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terça-feira, 15 de agosto de 2017

Menções a mortos aumentam com avanço da Operação Lava Jato

Com um sorriso contido e efêmero, o ex-presidente da Odebrecht Pedro Novis interrompeu a narrativa de sua delação premiada, em dezembro de 2016, para se desculpar com representantes do Ministério Público. "O senhor vai me perdoar: mais um morto", introduziu. "A gente começa a contar essas histórias, embora essa seja recente, mas tem história que vai para 20, 30 anos atrás, aparece uma porção de mortos." O procurador respondeu apenas: "Sei". 

Novis chegava ao segundo morto de sua história, Rubens Jordão, que trabalhava em 2012 com José Serra (PSDB) e teria sido o receptador de repasses no caixa dois da campanha do tucano à Prefeitura de São Paulo, embora fosse fundador do PSD ao lado de Gilberto Kassab. "Num certo momento mais recente [2013], ele deu cabo à vida, já não existe mais", observou o delator. 

O outro personagem mencionado foi o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra. O primeiro tucano envolvido na Lava Jato foi citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa meses depois de sua morte, em 2014. Primeiro delator da operação, Costa disse que Guerra exigiu R$ 10 milhões para enterrar, em 2009, a CPI da Petrobras, da qual era membro. 

Colega na CPI, até então no PSDB, senador Alvaro Dias, hoje no Podemos, saiu em sua defesa. "Cobrei por anos a instauração dos inquéritos. Agora acusam uma pessoa morta de ter recebido propina. Coisa esquisita", lançou. Dois anos depois, um vídeo mostrou a reunião em que Costa e Guerra acertaram o repasse. O tucano diz na gravação que tentaria "controlar" Dias, que queria tocar os trabalhos da comissão adiante. "Foi uma decepção enorme", diz agora o senador. Em 2014, o PSDB se restringiu a dizer que apoiava a Lava Jato, sem entrar em pormenores. Em 2016, Novis voltou à carga: afirmou que foi Guerra quem negociou o repasse de R$ 23 milhões à campanha presidencial de Serra em 2010. O tucano nega. 

MARISA LETÍCIA
Outra menção foi feita pelo ex-presidente Lula (PT) ao juiz Sergio Moro, em maio de 2017, quando o petista atribuiu à mulher, Marisa Letícia, morta em fevereiro, decisões sobre o tríplex de Guarujá (SP), caso em que depois foi condenado. "Não sei se o senhor tem mulher, mas nem sempre ela pergunta para a gente o que vai fazer", disse. A afirmação gerou reações variadas, de críticas a piadas. 

Moro, na sentença em que condenou o ex-presidente, considerou a explicação insatisfatória. Marisa era ré em duas ações penais, e a possibilidade de ser punida foi extinta. Morto em acidente aéreo em meio à campanha de 2014, o ex-governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) vem sendo alvo de delatores desde a tragédia.
No mais recente episódio, o diretor da J&F (controladora da JBS) Ricardo Saud disse ter pago R$ 14,6 milhões para a sua campanha por meio de caixa dois, incluindo dinheiro em espécie. Com a morte do então presidenciável, disse Saud, o compromisso com a campanha foi honrado e correligionários pediram ainda mais repasses. 

Em 2016, Campos também protagonizou, mesmo morto, a denúncia oferecida contra o senador Fernando Bezerra (PSB), acusado de cobrar propina em obras em Pernambuco –o congressista nega. Em abril, após a divulgação de mais acusações, na ocasião pela Odebrecht, Marina Silva (Rede), que assumiu a candidatura presidencial do PSB após o acidente, saiu em defesa de seu ex-colega de chapa e disse que "ninguém é, a priori, culpado ou inocente". 

Também na delação da JBS, uma das principais da Lava Jato, Ricardo Saud disse que tratou de uma doação oficial para "comprar" o apoio do PMN ao tucano Aécio Neves, na eleição de 2014, com "Telma" –Telma dos Santos foi presidente do partido de 2014 até morrer, em 2016. O atual presidente, Carlos Massarollo, diz que não houve ilegalidade e lamenta: "Ela não está aqui para se defender e quem sucedeu não tem as informações". 

'A CULPA É DELE'
Mas não só menções a pessoas que já morreram permeiam a Lava Jato. No caso do ex-deputado federal pelo PP José Janene, morto em 2010, a situação vai além: ele foi apontado como culpado por delatores e acusados pelos pagamentos a empreiteiras que atuavam na Petrobras. Executivos de empresas como Mendes Júnior disseram que pagavam propina porque eram ameaçados pelo ex-congressista. "As conversas sobre isso eram impositivas", disse o empresário Augusto Mendonça, em depoimento.

Fonte: Folha de S. Paulo/UOL

segunda-feira, 12 de junho de 2017

PF acha com amigo de Temer papéis rasgados sobre reforma de casa

A Polícia Federal encontrou documentos rasgados, com informações sobre a reforma da casa de uma filha do presidente Michel Temer, na operação de busca e apreensão que fez no apartamento do coronel da Polícia Militar João Baptista Lima Filho.  Ele é um dos mais antigos e fiéis aliados do presidente, suspeito de ser laranja de Temer. Um dos delatores da JBS, Ricardo Saud, diz ter mandado entregar R$ 1 milhão para Lima Filho dos R$ 15 milhões que o grupo doara para o caixa dois de Temer em 2014. 

Os rasgos nos papéis, feitos nos sentidos horizontal e vertical da folha, aparentemente com uma régua, sugerem que alguém queria destruir a documentação, na interpretação dos investigadores que participaram da operação de busca.O conjunto de papéis rasgados tinha pouco mais de duas dezenas de páginas. Os policiais tiveram que montar as folhas rasgadas para ler o conteúdo dos documentos. 

DESPESAS DE TEMER
Destruição de provas é considerada um crime grave pela Justiça. É uma das justificativas previstas para a decretação de prisão. Foi com esse argumento, por exemplo, que a Justiça mandou prender outro aliado de Temer, o ex-ministro Henrique Eduardo Alves, na terça (6).
A Procuradoria-Geral da República, segundo a Folha apurou, não pediu a prisão de Lima Filho neste primeiro momento por razões estratégicas. 

A PF também encontrou documentos que apontam que o coronel aposentado controlava ou pagava despesas de Temer. Um dos papéis apreendidos é a nota de um aparelho de telefonia comprado para Temer em 1998. Os papéis rasgados estavam sobre uma mesa de trabalho para serem descartados, de acordo com investigadores. Lima estava na sala quando os documentos foram achados e mostrou um ar de irritação e contrariedade durante a ação, relatam policiais. 

Além de mensagens sobre a reforma da casa de uma das filhas de Temer, o pacote continha folhas com o que parecia ser a contabilidade pessoal do amigo do presidente.
A busca no apartamento do coronel Lima, no bairro do Morumbi em São Paulo, ocorreu na manhã do dia 18 de maio, como parte da Operação Patmos, que também prendeu Andrea Neves, irmã do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG).
 
A operação ocorreu um dia depois de o jornal "O Globo" ter noticiado que o empresário Joesley Batista, da JBS, havia gravado conversas com o presidente. Para a Procuradoria, o diálogo mostra que o peemedebista dá aval à compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, entre outros possíveis crimes. Os documentos rasgados encontrados na casa do amigo de Temer estão sob sigilo, mas outra parte dessa papelada já se tornou pública. Foram os documentos apreendidos no mesmo dia, em busca realizada no escritório de uma empresa do coronel, a Argeplan Arquitetura e Engenharia, na Vila Madalena. 

Lá, a Polícia Federal encontrou papéis mostrando que a empresa do coronel fez um orçamento para reformar um apartamento de Maristela Temer, filha do presidente, no Alto de Pinheiros. Há uma série de versões sobre a justificativa para a reforma. Inicialmente, o presidente disse que o coronel não participara da obra. Fornecedores refutaram essa versão, ao contar que o amigo de Temer tinha feito encomendas para a reforma e fiscalizou a obra entre 2014 e 2015. O próprio presidente esteve lá com o amigo, de acordo com reportagem do jornal "O Globo"

Posteriormente, o Planalto reconheceu que o coronel atuara na reforma e que a obra fora visitada por Temer quando ele era vice da presidente Dilma Rousseff. 

CITADO POR DELATOR
Amigo de Temer desde que ele foi secretário de Segurança Pública em São Paulo, entre 1984 e 1986, o coronel é dono da Argeplan, empresa que tornou-se sócia do grupo finlandês AF Consult para construir a usina de Angra 3. O valor do negócio é de R$ 162,2 milhões. 

O grupo finlandês era obrigado por edital a contratar empresas nacionais. Outra contratada, a Engevix, teve diretores condenados na Lava Jato por pagamento de propina. Numa tentativa de fechar acordo de delação em 2016, o dono da Engevix, José Antunes Sobrinho, relatou ter dado R$ 1 milhão para a campanha de 2014 de Temer como retribuição pelo contrato com o grupo finlandês. A delação de Antunes foi recusada pelos procuradores por motivos não declarados. Nas próximas semanas, a Procuradoria deve apresentar denúncia contra Temer com base na delação da JBS. 

OUTRO LADO
A Folha procurou o coronel reformado João Baptista Lima Filho na Argeplan e na sua casa, enviou e-mail para sua secretária detalhando as dúvidas da reportagem sobre os documentos rasgados, mas não houve resposta. A assessoria de Michel Temer também não quis comentar as menções à filha do presidente que aparecem em documentos rasgados. 

O advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira, que defende Temer no inquérito que está no Supremo Tribunal Federal, não foi encontrado.Em outras ocasiões, o presidente negou que o coronel seja seu laranja e refutou que tenha recebido recursos ilícitos da JBS em 2014. 

Fonte:  Folha de S. Paulo



quinta-feira, 25 de maio de 2017

JBS FOI CABO ELEITORAL DE FACHIN -

Por: Jorge Bastos Moreno - O Globo



Edson Fachin, vacinando-se, talvez, contra as maldades de senadores governistas que estão espalhando que, como candidato a uma vaga do STF, em 2015, ele circulou pelo Senado na companhia do delator Ricardo Saud, não tem negado a quem lhe pergunta que, de fato, obteve “ajuda do pessoal da JBS” para pedir votos a parlamentares. 
E acrescenta que, na época, não imaginava que as relações do grupo com o Congresso fossem promíscuas. Se soubesse, não teria aceitado a ajuda.

JBS, cabo eleitoral de Fachin - Ricardo Noblat

Saud é um dos delatores da JBS, e Fachin, o relator da Lava Jato no STF [e auto nomeado relator da delação dos irmãos donos da JBS.]

Como contou, hoje, o jornalista Jorge Bastos Moreno em O GLOBO, o jurista Edson Fachin admite que pediu ajuda “ao pessoal da JBS” em 2015 para ser nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

A JBS era a empresa com o maior número de parlamentares eleitos. A indicação de Fachin para o STF dependia dos votos de senadores. Ricardo Saud, diretor da JBS, de fato ajudou Fachin a cabalar votos.  Hoje, Saud é um dos delatores da JBS, e Fachin, o relator da Lava Jato no STF. 

Seguramente, o ministro nada teve a ver com a sorte grande da JBS na negociação dos termos de sua delação premiada.