enquadrar por qualquer programa partidário único, o eleitor de direita é a antítese do súdito perfeito do autoritarismo e do totalitarismo. Na verdade, ele é a personificação impessoal da democracia.

Mas a grande lição deixada pelos dois turnos das eleições de 2022 foi a de que o Brasil é majoritariamente de direita, a Direita que, não obstante ter se dividido em distintas correntes de opinião, levantou bandeiras e se mobilizou em defesa do que acredita. 
A Direita que, pela primeira vez na História do País, está firmemente enraizada em todas as classes sociais.

De algumas lições evidentes emergem respostas a este momento de perplexidade que exige tomada de posição firme e clara.

Fui eleito pelo Rio Grande do Sul para o Senado da República, apresentando-me como o verdadeiro candidato da direita ao povo gaúcho que me escolheu para servi-lo e ao Brasil. Estou pronto para formar nas fileiras da oposição democrática ao lado de meus companheiros de partido e de convicção em um Brasil de progresso, de honestidade e de segurança para toda sua população, como sentinela atenta das liberdades e defensor intransigente dos valores e ideais que me elegeram, propugnando pelo resgate das prerrogativas e deveres do Senado Federal, cujo esquecimento levaram o País a situações inimagináveis e inaceitáveis.

Mas não posso deixar de me solidarizar com o profundo sentimento de inquietação e de inconformismo que vai tomando as ruas e praças do País. O Brasil não pode se permitir pensar fora da democracia. Mas ele precisa de respostas neste momento, não da fala de autoridades que não as oferecem e extrapolam de suas atribuições disparando ameaças e ofensas.

O acatamento a resultados de eleições caminha lado a lado com o respeito ao povo em suas legítimas manifestações.

Está na hora de o Brasil, pela inarredável confiança em seu futuro, lembrar a ele mesmo e mostrar ao mundo o que é a Direita, a prática e a tradição política do Ocidente que obteve os grandes triunfos da História.

Transcrito do site Percival Puggina 

 

sábado, 9 de abril de 2022

Por que o conservadorismo é melhor que a esquerda ? Sérgio Alves de Oliveira

Conservador se redime pela roubalheira da esquerda

Uma explicação muito mais completa do que qualquer tratado de política poderia fazer  em relação à  realidade política brasileira - considerando conservadorismo, direita, esquerda, progressismo, capitalismo, comunismo, esquerdismo, e outros tantos “ismos”- está  num pequeno trecho da canção intitulada “Homem com H”,magistralmente interpretada por Nei Matogrosso,que resumidamente bem define a política brasileira. Ei-lo:

“Se correr o bicho pega; se ficar o bicho  come”.

Mas as experiência políticas enfrentadas pelos brasileiros em toda a sua história demonstram claramente  que os governos de esquerda foram muito piores  que os de “direita”. Apesar de algumas  falhas “sanáveis”, a direita “perde”, de longe,para a esquerda,tanto no aspecto da corrupção governamental,quanto na  abordagem  “desenvolvimentista”. Na “direita”, enquanto governou, se viu bastante progresso; na esquerda,somente
atraso,demagogia e corrupção
. É só colocar lado a lado os dois “tempos”.


Ora,nessa nefasta alternância de poder que existe no Brasil,através da prática da sua deturpada democracia,o “normal” deveria ser que os novos fossem sempre melhores que os “antigos”. Aí sim aconteceria de fato e de direito uma boa alternância de poder e a verdadeira “evolução” da política ,que seria o objetivo final. A chamada “alternância do poder” estaria plenamente justificada e validada.

Por conseguinte,a “alternância” de poder na prática da democracia mediante eleições centradas em valores “democráticos” pervertidos geralmente não consiste em qualquer melhoria na política,antes,porém, na manutenção,no “estacionamento”da mesma situação,embora com atores diferentes,ou até a “pioria” do “status quo ante”.

O desastre político que se estabeleceu com a tomada [sic] do poder pela esquerda, que sucedeu o Regime Militar, a partir de 1985, agravando-se consideravelmente no período de governança do Partido dos Trabalhadores,de 2003 a 2016,com Lula da Silva, e Dilma Rousseff,demonstra de forma inequívoca a correção da tese de que a “alternância” do poder nem sempre configura uma mudança para melhor, mas pode ,também, significar uma mudança para “pior”, no que tange à satisfação dos legítimos interesses do povo, à paz social,à segurança,ao desenvolvimento econômico,à mais justa distribuição de renda ,e à administração da Justiça.

As experiências esquerdistas que marcaram presença no Brasil ocorreram principalmente a partir do Governo João Goulart (de 08.09.l961 a 01.04.1964), que era “vice” de Jânio Quadros , que renunciou à Presidência em 25 de agosto de 1961,após poucos meses de governo,e que acabou sendo apeado do poder pelo movimento cívico-militar de 31 de março de 1964.

Mas a esquerda retornou ao poder,
após uma “interrupção” de 21 anos, devido ao encerramento espontâneo do Regime Militar,em 1985,com a eleição indireta de Tancredo Neves,que morreu antes da posse,dando lugar ao Vice-Presidente , José Ribamar Sarney, tendo início aí o império “vermelho” ,cujo apogeu se deu de 2003 a 2016/18,com Lula e Dilma.

Sentindo-se “dona” da situação,no Governo Sarney, a esquerda começou a planejar a edição de uma nova constituição,que melhor atendesse aos seus interesses e ideologia. Com efeito,em 1987 instalou-se a respectiva Assembléia Nacional Constituinte,que aprovou a nova Constituição,que entrou em vigor em 1988,”descaradamente” defendendo princípios de esquerda,com uma infinidade de “direitos” para quase “nada” de obrigações e deveres,resultando numa “conta”absolutamente impagável,principalmente nos dispositivos referentes às “garantias e direitos fundamentais”

E o paradoxo de toda essa situação é que a “tal” constituição de 1988 foi escrita para acabar com qualquer resquício do Poder Mlitar,ao passo que nos dias de hoje são justamente os militares que marcham ao lado da “esquerdalha” para defender essa constituição que foi feita “contra” eles ,e a favor dos princípios totalitários da esquerda.

Antes do Governo Goulart,nenhum governo mereceu ser tachado de “direita”,ou de “esquerda”.  Também não de “Centro”.

Mas a relativa “neutralidade ideológica” antes de Jango somente acabou com o surgimento da esquerda,muito prestigiada nesse governo.. A partir desse marco,todos aqueles que não eram de “esquerda’ passaram a ser tachados de “direita”,ou de“centro”.

Mas a escancarada derrota da esquerda para a direita não é “coisa” só de Brasil. Olhe-se o mundo. A conclusão será a mesma. Nenhum país socialista prosperou mais que os países capitalistas e democráticos, inclusive,e principalmente,no aspecto social,que é alvo exclusivamente de “discursos” da esquerda,que mantém os povos mais miseráveis e os governos mais corruptos do mundo.

Essa é a encruzilhada a ser definida pelo povo brasileiro em outubro de 2022 !!!

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e sociólogo

 

segunda-feira, 7 de março de 2022

Debochando da tirania - Caio Coppolla

Revista Oeste

Ronald Reagan, ex-presidente dos Estados Unidos | Foto: Wikimedia Commons
Ronald Reagan, ex-presidente dos Estados Unidos | Foto: Wikimedia Commons

Enquanto isso, nos Estados Unidos, um carismático presidente republicano desfruta seus últimos meses de (segundo) mandato. Seu nome é Ronald Reagan, um expoente do conservadorismo norte-americano, que está prestes a eleger seu sucessor.

Mr. President se dirige a uma plateia de operários da indústria metalúrgica em Richmond, Virgínia — está jogando em casa: durante seu governo, houve drástica redução de impostos, o país cresceu 3,6% ao ano, o desemprego caiu e a renda média anual das famílias norte-americanas aumentou cerca de U$ 4.500. Sorridente, Reagan fala sobre seu novo hobby aos trabalhadores na plateia:

“Tenho colecionado histórias que são contadas na União Soviética pelas pessoas de lá e que revelam seu ótimo senso de humor, mas também uma postura um tanto cínica quanto ao seu sistema [político-econômico].

Feita a introdução — e a insinuação acertada de que o socialismo estava ruindo por dentro, criticado e caçoado pela própria população russa —, o presidente arranca gargalhadas ao acrescentar:

“Não contei essa pro Gorbachev [Mikhail Gorbachev, secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e chefe de Estado da URSS]”.

Nesse ponto, Reagan traz um dado que cala fundo na alma da audiência, movida pelo sonho norte-americano de prosperidade, liberdade e busca pela felicidade: “Na União Soviética, há uma espera de dez anos para entrega de um automóvel e apenas uma em cada sete famílias possui um carro [nos EUA de 1988, a média era de dois veículos por domicílio]. Quando você está pronto pra comprar, passa por um processo e, então, precisa adiantar o pagamento”uma década antes de receber o veículo! Reagan segue com a anedota:

Um homem entregou seu dinheiro e o camarada encarregado disse:

— ‘Ok, volte aqui em dez anos e retire seu carro’.

— ‘De manhã ou de tarde?’ — perguntou o homem.

— ‘É daqui a dez anos, que diferença faz?’ — replicou o camarada.

E o homem explicou: ‘É que o encanador vai vir de manhã’ naquele momento, cada funcionário da fábrica ri e aplaude seu presidente com entusiasmo, cioso dos benefícios incomparáveis do modo de vida norte-americano lastreado no capitalismo e na democracia.

Reagan também usava seu humor para expor a hipocrisia inerente à utopia socialista: o regime limitava as liberdades e as oportunidades do seu povo sob pretexto de proporcionar igualdade e justiça social, mas os integrantes da administração estatal e da elite política eram beneficiados com luxo e privilégios inacessíveis à população. A temática do carro — símbolo da cultura norte-americana, que materializava a autonomia individual e a propriedade privada — também aparece em outras soviet jokes clássicas do então commander in chief:

A maior parte dos automóveis [na URSS] é dirigida por burocratas, o governo providencia carros e motoristas e a coisa toda.

Eis que uma ordem foi dada à polícia para que todos os motoristas flagrados acima da velocidade permitida fossem multados, não importa quem fossem.

Um dia, Gorbachev estava na sua casa de campo, com limusine e motorista à disposição. Muito atrasado pra chegar ao Kremlin, ele pediu ao chofer que fosse pro banco de trás, porque ele ia dirigindo — e assim foi feito.

No caminho, passaram acelerando por dois policiais de motocicleta e um deles foi logo atrás do veículo para interceptá-lo e penalizá-lo. Quando o policial voltou, seu parceiro perguntou:

— ‘E aí, você o multou?’

E o policial respondeu: ‘Não’.

— ‘Por que não?’

‘Ah’ — suspirou o policial —, ‘eles eram muito importantes.’

— ‘Mas nós fomos instruídos a multar qualquer pessoa’ — insistiu o parceiro.

O policial nem se abalou: ‘Não… eu não poderia… não esse sujeito’.

— ‘Como assim? Quem é ele?’ — questionou o parceiro curioso.

Eu não sei’ — admitiu o policial — ‘mas seu motorista é o Gorbachev!’ — mais risos, mais palmas… E assim, com leveza e destreza, Reagan explorava a ideia de que toda piada tem um fundo de verdade e trazia para os estertores da Guerra Fria o velho brocardo latino ridendo castigat moris: é rindo que se corrigem os costumes.

O cão Americano disse que, nos EUA, você precisava latir muito pra ganhar um pedaço de carne. O cão Polonês perguntou: ‘O que é carne?’; e o Russo: ‘O que é latir?’

Além de pontuar, com gentileza e espirituosidade, os vícios econômicos da URSS — como desabastecimento de produtos, instabilidade de cadeias de suprimento, ausência de concorrência, desincentivo à inovação e diversificação, falta de mobilidade social etc. —, Reagan também lançava mão do humor para abordar tópicos mais delicados, relacionados aos direitos fundamentais prestigiados pela democracia liberal, mas reprimidos pelo socialismo autoritário, como é o caso da liberdade de expressão, de crítica e de manifestação política:

Um Americano e um Russo discutiam sobre seus países. O Americano disse: “No meu país, eu posso entrar no Salão Oval, bater na mesa e dizer: ‘Sr. Presidente, eu não gosto da forma como você conduz nosso país’”.

Mas o Russo rebateu: “Eu também posso fazer isso”.

— “Pode mesmo?” — insistiu o Americano.

“Claro que sim”, explicou o Russo: “Eu posso ir ao Kremlin, entrar no escritório do camarada Gorbachev, bater na sua mesa e dizer: ‘Sr. secretário-geral, eu não gosto da forma como o presidente Reagan está conduzindo os EUA’”.

Ao que consta, este último causo foi compartilhado com Gorbachev, “e ele riu!”, relatava Reagan com indisfarçável satisfação, implicando sutilmente as próprias lideranças soviéticas na sua crítica bem-humorada ao socialismo. Para mensagens mais incisivas, o presidente norte-americano fazia uso da prosopopeia, diluindo o peso das suas palavras em personagens não humanas:

Um cachorro Americano, um cachorro Polonês e um cachorro Russo se encontraram. O cão Americano descreveu sua vida nos Estados Unidos: ‘Sabe como é, você late, você tem que latir. E depois de latir por um tempo, aí aparece alguém e te dá um pedaço de carne’.

O cão Polonês perguntou: ‘O que é carne?’

E o cão Russo: ‘O que é latir?’

Essa anedota dos cachorros nos leva a refletir sobre as mazelas enfrentadas pelos Estados sob domínio da URSS. Nações com sua própria história, idioma e identidade cultural submetidos, por décadas, a um sistema totalitário que trouxe sofrimento por onde passou. A Polônia, do velho cão soviético faminto, é país-membro da União Europeia desde 2004 e tem seus indicadores de desenvolvimento humano em alta — seus cachorros podem latir sem medo de represália, há várias opções de proteína e muitos deles são adestrados em nível superior… Não é mais uma vida de cão. Muito desse desenvolvimento deve-se ao trabalho de vida daquele simpático político norte-americano que entendeu, entre tantas outras coisas, o poder do deboche à tirania. Zombemos deles, sempre que possível.

Até porque, como disse o ex-senador republicano Alan Simpson em uma bela homenagem póstuma a George Bush pai, sucessor de Ronald Reagan na Presidência norte-americana:

“Humor is the universal solvent against the abrasive elements of life” — o humor é o solvente universal contra os elementos abrasivos da vida. 

Leia também “4 tragos de vodca”

Caio Coppolla é comentarista político e apresentador do Boletim Coppolla, na TV Jovem Pan News e na Rádio Jovem Pan

[Não há dificuldade em se confirmar que o regime da extinta URSS era péssimo - sendo a causa principal derivar do comunismo, que levou uma grande porrada com a extinção da União Soviética. Só que continua existindo e tenta se expandir via maldito esquerdismo e recuperar os espaços perdidos.]

 

segunda-feira, 12 de abril de 2021

Bolsonarismo, conservadorismo e liberalismo - Denis Lerrer Rosenfield

O Estado de S. Paulo

Unidos na eleição de 2018, diferenciações e divergências vão se tornando mais nítidas

Jair Bolsonaro, em sua eleição, conseguiu encarnar a força do antilogismo, congregando em torno de si três correntes de ideias que, naquele então, apareceram juntas na luta contra um inimigo comum: a extrema direita, os conservadores e os liberais. Compareceram amalgamados, unidos, mesmo indistintos, prometendo uma regeneração nacional, contra a corrupção e os políticos que a ela tinham aderido.

A concepção propriamente de extrema direita, embora já presente, foi progressivamente ganhando forma, exercendo forte influência graças à família presidencial e à captura de ministérios importantes. Os conservadores, bem delineados, surgiram na defesa de valores morais, tendo como representantes principais os evangélicos. Os liberais apresentaram-se, principalmente, sob a pauta do liberalismo econômico e menos sob a forma do liberalismo político.

No entanto, nestes mais de dois anos transcorridos, as diferenciações e divergências internas foram se tornando mais nítidas, embora algumas ainda não se tenham configurado completamente. Por exemplo, o liberalismo econômico já foi praticamente deixado de lado, apesar de o ministro da Economia continuar no poder como figurante de um governo de extrema direita, afeito a intervenções em empresas públicas, abandono das reformas, irresponsabilidade fiscal e ausência de privatizações. Sobra apenas um fiapo de discurso e práticas liberais.

No que diz respeito ao conservadorismo, ele continua ainda aderido à extrema direita, apesar de fissuras se fazerem cada vez mais presentes. Os evangélicos prezam a solidariedade, a compaixão, os valores morais, são reconhecidos como pessoas que reverenciam as virtudes e o trabalho, logo, não podem compactuar com o tratamento que o bolsonarismo dispensa à morte, à doença, o seu desprezo pela vida. Quando a morte e a doença batem à porta, pelo descaso e pela inépcia governamentais, um limite está sendo ultrapassado. Não há nenhuma gracinha na “gripezinha” e nos efeitos da vacina criando caudas de jacaré. O que há, sim, é um completo menosprezo por valores religiosos e morais.

Os traços principais da extrema direita no poder são:  
1) A concepção da política baseada na distinção entre amigos e inimigos. Todo aquele que não segue as ordens do clã presidencial é considerado inimigo efetivo ou potencial, seja ele real ou imaginário. Afirma-se, assim, o ódio ao próximo. 
2) A sociedade e o mundo em geral são vistos pelo prisma de uma teoria conspiratória, com inimigos invisíveis urdindo um grande complô internacional, sendo o atual governo o bastião de “valores”, evidentemente os seus. 
3) O presidente considera-se investido de uma missão de caráter absoluto, como se tudo por ele proferido devesse ser simplesmente acatado, no estilo ele manda e os outros obedecem. 
4) Deduz-se daí um culto à personalidade, particularmente presente em sua apresentação de si como se fosse um mito, uma espécie de messias, numa deturpação dos valores religiosos. 
5) A destruição e a morte tornam-se traços principais dessa arte de (des)governar, com as instituições representativas, liberais, sendo atacadas e dando livre circulação ao coronavírus, com atrasos, incompetência e tergiversações sobre vacinas, apregoando o contágio por aglomerações e ausência do uso de máscaras. A morte pode circular livremente!

Ora, o conservadorismo no Brasil, fortemente ancorado em valores morais de cunho religioso, está baseado no amor ao próximo, e não em sua exclusão ou potencial eliminação. Sua expressão política na representação parlamentar se faz pelo diálogo e pela negociação, o outro não podendo ser tomado como inimigo. Mais precisamente, não haveria como aceitar o culto à personalidade, muito menos ordens a serem simplesmente acatadas, pois, nesse caso, o poder laico estaria adotando uma forma religiosa. E conforme assinalado, a vida é algo sagrado, não pode ser tratada com incúria e desprezo. Torna-se nítido que o conservadorismo começa a distanciar-se do bolsonarismo, embora sua imagem continue atrelada a ele.

Quanto ao liberalismo, se o seu componente econômico já está sendo relegado a uma posição secundária, se não irrelevante, outro valor seu começa a ser contaminado, a saber, a sua feição propriamente política. Vocações autoritárias do bolsonarismo são inadmissíveis para um liberal. A política enquanto distinção amigo/inimigo é o contraponto de tudo o que essa concepção defendeu no transcurso de sua história. O culto à personalidade lembra tanto o stalinismo quanto o nazismo e o fascismo, com a glorificação e a santificação do líder máximo. A distinção dos Poderes, tão cara, está sendo cotidianamente testada, como se as instituições representativas fosse um obstáculo ao exercício do poder que devesse ser eliminado.

Eis alguns aspectos que serão centrais nas próximas eleições e para o destino do País, cujas distinções aparecerão mais claramente numa abertura para o futuro – isso se algumas dessas correntes não optarem por um jogo de esconde-esconde, do qual o bolsonarismo sairá vencedor.

Mais vale prevenir do que remediar.

 Denis Lerrer Rosenfield, professor de  filosofia - O Estado de S. Paulo


segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Eduardo Bolsonaro: ‘Se for necessário prender 100 mil, qual o problema?’



Deputado federal reeleito, filho do futuro presidente afirmou que vai lutar para tipificar como terrorismo as invasões de terra promovidas pelo MST 

[deputado Eduardo Bolsonaro, sua proposta de criminalizar o MST é válida e honra cada um dos mais de 1.800.000 votos o eleitorado lhe conferiu - a gang do MST e seu braço Via Campesina são organizações terroristas e precisam ser contidas, neutralizadas, valendo o mesmo para o MTST.]

temos conhecimento de algumas de suas propostas, que são oportunas e válidas, não esquente se o Moro for contra, é só apresentar ao Congresso e após aprovadas são leis, portanto, de cumprimento obrigatório.]


Reeleito deputado federal por São Paulo com 1,8 milhão de votos o melhor desempenho da história da Câmara , Eduardo Bolsonaro, de 34 anos e filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), ressaltou a bandeira de campanha do pai e afirmou que vai lutar para tipificar como terrorismo os atos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A proposta foi repetida diversas vezes por seu pai durante a campanha como candidato ao Palácio do Planalto e não tem o apoio do juiz federal Sergio Moro, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública do governo que se iniciará em 1º de janeiro.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. PauloEduardo afirmou que “se for necessário prender 100.000 [sem-terra], qual o problema?”. “O que ocorre hoje é que grupos como o MST por vezes utilizam o seu poder criminoso para invadir terras, incendiar tratores para obrigar o fazendeiro a vender suas terras a um preço abaixo do mercado. Eles impõem o terror para ganhar um benefício. É isso que a gente visa a combater. Isso aí é terrorismo”, defendeu o deputado reeleito.
“Se fosse necessário prender 100.000 pessoas, qual o problema nisso? Eu vejo problema em deixar 100.000 pessoas com esse tipo de índole, achando que invasão de terras é normal, livres para cometer seus delitos. Eu quero dificultar a vida dessas pessoas”, concluiu Eduardo Bolsonaro.

Em entrevista coletiva após aceitar o cargo de ministro, Moro disse que a medida proposta pelos Bolsonaronão é consistente”. “As pessoas têm liberdade de manifestação e expressão, e não é diferente com movimentos sociais. Quando [as manifestações] envolvem lesão de direitos de terceiros, não se pode tratar os movimentos como inimputáveis. Mas qualificá-los como organizações terroristas não é consistente”, afirmou o magistrado. 

Ao jornal, o filho de Jair Bolsonaro também defende criminalizar o comunismo. É uma proposta que eu gostaria que fosse adiante, mas que depende de renovação do Congresso. É seguir o exemplo de países democráticos, como a Polônia, que já sofreu na pele o que é o comunismo. Se você for na Ucrânia também falar de comunismo, o pessoal vai ficar revoltado contigo. Outros países também proibiram, como a Indonésia. Um dos papéis dos parlamentares é conscientizar as pessoas”, explicou.

O deputado também defendeu outro tema polêmico: a aprovação do projeto Escola Sem Partido, que pretende proibir o proselitismo político e ideológico nas salas de aula e impor como punição pena de até seis meses de prisão e afastamento do serviço público. A lei está sendo desrespeitada com frequência. Eu acredito que o projeto não é inconstitucional, mas nós aceitaríamos conselhos e conversar com reitores e com ministros do STF, sem problema nenhum. O projeto não é inócuo, tanto que está balançando o Brasil”, defendeu Eduardo Bolsonaro.

Na entrevista, o pesselista disse que pretende aproveitar a alta do conservadorismo no paíspara dar uma resposta ao Foro de São Paulo”, organização internacional que reúne partidos de esquerda, e contou que vai aos Estados Unidos na semana que vem. “O Steve Bannon [ex-assessor do presidente dos EUA, Donald Trump] tem o Movement, que conta com a participação do Salvini [Matteo Salvini, ministro do interior da Itália]. A gente quer ter uma conexão internacional para a troca de ideias, pensar em medidas que estão sendo feitas de forma pioneira na Itália e que a gente possa fazer aqui. É participar do jogo democrático de forma organizada”, afirmou o filho do presidente eleito.

Eduardo também defendeu uma mudança no corpo de funcionários do Itamaraty “um dos ministérios onde está arraigada essa ideologia marxista”, em suas palavras -, mas disse que o governo de seu pai não se trata de uma troca de doutrinação da esquerda para a direita. Negativo. A gente quer expor todas as versões históricas, a gente quer ampliar o debate e não monopolizar em cima de uma teoria”, disse o deputado por São Paulo. 
Jair Bolsonaro ainda não definiu quem será o Ministro das Relações Exteriores. Conforme VEJA revelou na semana passada, um dos mais cotados para o posto é José Alfredo Graça Lima, embaixador de carreira do Itamaraty. 

Estadão Conteúdo e Veja