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quinta-feira, 25 de abril de 2019

Trapalhadas em família


Bolsonaro se deixa dominar pelos filhos, que atacam integrantes do governo, como o vice-presidente, e assumem poderes que não têm

O último surto dos filhos do presidente mostra, uma vez mais, a situação bizarra em que o Brasil se encontra. Um vereador do Rio fica dando ordens de bom comportamento ao vice-presidente da República. A família do governante se comporta como se o país tivesse escolhido, nas urnas, o clã inteiro para governar. O presidente não consegue ter a mínima autoridade em sua própria casa e aparece como um joguete na mão dos filhos.

Quando era perguntado sobre por que demonstrava pensamentos diferentes dos do então presidente João Figueiredo, Aureliano Chaves costumava responder: “não sou demissível ad nutum”. Esse é o ponto que inquieta os filhos do presidente. O vice-presidente, Hamilton Mourão, foi eleito, tanto quanto Bolsonaro, e tem suas próprias ideias. Não há razão alguma para que não possa tê-las, até porque na democracia a diversidade sempre foi melhor que a ordem unida.

Mourão não apareceu na vida nacional por ser um disciplinado soldado.
Pelo contrário, exatamente por expor suas ideias — de admiração pelo regime militar o general Mourão foi duas vezes punido antes de ir para a reserva. As suas indisciplinas, aliás, não foram piores que as do capitão Jair Bolsonaro, que acabou preso por 15 dias por desafiar superiores. Portanto, que não se peça agora a Mourão que apenas bata continência, seja um soldado de Bolsonaro. Goste-se ou não, ele tem um mandato.

Já os filhos do presidente não têm mandato para dar ordens na administração da República. Carlos foi eleito vereador, pode cuidar dos inúmeros problemas da cidade do Rio. Eduardo, seu irmão mais novo, foi eleito deputado federal e tem um mandato a exercer na Câmara. Os dois ontem estavam no Twitter se revezando em críticas a Mourão. Eduardo, a propósito, também não é — é bom lembrá-lo disso —o ministro das Relações Exteriores. O cargo está mal ocupado, é verdade, mas isso não dá ao filho número três a liberdade de assumir o comando da política externa. Flávio, o primogênito, atingido por um escândalo na largada, que ainda não explicou, ficou mais quieto inicialmente. Mas já apresentou uma ideia completamente sem sentido de acabar com a reserva legal nas propriedades rurais. Como senador, ele deveria ter a responsabilidade de estudar, por alto que seja, os assuntos sobre os quais quer fazer algum projeto. [a bagunça, até mesmo a indisciplina, protagonizada pelos filhos do presidente Bolsonaro, até que é administrável.
 
Basta o presidente decidir  levar a sério o exercício do cargo para o qual ELE, PESSOALMENTE, foi eleito, chamar os 'pimpolhos' e dizer para o Carlos:
- vc foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro, é seu DEVER, sua OBRIGAÇÃO, estar lá, exercendo seu mandato, sua ausência continuada, sua desídia com o mandato que o povo lhe concedeu, pode até justificar sua cassação;
 
Já para o senador Flávio lembrar que ele não é assessor do presidente da República, não é ministro - se Bolsonaro o quisesse exercendo um desses cargos o teria nomeado - foi eleito para SER SENADOR e tem o DEVER, a OBRIGAÇÃO de bem e fielmente cumprir seu mandato, ou a ele renunciar e pedir que o pai o nomeie ministro ou equivalente;
 
Para o Eduardo, lembrar que apesar da grande votação, foi eleito DEPUTADO FEDERAL e tem o DEVER, a OBRIGAÇÃO de exercer o mandato que lhe foi conferido na Câmara Federal. Caso não queira ser deputado, sugerir o mesmo que sugeriu para o senador Flávio.
 
Após explicar, de forma didática e séria, as funções públicas para as quais foram nomeados e TEM O DEVER DE EXERCÊ-LAS, BEM E FIELMENTE, o presidente pode então informar aos dignos filhos que caso algum deles queira falar com o Bolsonaro, o pai, devem promover tal conversa sem invadir reuniões (não consta que algum deles tenha invadido uma reunião de Bolsonaro com ministro, com o vice-presidente, ou outra autoridade) e conversar pessoal e reservadamente com o pai - sem sair alardeando antes ou após a reunião o tema da mesma.
 
Se o assunto tratado for de caráter oficial, qualquer manifestação pública sobre o conversado fica ao exclusivo  critério da autoridade maior - o presidente da República - e deverá ser feita pelo porta voz do presidente.
 
Essas simples medidas bastam para enquadrar os filhos do presidente, deixar claro que eles o óbvio =  quem foi eleito presidente da República foi o JAIR BOLSONARO = e assim não podem, nem devem, interferir no governo do presidente Jair Bolsonaro.
 
Ao mesmo tempo, Bolsonaro - o pai extremoso - deixa um canal aberto para os filhos, de forma reservada, desfrutarem do amor paternal e oferecerem o amor filial ao pai.
 
ACABOU A ENCRENCA.] 
 
Mas mais do que terem mau desempenho como parlamentares, os três filhos do presidente criam dificuldades para o país atacando integrantes do governo do pai. Uma frente de constrangimento vem do autodenominado filósofo Olavo de Carvalho, a quem Carlos e Eduardo, e o próprio presidente, prestam uma patética vassalagem. Os ataques que, dos Estados Unidos, ele dispara contra pessoas como o ministro Santos Cruz, ou o próprio vice-presidente, não teriam a mais remota relevância. Têm destaque quando o presidente posta em rede social uma entrevista na qual ele mistura seus costumeiros palavrões, pensamentos rasteiros, com críticas a integrantes do governo.
 
[outra aberração, ou fantasma,  que atrapalha o Governo Bolsonaro é uma figura chamada Olavo Carvalho e que até agora não teve nenhuma utilidade ao governo do capitão; 

o que ele tem feito é semear a desarmonia, a cizânia, fazer comentários que não são da sua alçada, tuitar asneiras, ofender pessoas de bem;
tal individuo vive há décadas longe do Brasil, homiziado nos Estados Unidos, e que se dependesse do tal Olavo para obter votos, Bolsonaro não teria chegado sequer aos 100.000 votos.
 
Se o tal Olavo resolver privilegiar o Brasil e o Governo Bolsonaro com sua ausência, em no máximo uma semana será lembrado por, no máximo, meia centena alienados. Seus comentários, seus palpites, suas sugestões, não servem para nada e só atrapalham o Brasil.
 
Olavo de Carvalho tinha um site - Mídia Sem Máscara - que parece foi desativado, o que lamentamos já que ele poderia usar aquele domínio para veicular suas encrencas e provocações,  sem sentido e/ou necessidade e sem forçar audiência.
 
Aliás, ele se auto intitula filósofo e são pessoas do seu tipo, do seu comportamento, que fazem com que exista um brocardo (com o qual não concordamos) que diz: "A filosofia é uma ciência tal que com a qual ou sem a qual o mundo continua tal e qual."
 
Presidente Bolsonaro, peça ao filósofo de Virgínia para favorecer com sua ausência e silêncio ao Brasil, ao seu Governo e a todos os brasileiros e as coisas vão melhorar.]
O país está em uma enorme crise. Ela foi em grande parte herdada da última administração, mas o ex-presidente Temer tinha reduzido a dimensão do problema e deixado uma série de boas propostas prontas para serem assumidas pelo governo. [preferimos destacar que o termo 'última administração' se refere ao governo da escarrada ex-presidente Dilma Rousseff, já que o governo Temer só não deixou o Brasil em melhores condições pela sistemática sabotagem promovida pelo ex-procurador-geral da República, o tal Janot - aliás, as denúncias daquele ex-PGR, fundadas em grande parte em delações dos açougueiros de Anapólis, que até a presente data ainda não foram homologadas pelo STF.] Cabia ao presidente Bolsonaro aproveitar o momento de otimismo com a sua eleição e tomar decisões que ajudassem a tirar o país dessa longa estagnação.

A confiança na capacidade do governo Bolsonaro está derretendo entre os agentes econômicos e o mercado financeiro. Sua popularidade está em queda rápida. E isso, na visão dos analistas, tornará mais remota a possibilidade de o governo aprovar as necessárias reformas econômicas. Enquanto o país se preocupa com problemas reais — a alta taxa de desemprego que não cede, as projeções do PIB que desabam, a falta de perspectiva do país, o dólar que volta a rondar a casa de R$ 4,00 — a família presidencial gasta o seu tempo, e a nossa paciência, postando críticas a supostos inimigos do pai, mesmo quando estão dentro do governo, como o vice-presidente Hamilton Mourão. [conveniente lembrar que o vice-presidente Mourão, FOI ELEITO, e é indemissivel.
Mesmo que fosse demissivel, nãda existe que justifique tal medida.
Na campanha o general Mourão, se empolgou e falou algumas coisas que não soaram bem, mas, desde que foi empossado que tem honrado o cargo, inclusive, quando no exercício da Presidência da República.] Há, sinceramente, problemas maiores no país do que eventuais divergências de opinião entre Bolsonaro e seu vice. As trapalhadas dos filhos também seriam vistas como cômicas — que de fato são — se o presidente não fosse tão dominado por seu círculo familiar. Por isso é que um assunto menor passa a ser um problema da política nacional.
 
Míriam Leitão - O Globo
 
 

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Limites da LIBERDADE DE EXPRESSÃO: Afinal, no dia em que não se puder chamar de “cadelas” as mulheres de esquerda, então não haverá mais liberdade de expressão no Brasil, não é mesmo?

[importante: ressalte-se que o capitão JAIR BOLSONARO se encontra internado no Hospital Alberto Einstein se recuperando de graves ferimentos resultantes de covarde agressão que sofreu no ataque de um misterioso esfaqueador.

Tal situação, por óbvio, isenta o presidenciável de qualquer responsabilidade sobre os fatos abaixo narrados.

Que pela natureza estão mais para uma tentativa de sabotagem da candidatura Bolsonaro, que bem pode ser armação daquele partido que treme ao ouvir o nome BOLSONARO. 

Não gostamos, o que é fato, da maldita esquerda; 

mas, os eleitores de Bolsonaro certamente gostam de mulheres - da mesma forma que as eleitoras do capitão gostam de homens - sejam da esquerda, da direita ou de centro.

Se tentaram matar Bolsonaro para impedir sua eleição, imagine do que mais serão capaz?

tentar indispor a candidatura Bolsonaro contra eleitoras é tarefa que os membros daquele partido são capazes de fazer sem o menor remorso.] 

Música cantada por apoiadores de Bolsonaro fala em ‘ração na tigela’ para feministas

Canção ofensiva a mulheres embalou ato de apoio ao candidato em Recife

Uma música que fala em dar “ração na tigela” para feministas e compara mulheres “de esquerda” a “cadelas” foi cantada por apoiadores do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) em um ato realizado na manhã deste domingo, em Recife. A canção pode ser ouvido em um vídeo publicado pelo site JC Online.

A letra ofensiva faz referências ainda à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a políticos de esquerda, como Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Jean Wyllys (PSOL-RJ). Há também referências a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), com quem Bolsonaro se envolveu em uma polêmica após o deputado afirmar que não estupraria “porque ela não merece”.

Os versos são uma paródia do funk “Baile de Favela”. Um dos trechos diz:  
“Dou pra CUT pão com mortadela / 
E pras feministas ração na tigela / 
As minas de direita são as top mais belas / 
Enquanto as de esquerda têm mais pelo que as cadelas”.

Outro trecho diz:
“Bolsonaro, capitão da reserva. Bolsonaro casou com a cinderela enquanto Jean Wyllys só tá vendo novela.”


O Globo



domingo, 12 de agosto de 2018

Militares na berlinda

Lamentável que a campanha resgate velhos estigmas e preconceitos, como o de que militares são toscos, turrões, alheios ao mundo fora da caserna – uns “brucutus”.


Se alguém acha que a atual campanha para a Presidência da República está sendo uma boa propaganda para a imagem dos militares, está redondamente enganado. Depois do capitão Jair Bolsonaro, o general Hamilton Mourão e agora o inacreditável Cabo Daciolo, que foi do PSOL e concorre a presidente pelo Patriota. Bom para quem? Na fala dele, sobra Deus e falta a letra “S”.

As Forças Armadas são a instituição mais admirada pela população em todas as pesquisas e os oficiais fazem sofisticados cursos na carreira, passam por escolas superiores de excelência, estudam geopolítica e estratégia. Demoraram anos para se livrar das marcas da ditadura, apesar de ainda não confortáveis com a abertura dos arquivos, e concluir esse ciclo da história.  Lamentável que a campanha resgate velhos estigmas e preconceitos, como o de que militares são toscos, turrões, alheios ao mundo fora da caserna – uns “brucutus”. Eles não são nada disso, mas o que dizer de Bolsonaro? Militar, [antes que seja iniciada a prática do esporte predileto = espancar Bolsonaro = deve ser destacado que Bolsonaro cursou a Escola Preparatória de Cadetes do Exército - EsPCEX  (instituição que não aceita os desprovidos, ou mal providos,  de inteligência) cursou a Academia Militar das Agulhas Negras  - AMAN, outra instituição, em que só os com inteligência bem acima da média conseguem ingressar; agora vamos ao brilhante POST - ser brilhante não significa necessariamente correção.] largou a carreira como capitão por indisciplina e para ser vereador. Deputado desde 1991, no sétimo mandato, nunca se destacou no plenário, nas comissões, nem por projetos: dois em 27 anos. Candidato, demonstra evidente despreparo para governar um País complexo e mergulhado em crise como o Brasil. [lembrando sempre que o Brasil fui governado por oito anos e quase seis por Dilma e o resultado é a tragédia que estamos vendo;
se Dilma e Lula não conseguiram, ainda que juntando a incompetência com a desonestidade destruir o Brasil, com certeza Bolsonaro vai corrigir muita coisa errada; aliás, se Janot não atrapalha, Temer já iria entregar para Bolsonaro um Brasil bem melhor do que o recebido.]

Tem-se, pois, que o líder nas pesquisas, quando o nome do ex-presidente Lula não entra, é um militar que não é militar há quase 30 anos e um deputado que critica os colegas, mas é do “baixo clero”, usa imóvel funcional indevidamente e é acusado de desviar funcionários pagos pela Câmara para cuidar de sua casa no Rio. Ele, o filho mais velho, o segundo e o terceiro são políticos e até a ex-mulher tentou ser. Se a política é tão abjeta, o que a família inteira faz dentro dela? Um mistério.  Bolsonaro procurou seu vice entre astronauta, príncipe, pastor, general, socialite, advogada polêmica… O risco seria um príncipe presidindo nossa República ou o Brasil indo para o espaço com o astronauta. Prevaleceu o general Mourão, que já defendeu intervenção militar e já estreou como vice decretando a “indolência” dos índios e a “malandragem” dos negros. E o Exército é justamente reduto e símbolo dessa rica miscigenação brasileira.

Para piorar, os eleitores acabam de descobrir o Cabo Daciolo, que nem chegou a sargento, mas já se imagina presidente. Bombeiro, foi expulso da corporação depois de tentar invadir um quartel. Do PSOL, foi expulso por querer incluir Deus na Constituição. Uma piada, mas uma piada de mau gosto. [O PSOL é uma piada e das mais ridículas. Genoíno também tentou excluir Deus da Constituição, foi excluído da vida política.]
Antes mesmo de Daciolo aboletar-se no debate de presidenciáveis na Rede Bandeirantes, o ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, já tinha dado o primeiro alerta de que as Forças Armadas não têm nada a ver com essas maluquices. Disse que vê “com naturalidade” Mourão na vice de Bolsonaro, mas frisando que não se trata de “uma chapa de militares”. Leia-se: “Não temos nada a ver com isso”.

Quem conhece de dentro as Forças Armadas e os generais Luna e Silva, Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, e Sérgio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional, aplaudiu a fala: “Eles têm de se distanciar rapidamente dessa aventura do Bolsonaro, porque, depois que cola, não descola mais”.  Bolsonaro atraiu legiões de seguidores nas redes sociais com a condenação à corrupção e um discurso conservador e caro à expressiva parcela da população, senão à maioria, na área de costumes: família tradicional, papel das mulheres, drogas, aborto. Ok, é um direito de quem prega e de quem segue. Só não se pode transformar essa embalagem de comportamento social numa candidatura militar e menos ainda numa promessa de governo militar. Além da ameaça para o Brasil, é um enorme risco para as próprias Forças Armadas. [detalhe que será lembrado: para cada um brasileiro que adere ao espancamento do Bolsonaro, dois que o espancavam se tornam ex-espancadores e um neutro adere ao BOLSONARISMO.
Antes de ser contra ao Bolsonaro é preciso lembrar os dois trastes que foram eleitos nas últimas eleições.]