Está além da capacidade do governo fazer o país crescer em 2015. A
presidente Dilma Rousseff, portanto, promete o que não pode garantir,
em sua mensagem encaminhada ao Congresso, ao dizer que não haverá
recessão em 2015.
Isso porque o governo perdeu a capacidade de
estimular a economia. Depois de fechar o ano de 2014 com um déficit
primário de R$ 31 bilhões e um déficit nominal (inclui pagamento de
juros) de R$ 343 bilhões, ou 6,7% do PIB, não há mais espaço para gastos
públicos neste ano de 2015. A dívida bruta subiu nove pontos nos
últimos quatro anos. O setor público este ano vai jogar contra a
economia, aumentando impostos e reduzindo gastos.
Ao mesmo tempo
em que o governo não consegue fazer o país crescer, o setor privado
também tem suas próprias dificuldades. A confiança está baixa, a
inflação, elevada, falta água e energia barata. Não há poupança interna
para financiar investimentos e o país já está usando demais a poupança
externa, como mostra o forte déficit em conta corrente, acima de 4% do
PIB.
Diante de um quadro tão difícil, só resta à presidente tentar
manter a confiança. O problema é isso vai passar um sinal contrário aos
agentes econômicos, de incompreensão do quadro atual.
Fonte: Blog da Miriam Leitão
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