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sábado, 4 de julho de 2020

Saiba mais sobre a Parler - a nova rede social

Saiba como criar uma conta no Parler, a rede sem censura

Plataforma privilegia divulgação de conteúdos com a premissa de dar liberdade aos usuários

A nova rede social “queridinha” dos conservadores começa a crescer em território brasileiro, o Parler já tem entre seus usuários figuras conhecidas como o presidente Jair Bolsonaro, e os filhos Flávio, Eduardo e Carlos. A premissa da plataforma de ser contrária a qualquer tipo de censura atraiu parte do público que vê em redes como Twitter e Facebook uma forte oposição a seus posicionamentos políticos.

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Aos usuários e futuros interessados em acessar a plataforma, é importante lembrar que o Parler também possui aplicativo tanto na Play Store, para Android, quanto na App Store, para iOS. O processo de criação de conta é similar ao realizado pelo site e também é possível a criação pela página da Web com posterior utilização pelo app.

Sobre o idioma, a plataforma ainda não foi traduzida e possui apenas opções em inglês, porém, os ícones são bastante intuitivos e termos em inglês como Follow e expressões como “What’s new?” já são bastante utilizadas por outras redes. Já no que diz respeito à criação de contas, vale destacar que só é permitida a criação de um perfil para cada número de telefone e endereço de e-mail.


PARLER

ou: https://parler.com/auth/access

Clique aqui para saber mais


segunda-feira, 1 de junho de 2020

Acabou, acabamos - Fernando Gabeira

Em Blog

Ao aceitarem que caiam no seu colo milhares de mortes, Forças Armadas mostram que topam tudo por seu capitão

Acabou, porra! Esta frase de Bolsonaro, dita na porta do Palácio da Alvorada, me lembrou uma outra frase de um personagem de “Esperando Godot, peça de Samuel Beckett: “Acabou, acabamos.”
Esta lembrança surgiu porque há alguns dias fizemos uma live, eu e o querido embaixador Marcos Azambuja, cujo título era: “Esperando Godot, a tempestade perfeita.” Nesse encontro, promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais, defendi a tese de que a tempestade perfeita no Brasil era produzida pela associação da pandemia com a presença de Bolsonaro no poder. Há outras combinações no mundo: nos EUA, por exemplo, coronavírus e racismo.

[Perderam em 35;em 64; e PERDERÃO SEMPRE.QUE TENTEM.]


Bolsonaro disse esta frase porque não quer respeitar as decisões do STF, onde, no momento, tem duas preocupações: um inquérito sobre sua interferência na Polícia Federal e outro sobre a máquina de fake news montada por gente muito próxima a ele.  Filho de Bolsonaro, Eduardo entra no nosso ônibus e diz: eu poderia estar fritando hambúrguer nos Estados Unidos, mas vim avisar que haverá uma ruptura, não é questão de se, mas de quando acontecerá.

Juristas ultraconservadores acham o artigo 142 como saída. Se Bolsonaro não aceita as decisões do Supremo, as Forças Armadas têm de funcionar como Força Moderadora, obrigando o Supremo a aceitar tudo o que faz Bolsonaro. As Forças Armadas já mostraram até onde podem ir. Em primeiro lugar, ocuparam o governo. Isso era previsível, pois o espírito salvacionista que vem desde a Proclamação da República não morreu: só os militares conseguem dirigir este país caótico, pensam.
O mais grave é que as Forças Armadas, através de um general da ativa, ocuparam o Ministério da Saúde, encamparam a errática política de Bolsonaro e querem nos entupir de cloroquina. Ao aceitarem que caiam no seu colo milhares de mortes, mostram que topam tudo por seu capitão.

Como assim, nossas Forças Armadas? Outras forças também poderosas foram seduzidas por um simples cabo. A hora não é tanto de reflexões sociológicas, mas de organizar a resistência.Simplesmente não há tempo a perder. O tempo que perdemos esperando o coronavírus chegar representou muitas mortes. É hora de avisar a todos os brasileiros no exterior para que reúnam e discutam a necessidade de falar com partidos, organizações, imprensa, organizar núcleos de apoio na sociedade europeia e americana, entre outras.

As Forças Armadas não só encamparam a política da morte de Bolsonaro. Elas tiraram de centro da cena o Ibama e outros organismos que fazem cumprir nossa legislação ambiental, conquistada ao longo de anos de democracia. O governo brasileiro vai se tornar uma grande ameaça ambiental e biológica simultaneamente. Lutar contra ele em todos os cantos do planeta é uma luta pela vida, pela própria sobrevivência. Esse será nosso argumento.

Internamente, será preciso uma frente pela democracia. Já temos uma frente informal pela vida, expressa no trabalho de milhares de médicos e profissionais de saúde, nos grupos de solidariedade que se formaram ao longo do Brasil. O que a frente pela democracia tem a aprender com eles? Em primeiro lugar, ninguém perde tempo culpando o outro pela chegada do coronavírus. Em segundo lugar, a gravidade da morte onipresente não dá espaço para confronto de egos.

Uma frente pela democracia não é uma luta pelo poder, mas sim pelas regras do jogo. Quem estiver interessado no poder que espere as eleições. Foi assim no movimento pelas Diretas. Hoje uma frente pela democracia transcende as possibilidades do movimento pelas Diretas. As redes sociais colocam na arena milhares de novos atores, alguns deles capazes de falar com mais gente do que todos os partidos juntos. O espaço para criatividade se ampliou. O papel de cada indivíduo é muito mais importante do que foi no passado.

Não tenho condições num artigo de falar de todas essas possibilidades. Mesmo porque eles não se limitam à cabeça de uma pessoa. A única coisa que posso dizer produtivamente agora é isto: não percam tempo. É urgente falar com amigos, estabelecer contatos, discutir como atuar adiante, como resistir ao golpe de Estado. Posso estar enganado, mas jamais me perdoaria, com a experiência que tenho, se deixasse de alertar a tempo e também não me preparasse para esta que talvez seja a última grande luta da minha vida.

Fernando Gabeira, jornalista - Blog do Gabeira


Artigo publicado no jornal O Globo em 01/06/2020




sexta-feira, 29 de maio de 2020

Confronto institucional caminha para ruptura (por João Bosco Rabello) - Blog do Noblat - VEJA



Além da sintonia entre STF e Congresso Nacional, cabe ressaltar um aspecto comum a ambos nesse momento: estão se manifestando como corporações que colocaram suas divergências internas à parte para demonstrar unidade em defesa da independência dos poderes.
Na sequência das manifestações, o ministro Alexandre de Moraes determinou uma operação de busca e apreensão contra produtores e disseminadores de fake News contra a Suprema Corte, na mais forte reação ao incitamento nas redes sociais para os ataques a ministros que a integram.

Os alvos da operação se manifestaram de forma ainda mais agressiva desafiando o STF, alguns até deixando a impressão de que desejam a prisão como forma de agravar o conflito. Casos do ex-deputado condenado no mensalão, Roberto Jefferson, e da ativista Sara Winter, que ameaçou explicitamente o ministro Alexandre de Moraes anunciando que o sitiará em sua casa, investigará suas empregadas e o seguirá por onde for, para fazê-lo arrepender-se de sua decisão.

A operação não busca apenas sustar a produção de fake News, o que por si só já a justifica. Mas quer principalmente chegar aos que incitam ao linchamento da Suprema Corte, criando ambiente para ataques mais concretos. Vale lembrar que no passado ações semelhantes levaram grupos a invadir e quebrar as dependências da Câmara Federal sob o beneplácito do governo da hora, no caso o do então presidente Lula.

O acampamento coordenado por Sara Winter, de gente armada e treinada para enfrentamento de rua, é um acinte à luz do dia. Ocupam o estacionamento do ministério da Justiça e apontam para o STF. E se dizem perseguidos por manifestarem opinião. É bem mais que isso e o STF não pretende recuar. A essa altura, vai ficando cada dia mais arriscada para a sua imagem a dubiedade das Forças Armadas que além do núcleo duro de generais em torno do presidente da República, ocupam mais de dois mil cargos no Executivo. O bordão repetido diariamente de que estão ao lado da Constituição, a qualquer momento terá que se materializar.

Para um passo adiante no agravamento da crise, Bolsonaro não tem sustentação popular. As pesquisas registram sua estabilidade no patamar de 30%, mas com viés de queda. Seu índice de reprovação aumentou e a deterioração da economia – que já não ia bem antes da pandemia, ao contrário do que sustenta o ministro Paulo Guedes -, tende a agravar a perda de capital eleitoral. As pesquisas também indicam o aumento da percepção de que o presidente tenta proteger os filhos, por temer que investigações os alcancem. O próprio presidente explicitou esse receio na reunião ministerial do dia 22, exibida ao país por determinação do ministro Celso de Mello. Como os filhos estão na gestão de governo, cristaliza-se a ideia de uma Casa Real cujos membros são intocáveis.

Blog do Noblat - VEJA - João Bosco Rabello. Jornalista há 40 anos. 

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Não tem mais desculpa - Agora não há desculpa, é hora de Bolsonaro governar - O Globo



Daqui em diante cabe ao governo fazer o que dele se espera, governar

Agora vai. Aprovada a reforma da Previdência, o governo não tem mais desculpa para não decolar e voar em céu de brigadeiro. Convencidos pelas palavras do ministro da Economia, vamos ver o país criar entre um e dois milhões de vagas de trabalho nos próximos 12 meses, e a economia crescer pelo menos 3% no mesmo período. Foi o que ouvimos de Paulo Guedes quando ele apresentou a reforma no início do ano. Como a economia prevista no pacote original foi desidratada em 40%, é justo esperar resultados proporcionais, ou seja entre 600 mil e 1.2 milhão de empregos novos e crescimento no mínimo de 1,8% em um ano. 


Mas, que pena, não é bem assim. O próprio Guedes se corrigiu quando ficaram evidentes os sinais de que a reforma seria mesmo aprovada. Disse que, aliada a ela, seria fundamental desonerar a folha de pagamento das empresas aprovando um outro imposto em seu lugar, uma CPMF, por exemplo. Claro, todo mundo sabe que as empresas demitem, não contratam ou contratam menos, porque o custo da mão de obra no Brasil deve ser sempre calculado em dobro. Se uma função é remunerada com R$ 1 mil, o empresário pode separar R$ 2 mil, porque a outra metade cobrirá os impostos do trabalho. 

Segundo o ministro, há outras questões que devem ajudar a alavancar a economia, parada por insuficiência respiratória. Zerar o déficit das contas públicas é a mais urgente. Depois, nas palavras de Guedes, privatizar, privatizar e privatizar. Fazer as reformas tributária e administrativa também é urgente. Reduzir as despesas obrigatórias, carimbadas constitucionalmente, e, quem sabe mais adiante, voltar com a proposta de capitalização da Previdência, sonho do ministro inspirado no exemplo chileno. Opa, Chile? Chile, não. Melhor buscar outro exemplo. 

O fato é que a mais importante de todas as reformas, a reforma mãe, como dizia Guedes no começo do ano, foi aprovada pelo Congresso. As outras serão resultantes dessa. Daqui em diante cabe ao governo fazer o que dele se espera, governar. Se governar para valer, sujando as mãos nas suas tarefas cotidianas e exclusivas, como de um agricultor se espera unhas sujas de terra e de um pedreiro calos nas mãos, o país pode avançar, empregos podem ser gerados, a economia pode crescer. Para isso, Bolsonaro deve assumir suas obrigações imediatamente.


O presidente precisa interromper a plantação de abobrinhas para tratar das questões que afligem o país. Deve aproveitar que o caixa vai engordar em R$ 800 bilhões em dez anos, e começar a trabalhar em políticas públicas e medidas que ajudem a jogar o país para frente. Se for descuidado, o resultado pode ser decepcionante. Apesar de ser desejo do governo desvincular despesas obrigatórias, dois gigantes consumidores de recursos, a educação e a saúde, que têm orçamento mínimo determinado constitucionalmente, precisam de mais dinheiro. 

Nenhuma dúvida de que os brasileiros querem mais educação, e educação de qualidade, e mais saúde, com hospitais e postos de saúde equipados e sem filas nas portas e goteiras nos tetos. Precisam de segurança melhor. Desejam um SUS mais eficiente. Exigem estradas mais seguras. Para onde você olhar, vai encontrar problemas que devem ser objeto da ação governamental, seja de modo próprio, seja viabilizando a exploração privada. O governo ainda não começou, talvez seja esta a hora, já que agora vai dispor de meios. 

Mas, para tocar uma boa pauta, Bolsonaro precisa antes se livrar de algumas amarras que o mantêm imobilizado, ou se mexendo apenas em direção da confusão. Primeiro, precisa calar a boca e segurar os dedos ágeis dos meninos. Se Flávio, Carlos e Eduardo fizerem menos barulho, melhor para Jair. Em segundo lugar, já passou da hora de dar tratamento político a questões políticas. Depois, se for inteligente, o presidente aproveita e faz uma reforma ministerial, trocando os que só conseguem somar ideologicamente por gente que pense como ele mas seja competente. Por fim, deveria arejar suas relações externas. É governar ou governar, não tem mais desculpa. [o presidente Bolsonaro começando a governar logo que volte da China, esquecendo por algum tempo os inimigos, começará a realizar as ações, missão para a qual foi eleito:
- melhorar a economia do Brasil, reduzindo o desemprego, aumentando a produção;
- com a economia melhorada o presidente Bolsonaro terá condições de promover ajustes no Brasil, incluindo as ações para neutralizar os inimigos do Brasil, que,coincidentemente,também são os inimigos do presidente e adeptos do 'quanto pior,melhor'.]

 Ascânio Seleme, jornalista - Opinião - O Globo

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Bela Megale - A interlocutores, Bolsonaro diz que ameaças a filho pesaram em indicação para Embaixada - O Globo



Bela Megale

Os motivos que levaram o presidente Jair Bolsonaro a indicar o filho para a Embaixada dos Estados Unidos vão além da “fluência em inglês e espanhol” e da habilidade de “fritar hamburguer” de Eduardo. Pelo menos, é isso que o presidente relatou em conversas recentes com ministros. 

Bolsonaro disse que está preocupado com ameaças que o deputado federal estaria recebendo no último mês, depois que assumiu a presidência do PSL, em São Paulo. Falou também que ficaria mais tranquilo com ele fora do país.  

Integrantes do PSL confirmaram à coluna que algumas ameaças foram enviadas a dirigentes que assumiram a diretório paulista com Eduardo, mas que nenhum Boletim de Ocorrência (BO) sobre o fato chegou a ser registrado. Disseram ainda que o deputado federal tem a opção de deixar a liderança do partido e que não seria necessário que mudasse de país.

Ontem, Bolsonaro disse que estava definida a indicação de Eduardo para o posto de Embaixador. Também afirmou que estaria "doando um filho" para a missão de aproximar o Brasil dos EUA.

Bela Megale - Coluna em O Globo