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quarta-feira, 22 de setembro de 2021

O DISCURSO NA ONU E A MÍDIA MILITANTE - Percival Puggina

Escrevo tomado por uma dúvida matinal. Devo acreditar no que percebi e entendi pessoalmente enquanto o presidente lia seu discurso na ONU, ou no que me estão a repetir os grandes meios de comunicação do país a partir daquele momento?

O alinhamento geral com determinada causa política cria e cristaliza em nossas comunicações sociais situações que deveriam constranger consciências profissionais bem formadas.

Seria ridículo, não fosse tal conduta vista, internamente, como atividade missionária, quase religiosa, pastoral, dever de ofício por motivações supostamente nobres... Embora sejam o inverso disso. Chega-se ao absurdo de criticar a fala presidencial por não apontar mazelas do país, o que significaria reproduzir o discurso da mídia, da oposição, ou da maioria petista no STF, cotidianamente servido aos desavisados. Talvez desejassem que a tarefa de falar pelo Brasil fosse cedida a um editorialista do Estadão ou da Folha, ou a Bonner, ou ainda ao garoto Felipe Neto. Aí sim, na perspectiva da mídia, o Brasil teria cumprido seu papel perante a nação e o mundo.

Arre! Não estou exagerando. Descrevi exatamente o que essa mídia militante desempenha de modo cotidiano, em favor de sua causa e contra a imagem do país. O presidente fala, a bolsa sobe e o dólar cai, mas a mídia vai ouvir operadores do mercado para os quais esse movimento nada tem a ver com a fala presidencial. Igual ao que faz sempre que busca algum “perito” ou “cientista para opinar sobre assuntos a respeito dos quais os veículos já têm opinião formada e alinhada com sua própria militância.

Foi demais para esse tipo de jornalismo ouvir um discurso bem feito, tanto para o público interno e externo, apresentando o Brasil de modo positivo (coisa que tinha o dever institucional de fazer!).  
Havia consistentes razões para Bolsonaro assim se manifestar. E nenhum para fazer o contrário. 
Muitos outros chefes de Estado e de governo e diplomatas também são manipulados pela desinformação que cerca o Brasil desde que a esquerda, a contragosto de sua parceria mundial, perdeu a hegemonia aqui.

Durante oito anos, tive a privilegiada experiência de escrever inúmeros discursos para governadores aqui no Rio Grande do Sul. Sei, portanto, como se constroem esses pronunciamentos a partir de predeterminados objetivos externos e, por vezes, internos. A fala do presidente foi muito bem estruturada. Sintético, conteve o essencial. Mostrou o que mais mudou, de quem nos aproximamos e de quem nos afastamos, em que direção vamos e o que proporcionamos aos interessados, sejam migrantes ou investidores.

Deixou à imprensa a semeadura do desânimo, a roupa suja e a tarefa cotidiana de falar mal do Brasil.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


segunda-feira, 4 de novembro de 2019

O Brasil vai acordar? - Revista IstoÉ

Marco Antonio Villa

O governo Jair Bolsonaro é marcado por uma sucessão de crises. A oposição assistiu, até agora, passivamente o desenrolar dos acontecimentos. Inúmeras vezes, o presidente atacou os princípios da Constituição de 1988 e somente recebeu tímidas respostas. Na ação administrativa tem solapado a estrutura de Estado construída nos últimos trinta anos, e o seu objetivo é destruir todas as conquistas democráticas. As reações não foram à altura das consequências dos atos. O País ainda está anestesiado ou cansado de enfrentar medidas presidenciais lesivas aos interesses nacionais e públicos.

Pode ser – estamos neste processo desde 2014 – que o enfado tenha tomado conta do sentimento popular. Como se fosse infrutífera qualquer forma de reação, de mobilização, é como se todas as alternativas políticas não contemplassem o anseio de mudança efetiva, real. E a sucessão dos três últimos presidentes reforça esta convicção. O impeachment de Dilma Rousseff trouxe ao poder Michel Temer e depois abriu caminho para Jair Bolsonaro, em um processo de degeneração da política nunca visto na história do Brasil republicano. Sendo assim, o povo deve pensar: adianta protestar? O que pode vir, ainda pior do que o pífio deputado que passou 28 anos no Parlamento sem sequer relatar um projeto? [o presidente Bolsonaro, passo a passo, apesar da oposição dos adeptos do quanto pior, melhor - a eles importa sabotar o governo Bolsonaro, nem que com isso prejudiquem o Brasil - vai colecionando resultados favoráveis.
Não fosse a oposição antipatriótica, inimiga do Brasil e do Presidente da República, os feitos seriam maiores.
Mas, já se contabiliza queda do desemprego, juros baixos - nesse aspecto falta passar a baixa para os tomadores dos empréstimos - que ajudam na redução da dívida pública, acordos internacionais importantes, etc.]

O desânimo tomou conta daqueles mais interessados em acompanhar a política nacional. O noticiário das sucessivas crises, a falta de alternativas concretas à barbárie bolsonarista, a estagnação econômica, a ausência de um debate nacional sobre os rumos do país, a pobreza da elite política — uma das piores, se não for a pior, do último meio século – produzem um sentimento de apatia. Não adianta participar, ter esperança, pois tudo acaba inalterado, como se a roda da história não se movimentasse. Parece que ela só se mexe para agravar os enormes problemas nacionais.

A ação diária de Jair Bolsonaro atacando as instituições, o Estado Democrático de Direito e a Constituição, poderá despertar a população deste clima de abulia. Teremos um final de ano agitado. A inevitável libertação de Lula vai, inicialmente, favorecer o jogo de Bolsonaro. Ele necessita da polarização com o PT. Vive disso. Contudo, juntamente com a reação da sociedade civil frente aos desmandos governamentais, o Brasil poderá acordar, reagir, romper com os extremismos de petistas e bolsonaristas. Assim, vai caminhar para construir uma alternativa democrática, moderna, popular e nacional. [a Lula não interessa sair da cadeia; além da confortável situação em  que se encontra, com segurança eficiente e gratuita, alimentação a sua escolha, permanecendo sob os cuidados do Estado ele se livra de ter que enfrentar Bolsonaro, sabe que vai perder, e com isso acaba a farsa de uma suposta liderança de Lula.]
Marco Antonio Villa, professor, escritor - IstoÉ
 
 
 

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Perda de candidatura abate mais Lula que prisão

Preso há cinco meses e quatro dias, Lula emite os primeiros sinais de abatimento.  


Na avaliação de um dirigente do PT, o desânimo não foi provocado pela prisão longeva, mas pela troca compulsória do figurino de candidato pelo de cabo eleitoral de Fernando Haddad. A despeito do baque, Lula comanda desde a cadeia cada detalhe da própria substituição, a começar pela escolha do cenário. Deslocou o palco de São Paulo para Curitiba.

A profusão de recursos judiciais revelou-se inútil. Embora ainda sonhe com o milagre da obtenção de uma liminar de última hora no Supremo, Lula reconheceu que sua candidatura está no buraco. E autorizou Haddad a substitui-lo antes que a Justiça Eleitoral comece a jogar terra em cima nesta terça-feira, quando vence o prazo para a troca.  O eleitor de Lula já havia farejado o movimento, informa o Datafolha. Na primeira pergunta de sua nova pesquisa, o instituto pediu aos entrevistados que dissessem espontaneamente o nome do presidenciável preferido. As menções a Lula despencaram 11 pontos. Na pergunta estimulada, quando o pesquisador exibe um cartão com os nomes dos candidatos, o preso de Curitiba foi excluído. E o pupilo Haddad saltou de 4% para 9% antes mesmo da formalização da troca.

Haddad entrou automaticamente na briga pela vaga de adversário de Jair Bolsonaro no segundo turno. De acordo com a pesquisa, Haddad, Ciro Gomes, Marina Silva e Geraldo Alckmin estão tecnicamente empatados no intervalo entre 9% a 13% das preferências do eleitorado.  Embora tenha colecionado novos eleitores, subindo cinco pontos na pesquisa em apenas 20 dias, Haddad não ignora que o único eleitor capaz de levá-lo ao segundo round está preso em Curitiba. E Lula cuidará para que ele não esqueça a origem dos seus votos.

Assim como os filmes, as biografias também têm suas trilhas sonoras. Lula escolheu sua música num discurso palaciano de 2007. Exercia seu primeiro reinado. Evocou Raul Seixas: “…Eu prefiro ser considerado uma metamorfose ambulante, ou seja, estar mudando na medida em que as coisas mudam.”  A mudança atual não chega a ser original. No mesmo papel de carregador de postes, Lula já revelou uma força de estivador. [só que agora Lula tenta carregar um laranja.]  Fez isso duas vezes com Dilma Rousseff em âmbito nacional. Repetiu o feito com o próprio Haddad, na seara municipal. Fracassou na reeleição de Haddad para o posto de prefeito de São Paulo. Pela primeira vez, testa seu poder de transferência de votos como cabo eleitoral preso.

Blog do Josias de Souza