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quarta-feira, 3 de maio de 2023

Paraguaios perceberam que governos de esquerda não andam bem

Alexandre Garcia

O povo paraguaio acaba de eleger novo presidente. Santiago Peña, de 44 anos, sucede a seu correligionário do Partido Colorado, Mário "Marito" Abdo, amigo paraquedista do ex-presidente Jair Bolsonaro. Peña fez 43% dos votos, superando a coligação centro-esquerda, com 27%
Foi também uma derrota da igreja progressista, que apoiou o perdedor.
 
 É a maior vitória da centro-direita, porque elegeu 15 dos 17 governadores e a maioria da Câmara e do Senado.  
Mais do que isso, o vitorioso em confiabilidade foi o sistema eleitoral eletrônico com comprovante impresso. 
Em duas horas, resultado confiável. Um modelo para o Brasil.
 
O eleitor paraguaio parece estar bem informado. Percebeu que os governos de esquerda da América Latina não andam bem.  
O da Argentina é um fiasco.  
No câmbio livre, são necessários 300 pesos para comprar um dólar. E pensar que o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, [vulgo 'poste'.] queria moeda única com o Mercosul…[e, aproximadamente 60 pesos para comprar um Real e o genial 'poste' queria o sur;  em outras palavras = 1 sur valeria um real. É o pt, a esquerda,  tentando pensar  governar.]

Financiamento
No entanto, o governo do Brasil quer ajudar com financiamentos, pois lá é ano eleitoral. O problema é achar garantias.
O chileno Gustavo Boric, depois que um plebiscito recusou sua constituição neoesquerdista, perdeu o rumo e já não sabe o que fazer. [uma coisa é certa: o apedeuta que preside o Brasil também está sem rumo - ele e seu séquito. 
Sob o Desgoverno Lula o Brasil não aguenta nem até o  final deste ano.
Lula vai pedir para sair ou sairá sob impeachment.] 
Na Bolívia, a vitória de Luis Arce parecia dar força a Evo Morales, mas o país ficou capenga com a hostilidade ao investimento privado e o câmbio fixo. Sem reservas, está com dificuldades de importar.

Na Colômbia, o presidente Gustavo Petro perde maioria no Congresso e ganha protestos nas ruas. No Peru, acabou na prisão o presidente esquerdista Pedro Castillo e a vice, Dina Boluarte, anda perdida — os protestos nas ruas já deixaram 39 mortos. No México, Manuel López Obrador tentou restringir a oposição numa lei eleitoral e, agora, enfrenta as ruas.

Quando não produz apenas fracassos, a esquerda latino-americana tem sucesso ao implantar ditaduras, como é de sua ideologia. Cuba é a mais antiga delas — além de antiga, antiquada.  
Nicarágua e Venezuela seguem-lhe os passos. É de sua natureza: censura, prisões, autoritarismo. Uma vitrina para os brasileiros mirarem, com espelhos ao fundo. Votamos assim, teremos um destino assim.

Deixamos de amar a Constituição, que nos garante como Estado Democrático de Direito. O descumprimento de leis é corrente, a existência de Três Poderes é lesada pela hegemonia do Supremo Tribunal Federal (STF) — o único poder sem a chancela do voto popular.

O Paraguai atrai investimentos brasileiros com um sistema tributário sensato e segurança jurídica. No Brasil, há fuga de capitais e de gente, por insegurança pessoal, patrimonial e jurídica
Se tivéssemos o comprovante do voto eletrônico, como no Paraguai, poderíamos garantir mais a vontade dos eleitores.
 
Por enquanto, vivemos mais um degrau para o totalitarismo: o projeto para censurar as redes sociais, sem respeitar Constituição, que em 1988 baniu "toda e qualquer censura". 
 A História nos conta que ganhamos a Guerra do Paraguai. Mas foi em 1870. Agora eles estão ganhando.

 Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense


quarta-feira, 11 de maio de 2016

Os quatro equívocos fatais da economia brasileira



Há um erro de base, que pode ser simbolizado numa frase: ‘gasto de custeio é vida’
Imaginem a situação de um médico legista diante de um corpo crivado de balas e que é questionado pelo promotor: “Qual foi o tiro fatal?”

É a mesma situação quando se pergunta: qual foi o erro fatal da presidente Dilma Rousseff? A economia brasileira foi atingida de tantas maneiras que se chegou a um quadro inédito: recessão com inflação; preços subindo mesmo com juros elevados; e contas públicas exauridas.

Não se chegaria a isto sem uma sequência de equívocos. Mas há um erro de base, que pode ser simbolizado numa frase: “gasto de custeio é vida”. Foi o que disse Dilma, ainda ministra do governo Lula, quando ajudou a enterrar um plano de longo prazo de controle das contas públicas.

Como o governo vinha realizando superávits desde o final dos anos 1990, havia espaço para acelerar o gasto. Mas a presidente conseguiu em apenas três anos sair de um superávit primário (receita menos despesa antes do pagamento de juros) de R$ 129 bilhões para um déficit de R$ 32 bi.

Desse erro básico resultaram as pedaladas. A um determinado momento, o dinheiro arrecadado com impostos já não era suficiente. A presidente partiu então para tomar empréstimos, primeiro legalmente, depois se financiando nos bancos públicos, violando regras sagradas da Responsabilidade Fiscal.

O quadro se completou com as desonerações de impostos concedidos a determinados setores, escolhidos entre os amigos da casa. Em vez de reduzir impostos para toda a atividade econômica, o movimento foi elevar para todos e aliviar para alguns. Havia uma suposta lógica: com carga tributária menor, aqueles setores investiriam mais. Ocorre que não fizeram as contas e o resultado foi queda de receita, sem investimentos.

Fechou-se o grande erro: mais gasto, menos receita, déficit anual, crescimento da dívida e da conta de juros. Só o déficit primário chegou a R$ 142 bilhões em 12 meses acumulados até março último.

O segundo erro fatal foi a redução dos juros, em 2012, quando o Banco Central fixou a taxa básica em 7,25% ao ano — a mais baixa da história recente. E isso quando a inflação rodava no teto da margem de tolerância em torno dos 6,5% ao ano. O governo fez exatamente o contrário do que determinava o regime de metas.

De novo, foi um erro conceitual. Baseava-se na falsa ideia de que os juros eram altos porque os banqueiros queriam — como aliás a presidente alardeou na sua campanha de 2014. Os juros eram altos, como são, porque tem inflação e muito déficit público. Tentou-se combater a inflação do modo mais equivocado: mantendo o dólar baratinho, barateando importados e dificultando a vida da indústria local.  Em meio a essas intervenções em pontos chaves da macroeconomia — juros e câmbio —, o governo Dilma aplicou controles sobre dois preços básicos: gasolina/diesel e energia elétrica.

A Petrobras foi obrigada, durante anos, a importar combustível caro e vender barato aqui dentro. Só nos quatro anos do primeiro governo Dilma, estima-se que a estatal acumulou um prejuízo de R$ 55 bilhões. Nesse mesmo período, a companhia foi jogada num plano de investimentos megalomaníaco: quatro refinarias, dezenas de navios, plataformas e sondas, negócios em setores fora de sua área.

Sem caixa, a Petrobras endividou-se, até chegar ao ponto atual: sem fôlego, cancela investimentos e negócios, arrasta a indústria de óleo e gás, tem que vender ativos em um momento ruim. E isso sem contar a corrupção.  Ainda em 2012, ano da plena aplicação da “nova matriz econômica”, a presidente Dilma impôs uma redução de 12% na tarifa de energia elétrica. Isso num momento em que o custo da energia estava em alta, já sob ameaça da seca.

No mesmo momento, a presidente aplicou uma reestruturação do setor — o que veio a quebrar a Eletrobrás e impor prejuízos generalizados para geradoras e distribuidoras.  De início, o governo tentou salvar o setor arranjando empréstimos. Depois, dado o tamanho do prejuízo, e uma vez tendo passado as eleições, veio o tarifaço. No primeiro semestre de 2015, as tarifas subiram em média 50%. Em algumas regiões, quase dobraram.

Por trás de tudo, a concepção clássica de uma esquerda latino-americana. O governo faz tudo: gasta diretamente ou por meio das estatais; seleciona os setores privados que terão financiamento subsidiado; controla os preços básicos; manipula as variáveis macro, juros e câmbio.

Eis os quatro erros fatais.

A produção caiu, os brasileiros ficaram mais pobres.

Fonte: Carlos Alberto Sardenberg – O Globo