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sexta-feira, 29 de maio de 2020

Confronto institucional caminha para ruptura (por João Bosco Rabello) - Blog do Noblat - VEJA



Além da sintonia entre STF e Congresso Nacional, cabe ressaltar um aspecto comum a ambos nesse momento: estão se manifestando como corporações que colocaram suas divergências internas à parte para demonstrar unidade em defesa da independência dos poderes.
Na sequência das manifestações, o ministro Alexandre de Moraes determinou uma operação de busca e apreensão contra produtores e disseminadores de fake News contra a Suprema Corte, na mais forte reação ao incitamento nas redes sociais para os ataques a ministros que a integram.

Os alvos da operação se manifestaram de forma ainda mais agressiva desafiando o STF, alguns até deixando a impressão de que desejam a prisão como forma de agravar o conflito. Casos do ex-deputado condenado no mensalão, Roberto Jefferson, e da ativista Sara Winter, que ameaçou explicitamente o ministro Alexandre de Moraes anunciando que o sitiará em sua casa, investigará suas empregadas e o seguirá por onde for, para fazê-lo arrepender-se de sua decisão.

A operação não busca apenas sustar a produção de fake News, o que por si só já a justifica. Mas quer principalmente chegar aos que incitam ao linchamento da Suprema Corte, criando ambiente para ataques mais concretos. Vale lembrar que no passado ações semelhantes levaram grupos a invadir e quebrar as dependências da Câmara Federal sob o beneplácito do governo da hora, no caso o do então presidente Lula.

O acampamento coordenado por Sara Winter, de gente armada e treinada para enfrentamento de rua, é um acinte à luz do dia. Ocupam o estacionamento do ministério da Justiça e apontam para o STF. E se dizem perseguidos por manifestarem opinião. É bem mais que isso e o STF não pretende recuar. A essa altura, vai ficando cada dia mais arriscada para a sua imagem a dubiedade das Forças Armadas que além do núcleo duro de generais em torno do presidente da República, ocupam mais de dois mil cargos no Executivo. O bordão repetido diariamente de que estão ao lado da Constituição, a qualquer momento terá que se materializar.

Para um passo adiante no agravamento da crise, Bolsonaro não tem sustentação popular. As pesquisas registram sua estabilidade no patamar de 30%, mas com viés de queda. Seu índice de reprovação aumentou e a deterioração da economia – que já não ia bem antes da pandemia, ao contrário do que sustenta o ministro Paulo Guedes -, tende a agravar a perda de capital eleitoral. As pesquisas também indicam o aumento da percepção de que o presidente tenta proteger os filhos, por temer que investigações os alcancem. O próprio presidente explicitou esse receio na reunião ministerial do dia 22, exibida ao país por determinação do ministro Celso de Mello. Como os filhos estão na gestão de governo, cristaliza-se a ideia de uma Casa Real cujos membros são intocáveis.

Blog do Noblat - VEJA - João Bosco Rabello. Jornalista há 40 anos. 

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Milicia impõe regras à Força Nacional

Draco faz ação contra milícia que estaria impondo regras à Força Nacional

Operação é realizada nos bairro do Anil e Gardênia Azul

Agentes da Delegacia de Repressão às Ações do Crime Organizado e Inquéritos Especiais (Draco/IE) fazem nesta quinta-feira operação no condomínio Vila Carioca, do programa Minha Casa Minha Vida, no bairro do Anil e na Gardênia Azul, na Zona Oeste. O objetivo é localizar e prender integrantes da milícia que atua na região e que estariam constrangendo agentes da Força Nacional que estão alojados nos prédios. Segundo denúncia do jornal "Extra", 3.500 agentes que vieram de vários estados do Brasil para atuar na segurança dos Jogos estariam sendo obrigados a se submeter às ordens de milicianos, que teriam proibido a tropa inclusive de circular armada pela Gardênia Azul e a impedido de instalar internet nos apartamentos onde estão alojados. 
 
Homens da Força Nacional estão impedidos de andar com a identidade policial na área da milícia Foto: Roberto Moreyra / Roberto Moreyra/Extra/Agência O Globo

De acordo com o delegado titular da Draco, Alexandre Herdy, as denúncias estão sendo investigadas pela especializada, que já vinha fazendo operações rotineiras na região:
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Através de um trabalho realizado com a Divisão de Homicídios, identificamos os integrantes dessa milícia. Vários deles já têm mandados de prisão decretados, mas precisamos que a população colabore com informações que nos ajudem a localizá-los — afirmou Herdy. 
 Segundo o delegado, entre os criminosos procurados na operação de hoje estão dois homens conhecidos como Leandro Cabeção e Almir, acusados de liderar a milícia da região. O Vila Carioca, ainda não inaugurado, começou a ser ocupado pela Força Nacional em maio. Os agentes estão no Rio há cerca de 15 dias e contaram ao Extra ter recebido as orientações sobre as restrições impostas pela milícia de seus coordenadorespoliciais militares, policiais civis e bombeiros têm coordenações separadas — dentro do próprio conjunto habitacional, assim que os grupos chegavam ao Vila Carioca. As determinações eram passadas sempre a grupos de poucos agentes por vez.

Além da arma, a orientação aos agentes é que não andem com a identidade policial. Segundo dizem os agentes, a Gardênia Azul é uma “área branca”, ou seja, sem risco para os policiais, já que estão levando lucro para a comunidade ao comprar produtos. O atraso no pagamento de diárias, as escalas de trabalho as más condições de alojamento levaram agentes a fazerem, nesta terça-feira, um panelaço dentro do condomínio. Eles ameaçam deixar o Rio e voltar para seus estados de origem. Mais de 700 policiais participaram de uma reunião com o comando da Força Nacional no Rio, pedindo mudanças.


Força Nacional Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
 
Os agentes da Força Nacional que participarão do esquema de segurança da Olimpíada — um aparato que prevê o combate a ações criminosas e até a terroristas estão tendo de se submeter às ordens da milícia na Zona Oeste do Rio. Segundo agentes denunciaram ao EXTRA, os 3.500 PMs, policiais civis e bombeiros de vários estados do Brasil não podem circular armados pela Gardênia Azul e foram impedidos até de instalar internet nos apartamentos onde estão alojados, no condomínio Vila Carioca, do “Minha casa, minha vida”, no bairro do Anil.
 
Como a milícia explora o sinal a cabo na região e, de acordo com os agentes, as operadoras de internet fixa são impedidas de atuar na área pelos paramilitares, a saída é que cada policial use a própria internet móvel, pagando do próprio bolso.  O Ministério da Justiça informou, por meio de nota, que vai apurar as informações e encaminhá-las à Polícia Federal, à Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança e à Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).

O Vila Carioca, ainda não inaugurado, começou a ser ocupado pela Força Nacional em maio. Os agentes que concordaram em conversar com o EXTRA, sob a condição de anonimato, estão no Rio há cerca de 15 dias. Contam ter recebido as orientações sobre as restrições impostas pela milícia de seus coordenadores — policiais militares, policiais civis e bombeiros têm coordenações separadas — dentro do próprio conjunto habitacional, assim que os grupos chegavam ao Vila Carioca. As determinações eram passadas sempre a grupos de poucos agentes por vez.

— A gente já cansou de ver gente armada na Gardênia — contou um dos militares da Força Nacional. Além da arma, a orientação aos agentes é que não andem com a identidade policial.  Não é só a banda larga que tem de sair do salário de cada agente. Como os apartamentos foram disponibilizados sem mobília para servir de alojamento, os policiais e bombeiros fizeram “vaquinhas” para equipar as residências . Foram gastos aproximadamente R$ 3,2 mil por apartamento para instalar lâmpadas, televisores , geladeiras e beliches .

São seis agentes por cada um dos apartamentos, distribuídos em cinco blocos do conjunto habitacional. Para comprar uma televisão de 14 polegadas, um dos militares contou ter pago R$ 600.  Já as geladeiras foram alugadas, em média a R$ 650 cada. Segundo os militares, não há água potável no conjunto habitacional.  — Estou aqui há 15 dias e já comprei mais de quatro galões. Fora isso já gastei com lâmpada até chuveiro. Pior é que minha diária ainda não saiu — disse um militar, que pediu para não ter seu nome divulgado.

A falta de estrutura virou sinônimo de lucro para os ambulantes da Gardênia. Ontem, uma Kombi e um caminhão venderam quase todo estoque de água mineral na porta do conjunto. — Vendo 80 galões de água mineral por dia. Cada um sai por R$ 5 — disse um comerciante, que pediu para não ter seu nome divulgado O Ministério da Justiça e Cidadania afirmou que “não existe tolerância com atividades criminosas” e que irá apurar a denúncia de que milícias estão interferindo no trabalho da Força Nacional.

O ministério informou que a estrutura de segurança das instalações olímpicas está Garantida, assim como as diárias dos profissionais da Força Nacional que atuarão nos jogos .Se houver necessidade, afirmou o ministério, já existem 4.500 policiais inativos inscritos que podem ser aproveitados na Olimpíada. Sobre as apertadas escala de serviço, o secretário de segurança para grandes eventos, delegado Andrei Augusto, disse ao "RJTV", da Rede Globo, que elas serão revistas.

Fonte: Extra