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quarta-feira, 20 de novembro de 2019

O mistério do convite a Moro - Elio Gaspari

Elo entre Moro e a campanha é um mistério

Houve um certo sincronismo entre os vazamentos da delação de Palocci e a campanha

Gustavo Bebianno, ex-secretário-geral da Presidência e copiloto da campanha de Jair Bolsonaro quando ela cabia numa Kombi, contou ao repórter Fábio Pannunzio que o juiz Sergio Moro já estava convidado para o Ministério da Justiça antes que as urnas do segundo turno começassem a ser apuradas. Mais: naquela tarde de 28 de outubro, o “Posto Ipiranga” Paulo Guedes revelou-lhe que havia conversado com o juiz “cinco ou seis vezes”. [as revelações de Paulo Guedes e Gustavo ocorreram após as eleições, antes da apuração da urnas do segundo turno, portanto, sem nenhuma influência no pleito - situação que também ocorreria se tivesse ocorrido na mesma data, mas antes da abertura das sessões eleitorais.] 
 
Talvez o mistério da conexão de Moro com a campanha de Jair Bolsonaro pudesse ser desvendado se os envolvidos ralassem nos métodos da Lava-Jato: condução coercitiva, prisão preventiva interminável e oferta de delação premiada. Não é o caso.
Diversas mensagens trocadas por procuradores da Lava-Jato indicam que eles torciam pela derrota de Fernando Haddad na eleição. Uma doutora escreveu: “Ando muito preocupada com uma possível volta do PT, mas tenho rezado muito para Deus iluminar nossa população para que um milagre nos salve.”[torcer pela derrota e rogar a DEUS não configuram nenhum crime eleitoral ou mesmo desvio ético dos torcedores e fiéis.]
 
Num lance inexplicável, seis dias antes do primeiro turno de 7 de outubro, Moro divulgou um dos anexos da colaboração do ex-ministro petista Antonio Palocci. Era um pastel de vento, com acusações vagas que até hoje deram em nada. A oferta de delação de Palocci já tinha sido recusada pelo Ministério Público, e o próprio Moro havia duvidado de sua consistência. Segundo o procurador Carlos Fernando de Souza: “Não tinha provas suficientes. Não tinha bons caminhos investigativos”.
Houve um certo sincronismo entre os vazamentos da delação de Palocci e a campanha eleitoral. Moro determinou prisão de Lula no início de maio, e semanas depois as confissões do ex-ministro começaram a pipocar. 

Doze dias depois do primeiro turno e 11 dias antes do segundo, a revista eletrônica Crusoé informou: “Sergio Moro aceitou ser ministro do governo Jair Bolsonaro”. No dia seguinte circulou a notícia de que Moro aceitaria ser nomeado para o Supremo Tribunal Federal. Mais tarde, o doutor revelaria que no dia 23 de outubro (cinco dias antes do segundo turno) foi sondado por Paulo Guedes para entrar no governo.
No dia do segundo turno, Guedes revelou a Bebianno que Moro havia sido convidado. No dia seguinte, Bolsonaro fez que não sabia de nada: “Pretendo conversar com ele para ver há interesse da parte dele. Se eu tivesse falado isso antes soaria como oportunismo.” 

Bolsonaro não falou com Moro durante a campanha, mas Guedes falou. Moro, por sua vez, informou que “caso efetivado oportunamente o convite, será objeto de ponderada discussão e reflexão.” Parolagem, o convite já havia sido feito.
Nessa conversa fiada, a única voz sincera foi a do general Hamilton Mourão: “Isso já faz tempo, durante a campanha foi feito um contato”. Esse contato teria acontecido semanas antes. 

Quantas semanas? Se foram duas, as conversas se deram entre os dois turnos. Se foram três, podem ter acontecido antes do primeiro turno. Aquilo que Bebianno chamou de “conversas” não podem ser tomadas como convites. Foram sondagens bem-sucedidas. Como teriam sido cinco ou seis, a alma da manobra está na data da primeira.
Tudo seria o jogo jogado se Moro não tivesse soltado o anexo da delação de Palocci quatro dias antes do primeiro turno. [de nada vai adiantar o esforço agora dirigido para uma absurda interferência do STF declarando a suspeição do então juiz Sérgio Moro.
Além do incontestável: a declaração da suspeição de Moro e a anulação da condenação do petista implicaria na desmoralização não só do atual ministro da Justiça, mas também do TRF-4 e do STJ - tribunais que validaram à condenação, as provas e os trâmites processuais.

A Suprema decisão anulando seria uma medida que o STF certamente não quer, por várias razões incluindo que não há elementos, para justificar e suportar o peso advindo.]



Publicado na Folha de S. Paulo   e O Globo - Elio Gaspari, jornalista

 


quarta-feira, 28 de novembro de 2018

domingo, 4 de junho de 2017

A delação de Palocci: MPF exige que tenha Lula e BTG - Tem também as de Mantega e Loures

Na negociação de delação de Antonio Palocci, o MPF fez um pedido explícito: que o ex-ministro fale sobre o BTG Pactual e Lula.

Na delação, há anexos sobre a Caoa, Cosan, BVA e o Carf.

Delações à vista



Não é preciso ter uma informação privilegiada para apostar na possibilidade de o ex-assessor do Palácio do Planalto Rodrigo Rocha Loures, preso ontem pela manhã em Brasília, fazer uma delação premiada, denunciando o presidente Michel Temer.  Assim como são conseqüências naturais das investigações as delações dos ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega. Rocha Loures com mais razão ainda, pois não parece desses militantes convictos que se calam para ajudar o partido, como o ex-tesoureiro do PT João Vaccari, ou José Dirceu, que, condenado várias vezes por corrupção, tenta preservar artificialmente a narrativa do “guerreiro do povo brasileiro”.

Nem Palocci nem Mantega são desse tipo, embora petistas de raiz. Pelo que já se sabe, no esquema de corrupção implantado pelo PT, ajudaram o partido e se ajudaram, assim como Dirceu, mas não têm, mesmo falsa, uma biografia heroica a preservar.  Entre ficar na cadeia por muitos anos para proteger Lula e safar-se, escolherão a segunda hipótese, assim como Rocha Loures. O cerco parece estar se fechando em torno dos chefes da organização criminosa montada nos últimos anos no país.

A denúncia, também ontem, contra o ex-presidente Lula no processo do tríplex do Guarujá é uma antecipação do processo do quadrilhão que está sendo organizado pela Procuradoria-Geral da República. Como no famoso Power point do procurador Deltan Dallagnol, Lula é apontado como o chefe da organização criminosa, que montou todo o esquema de corrupção nas estatais do país, a começar pela Petrobras, para preparar um esquema de permanência no poder do PT.

O presidente Temer, por sua vez, terá mais um teste pela frente: o Supremo Tribunal Federal (STF) só poderá analisar o recebimento de uma eventual denúncia contra ele, que parece estar a caminho, com apoio de pelo menos dois terços (342 de 513) da Câmara dos Deputados.  Mais votos que para aprovar a emenda constitucional de reforma da Previdência, por exemplo, que precisa de três quintos dos membros de cada uma das Casas do Congresso, isto é, 308 deputados e 49 senadores.

Está difícil aprovar a reforma, mas, ao contrário, é possível que Temer escape de um processo por falta de quorum para condená-lo, por um corporativismo que domina a atuação dos parlamentares. Se antes os estrategistas do governo, à frente o ministro do Gabinete Civil Eliseu Padilha, considerado um especialista em medir a pressão da Câmara, faziam contas para aprovar as reformas, agora as fazem para evitar um processo contra Temer.  O governo precisa apenas de 171 votos a seu favor para impedir a continuidade de um eventual processo, e por enquanto parece que ainda tem esse apoio. Mas, a depender do impacto das revelações de Rocha Loures, se acontecerem, é possível que esse apoio a Temer desapareça.

À medida que a Operação Lava- Jato vai desvendado as tramas de corrupção acontecidas no país nos últimos anos, vai também revelando de que maneira os partidos políticos montaram seus esquemas de poder. E a auto-proteção acaba prevalecendo.  Só que a cada delação, a cada revelação de detalhes das tramóias, vai ficando insustentável essa situação. Um governo que luta para sobreviver, cujo principal objetivo passa a ser salvar-se da guilhotina em vez de aprovar projetos no Congresso, está fadado ao fracasso. [é sempre bom lembrar que o fracasso do Governo Temer representa o Brasil voltar a afundar na estagflação, a mistura mais diabólica contra um país: inflação + recessão.
Vale a pena ferrar o Brasil, perder mais dez anos para voltar ao que era em 2010, apenas para impedir um presidente de cumprir  alguns meses de mandato?
Mesmo sendo impedido via Congresso ou condenado pela Justiça, Temer vai levar o resto deste  ano e parte de 2018 para sair. 
E quem vai assumir no lugar de Temer?
Dependendo de quem assumir os dez anos a perder poderão se transformar em 20; parem de torcer pelo pior, deixem Temer governar, fazer o que for possível das reformas e não interromper o ciclo lento, mas real, de recuperação da economia.
Chega de estupidez ou mesmo birra infantil; o Brasil é maior do que a crise e vale a pena separar a economia da política e resolver a economia.]

A qualquer momento chegará à exaustão e não encontrará mais caminhos para superar os obstáculos pela frente. O julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que começa na terça-feira, é apenas mais um deles. Difícil sobreviver.   

Fonte:  O Globo


domingo, 14 de maio de 2017

Os danos da delação de Palocci podem ser maiores do que o perigo

A Sergio Moro, ex-ministro disse que banqueiro o procurou para gerir recursos ilegais de R$ 200 milhões. Estaria a serviço de uma alta autoridade do governo

Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda, decidiu fazer acordo de delação premiada. Vamos torcer para que o dano que isso vai provocar ao país seja menor do que o perigo. Vamos ver.  No depoimento prestado a Sergio Moro, Palocci afirmou, por exemplo, ter sido procurado, em 2014, por um conhecido banqueiro. Este dizia falar com delegação de uma autoridade do governo para cuidar de “provisões” da ordem de R$ 200 milhões. Segundo o ex-ministro, o interlocutor queria que ele intermediasse um encontro com representantes da Odebrecht para viabilizar os recursos. Palocci teria então indagado se Dilma sabia do que estava em curso. A resposta teria sido negativa.

O petista já havia se oferecido para passar a Sergio Moro, em sigilo, informações de alta sensibilidade:
“Fico à sua disposição hoje e em outros momentos, porque todos os nomes e situações que eu optei por não falar aqui, por sensibilidade da informação, estão à sua disposição o dia que o senhor quiser. Se o senhor estiver com a agenda muito ocupada, à pessoa que o senhor determinar, eu imediatamente apresento todos esses fatos com nomes, endereços, operações realizadas e coisas que vão ser certamente do interesse da Lava Jato…”

O temor dos sensatos é óbvio: que o sistema financeiro também seja tragado pela Lava Jato. Conhecemos como funciona o mercado: quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Vale dizer: o menor sinal de uma crise já será “a” crise. E a coisa não se limita aos bancos. Grandes empresários também podem entrar na mira. Vejam o caso da Operação “Bullish”, que investiga eventuais irregularidades na concessão de empréstimos do BNDES. No centro da coisa, está a gigante JBS. E Palocci teria atuando também nesse caso.

Será que o ex-ministro falou a verdade na audiência com Moro? Notem: se falou, então é inocente de todas as acusações que lhe fazem delatores como Marcelo Odebrecht e o casal João Santana-Mônica Moura. Ele contestou o empreiteiro mais de uma vez no depoimento. O que há de estranho nisso?

Se Palocci decidiu falar em sigilo, no ambiente de uma delação premiada, então é possível que vá revelar crimes e criminosos ainda desconhecidos. Mais: será preciso saber qual delator – ou delatores — está mentindo. Ou se mentiu o petista ao falar ao juiz. Naquele depoimento, Palocci incensou Moro, exaltou a sua severidade, mas também seu espírito de justiça, e disse que esperava ser julgado de acordo com as provas. Bem, não vai precisar de nada disso. Feita a delação premiada, sai da cadeia, pega uns dois ou três aninhos, e fica tudo certo. Ele acabará, no fim das contas, a exemplo de todo delator, se dando bem.
O crime compensa.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - VEJA 

 

quarta-feira, 3 de maio de 2017

A trinca do STF desfere um golpe duríssimo na Lava Jato

Segunda Turma do Supremo manda soltar Dirceu. As consequências para a operação, e para o combate à impunidade no Brasil, podem ser devastadoras 

É um golpe fortíssimo – fortíssimo – contra a Lava Jato a esperada decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal de soltar José Dirceu, o segundo homem na cadeia de comando da organização criminosa que estabeleceu, durante uma década no poder, o maior esquema de corrupção já comprovado no mundo. Hoje foi Dirceu. Na semana passada, fora, além do amigo de Lula e lobista José Carlos Bumlai, o operador do PP João Cláudio Genu – outro que, como o petista, recebia propinas do petrolão enquanto era julgado no próprio Supremo por sua participação no mensalão. Amanhã, quem será? Afinal, se um réu que, comprovadamente, delinquía enquanto era julgado no Supremo e prosseguiu delinquindo após ser condenado pelo maior tribunal da República pode ser solto pela mesma Suprema Corte, quem não pode?

Dirceu, como Genu e outros integrantes da organização criminosa do petrolão e do mensalão, só parou de delinquir ao ser preso. É para casos como esses, entre outros, que existe o instituto da prisão preventiva, aplicado em situações extremamente graves e pontuais. Ou existia, ao menos em relação aos crimes de colarinho-branco, normalmente cometidos por poderosos: as decisões recentes da Segunda Turma do Supremo começam a reverter um entendimento jurídico construído no decorrer dos últimos três anos, nos Tribunais Superiores, inclusive no próprio Supremo, em função do complexo esquema desvendado pela Lava Jato.

Há uma fila de gente importante em Curitibade Eduardo Cunha a Antonio Palocci, passando por João Vaccari – que vai pegar senha no guichê da nova Segunda Turma do Supremo, aquela que cuida dos casos da Lava Jato. Com a entrada do ministro Ricardo Lewandowski na Turma, formou-se uma forte trinca que passou a julgar usualmente contra a Lava Jato Dias Toffoli e Gilmar Mendes a completam. O relator da Lava Jato, ministro Edson Fachin, e o decano do Supremo, ministro Celso de Mello, estão definitivamente em minoria. 

As consequências para a Lava Jato, e para o combate à impunidade no Brasil, podem ser devastadoras. Podem ser soltos, pelo STF, quase todos os agentes da organização criminosa que criou um esquema de macrocorrupção sem precedentes no Brasil. Podem ser soltos políticos corruptos – do PT, do PP, do PMDB. Podem ser soltos empresários poderosos. Podem ser soltos doleiros, laranjas e operadores. Pode ser solta boa parte daqueles que ocupavam cargos de comando na organização criminosa.

Em conversas reservadas, os homens de frente da Lava Jato admitem abatimento e frustração. Já esperavam a decisão desta terça-feira (2). Mas temem pelo futuro da operação – preocupação que se estende das investigações em curso aos processos já em andamento. Palocci, por exemplo, avisou aos procuradores que cogita desistir da delação. Espera ser solto. (A delação de Palocci é a mais temida por petistas, banqueiros, deputados e outros grandes empresários.) A negociação da colaboração dele andou duas ou três casas para trás. Pode ser fechada com ele fora da cadeia.

Mas as decisões da trinca do Supremo criaram, na prática, um ambiente de insegurança jurídica, que abala a Lava Jato. A prisão preventiva é um instrumento essencial – e perfeitamente legal – nas investigações de crimes complexos, em qualquer lugar do mundo. Se essa arma for inutilizada, os investigadores terão sérios limites para apurar devidamente os casos de corrupção – e interrompê-los, quando possível.  Os procuradores e delegados, em Brasília, Curitiba e Rio de Janeiro, torcem para que a trinca do Supremo não esvazie ainda mais a operação.


Caso o Supremo siga soltando os principais homens do petrolão, a colisão entre Lava Jato e ministros será inevitável. Terá consequências imprevisíveis e potencialmente graves. Até agora, os investigadores julgavam não ser inteligente estrategicamente apurar casos de corrupção nos Tribunais Superiores. Houve delatores que ofereceram evidências de crimes no Judiciário brasiliense. Mas a Lava Jato optou por aguardar o desenrolar dos processos;  Se o Supremo vier a se tornar um obstáculo para as investigações, algo que já é admitido reservadamente por alguns dos responsáveis pela operação, será difícil, para os líderes, segurar o ímpeto de alguns investigadores. A proposta de delação da OAS, por exemplo, prevê casos de corrupção envolvendo ministros de Tribunais Superiores. Outras delações fortíssimas estão em negociação.

Sob a perspectiva jurídica, a sessão desta terça-feira é uma triste demonstração da resiliência da desigualdade penal no Brasil. A trinca de ministros tem, evidentemente, suas razões jurídicas para votar como votou – consideram as prisões demasiadamente alongadas, algo como uma execução antecipada da pena. Mas a pergunta se impõe: qual seria o voto dos mesmos ministros caso Dirceu ou mesmo Genu, diante de tal quadro de reiteração delitiva, fossem pobres? Fossem invisíveis? Há precedentes em que os três, em casos indubitavelmente menos graves, optaram por manter presos acusados, réus e condenados. Qual é, afinal, a diferença substantiva dos investigados na Lava Jato para os réus anônimos que lotam os mesmos escaninhos do Supremo, muitos deles integrantes dos 40% de presos provisórios que abarrotam as cadeias brasileiras?

A desigualdade penal no Brasil, uma chaga que vinha sendo remediada aos poucos, especialmente a partir da Lava Jato, resulta em pobres submetidos a todos os rigores da lei e, amiúde, a rigores que não estão nela nem na Constituição. A mesma desigualdade penal resulta em ricos submetidos a todas as benesses da lei – e, amiúde, às que não estão nela nem na Constituição. Um dos maiores legados da Lava Jato deveria ser a diminuição significativa dessa desigualdade. Ainda pode ser. Mas a sessão desta terça-feira no Supremo subtraiu parte da esperança dos brasileiros de que isso possa acontecer.  A colisão entre Lava Jato e a trinca do Supremo começa hoje. Mas não terminará tão cedo – não com o que vem por aí ainda neste ano.

Fonte: Revista Época



segunda-feira, 24 de abril de 2017

Líder do PT na Câmara, treme diante da possibilidade (já uma certeza) de delação de Palocci

Se Palocci fizer delação, Brasil vai sofrer terremoto, diz líder do PT

O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), classificou como um “verdadeiro terremoto” a eventual delação premiada do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Na avaliação do líder petista, Palocci tem muito a contar sobre as relações políticas com grupos econômicos. “Nós não sabemos exatamente o que o Palocci tem a dizer, mas a gente tem certeza que ele tem muito para falar, inclusive sobre os grandes grupos econômicos brasileiros, o capital financeiro, os grandes bancos e as grandes redes de comunicação”, afirmou Zarattini, que participa nesta segunda-feira, 24, do seminário “Estratégia para a Economia Brasileira – Desenvolvimento, Soberania e Inclusão”, promovido pelas lideranças do PT na Câmara e no Senado e pela Fundação Perseu Abramo, em Brasília. 

“Não sabemos exatamente o que ele pretende, mas, com certeza, se ele falar sobre o que tem conhecimento, o Brasil vai sofrer um verdadeiro terremoto no meio empresarial”, disse.
Na semana passada, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, Palocci deu indicações sobre sua disposição em fazer um acordo de delação premiada, ao sugerir que tem muito a contar sobre os esquemas investigados pela Operação Lava Jato. 

Entre as lideranças do PT presentes no encontro desta segunda-feira estão a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o senador Humberto Costa (PE), o presidente da sigla, Rui Falcão, e o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli. A previsão é de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva compareça ao encontro no final da tarde.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo