Alexandre Garcia
O povo paraguaio acaba de eleger novo presidente. Santiago Peña, de 44
anos, sucede a seu correligionário do Partido Colorado, Mário "Marito"
Abdo, amigo paraquedista do ex-presidente Jair Bolsonaro. Peña fez 43%
dos votos, superando a coligação centro-esquerda, com 27%.
Foi também
uma derrota da igreja progressista, que apoiou o perdedor.
É a maior vitória da centro-direita, porque elegeu 15
dos 17 governadores e a maioria da Câmara e do Senado.
Mais do que isso,
o vitorioso em confiabilidade foi o sistema eleitoral eletrônico com
comprovante impresso.
Em duas horas, resultado confiável. Um modelo para
o Brasil.
O eleitor paraguaio parece estar bem informado.
Percebeu que os governos de esquerda da América Latina não andam bem.
O
da Argentina é um fiasco.
No câmbio livre, são necessários 300 pesos
para comprar um dólar. E pensar que o ministro da Fazenda do Brasil,
Fernando Haddad, [vulgo 'poste'.] queria moeda única com o Mercosul…[e, aproximadamente 60 pesos para comprar um Real e o genial 'poste' queria o sur; em outras palavras = 1 sur valeria um real. É o pt, a esquerda, tentando pensar governar.]
Financiamento No entanto,
o governo do Brasil quer ajudar com financiamentos, pois lá é ano eleitoral. O problema é achar garantias.O chileno Gustavo Boric, depois que um plebiscito
recusou sua constituição neoesquerdista, perdeu o rumo e já não sabe o
que fazer. [uma coisa é certa: o apedeuta que preside o Brasil também está sem rumo - ele e seu séquito.
Sob o Desgoverno Lula o Brasil não aguenta nem até o final deste ano.
Lula vai pedir para sair ou sairá sob impeachment.]
Na Bolívia, a vitória de Luis Arce parecia dar força a Evo
Morales, mas o país ficou capenga com a hostilidade ao investimento
privado e o câmbio fixo. Sem reservas, está com dificuldades de
importar.
Na Colômbia, o presidente Gustavo Petro perde maioria
no Congresso e ganha protestos nas ruas. No Peru, acabou na prisão o
presidente esquerdista Pedro Castillo e a vice, Dina Boluarte, anda
perdida — os protestos nas ruas já deixaram 39 mortos. No México, Manuel
López Obrador tentou restringir a oposição numa lei eleitoral e, agora,
enfrenta as ruas.
Quando não produz apenas fracassos, a esquerda
latino-americana tem sucesso ao implantar ditaduras, como é de sua
ideologia. Cuba é a mais antiga delas — além de antiga, antiquada.
Nicarágua e Venezuela seguem-lhe os passos. É de sua natureza: censura,
prisões, autoritarismo. Uma vitrina para os brasileiros mirarem, com
espelhos ao fundo. Votamos assim, teremos um destino assim.
Deixamos de amar a Constituição, que nos garante como
Estado Democrático de Direito. O descumprimento de leis é corrente, a
existência de Três Poderes é lesada pela hegemonia do Supremo Tribunal
Federal (STF) — o único poder sem a chancela do voto popular.
O Paraguai atrai investimentos brasileiros com um
sistema tributário sensato e segurança jurídica. No Brasil, há fuga de
capitais e de gente, por insegurança pessoal, patrimonial e jurídica.
Se
tivéssemos o comprovante do voto eletrônico, como no Paraguai,
poderíamos garantir mais a vontade dos eleitores.
Por enquanto, vivemos mais um degrau para o
totalitarismo: o projeto para censurar as redes sociais, sem respeitar
Constituição, que em 1988 baniu "toda e qualquer censura".
A História
nos conta que ganhamos a Guerra do Paraguai. Mas foi em 1870. Agora eles
estão ganhando.
Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense
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