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segunda-feira, 20 de março de 2023

O vírus de laboratório e a notícia de mentira - Revista Oeste

Paula Schmitt

A possibilidade da origem laboratorial do Sars-Cov2 não é novidade para pessoas com algum discernimento — jornalistas sérios tentam debater sobre essa teoria desde o começo da pandemia 

 Instituto de Virologia em Wuhan, China | Foto: Wikimedia Commons

Instituto de Virologia em Wuhan, China | Foto: Wikimedia Commons 

Agentes da censura disfarçados de jornalistas tiveram dias difíceis nas últimas semanas. Ao contrário do que era defendido pelos traficantes de versões oficiais, a pandemia pode sim ter tido origem no laboratório de Wuhan, e não no mercado de animais na mesma cidade. 
Quem defendeu a tese dessa vez foi o Departamento de Energia, um dos órgãos da chamadacomunidade de inteligênciados EUA, um grupo de departamentos encarregado de investigações relacionadas à segurança nacional e à política externa.

De acordo com reportagem exclusiva do Wall Street Journal do dia 26 de fevereiro, o Departamento de Energia mudou de opinião, e agora se junta ao FBI “em dizer que o vírus provavelmente se espalhou através de um erro em laboratório chinês”. O WSJ fala ainda que a “conclusão do Departamento de Energia é resultado de nova inteligência [novas informações] e é significativo, porque essa agência tem considerável especialização científica e monitora uma rede de laboratórios norte-americanos, alguns dos quais conduzem pesquisa biológica avançada”.

Para jornalistas sérios que passaram os últimos anos sendo perseguidos por meramente contemplar a possibilidade de origem laboratorial do vírus, a notícia pode trazer um certo consolo. 
Mas, para jornalistas ainda mais sérios que não se contentam em ter suas teses potencialmente confirmadas, é impossível ignorar um detalhe interessante na reportagem do Wall Street Journal: as agências de inteligência incumbidas de investigar a origem da pandemia estão divididas. 
Duas delas o FBI e o Departamento de Energia — acreditam na origem laboratorial. Outras quatro agências “ainda acreditam [que a pandemia surgiu] em transmissão natural”.  
Outras duas agências estão indecisas. Uma dessas agências é a CIA. Notaram que interessante?
Foto: Reprodução WSJ (26/02/2023)
No momento em que o governo dos EUA está embrenhado numa guerra inclemente com a Rússia através de um país-fantoche e necessita da ajuda e do apoio de outras nações (em especial a China), o governo norte-americano revela que faltam duas agências do seu governo para decidir se a China tem ou não tem culpa no cartório da pandemia. 
O placar agora está 4 a 2 a favor da inocência da China, mas duas agências ainda não opinaram. E, se elas decidirem que o vírus veio do laboratório de Wuhan, vai dar empate, e vai ser necessário chamar o VAR — provavelmente o presidente Joe Biden, que chefia o Conselho Nacional de Segurança dos EUA. Sentiu a pegada? [falando no Biden: quem vai prender o Putin? está havendo uma guerra entre dois países e parte do Ocidente decide que um dos países tem que se render e escolhem a Rússia; só que Putin não concorda e o TPI - Haia, decide decretar sua prisão - o que nos remete a fábula com a famosa pergunta: 'qual dos ratos vai colocar o guiso no gato'? Putin para facilitar o trabalho do rato que se propuser cumprir a missão, decidiu circular mais.
A propósito: O Ocidente pode armas para a Ucrânia; qual a razão da China não ter também o direito de fornecer armas para a Rússia.]

A batalha entre bandeiras nacionais é uma disputa que vem mantendo eleitores engajados e participativos, mas que cada vez mais é teatro financiado pelos senhores da guerra

Como já venho explicando há tempo, mesmo que não tenhamos meios de entender a motivação, nem os interesses, e nem tampouco o teor das decisões governamentais, uma coisa pode e deve ser analisada: o timing, ou o cenário no momento em que uma decisão é tomada ou uma notícia é liberada para a imprensa. E o cenário aqui é inquestionável: os EUA querem o apoio da China contra a Rússia, e manter uma espada de Dâmocles sobre a cabeça da ditadura chinesa pode ajudá-la a tomar uma decisão mais favorável.

Existe outro detalhe na reportagem do WSJ que reforça a minha teoria de que o governo norte-americano pode estar tentando pressionar a China: o relatório de cinco páginas não apenas volta atrás em uma opinião anterior do Departamento de Energia, mas ele foi entregue ao Congresso sem que tivesse sido requisitado. Funcionários do governo procurados pelo jornal se recusaram a explicar por que razão o Departamento de Energia resolveu mudar de opinião.

A possibilidade da origem laboratorial do Sars-Cov2 não é novidade para pessoas com algum discernimento — jornalistas sérios já tentam debater sobre essa teoria desde o começo da pandemia, mesmo sendo perseguidos por isso. 
A versão oficial — por muito tempo a única versão permitida nas redes sociais do Consenso Inc costumava deixar de lado um detalhe fundamental: o fato de que até hoje não foi encontrado o animal que teria servido de intermediário para a passagem do vírus de morcego para humano. Já os indícios fortalecendo a teoria de manipulação genética do SarS-Cov2 abundam.
 
Peter Daszak é uma das pessoas que falavam abertamente sobre como é comum manipular um vírus respiratório para ele se tornar mais contagiante e letal.  
E Daszak sabe disso como ninguém, porque ele é o presidente da EcoHealth Alliance, uma ONG de fachada que vem servindo para conduzir experimentos de ganho de função. 
Os experimentos de ganho de função são aqueles em que vírus são manipulados para ficar mais letais. 
Esses experimentos foram proibidos no governo de Barack Obama, mas Anthony Fauci, o funcionário mais estável e protegido da corporatocracia norte-americana, conseguiu encontrar meios de escapar da suspensão, terceirizando a manipulação genética para a EcoHealth Alliance, que por sua vez encontrou na China o lugar ideal para seus experimentos.
Peter Daszak, presidente da ONG norte-americana 
EcoHealth Alliance | Foto: Divulgação

Essa aliás é uma das razões para tanto apoio — vindo da direita e da esquerda — à terceirização de serviços governamentais, incluindo ações militares e de saúde pública: quando o processo é terceirizado, acaba-se com a chamada “cadeia de comando”, e a responsabilização criminal de agentes do governo se torna quase impossível. Foi assim na invasão do Iraque, com os crimes cometidos por mercenários da Black Water — enquanto alguns indivíduos expiatórios foram punidos, os grandes responsáveis saíram ilesos.

Foi o próprio Peter Daszak que explicou, em 2016, como esses experimentos funcionam: “Quando a gente consegue a sequência de um vírus, e ele parece com um parente de um patógeno maligno conhecido — exatamente como fizemos com o Sars —, nós achamos outros coronavírus em morcegos, um monte deles — alguns deles pareciam muito similares ao Sars, então nós sequenciamos a proteína spike, a proteína que se gruda nas células [humanas], então nós — quer dizer, eu não fiz esse trabalho, mas meus colegas na China fizeram esse trabalho —, você cria pseudopartículas, você insere a proteína spike desses vírus e vê se eles se acoplam às células humanas, e em cada passo disso você chega mais e mais perto de [tornar] esse vírus realmente patogênico para as pessoas. Assim você afunila o campo, você reduz o custo, e tem de trabalhar apenas com um número pequeno de vírus realmente assassinos”.

Quem por acaso quiser encontrar o vídeo original deste discurso vai ter trabalho, mesmo que procure no canal do YouTube onde o vídeo foi exibido pela primeira vez, a rede de TV norte-americana C-Span, sem fins lucrativos, especializada na cobertura de assuntos políticos e legislativos. Mas é possível ver o trecho que interessa aqui, divulgado pelo  India Today.

Buscas por menções a essa fala de Daszak também praticamente não produzem resultados. Apesar de a explicação de Daszak ser tão importante, crucial até numa pandemia provocada exatamente  por um coronavírus (Sars-Cov2), é quase impossível achar um jornal conhecido reproduzindo as palavras do homem que levou para um laboratório na China estudos de ganho de função financiados com dinheiro norte-americano. Quem fizer a busca no Duckduckgo vai encontrar apenas sites de notícia independentes nas primeiras páginas do resultado de busca.

Eu já falava deste assunto em maio de 2020, poucos meses depois do começo oficial da pandemia. E não é porque eu seja conspiratória — é apenas porque, fazendo uso do meu cérebro, eu encontrei um artigo da Nature falando algo muito interessante sobre Ralph Baric, parceiro de Daszak nos experimentos de ganho de função. Reproduzo aqui o que falei no artigo “Intervenção na natureza tem seu preço”: “Ralph Baric é um dos autores do estudo que criou um Frankenstein quimérico, em 2015, misturando o gene spike do vírus SHC014 ao Sars em rato [humanizado] e células humanas”.

Vale tirar uma lição preliminar disso tudo, ao menos por enquanto. A briga entre nações, US contra Rússia, China contra US, hoje são questões temporárias, ou meras distrações de um jogo muito menos interessante para quem assiste, mas muito mais lucrativo para quem joga: é o jogo em que quem joga nunca perde — só quem perde é a audiência. 
Em outras palavras, a batalha entre bandeiras nacionais é uma disputa que vem mantendo eleitores engajados e participativos, mas que cada vez mais é teatro financiado pelos senhores da guerra.

Um ano depois, no dia 2 de maio de 2021, o programa Fantástico, da Rede Globo, cometeu algo impensável, até para o Fantástico. Ele relacionou a tragédia da pandemia a — senta para não cair — queimadas na Amazônia. É isso mesmo. E agora tenta adivinhar quem a Globo entrevistou para explicar essa tese tão intelijegue? Peter Daszak…

Eu já desconfio há tempo que a Globo vende reportagens para governos poderosos e os monopólios mais poderosos ainda que os controlam. Uma das indicações de que minha suspeita é razoável é este vídeo aqui.

Ele mostra Bonner dizendo que a invasão do Iraque foi prevista por Nostradamus, e estava escrita nas estrelas. Para o caso de você não acreditar nem em Nostradamus e nem em astrologia, Bonner apela a uma terceira crença, tirando proveito do cérebro limitado da sua audiência: segundo ele, Saddam Hussein pode ser o “anti-Cristo”.

O meu artigo de hoje seria uma análise dos argumentos usados pelo Fantástico para contorcer a pandemia até fazê-la caber nas queimadas da Amazônia. Infelizmente não foi possível, porque o vídeo parece ter sido retirado do ar. Aqui nesta página, em que o G1 promove o vídeo, a reportagem escrita continua ali, mas o vídeo tem a mensagem “conteúdo não disponível”. 
Na GloboPlay, quando acessado pela televisão, esse episódio do Fantástico está indisponível para vários usuários, como mostram alguns prints feitos por assinantes. 
Eu achei uma cópia do programa no YouTube, mas é possível ver que ele foi grosseiramente cortado ao menos duas vezes: no minuto 1:48 e no 2:54. E quando se tenta acessar o vídeo a partir da GloboPlay na internet, a mensagem da Globo é até mais honesta do que eu esperava: “Esta edição foi modificada em sua versão web”. Para repetir uma frase minha que já virou bordão: salvem tudo.

 

Foto: Reprodução Site G1 (02/05/2021)
 
 

Leia também “A explosão do oleoduto e a erosão gradual da imprensa”

Paula Schmitt, colunista - Revista Oeste

 

domingo, 5 de março de 2023

Teoria sobre origem da Covid em laboratório chinês é considerada “mais provável” por agência dos EUA - Gazeta do Povo

Wall Street Journal

Ideias

Covid-19 foi declarada pandemia pela OMS em março de 2020
Covid-19 foi declarada pandemia pela OMS em março de 2020| Foto: Pixabay

O Departamento de Energia do governo dos Estados Unidos considera que a pandemia de Covid-19 "muito provavelmente" surgiu de um incidente em um laboratório na China.  
A informação foi divulgada neste domingo pelo jornal americano Wall Street Journal (WSJ) e é baseada em um documento confidencial de inteligência que foi entregue recentemente à Casa Branca e a membros do Congresso.

De acordo com o WSJ, embora o Departamento de Energia tenha feito suas conclusões com "pouca confiança", o documento marca uma mudança de posicionamento da agência, que anteriormente estava indecisa sobre a origem do novo coronavírus. As novas informações que levaram o departamento a mudar sua conclusão não foram expostas.

O Departamento de Energia não é o primeiro órgão do governo americano a dar credibilidade à teoria de que o vírus da Covid-19 vazou de um laboratório em Wuhan, na China. Em 2021, um relatório do FBI já indicava "convicção moderada" sobre esta visão.

Outras agências do governo americano, porém, ainda julgam que a pandemia foi provavelmente o resultado de uma transmissão natural entre um animal silvestre e um humano.

Comentando a reportagem do WSJ, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse, porém, que não há "respostas definitivas" sobre a origem do vírus causador da pandemia de Covid-19. “Se obtivermos mais informações, iremos compartilhá-las com o Congresso e com o povo americano. Mas, agora, não há uma resposta definitiva que surgiu da inteligência sobre esta questão”, disse Sullivan em entrevista à CNN.

O conselheiro da Casa Branca afirmou ainda que há "diferentes pontos de vista" sobre a questão das origens da Covid-19 e destacou que alguns deles “simplesmente não têm informações suficientes para se ter certeza”.

Mundo - Gazeta do Povo 


quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

A revolução do papel em branco - Rodrigo Constantino

    Últimas

VOZES - Gazeta do Povo

Regimes tirânicos sobrevivem até o povo realmente cansar da opressão e tomar as ruas. O aparato militar serve para intimidar, coibir, e até matar manifestantes, mas se a adesão for realmente generalizada, não há estado capaz de conter o fluxo, pois o massacre teria de ser gigantesco demais.

A China viveu isso no final da década de 1980. Na Praça "Celestial", milhares foram mortos pelo Partido Comunista Chinês. E o restante recuou. Mas sempre há a possibilidade de uma reação total que torne inviável o massacre, pelo simples motivo numérico. Nesses casos, regimes são trocados ou derrubados, os militares abandonam o ditador, a cúpula política faz o mesmo.

É a esperança que alguns começam a demonstrar com os protestos na China. Há cidades chinesas vivendo em lockdown por três anos! A Covid começou em Wuhan, as autoridades chinesas já sabiam que o vírus era transmissível por humanos em novembro de 2019, e não obstante o caminho escolhido foi trancar todo mundo em casa.

O Ocidente copiou os métodos abjetos e nada científicos, alegando que a China teve sucesso em conter a epidemia - acreditando nos números oficiais de uma tirania opaca. Ocorre que hoje ficou claro que de nada adiantou seguir essa via autoritária. Com a economia crescendo, muitos escolhem fechar os olhos, mas quando a situação aperta, a paciência se esgota.

É o que estamos vendo hoje. Chineses impedidos de sair de casa, com filhos doentes, por conta de uma política insana e ditatorial, tudo isso num ambiente de baixo crescimento econômico. Foi a gota d'água para muitos. Quando pessoas morreram isoladas num prédio, foi a fagulha que faltava.

Os chineses saíram às ruas e enfrentaram as autoridades tirânicas, mostrando ao mundo papeis em branco com o claro recado de que todos sabem o que precisa ser dito, mas não pode ser dito sob risco de repreensão truculenta da ditadura comunista. Trata-se de uma forma inteligente de expor a repressão cruel que os chineses vivem.

Ninguém sabe como isso vai acabar, mas podemos torcer pelo melhor. Xi Jiping acumula um poder que rivaliza apenas com o próprio Mao Tse Tung, declarando-se presidente eterno. Pouco se sabe no Ocidente sobre o funcionamento da cúpula de comando do PCC, mas dependendo do tamanho dos protestos, isso pode acarretar uma mudança de comando ou de regime, na melhor das hipóteses.

Ainda é cedo para imaginar um desfecho tão otimista, mas ao menos o povo, cansado de tanto abuso, resolveu reagir. E povo nas ruas é sempre algo que assusta tiranos. 
Vide o caso no Irã, sob outro regime nefasto dos aiatolás. 
Não por acaso, são regimes defendidos pelo PT de Lula, que sempre bajulou o ditador mais sanguinário do continente americano, Fidel Castro, e que até hoje apoia Maduro na Venezuela e Ortega na Nicarágua.

O povo está sempre em maior número. Quando o gigante desperta mesmo, e toma as ruas, a pressão sobre os militares, que possuem o monopólio das armas, acaba sendo grande. Nessa hora eles precisam decidir de qual lado ficam. O custo de se voltar contra o povo pode ser alto demais...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 26 de fevereiro de 2022

Passatempo para o fim do mundo - Revista Oeste

Guilherme Fiuza

Segue uma lista de perguntas para você responder enquanto o mundo (não) acabaJoe Biden, João Doria, Vladimir Putin, Bill Gates e Justin Trudeau | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

Joe Biden, João Doria, Vladimir Putin, Bill Gates e Justin Trudeau -  Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

Já que essa conjunção de nerds bilionários, burocratas sorridentes e ditadores enrustidos resolveu acabar com o mundo, vamos tentar pelo menos trazer um pouco de leveza ao processo. Segue uma lista de perguntas para você responder enquanto o mundo (não) acaba. Bom Carnaval.

 

  1. A guerra do Putin é de direita ou de esquerda?
  2. A direita é a da caneta e a esquerda é a do relógio, ou ninguém mais usa caneta e relógio e estão todos no centrão do iPhone?
  3. Quem usa o termo “geopolítica” para explicar as coisas está georreferenciado em quais georreferências?
  4. A nova pandemia prometida pelo Bill Gates vai esperar a outra acabar, ou os aplicativos modernos já permitem a aplicação concomitante de duas pandemias?
  5. Se as investigações no Senado dos EUA concluírem que os parças do Bill (Dr. Fauci e cia) financiaram manipulação de coronavírus em Wuhan e que a pandemia surgiu mesmo de um vazamento de laboratório naquela cidade chinesa, o processo poderá ser patenteado ou vai continuar tudo no terreno da pirataria?
  6. Já que o Bill Gates tem tanto feeling para pandemias, será que ele podia adiantar algumas características do próximo vírus, de forma que os jornalistas do consórcio já possam saber quais remédios baratos serão censurados, depois do de piolho e do de verme, para não perderem tempo e não deixarem faltar mordaça?
  7. O STF vai investigar se o Bolsonaro mandou o Putin invadir a Ucrânia?
  8. O STF vai investigar se o Bolsonaro mandou o Putin não invadir a Ucrânia e ele invadiu assim mesmo, provando que o Bolsonaro não manda nada?
  9. Se o blindado do Fachin não afasta a preocupação com tiros, não seria o caso de colocar, por segurança, duas máscaras nas urnas eletrônicas?
  10. Não é meio fora de moda falar em tanques na era da guerra biológica?
  11. Não seria o caso de a Rede pedir ao STF que determine a substituição das metáforas bélicas pelas metáforas farmacêuticas?
  12. Por que o Putin não encomendou ao Bill um plano mais moderno e barato para subjugar os ucranianos?
  13. Quem foi o gênio que inventou a tirania de boa aparência?
  14. Com quantos Trudeaus se faz um Xi Jinping?
  15. Quem tem lockdown, passaporte vacinal e imprensa venal precisa de exército?
  16. Se vários países já suspenderam o passaporte vacinal e o Sambódromo do Rio de Janeiro foi fechado para o Carnaval sem a suspensão do passaporte vacinal na cidade, o prefeito Eduardo Paes está:
  17. Em outro planeta;
  18. Em outra pandemia;
  19. Confiante na vacina e mais confiante ainda no vírus;
  20. Convicto de que vacina é uma coisa e imunização é outra;
  21. Perguntando ao seu comitê científico até quando esse papo vai colar.
  22. Se João Doria desistir mesmo de ser candidato a presidente, o que será feito daquele belo jardim montado cuidadosamente para o seu marketing pandêmico?
  23. Se depois que começou a vacinação de covid tantos jovens passaram a sofrer mal súbito devido às mudanças climáticas, não seria o caso de desenvolver uma vacina contra o aquecimento global?
  24. Se a Rússia trouxer o apocalipse nuclear antes da próxima pandemia, isso poderá ser considerado uma traição de Vladimir Putin a Bill Gates?
  25. Se o mundo acabar mesmo, como ficará a geopolítica?

Leia também “Lula & Alckmin na intimidade”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste


sábado, 1 de janeiro de 2022

Chefe da OMS diz que 2022 pode marcar o fim da pandemia de Covid-19

Tedros Adhanom afirmou que o mundo tem 'as ferramentas' para acabar com a pandemia, mas que isso só será possível com a distribuição igualitária de vacinas

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse na quinta-feira, 30, que o mundo tem “as ferramentas, os recursos e as razões (mais de 5 milhões de vidas perdidas e contando) para acabar” com a pandemia de Covid-19 em 2022 e que está “confiante” de que isso vai acontecer, desde que haja uma distribuição igualitária de vacinas entre os países. A mensagem foi publicada em seu perfil na rede profissional Linkedin.

[a credibilidade da OMS e do seu diretor-geral continua abaixo de ZERO = tudo que tem sido feito no combate a pandemia não dependeu da OMS, que só é boa em prever o caos e "profetizar" o passado; 
de qualquer forma, torcemos que o seu desejo "fim da pandemia em 2022" se realize.]

Ghebreyesus lembrou que o final de 2021 traz uma marca “sombria”, o segundo aniversário da pandemia de coronavírus — os primeiros casos, em Wuhan, na China, foram detectados em dezembro de 2019 —, e que esse momento deve servir de reflexão e estimular ação renovada para combater a doença.

No texto, o diretor da OMS enfatizou que o ano que termina trouxe ganhos, como a aprovação emergencial de dez vacinas, a administração de mais de 8,5 bilhões de doses de imunizantes no mundo e o desenvolvimento de novos tratamentos contra a infecção, o que permite a redução das mortes.

No entanto, ele apontou que esses ganhos não puderam ser observados globalmente. “Nós estamos vendo países conduzirem programas de reforço de vacinação enquanto somente metade dos países-membros da OMS conseguiu atingir a meta de ao menos 40% de sua população vacinada ao final de 2021, isso por causa da distribuição desigual. Essa diferença também pode ser percebida no fato de que, um ano após as primeiras doses terem sido aplicadas, 3 em cada 4 trabalhadores da saúde na África continuam sem ter sido vacinados.”

Ghebreyesus lembrou que, enquanto essa disparidade continuar, as chances de o vírus sofrer mutações e produzir novas variantes só aumentam, “nos prendendo em um ciclo de perda, dificuldade e restrições contínuas”.

 Saúde - VEJA


domingo, 21 de novembro de 2021

O fim da segunda onda - Revista Oeste

Fábio Matos/Paula Leal 

De volta à vida

Com números em queda, a pandemia perde força e os brasileiros, enfim, voltam ao normal

 Boa parte dos brasileiros duvidou que a realidade tétrica enfrentada pela então desconhecida cidade chinesa de Wuhan chegaria aqui.  
Ruas desertas, rostos cobertos por máscaras faciais, médicos vestindo roupas de astronauta, comércio de portas fechadas, bares e restaurantes lacrados. O cenário apocalíptico parecia distante do Ocidente
No entanto, com a negligência da China e a conivência da Organização Mundial da Saúde em admitir a gravidade do Sars-Cov-2 quando os primeiros casos começaram a brotar, não demorou muito para a doença se espalhar pelos quatro cantos do planeta. 
Cada país escreveu sua própria história no enfrentamento da maior pandemia do século. No Brasil, o primeiro caso de covid-19 foi registrado em 26 de fevereiro de 2020. 
A primeira morte, em 17 de março. De uma hora para outra, o medo paralisou as pessoas, modificou rotinas, rompeu vínculos. Entramos em modo “pandêmico”.
Jogo do Brasileirão entre São Paulo e Flamengo, no Morumbi, em 14 de novembro de 2021 | Fotos: Paulo Pinto/saopaulofc.net
Jogo do Brasileirão entre São Paulo e Flamengo, no Morumbi, em 14 de novembro de 2021 | Fotos: Paulo Pinto/saopaulofc.net

Entre erros e acertos, os brasileiros viveram uma montanha-russa de emoções, agravada pela imposição de medidas autoritárias de políticos e gestores que desafiaram a lógica e a ciência. Chegamos a ser o epicentro do coronavírus no mundo. Mas não há mal que sempre dure. Depois de mais de 600 dias de angústia, a queda constante no número de casos e mortes por covid e o som pulsante das ruas dão sinais de mais uma vitória. Aos poucos, a vida retorna ao normal.

Há cerca de um ano, a pandemia deu uma trégua. Depois de um primeiro surto, o Brasil atravessou um período de aparente calmaria, com declínio de casos e de mortes pela doença. Parecia que tudo estava sob controle. Então os números dispararam e o país enfrentou uma crise sanitária ainda pior do que a primeira. O panorama, contudo, era outro. A vacinação ainda engatinhava quando o Brasil deparou com a P.1 (Gama) — uma variante do coronavírus que surgiu em Manaus e causou uma catástrofe, provocando colapso no sistema de saúde em várias cidades. A cepa é altamente transmissível e muito agressiva. Para ter ideia, ainda no mês de abril o Brasil ultrapassou o ano inteiro de 2020 no número total de mortes em razão do coronavírus.

Quando o país se recuperava do baque, aterrissou por aqui a Deltavariante originária da Índia —, responsável por uma avalanche de novos casos em países da Europa, Ásia e também nos Estados Unidos. Apesar de muito contagiosa, a Delta, comparativamente, é menos letal, e, no Brasil, não provocou uma piora nas contaminações, internações e mortes. Os números, ao contrário, não param de cair. Para o clínico geral Roberto Zeballos, doutor em imunologia, a P.1 pode ter oferecido um bloqueio biológico à Delta. “A cepa Gama fez um estrago, mas imunizou muita gente. Isso é algo que não ocorreu na Europa”, diz Zeballos. Ele ressalta que a imunidade natural da doença é mais longa e duradoura do que a oferecida pelas vacinas. “Enfrentamos dois surtos fortes e isso tem um ganho”, disse. “Toda vez que um paciente vence a doença, ele se imuniza. Quanto mais pessoas imunizadas, maiores as chances de alcançar a imunidade coletiva.” 

A circulação explosiva da variante Gama no início do ano, que resultou em um alto número de imunizados pela doença, somada ao avanço da vacinação ajudam a explicar por que a cepa Delta está se comportando de forma diferente no país. Nesta semana, o Brasil registrou cerca de 130 milhões de pessoas com o ciclo de vacinação completo o que corresponde a pouco mais de 60% da população brasileira — e já superou os Estados Unidos na proporção de pessoas totalmente vacinadas
A taxa de transmissão do coronavírus está no menor patamar desde abril de 2020. No Rio de Janeiro, o hospital de referência no tratamento da covid-19 deu alta ao último paciente internado com a doença — é a primeira vez desde o início da pandemia que a unidade não registra pessoas com covid. Algumas cidades já decretaram o fim da exigência do uso de máscaras. 
 
Doze Estados brasileiros não tiveram mortes relacionadas à covid-19 desde o último domingo, 14. Desde abril de 2020, a covid-19 era a principal causa de mortes no Brasil. Já não é mais.  
A doença foi superada por AVC (acidentes vasculares cerebrais), infartos e doenças cardíacas, segundo dados da Associação de Registradores de Pessoas Naturais referentes ao período de 16 a 31 de outubro. 
A média móvel para sete dias de óbitos, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 246. É o 15º dia seguido que o número fica abaixo de 300.

Novo fôlego para a economia
Se a ciência revela que a covid-19 caminha para ser controlada no país, o dia a dia cada vez mais próximo do normal é um dado da realidade perceptível a quem circula pelas cidades brasileiras. O movimento intenso em bares e restaurantes, a retomada das viagens, a reabertura de salas de cinema, teatros e casas de espetáculo e os preparativos para grandes eventos como o Réveillon e o Carnaval descortinam uma nova atmosfera — muito mais próxima daquela em que vivíamos antes de março de 2020. 

Os voos domésticos do país recuperaram cerca de 80% dos passageiros

Com a flexibilização das medidas restritivas, o setor de shopping centers registrou um crescimento expressivo nas vendas em outubro. Pela primeira vez em um ano e meio, as maiores operadoras de shoppings do Brasil venderam mais do que antes do início da pandemia. No mês passado, Multiplan e Iguatemi registraram altas de 10% e 15%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2019. E as perspectivas para o período de festas de fim de ano são animadoras. “Há uma expectativa mais positiva de vendas, com base nas últimas datas especiais do varejo, em que tivemos números acima do esperado”, afirma o diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping, Luis Augusto Ildefonso. “Isso deve trazer um Natal muito melhor do que o do ano passado, porque naquela época estava tudo fechado, com circulação pequena de pessoas.”

A crise provocada pelas restrições começa a ser superada também pelo setor de turismo. Segundo a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, 36% das agências de viagem já alcançaram, em setembro deste ano, pelo menos 75% do rendimento obtido no mesmo período de 2019. Os voos domésticos do país recuperaram cerca de 80% dos passageiros em relação aos números de antes da pandemia. Os cruzeiros, por exemplo, estarão de volta, gerando 35 mil empregos e R$ 2,5 bilhões em receitas, segundo a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos. 

Sem limitações, os bares e restaurantes voltaram a todo vapor. Estimativas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) projetam um crescimento de até 3% neste segundo semestre, com a recuperação de 600 mil de mais de 1,3 milhão de postos de trabalho perdidos desde o ano passado. “Existe um cenário de confiança na retomada. Com os números da pandemia melhorando dia a dia e a vacinação avançando, há a volta da confiança do consumidor. Isso faz toda a diferença”, conta José Eduardo Camargo, líder de Inteligência e Conteúdo da Abrasel. 

Durante os quase dois anos de pandemia, o circuito de shows e eventos foi duramente afetado. Em São Paulo, a partir deste mês, já não há mais restrições para a lotação de público em casas de shows e são permitidos espetáculos ao vivo com as pessoas em pé. Nas grandes capitais, já há preparativos para as festas de Réveillon e Carnaval. A maior festa popular do país deve atrair 15 milhões de pessoas às ruas de São Paulo — até agora, mais de 860 blocos carnavalescos se inscreveram para desfilar entre janeiro (no “pré-Carnaval”) e março do ano que vem. No Rio, há mais de 600 inscritos. Os organizadores do “maior Carnaval do mundo” projetam um investimento de mais de R$ 45 milhões, entre dinheiro público e privado. Outro sinal emblemático de que, aos poucos, a covid-19 vai ficando para trás é a volta do público aos estádios de futebol. Em São Paulo, 100% da capacidade está liberada. Cada Estado tem autonomia para definir critérios de reabertura: além de São Paulo, a lotação máxima já é permitida em capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Goiânia. 
A pandemia também comprometeu a educação de milhares de jovens que ficaram à deriva durante o isolamento. A duras penas — e muito tardiamente —, as escolas voltaram ao ensino presencial depois de meses fechadas.

Quarta onda na Europa e o dilema das vacinas

Mesmo diante das perspectivas animadoras de retomada, a pandemia ainda exige cautela. “O Brasil atravessou a segunda onda e ruma para o fim do ciclo pandêmico, exceto se surgir alguma nova variante atípica”, afirma o infectologista Francisco Cardoso. Estamos bem distantes do quadro devastador registrado em abril, quando o Brasil chegou a perder mais de 4 mil vidas para a covid-19 em 24 horas. Ao longo dos meses, os médicos aprenderam que a doença tem controle e tratamento, ainda mais quando feitos precocemente, como qualquer outra enfermidade cuidada pela medicina. 
 
No entanto, se vivemos uma onda de otimismo, não se pode dizer o mesmo da Europa que voltou a ser o epicentro da covid-19. A situação do Velho Continente acende uma luz amarela e mostra que o vírus continua entre nós.  
A explosão de casos em países europeus intriga especialistas e põe em xeque a eficácia da vacinação. A Alemanha, com quase 70% da população vacinada, bateu recorde de contaminações. A Holanda, com 73% de vacinados, vive um retrocesso com a volta de medidas restritivas e o aumento no número de mortos pela doença neste mês. O que se observa depois de cerca de 7,5 bilhões de injeções aplicadas no mundo é que as vacinas não são 100% eficazes para evitar contaminações pelo coronavírus. Mesmo assim, estudos indicam que pessoas vacinadas têm menor risco de contrair a doença e, ainda que sejam diagnosticadas, têm menos chances de evoluir para casos graves e mortes. “Um problema que vivemos é a ilusão de que as pessoas vacinadas não têm mais covid”, explica Raissa Soares, médica de família. “Muitos pacientes vacinados com duas doses contraem a covid e só buscam ajuda na fase mais grave da doença, pois eles têm a falsa sensação de que estão protegidos. Só que aí o tratamento é mais difícil.” Além do dilema das vacinas, segundo o médico Roberto Zeballos, na Europa as pessoas ficaram confinadas por mais tempo e, com o relaxamento das medidas de restrição, passaram a ter maior contato com o vírus, o que pode justificar o aumento de casos. “Lá, os lockdowns foram mais rígidos, não teve muita exposição”, lembra. “No Brasil, não houve lockdown de fato, as pessoas ficaram mais expostas ao vírus e foram mais contaminadas.”

É bom lembrar que as vacinas desenvolvidas no ano passado foram baseadas na versão “original” do coronavírus, quando ainda não havia novas cepas em circulação. Quando o vírus sofre mutação, algumas variantes podem escapar à proteção vacinal. “Um definidor para 2022 é quanto a gente vai conseguir atualizar as vacinas disponíveis para efetivamente combater melhor as variantes que se formaram ao longo desse tempo”, disse o virologista Fernando Spilki, coordenador da rede Corona-ômica do Ministério da Ciência e Tecnologia, em entrevista recente ao jornal Valor Econômico. É bem provável que o novo coronavírus tenha vindo para ficar. Teremos de conviver com ele assim como vivemos com a influenza, o vírus da gripe. “Acredito que, a partir do próximo ano, a covid vai atingir o nível endêmico e se tornar uma doença como qualquer outra. Não vai haver mais elementos para manter o status de pandemia”, afirma Cardoso. Tomara. Enquanto a ciência continua buscando respostas para dúvidas que só serão respondidas com o tempo, o normal está de volta à vida dos brasileiros. 

Leia também “Mauro Ribeiro: ‘Estão tentando nos calar'”

Fábio Matos/Paula Leal  - Revista Oeste


quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Coronavírus - Origem da Covid: Relatório do FBI defende vazamento laboratorial com “convicção moderada”


Eli Vieira, especial para a Gazeta do Povo

Uma avaliação atualizada sobre as origens da Covid-19, composta pelo Conselho Nacional de Inteligência americano, em nome de 17 agências de espionagem da Comunidade de Inteligência dos Estados Unidos, foi liberada para o público no sábado (30/10). O documento de 18 páginas, produzido a pedido do presidente Biden, considera se seria mais plausível que o novo coronavírus (SARS-CoV-2 ou SARS2) escapou de um laboratório em Wuhan ou se ele saltou naturalmente de outra espécie animal para humanos. O relatório leva em conta o que se sabia até agosto deste ano. As agências concordam entre si que o vírus não é uma arma biológica, que o primeiro surto foi em novembro de 2019 em Wuhan, e que a China não tinha conhecimento do vírus anterior ao surto.
 
Investigação sobre as origens do coronavírus estão cada vez mais políticas e menos científicasInvestigação sobre as origens do coronavírus estão cada vez mais políticas e menos científicas - Foto: Pixabay 
 
A maioria delas avaliam que o SARS-CoV-2 provavelmente não foi modificado geneticamente, porém, essa avaliação vem com “baixa convicção” — o dissenso nessa questão, formado por duas agências, é que elas pensam que não há como saber se houve manipulação genética ou não. O próprio Instituto de Virologia de Wuhan, que manipula geneticamente os coronavírus há anos com verbas americanas, produziu trabalho citado pelo relatório que afirma que é possível fazer engenharia genética em vírus desse tipo sem deixar marcas óbvias.

Quatro agências (menos de um quarto da Comunidade), além do Conselho, acreditam com baixa convicção que o vírus saltou de um animal silvestre para o primeiro infectado humano. Apenas uma agência acredita que o vírus veio de um acidente laboratorial, porém, ela dá a essa conclusão uma convicção moderada. O relatório não especifica o nome da agência, mas o New York Times informa que esta agência é o FBI.

O resto das agências membros do Comunidade de Inteligência não chegaram a consensos internos e pedem mais informações para tirar conclusões a respeito da origem da Covid-19, além de cooperação da China, que não parece provável no momento. Pela via diplomática, a China tem insistido que só cooperará em questões como as mudanças climáticas caso os EUA abandonem a hipótese da origem laboratorial do vírus.

O relatório das agências informa que o parente mais próximo conhecido do SARS2 ainda é o vírus RaTG13, coletado de um morcego em 2013 pelo Instituto de Virologia de Wuhan e tratado de forma suspeita, como publicou a Gazeta do Povo há um ano. O artigo de maio de Nicholas Wade, que favorece a origem laboratorial, continua relevante e a maior parte dos pontos que levanta continuam sem respostas.

Existe interesse em descobrir a verdade?
Tirando a nova convicção moderada do FBI a favor de uma hipótese que era tratada como “teoria da conspiração” no começo de 2020, o relatório das agências americanas traz pouca novidade. Uma questão importante é se essas agências querem, realmente, descobrir a verdade, especialmente se ela for um acidente laboratorial com um vírus em que pesquisadores chineses faziam experimento de ganho de função (introdução de elementos que possam favorecer seu poder de infectar humanos) nos coronavírus usando verbas americanas.

Em junho, a revista Vanity Fair, depois de meses de investigação e obtenção de memorandos internos, revelou que o fato de o governo dos Estados Unidos ter financiado pesquisa perigosa desse tipo criou um conflito de interesses em permitir investigação do possível vazamento laboratorial. Um oficial de inteligência disse que funcionários de duas das agências “advertiram” a seus líderes para não investigar a origem da COVID-19 porque isso poderia “abrir a caixa de Pandora”.

Anthony Fauci, que coordenou o enfrentamento à pandemia tanto sob Trump quanto sob Biden, chefia a NIAID, parte dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), que deu verbas para os chineses do Instituto de Virologia de Wuhan. O intermediário dessas verbas é uma antiga ONG ambientalista transformada em agência de pesquisa de patógenos por um cientista especialmente astuto em política, Peter Daszak.

Em maio, em sabatina do Congresso americano, Fauci disse que seu órgão governamental “nunca financiou e não financia agora pesquisa de ganho de função no Instituto de Virologia de Wuhan”.  Mais um abalo na narrativa de funcionários públicos como Fauci e parte dos agentes de inteligência, no entanto, ocorreu em setembro, quando o Intercept publicou documentos que mostram que Fauci faltou com a verdade ao falar ao Congresso, pois verbas americanas via EcoHealth Alliance financiaram esse tipo de pesquisa no instituto chinês.

 

No momento, a Organização Mundial da Saúde está juntando mais uma equipe para investigar as origens da pandemia, depois do fiasco da investigação lançada há quase um ano. Parte do motivo do fiasco é que Daszak era parte do grupo, apesar do óbvio conflito de interesses. Agora, a OMS promete que os membros “devem ser livres de quaisquer conflitos de interesse reais, potenciais ou aparentes”. Porém, seis de dezessete membros internacionais do painel investigativo anterior continuam no novo painel, incluindo a dra. Marion Koopmans, que alegou em dezembro passado que a origem laboratorial era uma “hipótese refutada”.

Pelo andar da carruagem, é improvável que a hipótese da origem laboratorial do coronavírus, tratada primeiro como conspiratória pela imprensa anti-Trump, depois como caixa de Pandora a ser mantida hermética por agentes de inteligência, depois como ficha de barganha diplomática por Xi Jinping, tenha em 2022 um real lugar ao sol.

Eli Vieira, colunista - Ideias - Gazeta do Povo 

 

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Pequenos ditadores - Revista Oeste

Por qual motivo a mídia chamaria de negacionistas homens que se dedicaram a vida toda à ciência?
 
Completando quase dois anos desse inferno pandêmico, podemos analisar certos aspectos das atuações políticas, científicas e sociais dos governantes e demais líderes. No entanto, neste ensaio, vou me atentar ceticamente à atuação da ciência ou daquele espírito político que se apossou dela. Já vou prepará-los: sou um cético por natureza, e tal inflexão da minha alma e mente costuma me causar inúmeros problemas sociais. O principal deles é a tendência a não acreditar previamente em anedotas midiáticas, imposições científicas e estatais. De antemão, já quero informar que tomei a vacina contra o coronavírus, pois ser cético não é o mesmo que ser “antivacina” — pasme, Folha de S. Paulo.

Nos dias de hoje, sempre que falamos em “ciência” se subentende que o passo seguinte a essa conclamação é dizer um “amém silencioso”. Questionar a ciência, diriam os doutos defensores do cientificismo engajado, é papo de negacionista. No entanto, o que farei hoje não é exatamente questionar a ciência em si, pois sou daquela turba marginalizada que gosta dela sem adorá-la. Vou discutir, no entanto, o ente espiritual que possuiu o discurso científico na era covid e fez com que a ciência se tornasse a palavra mais distorcida dos últimos tempos.

Em maio deste ano, vários cientistas renomados daquela leva raiz de cientistas quebraram o silêncio e pressionaram publicamente a OMS acerca de uma real investigação na China sobre a origem da covid-19. Estamos falando de uma doença que supostamente surgiu num mercado de frutos do mar, numa cidade chinesa — Wuhan — que também ostenta um centro de manipulação biológica de vírus Instituto de Virologia de Wuhan. Nesse centro, por uma estrondosa aleatoriedade do universo, muito possivelmente também se manipulava o coronavírus. Mas, o que se jurava, sob o silêncio gutural dos jornalistas, é que o vírus tinha provavelmente advindo de morcegos.

No século em que começamos a manipular o genoma humano, e que a manipulação químico-biológica está de vento em popa, nenhum laboratório do planeta conseguiu dar sequer uma dica da origem real do vírus que matou quase 5 milhões de pessoas ao redor do mundo. A mídia mostra aqui e acolá uma teoria e outra; mas, de forma oficial, o que se escuta mesmo é esse eterno silêncio complacente. Por que a China quis silenciar acadêmicos que estudavam a origem do vírus, como noticiou a CNN americana? Por que ninguém se levantou aos berros contra esse ataque à ciência?

Recentemente, uma médica chinesa corajosamente foi a público no programa britânico Loose Woman e disse que a origem do vírus é, sim, laboratorial, que o governo chinês encobriu isso e que estudos que comprovavam esse fato também foram abafados. OK. Isso é ela quem diz, e pode ser que ela seja apenas mais uma “ativista ingrata” fugida do “Éden vermelho”. Mas a pergunta, nesse caso, não é exatamente se ela está certa ou errada, mas por que o tema se tornou um tabu para o mainstream autodenominado progressista? Por que a China não permitiu que especialistas da OMS investigassem a origem do vírus?

Fica claro que o poder se sobrepôs à ciência, e nenhum “progressista” defensor aguerrido dela apareceu para escudá-la. Parece haver uma força, um éter de emudecimento e complacência que habita simultaneamente todas as redações e escritórios políticos mundiais. A ciência, aqui, foi calada e jogada no canto, mas ninguém protestou. Aqueles que gritavam por um respeito à ciência, e se afogavam em virtudes científicas, sorrateiramente passaram a se esconder quando o papo era a possível origem laboratorial do vírus. Por quê?

A resposta não é lá muito difícil de conceber. Por qual motivo a mídia chamaria de negacionistas homens que se dedicaram a vida toda à ciência e, por posições científicas divergentes, não concordavam com as diretrizes gerais? Não são um ou dois médicos, é um batalhão deles que, por exemplo, acredita que um tratamento precoce é eficaz contra a infecção. Médicos que trataram diretamente milhares de infectados durante toda a pandemia não devem ser previamente calados por uma decisão unilateral de burocratas, ou tachados como negacionistas por jornalistas engajados. A liberdade médica foi revogada.

A possibilidade de escolha de alguém em querer ou não deixar que injetem uma substância em seu organismo também se tornou uma espécie de heresia grotesca, passível de punições sociais que beiram o apartheid. O caboclo que ergue a mão e diz que, por ora, não irá se vacinar se torna, no mesmo instante, uma espécie de adorador do satã anticientífico.

É preciso entender o cerne dessa mentalidade para melhor criticá-la. O iluminismo moderno, que abriu as portas para a ciência experimental se desenvolver e construir os benefícios dos quais hoje gozamos, é o mesmo que cravou na alma ocidental a consciência inalienável da liberdade individual, de crença e de ação. 
Sem tais liberdades asseguradas, a própria ciência objetiva fica manca e passa a ser mais uma religião política na mão dos que governam com o poder. Como diz o escritor britânico John Gray em seu livro A Busca pela Imortalidade: “A ciência foi lançada contra a ciência e tornou-se um canal para a magia”.

Pobreza, desalento, infelicidade, deficiências, tudo isso estava com os dias contados

Tais impressões são completamente previsíveis a partir de um olhar mais atento e criterioso. A ciência veio para ser, em muitas mentes, a substituta da religião. Como dizia o filósofo francês Raymond Aron em O Ópio dos Intelectuais: “Toda libertação, entretanto, traz em si o perigo de uma nova forma de sujeição”. Quando a religião começa a cair em descrédito no pós-renascentismo, uma certeza com igual tamanho deve tomar o seu trono vazio.

Foi assim que, aos poucos, muitos começaram a acreditar piamente que a ciência era a resposta para as mazelas humanas, que a injustiça social, os grandes pandemônios humanos — e por que não a morte — seriam problemas que logo mais seriam resolvidos pelos homens da ciência. Assim como Thomas Edison descobriu a liga metálica que poderia fazer surgir a luz em cada lar, da mesma forma era questão de tempo para acharmos a ideologia que consertaria nossas desgraças humanas. Pobreza, desalento, infelicidade, deficiências, tudo isso estava com os dias contados; o homem moderno era aquele que tinha dominado a natureza falha, que havia domado as pragas e voava no lombo dos demônios. A razão venceu a limitação, a finitude se tornou possibilidade. Antes era Deus quem escutava as nossas dúvidas, agora é o cientista quem tem a missão de perscrutá-las. E tal como antes a Igreja era inquestionável nas questões de fé e moral, a ciência agora se coloca como incontestável nas questões de saúde. Quem questionava a religião oficial se tornava herege, quem questiona a religião científica se torna negacionista. Diz o historiador francês Paul Hazard, em A Crise da Consciência Europeia: 1680-1715:“Agora a ciência se torna um ídolo, um mito. Já se confunde ciência com felicidade, progresso material com progresso moral. Crê-se que a ciência substituirá a filosofia, a religião e atenderá a todas as exigências do espírito humano”.

Mas há nessa equação uma verdade dura de ser aceita, seja pelos fiéis, seja pelos sacerdotes: tudo que a mente humana toca é suscetível de engano, suas verdades podem estar — e quase sempre estão — contaminadas com seus preconceitos e tendências. E por mais que métodos existam nos laboratórios e nos livros, o último crivo da verdade ainda vai esbarrar na mente de quem irá enunciá-la. Não creio que todas as resoluções científicas sejam tendenciosas e suas conclusões previamente contaminadas. O fato é fato. O sequestro ideológico pela política é algo repetitivo na história humana. Desde quando o burocrata ou o revolucionário descobriu que ele poderia justificar as suas intenções políticas atrás de um outdoor científico, suas ideias sempre foram apresentadas como sendo uma receita laboratorial. O comunismo, jurava Karl Marx, era científico, era apenas uma questão de ajustes e sacrifícios para que a humanidade igualitária surgisse do tubo de ensaio da sociedade; o nazismo, obviamente, diria Hitler, era científico. É científico acreditar na eugenia, afinal, a eugenia nada mais era do que a aceleração estatal da seleção das espécies. Quer algo mais científico — teoricamente — que as verdades de Darwin?

No entanto — vêm aí spoilers da realidade —, o homem continua sendo falho, a ciência, por mais que tenha avançado e seja sensacional quando bem utilizada, não conseguiu encontrar nem desenvolver uma humanidade sem problemas ou erros. Durante a pandemia, assistimos a um passeio de arrogância e prepotência, seja daqueles que queriam desferir estudos inconclusivos como sendo verdades últimas, seja por jornalistas que, imbuídos de uma sacra missão científica, vomitavam rótulos naqueles que escolhiam simplesmente se manter céticos a algumas diretrizes. Aqueles que simplesmente optavam por um tratamento recomendado por uma junta médica que o mainstream já havia colocado em seu Index Librorum Prohibitorum eram relegados aos cantões dos conspiracionistas, bolsonaristas.

Essa tal pretensão de um conhecimento universal, perfeito, uma verdade suprema, indiscutível, foi o que pediu Átila Iamarino na Folha de S. Paulo. É o que a mídia tentou emplacar no debate social; e conseguiu, diga-se de passagem. Hoje, aqueles que escolheram não se vacinar são literalmente excluídos de várias atividades sociais; são repelidos como se fossem infecciosos ou tangivelmente grotescos. Disso para a estrela amarela no peito, será que estamos tão longe assim? O “autoritarismo necessário” se baseia justamente nessa crença catequética na ciência dos perfeitos. A lógica é relativamente simples, “se é científico, é verdadeiro; se é verdadeiro, por que não impor”? Era nisso que acreditavam Stalin e Hitler. Joseph Mengele, um dos insanos médicos nazistas, ao assassinar mais de 400 mil prisioneiros nazistas — entre eles, padres poloneses e judeus de toda a Europa — dizia fazê-lo em nome da “ciência”.

Chovem estudos, dados e estatísticas, rebanhos de jornalistas, entusiastas e opinadores para dizer o que o outro deve fazer. Os pequenos tiranos já estão sob a bênção dessa pseudociência, e, em nome dela, podemos dizer o que cada um deve ou não fazer. Como um cético conservador, tenho temor daqueles que ganham o poder de ditar regras sociais inerrantes a um povo escravo de uma mentalidade autoritária. Como cidadão do pós-século 20, tenho pavor daqueles que empunham a ciência para fazer políticas tirânicas.

Leia também “A Pfolia da Pfizer”

 Pedro Henrique Alves, colunista - Revista Oeste


sábado, 7 de agosto de 2021

Ciência, ciência e silêncio - Oeste

Ana Paula Henkel

O que vai acontecer quando uma multidão começar a resistir a essas ordens draconianas e inconstitucionais?

Aqui nos Estados Unidos, país que já vacinou mais de 165 milhões de pessoas, deveríamos estar voltando à vida normal. Afinal, eles prometeram: achatar a curva, máscaras, um pouco mais de lockdown, só mais um pouco, use duas máscaras, estamos quase lá para a vida normal, tranca tudo de novo, agora vacinas, pronto. Vida que segue. Não. Agora eles estão exigindo que você — mesmo totalmente vacinado — use máscara novamente, mesmo quando estiver em ambientes externos. Mas eles nos prometeram que as vacinas trariam a vida normal… Mas eles não te contaram tudo. Eles nunca nos contam tudo.

O que está acontecendo? À medida que a pandemia caminha para seu segundo aniversário — já que investigações mostram que, em outubro de 2019, a China já sabia que algo estava errado com a população de Wuhan —, mais e mais perguntas surgem. Em uma sociedade totalmente imersa na politização de absolutamente tudo, responda sem pensar: em qual instituição você confia para liderar a pandemia? OK, permita-me refazer a pergunta. Em qual instituição você confia para liderar INFORMAÇÕES sobre pandemia? OMS, Anvisa, o CDC norte-americano? Quem está no leme desse barco para explicar o raciocínio por trás da “ciência” que manda você se trancar em casa, usar máscaras, se trancar de novo, tirar as crianças da escola por um ano, agora se vacinar porque “assim a vida pode voltar ao normal”?

Como? Temos de usar máscaras de novo mesmo vacinados? Mas o que aconteceu com as vacinas superseguras e eficazes contra o vírus chinês? As picadas milagrosas e maravilhosas das Big Farmas que eram absolutamente perfeitas e que você não tinha permissão para questionar — mas que não funcionam da maneira que disseram que funcionavam? A ciência é mais complicada do que pensávamos. Ou do que eles pensavam.

Vários desses “crimes” agora estão se transformando em conclusões oficiais de governos

A verdade, que vai traçando o seu caminho como “fogo morro acima e água morro abaixo “, como dizemos lá em Minas, é que ainda há muita coisa que não sabemos. Todas essas vacinas são experimentais e estão se comportando como tais. O resultado é que um grande número de pessoas vacinadas está contraindo o vírus e algumas delas estão ficando muito doentes, até mesmo morrendo. Temos visto isso no Brasil, no Chile e nos Estados Unidos. Mas também é verdade em Gibraltar, Islândia e Israel, territórios pequenos com altas taxas de vacinação que estão vendo grandes picos nos casos de covid. De acordo com o CDC, três quartos dos infectados em um surto recente em Massachusetts já haviam sido vacinados. O próprio CDC anunciou recentemente que pessoas imunizadas podem carregar o vírus e  facilmente espalhá-lo para outras pessoas, mas por que não nos permitem perguntar o que está acontecendo?

Vamos descobrindo que praticamente tudo o que nos contaram sobre as vacinas contra a covid não estava tão correto. Parece que o crime inafiançável de questionar sempre foi o caminho certo, mesmo com os jacobinos virtuais querendo degolar reputações nas redes sociais e plataformas de informação, inclusive de médicos. Muito do que dissemos desde 2020 sobre o vírus, vacinas e medicações “proibidas” que não enriquecem os lordes das Big Farmas era censurado imediatamente por ser considerado “desinformação”? Agora, contudo, vários desses “crimes” estão se transformando em conclusões oficiais de governos.

Apesar da tirania da turba virtual, degoladores das opiniões alheias, a ciência é assim, ela muda rapidamente. Nada está realmente resolvido num piscar de olhos, apesar do que nos dizem ou querem que acreditemos. Se os governantes tivessem admitido questionamentos desde o início, estaríamos em um patamar bem mais alto. Cidadãos sem agendas político-ideológicas podem lidar com a verdade, por mais dura que ela seja. O que não suportamos mais é que nossos governantes — não líderes, porque líderes não agem dessa maneira — continuem mentindo implacavelmente.

E isso é exatamente o que está acontecendo. Há algumas semanas, o próprio Antony Fauci foi questionado por um repórter se a vacina funcionaria contra a nova variante Delta da covid. Qual seria a resposta honesta? “Não temos certeza” ou “Esperamos que sim” ou “Estamos investigando”. Mas não foi isso o que aconteceu. Fauci é um mentiroso, assim como tantos que perderam as máscaras na pandemia, e fingiu saber o que não sabia. “Sim, ela funciona”, respondeu.

Se olharmos com atenção, todos eles fizeram isso. Gritaram durante um ano inteiro e condenaram aqueles que ousaram fazer perguntas fora do script. Neste momento, mesmo depois de tanto tempo e tantas evidências de que erraram, ninguém pediu desculpas. 
Em vez disso, novamente eles nos culpam pelos seus desastres e tentam nos punir com mais restrições, mais escolas fechadas, mais lockdowns e passaportes sanitários draconianos. A culpa é sua e minha e de mais ninguém, entendeu? Shh. Zip. Boca fechada. 
Aqui na América, todos os dias ouvimos “O CDC é um órgão respeitado” ou “Segundo a respeitada OMS…”, como se a repetição de qualquer ladainha tornasse algo verdadeiro.

Por quanto tempo vamos tolerar tudo isso?

Depois de intermináveis lockdowns em 2020 na Grã-Bretanha, as autoridades observaram um grande aumento nos casos da chamada “variante Delta” no último mês. 
Mas o governo britânico não reinstituiu as restrições e não forçou uma nova ordem obrigatória para o uso de máscaras. O que aconteceu? 
Os casos e mortes por covid no Reino Unido despencaram.
 
Portanto, a questão é: 
- por que o Brasil ou os Estados Unidos ainda precisam de ineficientes lockdowns, como governadores e a Casa Branca democrata querem repetir fórmulas que se mostraram ineficientes? 
Por que forçar o uso de máscaras em crianças? 
No entanto, o governo de Joe Biden, além de exigir máscaras para crianças, agora exige até para aqueles que já foram vacinados.  
O doutor Vivek Murthy, conselheiro da Casa Branca, chegou a exigir que as pessoas vacinadas usassem máscaras em ambientes externos: “Digamos que você seja um pai como eu, que tem filhos pequenos em casa que não foram vacinados; se você interagir muito com pessoas que não foram vacinadas, é preciso um cuidado extra e usar a máscara até ao ar livre, mesmo se você estiver totalmente vacinado”.

O que acontece com esses profissionais que desconsideram os números oficiais e as várias pesquisas já realizadas em inúmeros países? Crianças e jovens não correm o risco de morrer de covid, a menos que tenham quadros de comorbidades graves ou uma doença preexistente profundamente perigosa. Caso contrário, eles ficarão bem. Isso é que dizem os números. E os governos do Rio de Janeiro e de São Paulo ainda querem cometer a atrocidade de aplicar uma vacina emergencial e experimental em um grupo que tem a mortalidade por covid na casa do 0,002%.

Por quanto tempo vamos tolerar tudo isso? O que vai acontecer quando uma multidão começar a resistir a essas ordens draconianas e inconstitucionais? E o mais perturbador é ver jornalistas e veículos de comunicação estimulando o governo a suspender os direitos civis para atender à demanda das mentiras que propagam.

É assustador pensar nos próximos anos, tentar acelerar a fita da história, e perceber o que de fato ocorreu nessa pandemia. Mortes que poderiam ter sido evitadas com um tratamento barato, rápido e eficiente; 
os bilhões de dólares conquistados por meio do medo e da coerção; 
um programa de vacinação irresponsável e perigoso para crianças e adolescentes; o poder acima de tudo. Como sempre nos lembra o psiquiatra Jordan Peterson, um dos melhores pensadores da atualidade, “se você acha que homens durões são perigosos, espere até ver do que são capazes os homens fracos”.

Leia também “O bizarro culto à covid”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste