Presidente Jair Bolsonaro comentou reportagem sobre compra de imóveis em dinheiro vivo: "É uma covardia"
O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou na manhã desta terça-feira (6/9) da sabatina no Jornal da Manhã, da Jovem Pan. Ao ser questionado sobre uma reportagem do UOL sobre a compra de imóveis próprios em dinheiro vivo, o chefe do Executivo caracterizou como “uma covardia”. E alegou que no contrato de compra da maioria dos imóveis está escrito “moeda corrente”, o que não significaria “dinheiro vivo”.
“Esse ex-cunhado meu é uma pessoa trabalhadora, comerciante, muito bem sucedido no Vale do Ribeira. Está há 15 anos separado da minha irmã. Tem várias casas de venda de imóveis. Agora, vem para cima de mim como se tivesse um 'propinoduto', como se eu aqui tivesse financiando a compra de cento e poucos imóveis.”
O chefe do Executivo apontou ainda que o objetivo da matéria é sujar sua
imagem a fim de eleger Lula. “Qual o objetivo? É eleger o Lula? Dizer
que eu sou tão corrupto quanto ele? Tem cabimento isso?”, questionou.
“Querem me tirar para colocar um ladrão no meu lugar?” “Uma covardia o
que fazem com familiares meus, façam comigo, venham para cima de mim,
não tem coragem? Não tem o que pegar de mim”, emendou.
Bolsonaro ainda lembrou publicações de 2019 sobre a avó de Michelle,
condenada a dois anos de cadeia em 1997. “Eu conheci a Michelle 10 anos
depois, mas botam na conta da gente uma avó dela que foi presa por dois
anos.”
“O que eu posso fazer 30 dias antes das eleições? Entrar
na Justiça? Não vejo ter eficácia nenhuma. Só falta essa semana, semana
que vem, fazerem busca e apreensão nas casas desses parentes seus no
Vale do Ribeira. E eu acho, tenho quase certeza, que vão fazer para dar
aquele: 'olha a família de corruptos'. Qual a origem desse dinheiro?
Apontem. Foi a Odebrecht? Foi uma empreiteira?", ironizou, reforçando
a justificativa de que “comprar imóvel em moeda corrente não é dinheiro
vivo”.
No dia 1º, Bolsonaro alegou que metade dos imóveis pertence a um ex-cunhado e que a matéria investigativa [o óbvio: em uma matéria investigativa cabe qualquer narrativa conveniente aos objetivos do narrador.] é uma forma de “desgastar” a imagem do chefe do Executivo. "É uma maneira de desgastar, não vão conseguir desgastar. Eles querem é eleger você sabe quem, não vão ter sucesso", alegou o presidente Bolsonaro.
Política - Correio Braziliense