Governo evolui na articulação sob o comando do ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, e amarra estrutura de apoio. Relação com o Congresso muda também nas palavras e ações de Bolsonaro, que interrompeu escalada de ataques à política [se percebe que quase primeiro-ministro Rodrigo Maia, após ser indiciado pela PF, maneirou nos ataques ao Presidente Bolsonaro;
sabemos que ele está atento a eventual descuido do presidente da República, já que o presidente tem se descuidado menos, situação que somada ao indiciamento deixou o presidente da Câmara mais atento a si próprio.]
Passo a passo, o governo está construindo a base de apoio no Congresso para aprovar, sobretudo, a agenda econômica. Na Câmara, os apoios chegam a 180 deputados. No Senado, aproximadamente 30 parlamentares. Os números são confirmados por interlocutores do Palácio do Planalto, que atribuem ao processo gradativo consolidado pelos 217 atendimentos feitos pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e pelo líder na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO). Um terceiro nome, no Senado, o de Fernando Bezerra (MDB-PE) — foi abatido em pleno voo pela Polícia Federal, mas continuará no cargo até segunda ordem.
O
articulador político assumiu o cargo em 4 de julho. Significa que, nas
últimas 11 semanas à frente do posto, fez uma média de quase 20
atendimentos por semana. Foram 177 encontros com deputados e outros 40
com senadores, que incluem acolhimentos a parlamentares que se reuniram
com Ramos mais de uma vez, segundo informações obtidas junto a fontes na
Secretaria de Governo. É uma interlocução construída com laços de
reciprocidade, explicam, sem toma lá dá cá, mas, sim, com construções
sólidas para a “reconstrução” do Brasil.
Aos mais próximos, Ramos se orgulha de atribuir o trabalho feito
como uma articulação de Estado, não de governo. Não à toa, em relação a
esses atendimentos, feitos para dialogar a acomodação de espaços para
indicados políticos, o ministro e os líderes praticamente só não se
reuniram com parlamentares do PT, do PCdoB, do PDT e do PSol, legendas
opositoras ao governo. Dos 217 encontros, quase 90% foram a 16 partidos.
Ao Correio, Ramos explica que o
objetivo é construir pontes e buscar entendimentos. “Mais recentemente,
fui ao Congresso em duas oportunidades, na semana retrasada e nesta
última, e conversei separadamente com cada líder de partido. Botei meus
pontos de vista, eles colocaram os deles. Alguns até botaram algumas
coisas, brincando: ‘Quero um casamento de relação de franqueza e
sinceridade!’. Não existe alinhamento 100% com o governo, mas postura
pelo Brasil. Nem falo em construir base, mas criar relações republicanas
com o Congresso”, sustenta.
No Correio Braziliense, MATÉRIA COMPLETA
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