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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Financial Times lista dez motivos pelos quais Dilma pode sofrer um impeachment



Um dos assuntos mais comentados nas redes sociais (além da Petrobras) é a situação complicada da presidente Dilma Rousseff (PT) diante do governo. Com isso, o jornal britânico Financial Times decidiu listar nesta quarta-feira (25) 10 motivos pelos quais a petista poderia não chegar ao fim de seu mandato.

O artigo, assinado pelo editor-adjunto de mercado emergentes da publicação, Jonathan Wheatley, cita entre as razões a perda de apoio no Congresso Nacional, principalmente com a recente vitória de Eduardo Cunha.  Segundo o texto, até mesmo alguns petistas se voltaram contra a presidente. "Alguns membros [do partido] a veem como uma intrusa oportunista", disse Wheatley. A maioria dos motivos mencionados no texto são de teor econômico, sendo que apenas dois têm relação indireta com a economia: a falta de água e possíveis apagões elétricos. 

Veja os motivos:

 Perda de apoio no Congresso
"Para um presidente brasileiro ser cassado, ele deve fazer algo flagrantemente errado. Mas muitos fazem isso e sobrevivem", começa o autor. Porém, para ele, o que realmente conta é a perda de apoio no Congresso. Diante disso, ela começa a criar "inimigos" dentro de casa, começando a ver petistas ficarem descontentes com ela. Até mesmo a nomeação de Joaquim Levy para a Fazenda tem sido razão de raiva para integrantes da esquerda.

Escândalo da Petrobras
Diante de todos os escândalos envolvendo a estatal, o pessimismo do mercado diante do governo só aumenta e pressiona ainda mais a presidente. No fim, Wheatley destaca que, se em algum momento o Congresso decidir fazer algo para um impeachment, "a Petrobras forneceria o pecado flagrante". "Dilma foi presidente do conselho de administração, quando a maior parte da suposta corrupção aconteceu", destaca.

Queda na confiança do consumidor
"Os consumidores estão extremamente fartos, como mostrado por um levantamento mensal divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas" afirma o texto mostrando o gráfico da FGV com a forte queda da confiança.

Aumento da inflação
"Vinte anos atrás, a inflação no Brasil foi de cerca de 3.000% ao ano. Muitos brasileiros são jovens demais para lembrar, mas outros não. Alguns temem agora que o governo abandone a meta de inflação de 4,5% ao ano", afirma o texto.

Aumento do desemprego
O artigo lembra que muitos brasileiros têm se preparado para perdoar o governo em relação a inflação e crescimento lento porque sentiram seus próprios empregos estavam seguros. "Mas com a economia deverá contrair-se 0,5% este ano [...] Estima-se que 26 mil empregos líquidos foram perdidos em janeiro, normalmente um mês onde ocorre contratação desse número. Isso representa um grande desafio para a popularidade de Dilma", afirma.

Queda na confiança do investidor
Após a notícia de que o Tesouro tinha vendido 10 milhões de contratos de dívida de curta duração com vencimento em outubro deste ano, o texto destaca que este foi o maior leilão único de tal dívida de curto prazo. Citando o Valor Econômico, Wheatley diz que o governo está sendo forçado a vender cada vez mais títulos como esses rendendo diante da preocupação dos investidores com a capacidade do governo para cumprir as metas orçamentais.

Déficit orçamentário
"No ano passado, o Brasil emitiu o seu primeiro déficit orçamentário primário em mais de uma década, efetivamente levando o país de volta para os dias sombrios antes de começar a implementar pelo menos uma aparência de disciplina fiscal", afirma o FT. "A administração Rousseff parece desistir do fantasma do ano passado, com um déficit primário equivalente a 0,63% do PIB e um déficit nominal, incluindo o pagamento da dívida, equivalente a 6,7% do PIB", completa.

Problemas econômicos no geral
"Que a economia está a implodir é quase desnecessário dizer", começa o autor. "Os investidores esperavam que a nomeação do "Chicago boy" Levy para o ministério das finanças iria mudar as coisas. Muitos ainda se seguram nessa esperança. Mas a tarefa parece cada vez mais difícil", afirma. "Levy tem aparecido como uma figura solitária, o único homem no governo segurando 'a represa'. Rousseff nem sequer apareceu no anúncio de sua nomeação. Ela estava lá na cerimônia formal [...] Mas uma pesquisa no Google Imagens sugere que eles não têm sido vistos juntos em público desde então", completa o FT.

Falta d'água
"A sensação de se aproximar de apocalipse no Brasil é sublinhada por uma escassez de água que atinge a cidade de São Paulo", lembra o jornal britânico, que destaca a pequena recuperação do Cantareira nas últimas semanas, mas que mesmo assim está longe de sair da crise. "A causa não é a baixa precipitação apenas. Estima-se que um terço da água do sistema é perdida pela Sabesp. Má gestão e falta de investimento também são culpados", afirma.

Possíveis apagões elétricos
"A última vez que um governo foi derrubado (embora nas urnas e não por impeachment) a principal causa foi o racionamento de energia elétrica", afirma o texto citando a derrota de Fernando Henrique Cardoso para Lula em 2002, depois de um "verão de racionamento de energia elétrica provocada por uma combinação de baixa pluviosidade, má gestão e falta de investimento". "A administração Rousseff pode evitar um destino semelhante. Ou talvez não", diz o FT.

"O que derrubou Collor não era o seu envolvimento em casos de corrupção, mas a repulsa que as pessoas sentiam dele e, especialmente, entre a maioria no Congresso. Rousseff deve ter muito cuidado para não seguir o mesmo caminho", completa o jornal.


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Presidente Dilma promete o que não pode garantir

Está além da capacidade do governo fazer o país crescer em 2015. A presidente Dilma Rousseff, portanto, promete o que não pode garantir, em sua mensagem encaminhada ao Congresso, ao dizer que não haverá recessão em 2015.

Isso porque o governo perdeu a capacidade de estimular a economia. Depois de fechar o ano de 2014 com um déficit primário de R$ 31 bilhões e um déficit nominal (inclui pagamento de juros) de R$ 343 bilhões, ou 6,7% do PIB, não há mais espaço para gastos públicos neste ano de 2015. A dívida bruta subiu nove pontos nos últimos quatro anos. O setor público este ano vai jogar contra a economia, aumentando impostos e reduzindo gastos.

Ao mesmo tempo em que o governo não consegue fazer o país crescer, o setor privado também tem suas próprias dificuldades. A confiança está baixa, a inflação, elevada, falta água e energia barata. Não há poupança interna para financiar investimentos e o país já está usando demais a poupança externa, como mostra o forte déficit em conta corrente, acima de 4% do PIB.

Diante de um quadro tão difícil, só resta à presidente tentar manter a confiança. O problema é isso vai passar um sinal contrário aos agentes econômicos, de incompreensão do quadro atual.

Fonte: Blog da Miriam Leitão 
 

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Defendemos a existência e uma única raça - a humana - mas, não será surpresa se for proibido no Brasil o uso do 'rótulo' negro

A falácia de uma sociedade ‘pós-racial’

Estudo demonstra as diferenças de percepção quando se aplicam os rótulos raciais ‘negro’ e ‘afro-americano’

Tudo o que quero para o Ano Novo é o banimento de qualquer coisa “pós-racial” do discurso social e político. Desde sua aparição, em 2008, para anunciar a ascensão de Barack Obama, o conceito estava equivocado. Não passa de uma lembrança distante o momento em que Obama ganhou a duramente disputada primária da Carolina do Sul e a audiência entoou “a raça não importa”. Notícias, pesquisas e estudos que surgiram na segunda metade de 2014 deixaram claro o contrário.

Os episódios fatais entre a polícia e afro-americanos desarmados, particularmente Michael Brown em Ferguson, Missouri, e Eric Garner, em Nova York, provocaram um debate nacional sobre raça e aplicação da lei. O fracasso no indiciamento dos policiais nesses dois casos levou a um diálogo sobre raça e igualdade na administração da justiça.[é dado na matéria um destaque ao fato dos agressores dos policiais estarem desarmados; só que as investigações mostraram - e o não indiciamento dos policiais confirma o acerto das conclusões apresentadas - que os elementos, mesmo supostamente desarmados, ofereciam risco aos policiais o que justificou o uso da força adequada para contê-los.
A única diferença é que se os policiais tivessem usado da mesma força contra agressores brancos não teria havido tantas críticas à ação policial.] Mas deixemos essas duas explosões, que meu colega do “Washington Post” Eugene Robinson chama de nosso “padrão espasmódico” no que se refere a raça.

Evidências de que a raça é importante estão à nossa volta, literalmente. O pessoal da Vox nos lembrou, recentemente, que uma instituição chamada Southern Poverty Law Center listou as seções ativas da Ku Klux Klan nos EUA. A News One transformou a informação num mapa interativo. O grupo racista e antissemita que se fantasia com longas roupas brancas, cruzes em fogo e tem um histórico de atos de violência está ativo em 41 dos 50 estados americanos.

Sem trocadilho, a raça colore a maneira pela qual observamos algumas questões. Uma pesquisa Post-ABC News mostra quão forte é a divisão quando se trata da aplicação da lei:
“Apenas um em dez afro-americanos diz que negros e outras minorias recebem tratamento igual aos brancos no sistema de justiça criminal. Somente dois em dez dizem confiar em que a polícia trata brancos e negros com igualdade, tenham ou não cometido um crime. Por outro lado, cerca de metade dos brancos americanos diz que as raças são tratadas com igualdade no sistema judicial, e seis em dez confiam em que a polícia trate brancos e negros da mesma forma.”[o resultado da pesquisa POST-ABC News é o esperado, tendo em conta que só foram  pesquisados afro-americanos, o que resultou em total parcialidade da enquete.]
 
A divisão não se dá apenas ao longo das linhas raciais. A pesquisa também destaca sua natureza partidária. Se você é um republicano branco, é mais provável achar que as diferentes raças são tratadas com igualdade pela polícia. Mas, se for um democrata branco, será mais inclinado a acreditar que há diferenças no tratamento. Uma coluna recente de Esther Cepeda aborda um estudo a respeito do impacto da linguagem e a percepção em relação aos afro-americanos. Impressionante, ele abre nossos olhos. O título do trabalho diz tudo: “A rose by any other name? The consequences of subtyping ‘African-Americans’ from ‘Blacks’” (algo como “Dar um nome diferente à rosa? As consequências de diferenciar ‘afro-americanos’ e ‘negros’”). As pesquisadoras Erika Hall, Katherine Phillips e Sarah Townsend fizeram quatro experiências para ver se os brancos fazem distinção entre “negros” e “afro-americanos”. Por favor, leiam o estudo. É fascinante. Mas tudo o que você precisa saber está no sumário: “Descobrimos que o rótulo racial ‘negro’ evoca uma representação mental de uma pessoa de menor status socioeconômico que o rótulo ‘afro-americano’, e que os brancos reagem mais negativamente em relação a ‘negro’. No estudo 1, mostramos que o estereótipo para ‘negro’ é mais baixo em status, competência e cordialidade. No estudo 2, brancos identificam ‘negro’ com status mais baixo em relação a ‘afro-americano’. No estudo 3, demonstramos que o uso do rótulo ‘negro’ versus ‘afro-americano’ numa notícia sobre um crime num jornal americano é associado a um tom emocional negativo no artigo. Finalmente, no estudo 4, mostramos que os brancos consideram um suspeito de cometer um crime de forma mais negativa quando ele é identificado como ‘negro’. As conclusões estabelecem a maneira como rótulos raciais podem ter consequências materiais para um grupo.”

O estudo deverá dissipar qualquer noção de que a nossa jamais será uma sociedade “pós-racial”. Antes que isso aconteça, nós teríamos que, primeiro, lidar com nossa atual sociedade racista. Mas teríamos de falar com cada um, face a face, num exercício intensamente pessoal e desconfortável. O matiz multirracial das manifestações nos EUA deu-me a esperança de que essas conversas estejam ocorrendo um pouco mais agora. Pequenos passos na estrada para a cura racial. Ainda assim, essas conversas têm de se tornar nacionais porque requerem um elemento chave que está em falta: confiança. Até que possamos ter uma conversa baseada na confiança, não daremos o passo gigantesco para uma nação “pós-racial”, em que raça não tenha importância.

Fonte: Jonathan Capehart integra a equipe de editorialistas do “Washington Post”