Em Recife, foram localizados diversos casos de pensionistas do estado
que recebiam o BPC indevidamente. O mais antigo ganhava o auxílio desde
1998 - prejuízo de R$ 193 mil.
O BPC equivale a um salário mínimo. A Lei Orgânica de Assistencial
(LOAS) estabelece como critério para a concessão do auxílio renda per
capita de até um quarto do salário mínimo (em R$ 249,50).
No caso dos servidores públicos,
o INSS avalia que é mais fácil
recuperar os recursos. O primeiro passo é tentar um acordo na esfera
administrativa. Caso não tenha êxito, os valores são inscritos na dívida
ativa e abatidos do pagamento por intermédio de convênios com os
estados. Isso não dispensa a apuração crime por parte dos órgãos
competentes, como Polícia Federal.
Segundo o presidente do INSS, Renato Vieira, um universo de 1,84 milhão
de beneficiários com processos suspeitos estão sendo notificados. As
pessoas chamadas têm 30 dias para comparecer aos postos do INSS, a fim
de prestar esclarecimentos e atualizar os dados cadastrais se for o
caso. O não comparecimento depois desse prazo leva à suspensão imediata
do benefício.
Entre os principais indícios de irregularidades identificados no pente
fino estão pagamento de pensões sem o nome da pessoa que morreu. Foram
apontados 670 mil segurados nessa situação.
Há 2.266 casos de CPF informados ao INSS que não existem na base de
dados da Receita Federal e 1.940 registros de um mesmo CPF utilizados
por mais de uma pessoa e mais de um tipo de benefício.
- Pode ser problema de cadastro, mas as probabilidades de fraudes são grandes - disse Vieira.
Outro resultado da pente fino foi a queda de 29% na concessão do
auxílio reclusão, de 46.750 para 33 mil. A despesa caiu de R$ R$ 49,7
milhões para R$ 35,1 milhões no período, uma economia de R$ 14,6
milhões. No Rio, a redução foi de 50%, saindo de 2.228 auxílios para
1.133. Segundo o INSS, os números continuam caindo mês a mês.
A MP que permitiu o pente fino tornou mais rígida a regra de concessão
desse tipo de benefício, exigindo carência de dois anos e restringindo
ao regime fechado, vendando também a acumulação com auxílio-doença.
São beneficiados famílias de preso com renda inferior a R$ 1,3 mil por
mês.
O presidente do INSS afirmou que além de identificar os processos
fraudulentos, o órgão vai atuar de forma preventiva. Não basta
suspender, mas atacar as causas da irregularidade, apontando as
fragilidades do sistema, destacou. A ação faz parte do
Estratégia
Nacional Anti-fraude Previdenciária.