Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Eleição é época de números, com candidatos, aliados e apoiadores
espremendo as estatísticas para saber quem vai ganhar, se vai ter
segundo turno etc. Mas também é tempo de especulação e pensamento
mágico, boato, rumor, paranoia. Na temporada eleitoral, o objetivo
convive bem com o subjetivo. Leva vantagem quem consegue, ele próprio,
manter o máximo de objetividade enquanto surfa na subjetividade alheia.
Por falar em números, o dado ainda largamente incerto deste primeiro
turno é o comparecimento. Nas últimas três décadas, tem girado em torno
de 80%. Se à abstenção adicionarmos os brancos e nulos, o não voto em
candidatos nas presidenciais costuma rondar os 30%. Tem aí um ruído em
relação às atuais pesquisas, especialmente as estimuladas, em que
indecisos, não sabe, não respondeu, nenhum, brancos e nulos não passam
de 10%.
Pesquisas no Brasil costumam ser feitas com amostras que procuram
expressar o total do eleitorado. Como nelas o não voto em candidatos é
sistematicamente subestimado, a pesquisa estimulada acaba superestimando
a projeção de apoio aos disputantes.
O que não seria problema se
impactasse igualmente todos os corredores.
Mas nem sempre é assim. Vamos
ver o que acontece neste agitado 2022.
A pesquisa estimulada superestimar o apoio aos candidatos traz subsídios
para outra discussão, sobre haver ou não uma quantidade
estatisticamente relevante de um certo “voto envergonhado”. Ou seja, o
entrevistado despistar nas pesquisas por vergonha de sua opção
eleitoral, [tipo votar em um ladrão = além da apologia ao crime, via ode ao criminoso, ainda deixa o eleitor coma sensação de que é um babaca.] deixando para manifestar-se apenas no escurinho metafórico da
cabine de votação. Uma hipótese que alimenta sonhos e temores,
dependendo do lado da disputa.
Há, porém, um paradoxo matemático na premissa de haver “votos envergonhados” em número estatisticamente relevante. Qual é a atitude esperada de alguém com essa tendência? A dissimulação, o
despiste. É altamente improvável que, só para disfarçar sua escolha, um
eleitor envergonhado de Jair Bolsonaro responda na pesquisa estimulada
“vou votar em Luiz Inácio Lula da Silva”. Mais razoável será ele dizer
que está indeciso, que não quer responder, que não quer nenhum, que vai
votar em branco ou nulo. E a mesma lógica aplica-se ao eventual eleitor
envergonhado de Lula.
Ora, mas se 1) há quantidade estatisticamente relevante de votos
envergonhados e 2) a tendência do eleitor envergonhado é despistar,
então o não voto em candidatos (indecisos, não sabe, não respondeu,
nenhum, brancos e nulos) deveria nas pesquisas estar superestimado, e
não subestimado. A série histórica mostra exatamente o contrário: muita
gente diz nas pesquisas que vai votar em alguém, mas na hora h não vota
em ninguém.
E ainda sobre o efeito da abstenção no próximo domingo, se vai ser
neutra ou ajudar um dos lados. No cruzamento das respostas, a diferença
entre Lula e Bolsonaro cai quando se expurga quem não votou em 2018. O
que concluir? Na hipótese favorável a Bolsonaro, tem gente dizendo que
vai votar em Lula, mas na hora nem vai comparecer. Na hipótese favorável
a Lula, tem gente que não votou há quatro anos e agora vai votar nele.
Assim como no próximo domingo, você decide no que prefere acreditar.
Conheça
histórias de enfermeiros que lutam contra o avanço da pandemia nos
hospitais da cidade. O desabafo é da profissional de saúde Lúcia
Henrique: "É um vírus que nos rouba tudo, até os afetos"
“Todos
nós, colegas de profissão, deixamos diariamente o amor da nossa vida
para cuidar do amor da vida de alguém. Quando um de nós morre, ele deixa
uma marca para a história da enfermagem, pois foi um guerreiro na luta
contra essa doença”. A homenagem feita por Lucas Borges, 25 anos,
enfermeiro do hospital de campanha e da UTI montada na Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) do Núcleo Bandeirante aos colegas de trabalho que
perderam a vida durante a pandemia. Segundo os últimos dados da
Secretaria de Economia, responsável pelo quadro de pessoal, o número de
contágio entre os profissionais da saúde é crescente. Em março, foram
registradas 24 licenças em relação à doença. No mês de abril, elas
passaram para 235 e, em maio, o número mais que dobrou, atingindo 560
licenças relacionadas à covid-19.
Apesar da distância, a família e amigos da enfermeira Wendy a fizeram restabelecer suas forças (foto: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
Para Lucas, o temor de contaminar alguém que ama é maior do que o temor pela própria vida. “Somos seres humanos, claro, temos medo de morrer, mas posso dizer por todos colegas que tememos mais pela vida de quem amamos”. O enfermeiro que atua em duas UTIs públicas assiste dezenas de pacientes acometidos pela doença, o risco da contaminação é alto e diário.
As centenas de vidas perdidas diariamente surpreendem até
o mais calejado profissional. “Aprendemos a lidar com a morte desde o
primeiro dia de faculdade, mas essa doença nos choca por levar vidas
jovens, pessoas que teriam 40, 50 anos de vida pela frente. Poderia ser
um de nós, um de nossos amigos”, lamenta Lucas. O aprendizado é
“valorizar cada momento, abraços e contato com quem amamos, tudo pode
mudar muito rápido”.
A árdua batalha coloca à prova mente, coração e corpo, por horas a fio.
Dedicando-se ao cuidado dos doentes, a enfermeira Yasmin Melo, 25, tem
jornada dupla e exaustiva. “De manhã, trabalho no atendimento de um
hospital de referência e, à noite, subo a bordo da ambulância e
transporto dezenas de contaminados, fazendo a remoção para um ou outro
hospital”. Desafios O amor à profissão é o
que leva Yasmin a encarar os riscos e voltar para casa cansada com
cerca de 90 horas trabalhadas semanalmente, mas feliz. “Não fazemos pelo
reconhecimento, nem dinheiro. A sensação de ver nos olhos do paciente
que ele confia em mim e no meu cuidado é o que vale todos os esforços,
todo sacrifício de dividir a casa com a minha família sem ter contato
com ninguém”, conta. Os desafios são muitos, um inimigo quase
desconhecido, o grande número de contaminados e a gravidade da doença
foram empurrados para as mãos de Bárbara Jorba, 23, em sua primeira
experiência profissional. “Tenho apenas sete meses de formação e essa
realidade tem sido um desafio diário, pessoal e profissional”.
Bárbara
atua na Unidade Básica de Saúde — UBS 5 de Taguatinga e é residente de
Atenção Básica pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A jovem
profissional encara as adversidades com otimismo. “Penso que posso fazer
a diferença na vida do paciente, também me inspiro nos demais
profissionais que dedicam a vida ao trabalho. Mesmo que custe o convívio
com minha família, pois fico a maior parte do tempo isolada no meu
quarto”, conta a jovem enfermeira.
O medo que inunda os
pensamentos são um martírio enfrentado a cada novo dia de trabalho.
Jéssica Gomes trabalha na UTI Pediátrica do Hospital de Brasília e diz
que até o profissional mais capacitado cai em ciladas da mente. “Às
vezes, ficamos com tanto medo que até anulamos o nosso conhecimento
sobre os meios de contágio. Pode até acontecer a paranoia de ficar
pensando que pode ter se contaminado a cada minuto”, conta.
O medo de ficar doente e de contaminar os familiares fez com que Jéssica optasse por se hospedar em um hotel custeado pelo hospital em que trabalha. “Quem atua com pacientes contaminados teve a opção de ir. Eu fiquei um mês em isolamento neste hotel e só saí de lá quando deixei de atender os pacientes com covid, nos trouxe mais segurança”. Angústia “Um pesadelo, uma sensação de impotência, de ter falhado. Eu me perguntei onde eu errei, onde me contaminei, em qual processo eu falhei. Foram 14 dias longe do meu trabalho, pessoas doentes desamparadas e eu de braços cruzados”. Foi colocando a vida dos outros à frente da sua que Wendy Carvalho, 29, mesmo doente culpou-se por estar longe de seus pacientes da UTI do Hospital Regional de Samambaia.
Apesar da distância, a família e amigos de Wendy a fizeram restabelecer suas forças. “Fiquei isolada, mas perto de todos pelas ligações e vídeos. Sem eles, seria impossível sair bem dessa. Tenho aprendido que a família é o nosso bem mais precioso, aprendi que nós, da saúde, não somos heróis, somos humanos e temos fragilidade e precisamos ser cuidados, além de cuidar”, diz a enfermeira.
Um diagnóstico positivo também mexeu com Lúcia Henrique, 49, enfermeira da Emergência Pediátrica do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB). “Recentemente, fui acometida pelo vírus e isto me impediu de trabalhar por alguns dias, e hoje, mais do que tudo, quero continuar nesse campo de batalha, pois tenho fé que, em breve, teremos vacinas disponíveis para combater este vírus que tanto nos assusta”, acredita.
A ansiedade por uma resposta é o que tem
tirado a paz da enfermeira Talita Freitas, 22, afastada do seu posto na
UBS 3 de Samambaia após sentir sintomas da doença. “A gente volta todos
os dias para casa sem saber se trouxe o vírus junto. Senti alguns
sintomas e fui afastada até que saiam os resultados. É complicado não
ter certeza sobre nada”, conta.
A solidão é a pior parte na luta
de quem se contamina, Talita diz encontrar afago na companhia do esposo,
mas sente falta da família. “Se eu tivesse doente com qualquer outra
coisa, teria os cuidados da minha mãe e o apoio da família. Eu chego a
me emocionar pelo isolamento e solidão a qual esse vírus nos coloca”,
lamenta a profissional.
DepoimentosAs dolorosas experiências
vivenciadas pela equipe de saúde, no intento de salvar o paciente, marca
a história e o coração destes bravos profissionais. Eles relembraram
episódios que mexeram com suas crenças e emoções.
Wendy Carvalho“Um
paciente que atendemos como cardíaco ficou grave, passou por
reabordagens e hemodiálise. Após muita luta e cuidado, recebeu alta,
estava bem, finalmente. A família ficou muito feliz e nós, também. Dias
depois a alta, recebemos a notícia que ele tinha ido a óbito por covid,
foi muito frustrante.” Lucas Borges“Recentemente,
tivemos um paciente de 28 anos, internado 49 dias, dos quais 29,
intubado. Ele passou por todo tipo de procedimento, até traqueostomia,
sintomas muito agravados. Ele, agora, está em casa, bem e recuperado.
Marcou toda a equipe da UPA e a mim, deixou marcas de felicidade. Ali é
onde vemos o reflexo do nosso esforço, é o que nos dá gás para continuar
adiante salvando vidas.” Talita Freitas“Pacientes
nos marcam sempre, mas lembro de uma paciente grávida que a mãe e
padrasto estavam sendo transferidos em estado grave. Ela fez o teste e
deu positivo, começou a chorar e eu, junto. Lembro-me da expressão do
rosto e olhar daquela grávida preocupada com seu bebê. Eu sequer pude
dar um abraço, o apoio emocional que ela tanto precisava naquele
momento.”
Yasmin Melo“Estávamos removendo um paciente
intubado. No meio do caminho, ele acordou da sedação. Normalmente, as
pessoas tentam de todas as formas se livrar desses acessos, ele não.
Permaneceu tranquilo até ser atendido no hospital de destino. Fiz
questão de conversar para mantê-lo calmo e, mesmo mal, ele respondia
fazendo um joia com a mão. Senti nos olhos dele de que ele estava
confiando em nós e na sua melhora.” Lúcia Henrique“Um
garotinho de 7 anos foi conduzido ao isolamento por suspeita da doença.
Após ficar sob os cuidados da equipe, ele me perguntou, ‘tia, eu vou
morrer de covid?’. Confesso que meu coração reagiu com taquicardia e os
olhos marejaram. ‘Não, você nasceu para vencer’, foi o que respondi.
Temos de vencer a cada dia de trabalho para dar sempre o melhor aos
nossos pequeninos.” Jéssica Gomes“Uma
paciente em remissão do câncer que voltou para ser atendida com covid
me marcou, pois o seu otimismo era contagiante. Ela fazia questão de nos
deixar bem, pois sabia que nossa rotina é estressante e exaustiva.
Assim, a gente lembra de que cuidamos e que podemos ser cuidados.”
MErika Manhatys* - Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira
CONSPIRATA - Segundo ele, um ex-assessor estaria envolvido no atentado a faca, que deixou cicatrizes Cristiano Mariz/VEJA
No sábado 14, Jair Bolsonaro acordou
por volta das 2 da manhã. Ainda na cama, trocou mensagens pelo celular
com o almirante Antonio Barra, o atual diretor da Anvisa. O assunto era
irrelevante. Depois, o presidente, que sofre de insônia, dormiu
novamente. Às 4 horas, despertou em definitivo, pegou outra vez o
telefone e repassou a vários ministros uma análise sobre a situação da
Argentina. Até amanhecer, Bolsonaro navegou por redes sociais,
divertiu-se vendo memes que circularam sobre ele e a família, falou com a
primeira-dama, que estava em viagem ao exterior, e recebeu de
assessores um panorama sobre os últimos acontecimentos. O diagnóstico
era que não havia nada de anormal, nenhuma turbulência à vista, coisa
rara desde o início do governo. O presidente tinha agendado para logo
cedo um encontro com VEJA no Palácio da Alvorada.
O presidente vive cercado por seguranças, as instalações do palácio
são vigiadas por militares do Exército e, ainda assim, ele não se sente
totalmente seguro. Teme ser alvo de um novo atentado. “A gente contraria
o interesse de muita gente”,justifica. Bolsonaro revela que, por
precaução, dorme com uma pistola carregada ao alcance da mão. “E ainda
tem outras arminhas que ficam guardadas por aí”, diz. Tamanha
preocupação, segundo o presidente, não é fruto de paranoia. Até hoje ele
não engole a versão de que o atentado a faca que sofreu durante a
campanha foi obra exclusiva de um desequilibrado mental. “Houve uma
conspiração”, afirma. Provas, ele não tem, mas sua teoria agora conta
com mais um ingrediente intrigante (e provavelmente falso). Bolsonaro
acredita que, além do ex-garçom Adélio Bispo dos Santos de Oliveira,
autor da facada, uma figura do seu staff de campanha estaria envolvida
de alguma forma no plano para matá-lo. O presidente não revela a quem se
refere, mas, ao longo da entrevista, vai fornecendo detalhes que
apontam para um ex-ministro. O motivo da traição seria uma vingança por
ele não ter escolhido o ex-assessor como candidato a vice. “O meu sentimento é que esse atentado teve a mão de 70% da esquerda,
20% de quem estava do meu lado e 10% de outros interesses. Tinha uma
pessoa do meu lado que queria ser vice. O cara detonava todas as pessoas
com quem eu conversava. Liguei para convidar o Mourão às 5 da manhã do
dia em que terminava o prazo de inscrição. Se ele não tivesse atendido, o
vice seria essa pessoa. Depois disso, eu passei a valer alguns milhões
deitado.”
Assine agora o site para ler na íntegra esta reportagem e tenha acesso a todas as edições de VEJA: Ou adquira a edição desta semana para iOS e Android. Aproveite: no Go Read, todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis