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quinta-feira, 8 de junho de 2017

'A animação do réu-presidente'

Artigo: 'A animação do réu-presidente', por José Casado

Soam estranhas demonstrações de certezas de Temer sobre seu futuro em meio ao julgamento do mandato no TSE

Uma condenação no Tribunal Superior Eleitoral surpreenderia Michel Temer. É o que tem repetido a quem o procura. Na quarta-feira, num discurso, até abandonou sua habitual cautela na maneira de falar: “É com esta alma, com esta animação, com este vigor, com esta revitalização que esta solenidade provoca no governo, que nós vamos conduzir o governo até 31 de dezembro de 2018”.


Soou estranho a alguns da plateia de empresários, porque assistiam a um réu-presidente demonstrando certezas sobre o seu futuro em meio ao julgamento do mandato, que ocorria a apenas três quilômetros de distância do Palácio do Planalto.  A pública efusão de otimismo do presidente não convenceu muitos. Ao contrário, foi percebida por alguns parlamentares como evidência de insegurança de um político cuja imagem mais precisa — ironizavam —, talvez esteja no autorretrato “Eu”, traçado nos versos publicados por Michel Temer em 2012:
“Deificado - Demonizado - Decuplicado - Desfigurado - Desencantado -Desanimado
Desconstruído -  Derruído -  Destruído”.

Vale lembrar que, no final, ele dissimula com ressalva mordaz: “Qualquer semelhança comigo ou com terceiros é mera coincidência”.

[é preciso considerar que Michel Temer está assumindo a postura correta de um presidente da República acusado (não existe provas a sustentar a acusação, mas, no Brasil atual, qualquer político acusado recebe o tratamento que costuma ser dado a policiais =  acusado até que prove o contrário) mas, que está ciente de sua responsabilidade de governante e tem fibra (apesar do seu estilo indeciso, escorregadio, propenso a postergar) para cumprir o DEVER, independente das pressões e do que possa vir a acontecer.
Temer sabe que qualquer que seja a decisão do TSE não será de aplicação imediata e lhe restará algum tempo, talvez não para fazer, ainda que parcialmente, as reformas necessárias, mas adotar algumas medidas que resultem na melhora da economia e, inevitavelmente, da melhora das condições políticas do governo que preside.
Está ciente que as pressões serão muitas, a meta do Janot é clara: constranger o presidente, fazer o que for necessário para constranger o presidente, valendo até mesmo transferir o Loures para a Papuda como uma forma de forçar uma delação premiada que repercuta no julgamento do TSE.
Então o que lhe resta, já que renúncia não consta do vocabulário dos verdadeiros homens, é tocar o Governo.]
 
Certo é que vai ser difícil aos juízes do tribunal eleitoral explicar ao público um eventual perdão judicial a Temer — se confirmada a tendência detectada pelo governo no plenário do TSE, emuladora da aparência de satisfação exibida na quarta pelo réu-presidente.
Igualmente complicado seria condenar isoladamente a ex-presidente Dilma Rousseff pelas fraudes nas contas de campanha denunciadas pelo PSDB logo depois da eleição de 2014, apenas para “encher o saco” do PT, nas palavras do senador afastado Aécio Neves, suspeito de corrupção.

Entre outras razões, lembrou o juiz-relator Herman Benjamin na quarta, porque a denúncia do PSDB de 18 de dezembro de 2014 foi expressa sobre “recursos ilícitos” disfarçados de doações recebidas por Dilma-PT (R$ 60,2 milhões) e Temer-PMDB (R$ 60,4 milhões) de 11 empresas “investigadas na Operação Lava-Jato”, entre elas a empreiteira Odebrecht.
Temer e Dilma, por seus advogados, gastaram os últimos dois dias de julgamento na tentativa de anular documentos e delações da Odebrecht. “Querem, agora, alterar as regras do jogo processual e dos limites do processo” — retrucou o relator.


O detalhado relatório de Benjamin conduziu o júri a uma situação politicamente desconfortável: diante do volume de provas materiais e testemunhais, absolver Temer e Dilma talvez redunde em alto custo institucional.  Poderia estimular a percepção coletiva de que o TSE é forte para cassar prefeitos e, ocasionalmente, governadores, mas vacila quando se trata de eleitos à Presidência da República. [com  absoluta certeza o TSE, STF e  demais tribunais superiores, bem como o Ministério Público, não se preocupam com a repercussão de suas decisões.
Três exemplos:
- quando Teori Zavascki escreveu virtualmente adaptações no texto constitucional que lhe permitiram criar uma punição sob encomenda para Eduardo Cunha (por favor não confundam este parágrafo com uma tentativa de defender o Cunha, estamos ignorando toda a sustentação (ou ausência de)  naquela ocasião, das acusações contra Cunha; está sendo  apenas destacado que aquele deputado foi vítima, naquela oportunidade, de sanções INEXISTENTES na legislação brasileira) e ninguém se preocupou com a legalidade do ato;
- quando Lewandowski decidiu fatiar a Constituição, mantendo os direitos absurdos, aquele ministro nem ninguém se preocupou com a repercussão do ato absurdo;
- quando o Ministério Público decidiu de forma monocrática assumir as funções do Poder Judiciário e conceder um perdão ao delator Joesley Batista, o procurador-geral Janot não se preocupou com a repercussão negativa.
Assim, o TSE decidirá sobre o que é da sua competência, dentro do que a maioria dos julgadores entender o correto, e o povo, gostando ou não, acatará.]

Numa etapa de confronto com a tradição de impunidade das oligarquias políticas, pode significar a redução da Justiça Eleitoral ao papel de um mero cartório de registro de candidaturas e de contas eleitorais, mesmo quando signifiquem fraude à democracia.

Fonte: José Casado, jornalista - O Globo


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Gilmar Mendes após enquadrar Rodrigo Janot parte para moralizar fiscalização no TSE



Gilmar Mendes diz que análise de despesas eleitorais no TSE era um 'faz de contas'
Vice-presidente do Tribunal, que tem feito críticas a irregularidades na campanha de Dilma Rousseff do ano passado, diz que é preciso melhorar fiscalização
O vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes, disse na manhã desta quinta-feira, 10, que é preciso melhorar a fiscalização das prestações de contas eleitorais na Justiça e que a análise feita pela Corte até pouco tempo atrás era "um faz de contas". Mendes tem feito críticas a irregularidades identificadas nas contas de campanha da presidente Dilma Rousseff de 2014, com envio de dados a órgãos responsáveis por investigações, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR).

O ministro considera que dificuldades do setor tornavam a análise de contas meramente formal. "Se havia um setor no TSE que era um faz de contas, era o setor de contas. Juntavam-se papéis. Mas isso não por culpa do setor, mas pelas dificuldades. Imaginem, temos oito servidores no setor de contas", afirmou o ministro, que disse que o Tribunal "vai mudar isso". "A palavra é dura, mas temos que mudar. Estou fazendo esse reconhecimento porque a gente tem que saber que é assim para mudar. (...) Não temos que ficar contemplativos diante desse quadro e a mudança precisa ocorrer. Precisamos melhorar a fiscalização, do contrário isto continua um mundo de faz de contas", afirmou Mendes, em seminário organizado pelo TSE sobre reforma política.

Ele tem defendido que o Tribunal faça um exame rigoroso das contas eleitorais, inclusive com verificações sobre o possível uso de dinheiro oriundo de propina no esquema de corrupção na Petrobras, foco da Operação Lava Jato, na campanha presidencial do ano passado. "Todos nós falamos da sustentação da campanha e como ela se financia, mas não cuidamos que há fraude dentro da campanha, empresas fantasmas dentro da campanha que não temos capacidade de identificar, gráficas que não têm impressora", disse Gilmar. Recentemente, o ministro criticou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por arquivar um trecho de investigação da prestação de contas da presidente Dilma Rousseff sobre serviços prestados por uma gráfica.

A campanha de 2014 da presidente Dilma já é alvo de investigação perante o Supremo Tribunal Federal. Na última semana, o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, autorizou a abertura de inquérito contra o ministro da Comunicação Social e ex-tesoureiro da campanha da petista de 2014, Edinho Silva.