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segunda-feira, 3 de agosto de 2020

O empresariado brasileiro e a píton da Tanzânia - Renato Sant'Ana.



Nos EUA, uma família adotou como bichinho de estimação um filhote de píton proveniente da Tanzânia, uma cobrinha medindo um metro e meio. Descrita como tendo um apetite incomensurável, a píton era o xodó da casa. E quatro anos após a adoção já media seis metros. Um dia, desejosa de fazer um lanchinho, a serpente resolveu devorar uma menina de nove anos, que foi atacada enquanto dormia. Ora, no corpo a corpo, o atleta mais marombado não é páreo para uma píton. Mas o pai da criança, acudindo sem demora, usou um facão afiado e fez o único que poderia salvar-lhe a filha: decepou a cabeça do monstro.


 Aquela família, com tão bons sentimentos, acreditou que bastava dar carinho à píton para ela se transformar em um bichinho afetuoso, mansinho e apegado ao ser humano, como costumam ser gatos e cachorros. Essa história passou num canal da TV fechada. Fez lembrar a ingenuidade de alguns empresários que, embora defensores da liberdade, patrocinam rádios, jornais e TVs que colaboram com ideologias de corte revolucionário. Com o ar apalermado de quem afaga uma serpente, muitos acreditam que os adoradores de revoluções atuantes na mídia são inofensivos.

Pois faço um desafio que sintetiza a gravidade da coisa: mostrem uma só reportagem sobre o Foro de S. Paulo (FSP) publicada por algum veículo de grupos como Globo, Bandeirantes ou RBS, por jornais como Folha de S. Paulo e Estadão, ou por alguma das grandes revistas. E a que vem esse desafio? Ora, criado em 1990 por Fidel Castro, Hugo Chaves e Lula para o fim de espalhar ditaduras bolivarianas pelas Américas, o FSP é o comitê central das esquerdas latino-americanas.      Reúne não só partidos legalizados, mas até as FARC, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, mescla de marxismo e narcotráfico. Presença oculta nos governos de Lula e Dilma, o FSP é indissociável da grossa corrupção desvendada na Lava Jato.
          
Mas seu projeto mais bem-acabado é a Venezuela, que passou de país mais rico da região a território de mendigos: 
ditadura extremista, imprensa amordaçada, tortura, presos políticos, setor produtivo destruído, inflação de sete (sete!) dígitos, desemprego, desabastecimento e fome. Vendo agonizar o país que amam, há empresários venezuelanos que hoje se desesperam, só agora conscientes de que pecavam por falta de visão ampla, de que tinham uma calculadora no lugar do cérebro e de que estavam fazendo pacto com o diabo ao transacionar com um governo de esquerda. No Brasil, por décadas, com o culposo silêncio da mídia, articuladinhos diziam que o FSP era "teoria da conspiração". Foi o "ingênuo" Cabo Daciollo, falando como candidato num dos debates eleitorais de 2018, quem mais ajudou a tornar conhecido esse conciliábulo de parasitas.

A atitude da imprensa frente ao FSP apenas revela a natureza nada democrática dos moços que dominam as redações, quase todos amestrados por ativistas de esquerda, os seus professores na universidade. E pode piorar. Os grupos Globo e Bandeirantes já assinaram "termo de cooperação" com o China Media Group, maior grupo de comunicação do mundo e braço do Partido Comunista Chinês. Píton substituída por dragão... E uma luz de alerta se acende agora: a Argentina está afundando no mesmo abismo, devolvida que foi ao FSP nas eleições de 2019.

Parafraseando James Carville, o marqueteiro de Bill Clinton em 1992, "é a natureza do animal, estúpido!". Assim como uma píton não se transforma num gatinho fofo, militantes de esquerda não viram defensores da democracia - ao menos não enquanto sua militância é remunerada. E quem remunera essa turma? Patrocinadores! Entra, aí, dinheirinho do contribuinte por mãos de governantes, sabe-se. Mas o monstro não se criaria sem as verbas de publicidade da iniciativa privada. Claro, quem produz, precisa anunciar para vender, assim como mídias necessitam de anunciantes. Mas, quem dá o diapasão nesse concerto?

Em suma, ao alimentar a corrupta serpente do socialismo, parte de nosso empresariado está fomentando um projeto que nega a propriedade privada e o livre mercado e que acaba com as liberdades individuais. Será que empreendedores, reais responsáveis pela vitalidade da economia, vão patrocinar a "argentinização" do Brasil e permitir que o Foro de S. Paulo retome o governo e, por fim, nos transforme numa Venezuela?

Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Tempos do coronavírus - Nas entrelinhas

“O grande problema para o Congresso entrar em velocidade máxima são as eleições municipais, cujas articulações já estão começando e deverão se acelerar a partir de abril, com abertura do prazo de filiações”

O governo já iniciou a operação para repatriar 29 brasileiros que estão na região de Wuhan, na China, e deverão chegar à Base Aérea de Anápolis (GO) no sábado. Os que tiverem sintomas da doença serão conduzidos diretamente para o Hospital das Forças Armadas, em Brasília. Essa operação é um prenúncio de tempos que poderão ser difíceis para o Brasil, não necessariamente por causa dessas pessoas, ou mesmo dos 14 casos suspeitos em observação no país, mas em razão do impacto que a epidemia em curso na China terá na economia mundial, caso não seja debelada rapidamente.

O acordo comercial dos Estados Unidos com a China, que estabelece relações especiais fora das regras do jogo da Organização Mundial de Comércio (OMC), deve impactar as exportações brasileiras para a China, numa escala que ainda não é mensurável. A redução da atividade econômica chinesa, em razão da epidemia, pode agravar o impacto do acordo no agronegócio e na mineração, que são atividades nas quais a parceria com a China é estratégica. A queda na produção industrial brasileira, no ano passado, por outro lado, refletiu a crise em países da 
ue tradicionalmente importavam produtos industrializados do Brasil, sobretudo a Argentina.

Essas externalidades precisam ser compensadas para que a economia brasileira volte a crescer. São duas as variáveis necessárias. Uma é o aporte de investimentos estrangeiros, o que depende da aprovação do marco regulatório das concessões e parcerias público privadas. Sem esse marco, o programa de privatizações e concessões do governo não terá a segurança jurídica necessária para atrair esses recursos. A outra é a ampliação do poder de compra da população, que depende da oferta de crédito, uma vez que não haverá aumento da renda de imediato. Não é uma equação fácil.

O governo aposta todas as fichas na agenda econômica do ministro da Economia, Paulo Guedes, que depende da aprovação do Congresso. Em tese, não existe grande objeção dos parlamentares à agenda, mas o tempo é exíguo. O começo da legislatura na segunda-feira e ontem foi meio melancólico, com o Congresso esvaziado. O clima é de pré-carnaval. O governo também não tem capacidade de articulação política suficiente para impor um ritmo diferente aos trabalhos do Congresso, que funciona no seu próprio diapasão.

O grande problema para o Congresso entrar em velocidade máxima são as eleições municipais, cujas articulações já estão começando e deverão se acelerar a partir de abril, com abertura do prazo de filiações partidárias. O que está antecipando essas articulações é a mudança das regras eleitorais, pois todos os partidos estão sendo obrigados a montar chapas proporcionais e a lançar o maior número possível de candidatos a prefeito, com o fim das coligações.

Quarentena
Existe também um certo nível de imponderabilidade em razão do próprio governo Bolsonaro, que fabrica crises de combustão espontânea, a mais recente na Casa Civil, onde o ministro Onyx Lorenzoni passa por um processo de contínua fritura, sem falar na estratégia de confronto adotada em algumas áreas, na qual pontifica o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que é foco permanente de fricção política com o Congresso. Para muitos analistas, as diatribes políticas da ala ideológica do governo e até do presidente Jair Bolsonaro são fatores perturbadores do ambiente econômico.


Esse comportamento contrasta com a atuação de outros ministros que têm amplo trânsito no Congresso, como Tereza Cristina, da Agricultura; Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura; e Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, que rapidamente mobilizou seus aliados no Congresso para aprovar o projeto de lei com normas de emergência para enfrentar a ameaça de epidemia de coronavírus, relatado pela deputada Cármem Zanotto (Cidadania-SC), presidente da Frente da Saúde, ontem à noite, pela Câmara, numa tramitação relâmpago. O PL autoriza a realização de quarentenas e outras medidas compulsórias para evitar que a epidemia se instale no Brasil.

Nas Entrelinhas -  Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense

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