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domingo, 7 de janeiro de 2024

A insensatez abunda - Percival Puggina

          A exigência de visto para entrada no Brasil de turistas procedentes do Canadá, da Austrália e dos Estados Unidos começa a valer a partir do dia 10 de janeiro.

O governo brasileiro é pilotado por pessoas com cabeça de militante de centro acadêmico
O pessoal preserva suas saudosas memórias da UNE e mantém seus automáticos alinhamentos antiamericanistas, anticapitalistas e anti-imperialistas. 
Prefere o impávido e exitoso modelo cubano ao do inimigo ianque, tornando inevitável à preservação da honra nacional que a reciprocidade se impusesse: ou os brasileiros são dispensados do visto nesses três países ou vamos exigir visto dos turistas deles!
 
A moçada já grisalha, mas com o cérebro ainda deitado no colchão do centro acadêmico, ficou eufórica: “Agora eles vão ver o que é bom para a tosse!”. Só que o prejuízo será nosso. 
A medida vai afetar o setor turístico porque embora a entrada de canadenses e australianos seja inexpressiva, a de norte-americanos chegou próxima dos 500 mil no ano de 2023.
 
O topete e a presunção desaparecem quando nos propomos uma simples questão: quantos cidadãos desses três países tentam permanecer clandestinamente no Brasil? Ah, pois é
E quantos brasileiros, você conhece que já estão vivendo nos EUA, no Canadá e na Austrália.? Ah, pois é.
 
Aliás é bom que o fã clube nessa turma também saiba: o Brasil está longe de ser considerado um país atrativo no grande negócio do turismo internacional. 
Vir ao Rio de Janeiro, por exemplo, é turismo de aventura, tipo Gaza em versão dietética, e os criminosos fazem questão de proporcionar seus espetáculos na “safra” de verão, reforçando a mensagem que diz – “Não venham!”. 
Então, quando tudo corre bem, o Brasil recebe 6% do número de turistas que visitam a França ou a Espanha e 10% dos turistas que vão à Nova Iorque. E olha que temos espaço para acomodar nossos visitantes!

A insegurança em que vivemos foi cuidadosamente cultivada por sucessivos governos de esquerda que viram a criminalidade como agente da revolução social, a ser paparicada como se parceira de causa fosse. Nossa atual condição de pária internacional em virtude das parcerias do petismo com governos criminosos só veio complicar mais a situação.

O turismo brasileiro fica, então, na grande dependência dos glúteos femininos rebolando nas praias e no carnaval. A insensatez abunda.

Percival Puggina (79) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

 

 

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

A toga manchada de sangue - Nikolas Ferreira

Vozes - Gazeta do Povo 

Os desdobramentos ligados ao ativismo judicial e à interferência no poder legislativo não são novidade para mais ninguém. 
Escrevi sobre isso em um artigo anterior, inclusive. 
Porém, o STF parece não deixar de nos surpreender negativamente. 
A ministra Rosa Weber liberou para julgamento a ação do PSOL que pode [pretende e não passará de uma reles pretensão.] descriminalizar o aborto até 12 semanas. 
A análise foi pautada para a próxima sexta-feira, 22 de setembro, no plenário virtual da corte, onde os ministros votam e não há discussão. 
 
É triste ver que além da invasão de competências, o judiciário abre caminho para a matança de crianças no ventre de suas mães
Aos três meses de gestação a criança já está completamente formada, tem impressão digital, cérebro, seu coração bate e possui movimentos, mesmo que involuntários. 
Qual a diferença entre nós e ela? Apenas tempo e nutrição. 
 
Não acredito que o desejo incessante pela morte dos mais vulneráveis e indefesos seja meramente fruto de discussões acerca de políticas públicas. O plano espiritual rege o mundo físico e não seria diferente se tratando dessa agenda demoníaca. 
O evangelho de Mateus conta como o rei Herodes ordenou um infanticídio em Belém, sendo Jesus Cristo o principal alvo. 
A história vem se repetindo e massacres em massa são almejados ao redor de todo o mundo.

    É triste ver que além da invasão de competências, o judiciário abre caminho para a matança de crianças no ventre de suas mães

Na Colômbia, a Corte Constitucional descriminalizou o aborto até 6 meses de vida
Argentina, Cuba, Guiana, México e Uruguai são outros países que também flexibilizaram a interrupção da vida. 
Na Europa, eugenistas permitem que bebês diagnosticados com síndrome de Down sejam dizimados. 
Não podemos aceitar que o Brasil, onde a população é majoritariamente cristã e contra esse absurdo, seja mais um nome acrescentado a essa lista. 
 
Nossa luta deve girar em torno de proporcionar às crianças o direito de moradia, saúde, segurança, alimentação e educação. 
Trabalhar para que elas não sejam abandonadas pelos pais e pelas mães. Porém, sem a vida não há qualquer outro direito subsequente
 
Minha Aurora tem hoje exatamente três meses e jamais cogitaríamos decidir por suprimir sua vida. Ela não é uma extensão do corpo da minha esposa, e chega a ser loucura ter que provar isso afirmando que há dois corações, quatro pernas e por aí vai. 
Um dia uma mulher tentou convencer a minha avó a abortar, sob os argumentos de que ela era muito jovem e que não tinha boas condições financeiras pra arcar com isso. 
Se a ‘’Dona Basília’’ tivesse dado ouvidos, hoje a minha mãe não existiria, e consequentemente, nem mesmo eu, as minhas irmãs e a minha filha. 
Já imaginou a dimensão do "efeito borboleta"’
É muito fácil e incoerente apoiar o aborto depois de ter nascido. 
 
Uma canetada não pode transformar o útero das mulheres, local de vida, em cemitério. 
Os verdadeiros genocidas são os que querem aprovar esse banho de sangue. 
Nunca abrirei mão dessa pauta, que não é somente política, mas humana. Nem mesmo o pior criminoso é legalmente punido com a morte no Brasil, como querem fazer com os bebês. 
 
Finalizo pedindo principalmente aos cristãos que, caso isso avance, estejamos unidos para irmos às ruas.  
Hoje existem vários movimentos que dão suporte não só psicológico, como financeiro àqueles que cogitam o aborto ou já o cometeram. 
Isso sem contar com os trabalhos feitos por igrejas responsáveis que estão sempre dispostas a receber e cuidar de pessoas em situações de vulnerabilidade. Enquanto eu tiver fôlego a vida será sempre defendida. ADPF 442 não!

Nikolas Ferreira, deputado federal - Coluna Gazeta do Povo - VOZES


sexta-feira, 14 de abril de 2023

Crime - Leis e Justiça privilegiam criminosos e afugentam brasileiros honestos - Gazeta do Povo -

Vozes - Alexandre Garcia

O relator do caso recordou que a legislação brasileira proíbe de depor pessoas que, por suas atividades profissionais, devem guardar segredo.

 
Turma do STJ trancou inquérito contra André do Rap porque policiais não estavam autorizados a realizar busca e apreensão no imóvel onde o traficante estava.| Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O crime compensa no Brasil. Vejam só o que decidiu a 6.ª Turma do Superior Tribunal de Justiça sobre o André do Rap, que é um dos chefes do PCC. Ele está condenado a 25 anos por narcotráfico, usando o Porto de Santos para exportar cocaína. 
Ele foi preso em 2019 e agora a 6.ª Turma do STJ diz que essas provas não valem e que o inquérito vai ter de parar, porque no momento em que ele foi preso só estava autorizada a prisão, não podiam pegar documentos e provas na casa dele. 
Parece mentira. Não havia autorização de busca e apreensão nas gavetas, embaixo da cama, no armário, sei lá onde encontraram provas da atividade criminosa dele. 
Ele até foi preso, mas o ministro Marco Aurélio, do Supremo, mandou soltar dizendo que a prisão tinha sido ilegal também; depois revogaram isso, mas onde ele está agora? Evaporou-se.
 
Isso é para vermos como a Justiça trata criminosos como fidalgos, como príncipes. 
A polícia entra na casa deles, mas não pode abrir uma gaveta se não tiver a ordem expressa de busca e apreensão. Só podem pegar aquilo que estiver no bolso dele, na mão, embaixo do chapéu, escondido na cueca. Assim fica difícil, não? Por isso tenho dito aqui que o que estimula o crime nesse país é isso: leis e Justiça juntos.
 
Nesta quinta encontrei, aqui no Porto, uma senhora dona de uma escola brasileira, e ela me diz que os pais estão exigindo guarda armada na escola.  
Ela disse que perguntou aos pais se eles revistam a mochila de seus filhos para ver se não tem uma faca ou uma pistola. E eu acrescentei: pois é, o pior é revistar o cérebro, porque o cérebro é que arma tudo, a violência está no cérebro. E o cérebro do criminoso, no Brasil, sabe que é fácil, que o crime compensa, que há impunidade. Por causa de coisas como essa que acabamos de ver no caso do André do Rap.
 
Eu tenho encontrado muitos brasileiros aqui em Portugal, e também brasileiros que vivem na Alemanha e na Itália, e todos me dizem que saíram do Brasil porque aqui as leis são respeitadas e aplicadas, e a consequência é que se tem segurança jurídica, sabe-se que os negócios serão cumpridos e as pessoas andam na rua sem medo. 
Em cada ruela escura de Portugal tem um caixa eletrônico e ninguém explode o caixa eletrônico e todos tiram dinheiro a hora que quiserem, nas 24 horas do dia. 
Será que nós, eleitores, pensamos a respeito disso na hora de votar? Escolher um legislador que faça leis que demovam os cérebros criminosos e que punam aqueles que cometeram um deslize.
Dilma virou presidente do Banco dos Brics, mas nem devia estar exercendo função pública
 
Outra coisa estranha do Brasil é o cumprimento das normas da Constituição. Nesta quinta o presidente Lula participou da posse da ex-presidente Dilma Rousseff na presidência do Banco dos Brics, em Xangai, na China. Se valesse a Constituição, ela nem poderia tomar posse na vaga brasileira porque quando ela foi cassada, em 31 de agosto de 2016, estava escrito no artigo 52, parágrafo único, da Constituição que o presidente condenado fica “inabilitado a exercer qualquer função pública por oito anos”
Então, ela deveria estar inabilitada até 31 de agosto de 2024. Só que não está: chegou a ser candidata ao Senado por Minas Gerais e perdeu para Rodrigo Pacheco, que estava lá aplaudindo também. 
São essas coisas que não entendemos no Brasil, e que as outras pessoas tampouco entendem.
 
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 12 de novembro de 2022

UTILIDADE PÚBLICA - 12 fatores de risco para o Alzheimer, e o que você pode fazer hoje para prevenir

Angélica Banhara 

Treino HIIT pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver Alzheimer

O Alzheimer é a forma mais comum de demência e não tem cura. A cada 3 segundos um novo caso é diagnosticado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 55 milhões de pessoas no planeta vivam com algum tipo de demência. Dessas, perto de 50 milhões têm Alzheimer. No Brasil são aproximadamente 1,5 milhão de pessoas com a doença.

A OMS alerta para a tendência de aumento progressivo, com o envelhecimento da população. Segundo estimativas da Alzheimer’s Disease International, no Reino Unido, os números globais podem chegar a 74,7 milhões em 2030 e 131,5 milhões em 2050.“O Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa progressiva, com aumento do número de casos após os 65 anos. Ele causa uma perda também progressiva das células neuronais a partir do acúmulo das proteínas tau e beta-amiloide no cérebro, que levam à atrofia”, explica Alessandra Rascovski, endocrinologista e idealizadora do Cérebro em Ação, projeto socioeducativo para a prevenção do Alzheimer.

Segundo Alessandra, “o Alzheimer é considerado uma doença de estilo de vida. Apesar de não ter cura, já se sabe que ele tem uma fase pré-clínica enorme. Começamos a ‘construir’ esse cérebro doente cerca de 30 antes do diagnóstico.”

A médica afirma que, em um primeiro momento, a proteína beta-amiloide começa a acumular no cérebro. Depois surgem disfunções nas sinapses dos neurônios e lesões pelo acúmulo da proteína tau: há diminuição do volume do cérebro com alteração estrutural. Em torno de 7 a 10 anos antes do diagnóstico de demência começam os sintomas de Alzheimer, como alteração de memória e de comportamento.

O estudo finlandês Finnish Geriatric Intervention Study to Prevent Cognitive Impairment and Disability, realizado em 2015 e chamado de Estudo FINGER, foi a primeira referência para prevenção da demência. “Ele avaliou pacientes de 60 a 77 anos com diagnóstico de declínio cognitivo. Foram observadas todas as doenças crônicas (como diabetes, hipertensão, colesterol alto, obesidade), depressão, consumo de álcool, sedentarismo etc. Esses pacientes foram submetidos a uma diretriz com atividade física regular, dieta do tipo Mediterrânea e 10 minutos por dia de meditação. No final de dois anos, houve uma melhora ou não evolução para demência em uma boa parte dos casos. Ou seja: existe como realmente construir um cérebro mais saudável.

O estudo analisou todos os fatores envolvidos no desenvolvimento do Alzheimer e apontou sete principais fatores de risco para a doença, todos passíveis de prevenção: sedentarismo, tabagismo, diabetes, obesidade, hipertensão, depressão e baixa escolaridade.

A hipótese de que cerca de 40% dos casos de demência podem ser evitados ou retardados foi corroborada por descobertas da The Lancet Commission on Dementia Prevention, Intervention and Care, também divulgadas na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC).

De acordo com as recomendações do relatório da US National Institute on Aging (NIA) e da comissão de especialistas da The Lancet, a intervenção no estilo de vida do FINGER será adaptada e testada em vários outros países.

A partir de estudos desenvolvidos pelos pesquisadores da comissão The Lancet, em 2017 foram acrescentados o isolamento social e a perda de audição na meia-idade à lista de fatores relevantes para a demência. Em 2020 a comissão acrescentou mais três pontos: o consumo excessivo de álcool, a poluição e os traumatismos cranianos à lista dos riscos.

Esse movimento resultou na formação da rede World Wide FINGERS em 2017, uma iniciativa de pesquisa para prevenir ou retardar o início do declínio cognitivo. A proposta é gerar evidências sólidas sobre a eficácia das intervenções combinadas em diferentes contextos e populações.

“Sabemos que temos que promover neuroplasticidade, ou seja, criar novos circuitos de neurônios a partir do que a gente faz. Então, partir daquilo que desencadeia ou acelera o processo de neurodegeneração e demência chegamos às atitudes protetoras do cérebro, que podem ser adotadas no dia a dia”, diz Alessadra.

A seguir, ela fala sobre os 12 fatores de risco para Alzheimer e demência — e o que podemos fazer para prevenir ou atrasar a demência em 40%.

1 - Sedentarismo

As diretrizes recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica moderada por semana. Dá pouco mais de 20 minutos por dia, ou 30 minutos de caminhada esperta cinco dias por semana.

Para reforçar a importância de incluir a atividade física na rotina, um estudo publicado na revista científica Jama (Journal of the American Medical Association), uma das mais conceituadas do planeta, mostrou que participantes que deram pelo menos 7000 passos/dia, comparados com aqueles que andaram menos, tiveram um risco de mortalidade entre 50% e 70% menor.

“O exercício físico que parece ser o mais benéfico para a saúde do cérebro é o aeróbico e intervalado de alta intensidade (HIIT, High Intensity Interval Training), que provoca a oscilação da frequência cardíaca. É importante, no entanto, que as pessoas desenvolvam outras habilidades, como flexibilidade, equilíbrio e força muscular. Uma vida cotidiana ativa já é muito interessante”, diz Alessandra.

Ela afirma que, com as últimas descobertas da ciência, em 2020 o músculo foi “promovido” a órgão endócrino, ou seja, foi descoberto que o músculo é um órgão que produz hormônios e substâncias que agem tanto no próprio órgão como à distância.

“Uma contração muscular produz, além de todos os benefícios ligados ao exercício em si, uma substância chamada irisina, que faz a conexão provável entre a atividade física e a função cerebral. O exercício também aumenta o fator neurotrófico cerebral (produz neuroplasticidade), o que também acontece quando aprendemos coisas novas ou quando mudamos processos, como escovar os dentes com a mão esquerda.”

O aumento do fluxo cerebral promovido pelo exercício diminui o acúmulo de beta-amiloide no cérebro, reduzindo o risco e a progressão do Alzheimer. A atividade física também ajuda a modular o cortisol, o hormônio produzido durante o estresse crônico. O cortisol diminui a resistência insulínica e aumenta o risco de diabetes, obesidade e de inflamação crônica do organismo.

“A atividade física aeróbica é eficaz até para a mudança do volume do cérebro. Estudos mostraram que exercícios aeróbicos provocam reversão da diminuição do hipocampo, área do cérebro relacionada com a memória”, diz.

2 - Tabagismo

“Existe uma associação do fumo com a progressão do Alzheimer e piora de demência, talvez até por causas vasculares. E não é só o cigarro convencional, mas tabaco, naguile e cigarro eletrônico também.”

Por outro lado, depois de 10 anos sem fumar a pessoa é considerada não fumante para doenças pulmonares. “Como ainda não existem estudos sobre a ação no cérebro de parar de fumar, usamos essa referência.”

3 - Diabetes

Metade das pessoas que têm a doença não sabem. Para elucidar o efeito do açúcar no cérebro a médica cita um estudo relevante, publicado com o título "The Starving Brain" (o cérebro faminto), que usa o termo diabetes tipo 3 para se referir ao Alzheimer. Ele foi feito com pacientes com diabetes e que consumiam muito açúcar.

“Dentro do neurônio normal deveria ter açúcar, que é o combustível da célula. O que se viu em imagens de ressonância é que o cérebro do paciente com Alzheimer tem muito pouco açúcar porque a resistência insulínica impede que ele entre no neurônio. O resultado é perda neural. O consumo excessivo de açúcar está associado ao estresse oxidativo cerebral.”

4 - Obesidade

“Existe uma conexão alimentação-cérebro. A dieta tem impacto sobre memória, humor, envelhecimento e doença”. Várias metanálises de dieta e nutrição sugerem a Dieta Mediterrânea como a mais saudável para o cérebro. Ela prioriza o consumo de alimentos frescos: legumes, verduras, frutas, gorduras boas (como azeite e oleaginosas) e peixes, com restrição ao consumo de carnes e alimentos de origem animal, ricos em gorduras saturadas.

“Os nutrientes que merecem destaque para o cérebro são vitamina D, antioxidantes, ácido fólico, colina, ômega 3 e magnésio. No estudo FINGER foi demonstrado que dois a quatro cafezinhos por dia melhoram o desenvolvimento e o desempenho da cognição.”

Também devemos considerar a importância da microbiota intestinal (o conjunto de bactérias) saudável, e o que comemos impacta na microbiota.

“Um agravante para o envelhecimento é a microbiota da boca: dificuldade de escovação, cáries, perda dentária e doenças da gengiva mudam muito as bactérias da boca. E elas têm um grande impacto no desenvolvimento do Alzheimer.”

5 - Hipertensão arterial

Como no caso do diabetes, muita gente tem hipertensão e não sabe. Fatores de risco nem sempre provocam sintomas e às vezes a doença vai se instalando devagar.

“O consumo diário de sal recomendado é de até 5 gramas por dia. No Brasil o último levantamento mostra o consumo de 12 gramas por dia. E muitas vezes achamos que não estamos consumindo sal e a açúcar, mas eles estão presentes em excesso nos produtos industrializados. Então, o primeiro passo é diminuir o consumo de sal e de açúcar.”

6 - Depressão

“Ela é considerada um fator isolado de predisposição para o Alzheimer, com papel importante mesmo que o paciente não tenha nenhum dos outros fatores”, diz a médica. Ela reforça que depressão é doença: ficar triste a maior parte do tempo, não ter vontade de fazer as coisas que fazia antes, perder o interesse por hobbies e não querer socializar não é normal. É preciso pedir ajuda profissional.

“A depressão não tratada por si só causa inflamação e neurodegeneração. Estudos mostraram que a cada 10 anos de depressão sem tratamento, 20% do cérebro degenera. Outro estudo interessante avaliou pessoas que não quiseram tomar medicação.Trataram de outro jeito ou não fizeram nada. Entre esses, houve 30% de inflamação no córtex pré-frontal esquerdo, a área do cérebro responsável pela emoção positiva e pelo raciocínio lógico.”

Alessandra chama atenção para o fato que, nesse século 21, as mulheres vão viver cerca de 30% da vida na menopausa. E sem reposição hormonal pode haver um impacto grande na memória. “A reposição deve ser feita com acompanhamento médico, considerando prós e contras. A neuroproteção do estrógeno acontece principalmente quando se inicia a reposição, em torno de três a cinco anos que a menopausa se instalou.”

O estudo FINGER destacou a importância da meditação para o cérebro. Existem vários estudos científicos que comprovam que a meditação aumenta a capacidade de atenção, ativa regiões corticais profundas que promovem relaxamento, melhoram o declínio cognitivo e o humor.

“Um estudo bem importante associou um tipo específico de meditação, chamada Kirtan kriya, ao controle do estresse e prevenção de Alzheimer. Com 12 minutos por dia, a meditação mudou morfologicamente a estrutura do cérebro no lobo frontal e regulou genes inflamatórios. Meditar ainda aumenta a longevidade.”

Segundo a médica, a enzima telomerase, que funciona como protetora dos telômeros (extremidades do cromossomo do DNA, que vão encurtando com o passar dos anos e são considerados biomarcadores de envelhecimento) aumentou em 43% com essa meditação.

7 - Isolamento social

“O isolamento tem um papel absurdo para a progressão do Alzheimer. A interação social e o convívio com os outros não só são recomendáveis, mas fundamentais. Existe um estímulo de diferentes regiões corticais quando a gente aprende com os pares. E é importante que esse convívio tenha periodicidade para manter esse estímulo, criando agenda mensal ou semanal de encontros com amigos e familiares.”

8 - Comprometimento auditivo

“Não escutar direito acaba gerando o isolamento do idoso. Por outro lado, o uso de aparelho auditivo pode até reverter o declínio cognitivo”. O cuidado deve começar agora: evite usar fones de ouvido o tempo inteiro e fique atento ao volume. É importante de tempos em tempos fazer uma audiometria.

9 - Baixa escolaridade na infância

“As primeiras vivências da infância moldam a estrutura cerebral. A finalidade da escola é também promover reserva cognitiva, uma conexão neuronal mais firme e duradoura. É o aprendizado sucessivo, que se repete várias vezes, que estrutura o cérebro.”

E mais: quanto maior o número de anos estudados, maior reserva cognitiva. Ou seja, estudar (em qualquer idade) é um fator protetor para o declínio cognitivo.

10 - Consumo excessivo de álcool

“Existe muita controvérsia sobre se existe de fato um limite seguro para o consumo de álcool. Costumamos sugerir como limite máximo até sete doses por semana para mulheres e até 14 doses para homens.”

11 - Poluição

Acrescentado recentemente, esse item chama atenção para a poluição gerada pelos carros, pela indústria e pela fumaça que atinge o fumante passivo. Evite correr ou fazer esportes em locais de muito trânsito e busque, sempre que possível, momentos de contato com a natureza.

12 - Traumatismos cranianos

Não se trata apenas do trauma causado por um acidente grave que acaba no pronto-socorro. Pancadas na cabeça podem causar dano: em esportes (como futebol e boxe) e no trânsito (use capacete ao andar de bike).

“O Alzheimer não tem cura e, por enquanto, não tem tratamento. Mas podemos prevenir a doença a partir dos nossos hábitos e das nossas escolhas no dia a dia. Essa responsabilidade é de cada um: pessoal e intransferível”, conclui Alessandra.

Se você mora em São Paulo, participe do evento Cérebro Em Ação, neste domingo, 13 de novembro, no Parque do Ibirapuera (Serralheria).

O Cérebro em Ação (@projetocerebroemacao #chegadealzheimer) é um projeto social e educativo para espalhar conhecimento e motivar as pessoas a fazer boas escolhas no dia a dia, adotando hábitos mais saudáveis para proteger o cérebro.

Espiritualidade e Bem-estar - O Globo - MATÉRIA PUBLICADA = UTILIDADE PÚBLICA

 

terça-feira, 21 de junho de 2022

Infarto e AVC: como prestar os primeiros socorros - Os minutos que podem salvar uma vida - Ludhmila Hajjar

O Globo

Emergência

Ter um familiar ou um amigo que de repente sofre um mal súbito é uma cena que infelizmente todos podemos vivenciar. Todos os dias, pelo menos mil brasileiros morrem devido a doenças cardiovasculares, sendo as mais frequentes o acidente vascular cerebral (AVC) e o infarto agudo do miocárdio
A morte e as sequelas ocorrem porque repentinamente o sangue e o oxigênio deixam de irrigar o cérebro no caso do AVC ou derrame e o coração no caso do infarto, e quanto antes o fluxo for restabelecido, maior é a chance de sobrevida e de recuperação do paciente. 
A medicina hoje reconhece esses problemas como doenças tempo-sensíveis ou tempo-dependentes, pois quanto antes houver o socorro e o atendimento adequado, melhores serão os resultados para a retomada da vida com qualidade.

Ataque cardíaco exige ações rápidas de socorro

As doenças cardiovasculares são um problema de saúde pública mundial e após a pandemia pela Covid-19, esses números têm crescido. Estima-se que até 2040 haverá aumento de até 250% dessas doenças no país. Hoje, a cada minuto uma pessoa sofre um AVC ou um infarto agudo do miocárdio. É válido chamar a atenção que metade desses problemas pode ser evitado com medidas simples de prevenção e mudanças dos hábitos de vida.

Sinais de alerta podem auxiliar na busca rápida e eficiente por assistência médica diante de um quadro de doença aguda cardiovascular.  

Devemos estar atentos aos sinais e sintomas que podem sugerir o início de um infarto: dor no peito especialmente do lado esquerdo do tórax, mal-estar com sudorese excessiva, palpitações, náuseas e fadiga após exercício físico, falta de ar, dor abdominal, sensação de tontura ou desmaio.

Herpes-zóster: Novo imunizante contra a doença chega ao Brasil e impulsiona discussão sobre vacinação

Gustavo Guimarães: Câncer — quando apenas observar é a opção

Os sinais e sintomas que podem sugerir o AVC ou derrame cerebral são: dificuldade para falar e entender o que outros estão falando; paralisia ou dormência no rosto, braço ou perna, em apenas um lado do corpo; dor de cabeça súbita e intensa; tontura que pode ser acompanhada por vômitos; dificuldade para engolir e perda da coordenação motora. 

Nos casos mais graves, pode haver perda súbita da consciência e o paciente rapidamente apresenta um desmaio seguido de parada cardiorrespiratória.

Devemos agir com calma, porém com eficiência e rapidez, desde a detecção do problema até a instituição de medidas intra-hospitalares. 
Ao nos depararmos com esse quadro clínico, devemos chamar uma ambulância, ligando para o número 192 (SAMU) ou para uma ambulância particular, informando os sintomas da pessoa, o local do ocorrido e o telefone de contato. 
 
Ao mesmo tempo, deve-se deitar a pessoa de lado, com a cabeça ligeiramente elevada e apoiada, para evitar que a língua obstrua a garganta ou que a pessoa se engasgue caso desmaie e vomite. 
Se possível, recomenda-se desapertar as roupas, cobrir a pessoa com um cobertor, não oferecer comida ou bebida para evitar engasgos e deve-se tentar identificar as queixas da pessoa tentando saber se tem alguma doença ou se faz uso de medicamento e ao mesmo tempo aguardar pelo socorro, observando se a pessoa está consciente.
 
Se a pessoa ficar inconsciente e parar de respirar, é importante iniciar a massagem cardíaca, apoiando uma mão sobre a outra, mantendo os braços esticados e utilizando o peso do próprio corpo. O ideal é fazer 100 a 120 compressões por minuto e fazer duas respirações boca-a-boca, a cada 30 massagens cardíacas.  
É preciso manter as manobras de reanimação, até que chegue a ambulância. Na suspeita forte de infarto, pode-se já oferecer 200 mg de aspirina macerada em água se a pessoa estiver consciente. Em locais nos quais há desfibrilador externo e pessoas habilitadas, recomenda-se a monitorização, a detecção do ritmo e o uso do mesmo para a realização do choque nos casos de arritmias malignas.

Ao chegar no hospital, o atendimento pela equipe multiprofissional deve ser eficaz e rápido, com o cumprimento de protocolos já bem estabelecidos.

Receita de médico - O Globo

 

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Racismo: ensino versus doutrinação - Alex Pipkin, PhD

Acabo de ler notícia que apitou no meu celular, em que mais um jogador brasileiro negro foi chamado de macaco. Esse tipo de coisa é realmente deplorável!

Mas o futebol não vai parar...

Como judeu, conheço bem o preconceito e os costumeiros adjetivos do tipo "judeu", o que para mim é, de fato, um privilégio. Evidente que existe preconceito racial e, verdadeiramente e de maneira triste, penso que esse persistirá.

No entanto, tenho convicção de que as formas de combate ao racismo estão muito equivocadas, na medida em que o preconceito, especialmente em relação aos negros, foi cooptado pela esquerda "bondosa", que o operacionaliza com fins claramente políticos, ou melhor, politiqueiros.

Discorda? Então vá investigar a fundo, profundamente, o que é o movimento Black Lives Matter.

Quando ouço as palavras racismo estrutural, algum tipo de processo químico se apossa do meu cérebro, causando-me uma sensação ruim, de forma semelhante ao que penso que aconteça com os próprios negros - evidente que nem todos - ou seja, age como um antídoto paralisante.

Toda vez que se parte de premissas absurdas, por exemplo, todos os seres humanos brancos são e atuam como racistas, e se opõe a esses de maneira preconceituosa e virulenta, faz-se um convite para o confronto com o "outro lado". Estabelece-se o conflito e a guerra social.

Políticas que buscam resolver a questão contemplando esse tipo de (má)estratégia, estão fadadas a um rotundo fracasso. Uma dessas estratégias visa fazer com que crianças compreendam o preconceito dos brancos e, assim, passem a agir de maneira anti-racista.

Honestamente, não sei se professores estão educando ou doutrinando...

A grande política para diminuir as discrepâncias raciais é, no meu sentir e sem dúvida, a vigência de um ensino de qualidade (palavras repetitivas, hein?), nas áreas duras do português, da matemática, das ciências, da história e outras.

Seguramente não iremos evoluir, muito antes pelo contrário, com o mar de doutrinação em que o ensino escolar navega atualmente; são os fatos.

Sem falar na questão da educação, da formação familiar, que infelizmente é imensamente pior em relação as famílias negras.

O problema do racismo precisa ser atacado pedagogicamente, com um ensino de verdade, robusto nas escolas, para que elas aprendam a ler proficientemente, saibam ciências e história de verdade, a fim de que possam pensar criticamente - não em Teoria Crítica Racial -, e, consequentemente, consigam aumentar suas chances para abocanharem as oportunidades nos mercados e na vida real. Crianças mal formadas e informadas têm realmente suas oportunidades limitadas.

Racismo também se debela com aumento da concorrência.

Entretanto, vimos e vemos no nosso Brasil "educador e progressista", as crianças serem impedidas de frequentar - e comer - as escolas, fruto do politizado "fiquem em casa", em razão das interrupções da Covid-19. Que adoração, que doutrinação, que politização presenciamos no que se refere ao nobre comportamento de professores com alinhamento político à esquerda, não é mesmo?[Felizmente, o homeschooling, em promissor processo de aprovação no Congresso Nacional, impedirá que nossas crianças estejam sujeitas a serem doutrinadas por professores esquerdistas, serão salvas de serem induzidas a destruir valores tradicionais que nos são caros pelas oportunidades que propiciam a formarmos verdadeiras homens e mulheres.]

Se a situação já não fosse ruim para todas as crianças, em especial, para as mais carentes, os seus impactos negativos incidirão sobre gerações de jovens brasileiros.  Sinto informar que não irá adiantar somente colocar faixas nos gramados de futebol e/ou propagandas na televisão, a fim de combater o "racismo estrutural".

Temos que botar o dedo, a mão, as mãos, e os cérebros pensantes, especializados e não doutrinados, na estrutura do ensino brasileiro, E PARA TRANSFORMAR FACTUALMENTE!

Alex Pipkin, PhD 

 

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Apertem os cintos, o comandante sumiu - Revista Oeste

Ana Paula Henkel

O partido de Joe Biden procura tentar conter o gigantesco dano causado em tão pouco tempo de mandato. E, para isso, nada melhor do que chamar Barack Obama 

A Casa Branca chama o ex-presidente Barack Obama | Foto: Montagem/ Revista Oeste
A Casa Branca chama o ex-presidente Barack Obama | Foto: Montagem/ Revista Oeste

Em um desses artigos, observo como o antigo Partido Democrata de John Kennedy não existe mais e que o que vemos hoje é um partido com políticas tão democratas quanto as políticas do Psol no Brasil. Muitos leitores entram em contato e me perguntam gentilmente o que, de fato, aquele insight, aquele sinal fez a minha “previsão” ser tão acurada. Vejam, eu adoraria levar o crédito de que algumas “previsões” foram parte de uma análise mirabolante. Mas, como eu disse, não há nada de mirabolante nisso. A única coisa que fiz foi ouvir. Nada de “leitura nas entrelinhas” ou “análises profundas”, não, nada disso. Foi tudo preto no branco. Cada palavra do que está acontecendo foi dita sem rodeios e sem firulas nas primárias democratas, depois nos debates presidenciais com Donald Trump. O problema é que chegou a conta de tanta sinceridade, combinada com uma eleição estranha. E ela chegou como um iceberg gigantesco na frente de um navio sem comandante.

Com Donald Trump, o malvadão do século, fora de cena, Biden agora emplaca um discurso de disco arranhando de que a culpa de todos os problemas na América é de Vladimir Putin
Com o perdão do trocadilho, só faltou combinar com os russos. 
Em janeiro de 2021, Donald Trump entregou um país, ainda dentro de uma pandemia, já com claros e sólidos sinais de recuperação econômica e com a imagem forte que sempre foi a marca registrada dos norte-americanos na política internacional.  
A instabilidade trazida pela administração Biden em poucos meses se solidificou de maneira surpreendente: inflação sem controle, desemprego em alta, crise histórica na fronteira sul com a maior imigração ilegal das últimas décadas,  reversão de políticas de independência enérgica da Era Trump, os maiores índices de criminalidade nas grandes cidades norte-americanas dos últimos 12 anos e, claro, o ápice da ineficácia e despreparo do democrata na Casa Branca: a retirada desastrosa e caótica das tropas norte-americanas do Afeganistão, causando a morte de 13 soldados norte-americanos. Isso, até hoje, está entalado na garganta da nação.

“Joe Biden não está ajudando”
E o que era óbvio para aqueles que votam em políticas e não personagens, para aqueles que assistem a debates e entrevistas com o cérebro e não com o fígado, parece ter chegado aonde menos se esperava: na velha imprensa norte-americana. 
Sim, a velha assessoria de imprensa do Partido Democrata está, dia após dia, dando as costas a Joe Biden. Poderíamos até levantar a teoria de que os militantes das redações querem empurrar Kamala Harris para o Salão Oval, mas Harris é detestada até pelos ativistas do New York Times e Washington Post, motivo pelo qual ela não conseguiu emplacar seu nome como candidata forte nas primárias democratas nem na Califórnia, seu Estado natal, e bateu em retirada sem números expressivos. 
O nome da vice foi escolhido apenas pela agenda identitária: mulher, negraA competência de Kamala como política é tão boa quanto a de Dilma Rousseff. Até as gafes no melhor estilo da “presidenta” do Brasil fazem parte do repertório da vice de Biden.,
 
A revista Rolling Stone, por exemplo, declarou recentemente que “Joe Biden não está ajudando”, como se o objetivo fosse “ajudar” como presidente, e não liderar. É sabido que até a própria família de Biden não queria que ele vencesse em 2020. 
Alguns dos parentes mais próximos do presidente garantiram a amigos que Biden estava concorrendo apenas para aliviar a dor da morte de seu filho dois anos antes, e que sair em campanha pelo país para limpar a cabeça e aliviar o coração era a melhor maneira para fazer isso. 
Verdade seja dita, o próprio Joe Biden sabia que não ia ganhar. 
E, durante meses, parecia quase certo que ele não venceria. A primeira apresentação de Biden no debate das primárias democratas, em junho de 2020, foi considerada um desastre. Parecia bastante óbvio que ele não tinha qualquer chance de ser o nome democrata. 
Logo em seguida, Bernie Sanders começou a ganhar primárias e destaque. O mesmo aconteceu em 2016 e, pelo segundo ciclo presidencial consecutivo, Sanders provou ser o único democrata em campo com apoio de base legítimo. Os doadores viram isso e entraram em pânico. O homem que odeia bilionários! O que ele vai fazer com Wall Street? Alguém pare este senhor!

A cantilena da imprensa
Bernie Sanders era inaceitável para as pessoas que financiam o Partido Democrata, mas havia um problema, as opções eram piores do que tirar Bernie da jogada — como em 2016. Pete Buttigieg, Beto O’Rourke, Elizabeth Warren? Não. Kamala Harris… horrível em todos os níveis. Absolutamente ninguém gostava de Kamala Harris e por boas razões. [fosse no Brasil a Harris seria imposta pelo absurdo sistema de cotas - que esperamos acabe em novembro próximo.]  
Então, acabou sendo Joe Biden por alguma chamada executiva de algum deus democrata: “Tirem as teias de aranha do material de campanha de Joe. Todas as nossas fichas estão com ele”. E, claro, a mídia entendeu a mensagem imediatamente. No momento em que Biden foi coroado como o salvador do mundo contra o malvado laranja fascista, a assessoria dos democratas — pode chamar de imprensa mesmo —, já tinha a cartilha na ponta dos dedos e na ponta da língua. Uma rápida pesquisa mostra o manual, quase infantil:

— Jemele Hill, CBS: “É um alívio ter adultos no comando”.

— John Brennan, ex-diretor da CIA de Barack Obama: “Agora temos adultos na Casa Branca”.

— Dana Bash, CNN: “Qualquer um que tenha alguma conexão com a realidade sobre o que está acontecendo ao seu redor deve dizer: ‘Os adultos estão de volta à sala'”.

— Cornell Belcher, MSNBC: “Parece que temos um adulto profissional mais uma vez na Casa Branca”.

— Fareed Zakaria, CNN: “Realmente, o que eu diria é que os adultos estão de volta”.

— Nicolle Wallace, ex-assessora de George W. Bush, MSNBC: “Há uma sensação, eu acho, em todo o mundo, de que os adultos voltaram”.

— Jonattan Capehart, Washington Post, MSNBC: “Temos um adulto na Casa Branca agora e isso é glorioso”.

— Don Lemon, CNN: “Ok! Os adultos estão de volta na sala!”.

Detalhe: Don Lemon, âncora da CNN de um dos importantes telejornais da emissora, chorou ao vivo quando deu o resultado final da eleição de 2020 e noticiou a vitória de Joe Biden. Onde estão os adultos na imprensa?

Chama o Obama!
Biden certamente é um adulto e completará 80 anos neste ano, mas ninguém em Washington acha que a Presidência de Biden é gloriosa. A verdade é que todos sabem que ele é um desastre. 
As pesquisas mostram que os eleitores concordam com essa afirmação. Os números de sua popularidade só não são mais baixos do que os de Kamala Harris
Joe Biden é a pessoa mais impopular em praticamente qualquer lugar. 
 
(...)

Durante a pomposa recepção àquele que foi um dos piores presidentes dos EUA, chamado às pressas para tentar evitar um banho de sangue nas eleições de novembro, o atual presidente dos Estados Unidos, em sua própria Casa, foi evitado como o diabo evita a cruz. Ninguém falava com ele e, em um momento de visível confusão mental, tudo diante de várias câmeras, ele se afasta olhando para o vazio enquanto uma multidão se formava em torno do ex-presidente Barack Obama, que, obviamente, demonstrava muita satisfação pela atenção. Mas nada que já não esteja ruim não possa piorar. . Algumas das principais manchetes nesta semana em veículos alinhados ao Partido Democrata não deixam dúvidas:

— ABC News: “A apreensão dos eleitores está maior do que apenas o aumento dos preços ou a guerra da Rússia na Ucrânia. A criminalidade violenta nas cidades norte-americanas permanece persistentemente alta e há um problema crescente na fronteira”.

— CNN: “O índice de aprovação do presidente Biden ainda não atingiu o fundo e vem caindo durante todo o ano”.

— NBC News: “A inflação altíssima está acabando com os salários maiores. Embora os ganhos por hora tenham aumentado 5,6% em relação ao ano passado, um em cada cinco trabalhadores diz que fica sem dinheiro antes de receber o próximo pagamento”.

— ABC News: “Temos uma inflação histórica e preços recordes de combustível. Os norte-americanos estão sentindo isso”.

—Revista Politico: “Os números de Biden caíram dois dígitos com os eleitores jovens, que foram uma grande parte de sua coalizão em 2020”.

Culpa de Vladimir Putin
Então parece que a inflação é real e não é transitória como o governo de Biden anunciou inúmeras vezes em 2021? Então parece que cortar verbas para as forças policiais (Defund the police, slogan de dez entre dez democratas desde 2020) na verdade aumenta o caos e que o crime e a desordem nas cidades também são reais? 
E, vejam vocês, parece que uma guerra inútil com a Rússia, empurrada pelos democratas beligerantes até para ser usada como cortina de fumaça diante de tantos problemas domésticos, não é tão popular quanto pensavam. De repente, a imprensa resolveu admitir tudo isso. Durante meses, Biden vem dizendo que tudo de ruim que o norte-americano está percebendo ao seu redor é, claro, culpa de Vladimir Putin. E a mídia o apoiou. Mas, de repente, não está mais comprando a bobagem de que os quatro anos de Trump na Casa Branca sofreram interferência russa, nem de que Putin é o grande vilão do caos no cotidiano norte-americano.

(...)

Questão de sobrevivência
Já está muito claro que o Partido Democrata e sua grande ala na imprensa decidiram descartar Joe Biden. Nunca houve uma ordem oficial para fazer isso, mas o que percebemos é a mente coletiva trabalhando para acabar com a erva daninha do momento. Sem dó. Os democratas têm as mesmas reações porque têm os mesmos instintos: “Biden é fraco, devemos nos livrar dele”. Para a maioria das pessoas, isso soa duro e implacável, ainda mais considerando os anos de janela do democrata no partido. No entanto, no reino animal é uma resposta totalmente natural. É a primeira regra das matilhas. O conhecido fratricídio no reino dos bichos que operam por instinto não é nada pessoal. É apenas uma questão de sobrevivência do grupo, e é exatamente assim que o Partido Democrata opera.
 
O Partido Democrata opera como operam os balaios coletivistas da turma preocupada com o “bem-estar de todos”. Os indivíduos são irrelevantes. O grupo é tudo o que importa. Ninguém no partido realmente se importa com Joe Biden ou jamais se importou, ou se importa, com George Floyd, Greta Thunberg ou qualquer outra pessoa que é explorada como herói insubstituível para alguma pauta política. Todas as pessoas são dispensáveis. O que importa é o partido e o partido importa porque nos números há poder. E os números de Biden são horríveis. Um dos piores de toda a história dos Estados Unidos da América. E, claro, em algum nível, Joe Biden sabe disso. Ele entende como isso termina. Inevitavelmente, depois de 50 anos no partido, é sua vez de ser eliminado. Como ele vai sair de cena, gritando por misericórdia ou aceitando a derrota como um homem, é a única pergunta. 
De qualquer maneira, que saia de cena logo. 
Os Estados Unidos e o Ocidente precisam de uma liderança capaz de reverter os danos de um presidente que, além de inepto, mostra fraqueza. Animais se guiam por instintos, e os tubarões já perceberam que há sangue na água.

Leia também “Uma tragédia anunciada”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste - MATÉRIA COMPLETA


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Quantas pessoas estão morrendo ‘de covid’ e quantas estão morrendo ‘com covid’? O Estado de S. Paulo

 J. R. Guzzo

Existe uma diferença fundamental entre uma coisa e a outra

Números de mortes relacionadas como consequência da covid são um enigma

Os números de mortes relacionadas pelas autoridades como consequência da covid, que avançam neste momento para além de onde estavam seis meses atrás, são um enigma. Ajudam, com toda a certeza, a reproduzir pânico, insegurança e angústia
Deixam uma mensagem de terror: as coisas nunca estiveram piores, e se você tinha alguma esperança de que melhorassem pode desistir, pois nada está melhorando. Isso tudo aí continuará igual por um tempo indefinido, e de preferência para sempre. Mas não se sabe, com um nível razoável de lógica comum e de mero bom senso, o que esses números querem realmente dizer. Ninguém está fazendo o menor esforço para descobrir.

Não se trata de nenhuma complicação de matemática das curvas, ou de alta cirurgia de cérebro. É algo que qualquer professor de ginásio poderia perfeitamente estar tratando em suas aulas, se estivesse dando alguma aula após dois anos de pandemia. É apenas o seguinte: quantas pessoas, nessas listas diárias de mortos, estão morrendo “de covid” e quantas estão morrendo “com covid”? 
Existe uma diferença fundamental entre uma coisa e a outra — e essa diferença não está sendo apresentada ao público com um mínimo de honestidade, ou sequer de inteligência elementar. É assim de propósito? 
É resultado da desordem que tem marcado os números da covid desde o primeiro caso? São as duas coisas ao mesmo tempo? 
 
O fato é que a população está sendo ativamente desinformada. Deve continuar assim. Hoje em dia tudo o que não se conforma exatamente aos “protocolos” vigentes sobre como pensar a respeito da doença é imediatamente denunciado como “negacionismo”.
É claro que os dados exatos revelariam outra realidade. Se o paciente que pegou covid entra no hospital com um enfarte, tem uma parada cardíaca e morre, a sua morte se deve ao que: à covid ou à parada cardíaca? E, se além do vírus, ele tem um câncer de fígado, disfunções renais extremas ou pneumonia dupla, razões pelas quais, aliás, foi levado ao hospital? Qual é a causa real da sua morte?  
Muitas dessas mortes, ou um número literalmente incalculável, são atestadas pelas autoridades e reportadas pela mídia como resultado “da covid”; é óbvio que isso distorce completamente o que de fato está acontecendo.
 
O número de infectados com certeza subiu enormemente, considerando-se os números do passado recente — é inevitável, em consequência, que tenha aumentado o número de doentes graves internados nos hospitais com covid, com os seus outros problemas de saúde
 Na imensa maioria dos casos, quem pega a covid simplesmente se cura, sem precisar ir sequer ao pronto-socorro
Mas os que começam a passar realmente mal por causa de suas doenças (chamam a isso de “comorbidades”) vão para o hospital, como iriam tendo ou não tendo covid — e ali os que não têm recuperação morrem. Vão direto para a “lista” do dia seguinte.
 
O público está sendo enganado — no mínimo, nessa história toda, há a obrigação, por parte de quem informa, de separar uma coisa da outra. Isso simplesmente não está sendo feito. É muito simples. Todos os dias as autoridades da área da saúde, as prefeituras e os Estados divulgam os seus números — mesmo porque, na sua incompetência estatística sem limites, o Ministério da Saúde jamais conseguiu, desde o primeiro morto dois anos atrás, entregar uma única cifra decente sobre o que está acontecendo. Ninguém tem a mais remota ideia, do ponto de vista técnico, da seriedade das informações que passam — e ninguém tenta investigar qualquer uma delas, nunca. 
Os jornalistas apenas regurgitam, exatamente como engoliram, os números enviados pelas “autoridades locais”. Não é aritmética. Não é “ciência”. Não é jornalismo.
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S.Paulo