Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.
Donald Trump tem décadas de vida pública, foi um magnata do setor imobiliário, apresentador famoso de televisão,e nunca sofreu qualquer problema com a Justiça.
Após sair da presidência e indicar que pretende disputar novamente a vaga, foi alvo de quatro indiciamentos que o acusam de inúmeros crimes, claramente forjados.
Elon Musk era o queridinho das elites cosmopolitas, um empreendedor ousado, um criador genial, dono da maior empresa de carro elétrico do mundo. Tinha um status semelhante ao de Mark Zuckerberg, criador do Facebook.
Mas Musk comprou o Twitter e libertou o pássaro azul das amarras politicamente corretas, garantindo a liberdade de expressão em sua plataforma.
Isso assusta a esquerda, que passou a demonizar Musk.
E nesta semana suas empresas foram alvos de duas investigações, com vazamentos para a grande imprensa.
É impossível não pensar em instrumentalização do estado pela elite "progressista".Sabemos que George Soros bancou várias campanhas de promotores pelo país, que o DOJ propôs um acordo para lá de suave com Hunter Biden, o filho problemático e corrupto do presidente, a ponto de o juiz se negar a assiná-lo.
O estado virou uma arma democrata contra desafetos e adversários políticos?
Numa democracia, os cidadãos podem e devem discordar sobre várias políticas públicas, mas precisam confiar nas instituições.
Se passam a rejeitá-las, pois não sentem mais que são imparciais, então a própria democracia corre perigo.
Se cada eleição é vista como questão de vida ou morte, se os opositores são tratados como pessoas malvadas, então fica difícil conviver num mesmo território, de forma civilizada e democrática.
Com base na premissa de que os conservadores são pessoas ruins que colocam em risco a democracia, muitos democratas passaram a justificar medidas extra-legais (ilegais) contra seus adversários.
Para tirar Trump da jogada, vale quase tudo!
Alguns já pedem para bani-lo das urnas com base na décima-quarta emenda, como se ele fosse um golpista fomentando a insurreição contra a Constituição. Mas não há qualquer acusação formal neste sentido, muito menos uma condenação...
Em nome da defesa da democracia e da Constituição, boa parte da esquerda tem defendido o abuso de poder, o que ameaça a própria democracia e rasga a Constituição.
Isso tudo é um reflexo do esgarçamento do tecido social, numa simbiose com o próprio uso do estado para perseguir adversários, que vai minando a confiança popular nas instituições.
A hipertrofia estatal e sua centralização crescente representam, por si só, uma ameaça aos preceitos democráticos, especialmente num país continental e com mais de 300 milhões de habitantes.
Junte-se a isso a perda das antigas colas sociais, como a religião e a valorização da família, e temos um quadro assustador.
A "democracia"vira apenas uma fachada, uma disputa eleitoral para ver quem vai controlar esse enorme aparato poderoso, que pode ser utilizado como extensão da tribo vencedora, do clã no poder, para perseguir seus adversários. Essa visão não é compatível com uma democracia republicana sólida.
Os pais fundadores da América estariam arrepiados com o que acontece na nação hoje.
O prognóstico é pouco alvissareiro: se essa tendência persistir, não é absurdo imaginar uma disputa cada vez mais violenta pelo poder, pois tudo passa a ser um simples jogo do poder, para assumir o comando dessa estrutura gigantesca que permite massacrar adversários.
Há cerca de um mês, o Project Veritas divulgou um vídeo em que um
suposto funcionário da farmacêutica faz uma confissão chocante
Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
No dia 25 de janeiro, o Project Veritas (grupo jornalístico que se propõe a investigar e divulgar casos de corrupção e outros desvios de conduta para, segundo suas próprias palavras, “alcançar uma sociedade mais ética e transparente”) divulgou um vídeo em que um suposto funcionário da Pfizer faz uma confissão chocante. Sem saber que estava sendo filmado, e acreditando estar falando com um pretendente romântico, Jordon Walker diz que a Pfizer está provocando mutações no vírus da covid para criar vacinas antes que mutações naturais aconteçam. Traduzo abaixo alguns trechos do diálogo entre Walker e o jornalista do Project Veritas, cujo nome não é revelado.
PV — A Pfizer está pensando em fazer mutações na covid?
Walker — Bem, não é isso que a gente fala para o público, não. Não. Não conte pra ninguém isso. Aliás, você tem de prometer que não vai contar pra ninguém. […] Nós estamos explorando tipo… Sabe como o vírus continua sofrendo mutações?
PV — Sim.
Walker — Então, uma das coisas que estamos explorando é tipo, por que a gente simplesmente não faz a mutação nós mesmos? Assim poderíamos… Poderíamos preventivamente desenvolver novas vacinas, correto? Então a gente tem de fazer isso. Se a gente vai fazer isso, no entanto, existe um risco de, tipo… Como você pode imaginar, ninguém quer uma empresa farmacêutica fazendo mutações em vírus. […] A gente tem de fazer tudo com muito controle para garantir que esse vírus no qual você fez a mutação não crie algo tipo… Que ele não se espalhe por todo lugar.
PV — Loucura.
Walker — Que [aliás] eu suspeito… Foi o jeito que o vírus começou em Wuhan, para ser sincero. Tipo, não faz sentido que esse vírus tenha aparecido do nada.
Em outro trecho, Walker explica melhor o que quis dizer:
PV — Qual o objetivo da Pfizer em fazer isso [as mutações virais]?
Walker — Então, parte do que eles querem fazer é tentar entender… Até certo ponto, tentar entender tipo, sabe todas essas cepas e variantes que aparecem? Por que a gente não tenta encontrá-las antes que elas apareçam na natureza e a gente pode desenvolver vacinas profilaticamente, antes, como novas variantes. Então, é por isso que eles estão pensando tipo, se você faz isso sob controle em um laboratório, então a gente diz que isso é um novo epítopo, e, se mais tarde isso surgir entre o público, então você já tem uma vacina que funciona.
PV — Meu deus. Isso é perfeito. Isso é tipo o melhor modelo de negócios, né? Simplesmente controle a natureza antes de ela se manifestar, correto?
Walker — Sim, se funcionar.
PV — Como assim ‘se funcionar’?
Walker — É porque algumas vezes existem mutações que acontecem para as quais não estamos preparados, tipo Delta e Ômicron e outras do tipo. Quem vai saber? Quero dizer, de qualquer maneira, vai ser uma máquina de fazer dinheiro. Covid provavelmente vai ser uma máquina de fazer dinheiro por um bom tempo, obviamente. [risos]
Depois de ser pego falando de mutação viral feita pela Pfizer, Jordon Walker explicou em um vídeo que ele tinha mentido de propósito
O vídeo original, de dez minutos, estava neste link do YouTube, mas foi removido por “desrespeitar as regras” da empresa. Vale lembrar que o YouTube é uma empresa do grupo Google/Alphabet, que tem como seus dois maiores acionistas os bancos Vanguard e BlackRock — não por acaso, os dois maiores acionistas da Pfizer também são os bancos Vanguard e BlackRock.
O Project Veritas se autodescreve como“uma empresa jornalística sem fins lucrativos” especializada em “reportagens sob disfarce.” Eu já citei o site em outras ocasiões, especificamente neste artigo,em que falo do vídeo que mostra Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, dizendo que não iria obrigar seus funcionários a tomarem a injeção da covid. Só para não perder a deixa: adivinha quem são os dois maiores acionistas do Facebook, que agora chama Meta Platforms?
Acertou: BlackRock e Vanguard. Você pode até chamar isso de capitalismo, apesar de eu preferir a expressão tecnofascismo, mas tem uma coisa que isso definitivamente não é: livre mercado.
Voltando ao Zuckerberg, no vídeo do Project Veritas, ele diz: “Eu só quero ter certeza de compartilhar minha cautela sobre isso [a vacina de mRNA], porque nós simplesmente não sabemos os efeitos de longo prazo da modificação do DNA e RNA… Basicamente a habilidade de produzir os anticorpos e se aquilo pode causar mutações ou outros riscos mais para a frente.” Ovídeo continua disponível no site do Project Veritas.
Depois de ser pego falando de mutação viral feita pela Pfizer, Jordon Walker explicou em um vídeo, também gravado pelo Project Veritas, que ele tinha mentido de propósito, e inventou tudo aquilo para impressionar um potencial parceiro sexual. Jordon, em outras palavras, mentiu por amor.
É compreensível — quem nunca fingiu ser parte de um genocídio para conquistar um coração?
Mas as cenas com as explicações acaloradas foram tão dramáticas que alguns suspeitaram que a coisa toda foi arranjada, uma novela de qualidade mais baixa que a Televisa — nível Globo mesmo.
Isso gerou todo um debate na internet, em que o alvo da dúvida deixou de ser a Pfizer e passou a ser o Project Veritas, que poderia ter caído numa pegadinha para ser desacreditado mundialmente.
Jornalistas e pesquisadores diletantes começaram a investigar se Jordon Walker de fato era funcionário da Pfizer e se a coisa toda era genuína ou não.
Tudo diz que sim, o vídeo é genuíno, e Jordon de fato era (ou ainda é) funcionário da Pfizer.
A própria empresa reforça essa teoria. Em uma carta respondendo às acusações, publicada dois dias depois da divulgação do vídeo, a Pfizer deliberadamente se nega a refutar que Jordon Walker seja seu funcionário.
Mas, quando tenta negar que arquiteta mutações genéticas, a farmacêutica faz o que muitos consideraram uma confissão: “Em um número limitado de casos, quando um vírus completo não contém nenhuma mutação de ganho de função, tal vírus pode ser projetado [engineered] para permitir a análise de atividade antiviral em células”.
Jornalistas menos independentes, ou com menos massa encefálica, tentaram reduzir o debate pós-escândalo a questões semânticas, como seria do gosto da Pfizer. Para o cidadão comum, contudo, as diferenças entre as expressões ganho de função, engenharia genética, edição de genes, evolução direcionada são herméticas demais, e inteligentes de menos. Eu as classifico como menos inteligentes, porque essas diferenças pouco ajudam no que realmente importa: a decisão de tomar ou não tomar uma “vacina” que quanto menos imuniza, mais vende. Jordan Walker descreveu essa obra de ficção com o nome que merece: uma “máquina de fazer dinheiro”.
Nas últimas semanas, várias pessoas famosas declararam publicamente seu arrependimento por ter tomado a “vacina” da covid. Meu favorito entre eles é o professor Shmuel C. Shapira, que declarou para suas dezenas de milhares de seguidores que ele errou: “Eu errei três vezes: tomando a primeira injeção de mRNA; tomando a segunda injeção de mRNA; e novamente tomando a terceira injeção de mRNA. Infelizmente, erros irreversíveis”.
I was wrong 3 times: * Taking the first mRNA shot * Taking the second mRNA shot * And again taking the third mRNA shot Unfortunately, irreversible mistakes.
— Prof Shmuel C. Shapira MD MPH (@shmuelcshapira) January 20, 2023
Mas quem é Shmuel C. Shapira? Prepare-se, caro leitor, porque Shapira não é nenhum garoto-propaganda pago para defender o indefensável na TV Globo, e um mero tuíte publicado por ele tem mais peso científico do que todos os estudos não feitos por Átilas e Paspalhaks. Shmuel é ninguém menos que o diretor-geral do Instituto Israelense de Pesquisa Biológica. Aqui, o site oficial do governo de Israel anuncia o encontro de Shapira com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em 2020, para tratar de nada menos que o desenvolvimento das vacinas da covid. É isso mesmo, leitores: Shapira não apenas era defensor das vacinas — ele era um dos seus proponentes e pesquisadores.
Professor Shapira também foi o vice-diretor do renomado Hadassah University Hospital de Jerusalém, e seu currículo não para por aí. Segundo apresentação da Georgetown University, Dr. Shapira é professor pleno de administração da Faculdade de Medicina da Universidade Hebraica, diretor e fundador da área militar da Universidade Hebraica de Medicina, fundador e chefe do Departamento de Medicina Militar da Universidade Hebraica e do Corpo Médico das Forças de Defesa de Israel (o Exército israelense), no qual ele também foi o chefe do Departamento de Trauma. Mas, acima de todas essas qualificações, o professor Shapira tem uma qualidade ainda mais rara, e mais rara ainda entre pessoas com a sua excelência acadêmica, algo que nenhuma universidade fornece, e nenhum dinheiro compra: a nobreza e a coragem de se confessar falível e admitir que errou. Aos professores Shmuels deste mundo cada vez mais corrupto e imoral, deixo aqui minha admiração eterna e gratidão infinita.
Mudanças visam, segundo a Meta, aumentar a segurança e a privacidade dos usuários
Mudanças na ferramenta
WhatsApp permite esconder que está 'online' e sair de grupos sem aviso. Veja como fazer
Meta, holding que abriga Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou nesta terça-feira, 9, mudanças no comunicador instantâneo. A ideia dos novos recursos, segundo a empresa de Mark Zuckerberg, é dar ao usuário mais controle sobre suas mensagens.
Além da criptografia de ponta a ponta, mensagens que se autodestroem, backups dos bate-papos, verificação em duas etapas e a capacidade de bloquear e denunciar chats indesejados, agora também será possível sair “à francesa” de grupos, escolher quem pode ver quando estamos online e bloquear captura de tela.
As mudanças serão implantadas em diferentes prazos.
Sair dos grupos silenciosamente
Agora, é possível sair de um grupo silenciosamente, sem fazer grandes alardes. Em vez de notificar todo o grupo, apenas os administradores serão notificados. Esse recurso começará a ser lançado para todos os usuários este mês.
Escolha quem pode ver quando você está online
Outro recurso que vinha sendo muito solicitado é a capacidade de selecionar quem pode e quem não pode ver quando um usuário está online. Isso começará a ser implementado este mês.
Bloqueio de captura de tela
Também está sendo habilitado o bloqueio de captura de tela para mensagens de visualização única – o print não será mais eterno. Este recurso ainda está em fase de testes e a empresa avisa que será lançado em breve.
A partir de agora, o usuário da plataforma de mensagens instantâneas tem a opção de ocultar o "online" da sua conta do WhatsApp:
Configurações > selecione "Conta";
Em seguida, selecione por "Privacidade";
Clique em "Visto por último e online";
Lá, você pode escolher quem poderá ter acesso ao "visto por último": Todos, Meus contatos, Meus contatos, exceto... e Ninguém;
Você também pode escolher quem pode ver o "online", seguindo as mesmas opções acima.
Vale ressaltar que ao ocultar o "online" e o "visto por último" de sua conta, você também não conseguirá ver essas informações nas contas de outras pessoas.
WhatsApp anuncia mudanças nesta terça-feira, dia 9. Usuários poderão esconder que estão offline
Criado para cativar crianças e jovens com vídeos de danças e palhaçadas, o aplicativo chinês cresce a passos largos
Até pouco tempo atrás, o aplicativo chinês TikTok poderia facilmente ser comparado a um adolescente petulante, cheio de planos para conquistar o planeta, mas que carregava nos ombros o peso do mundo e da inexperiência. Quando surgiu, há pouco mais de três anos, foi, de fato, notado como um jovem ousado e criativo, embora inofensivo. No início, era apenas isso: uma plataforma juvenil que permitia aos usuários exibir coreografias aleatórias. Mas o adolescente cresceu, ganhou músculos e adquiriu maturidade. No primeiro trimestre de 2020, era listado como o programinha mais baixado do planeta, com impressionantes 315 milhões de downloads. Neste exato momento, é a quarta rede social mais popular — tem 1,5 bilhão de usuários — e a primeira da China a desfrutar alcance global. Seus feitos são extraordinários. Os cinquenta principais criadores de conteúdo do TikTok contam com mais seguidores do que as populações de México, Canadá, Reino Unido e Austrália juntas.
A expansão do TikTok está associada a uma sutil mudança de trajetória. Durante um bom período, suas ferramentas virais poderosas davam espaço apenas a coreografias com o hit do momento ou dublagens de filmes e memes que fazem a cabeça da garotada. Mas, com o tempo, ele provou ser mais do que apenas uma rede social para danças e palhaçadas. Agora também é possível acompanhar vídeos sobre saúde, mercado de ações, viagens e até política, sempre respeitando o limite de sessenta segundos de duração. “O TikTok vem redirecionando o seu público, que já não é formado só de crianças e adolescentes”, diz o influenciador digital Bruno Carvente. Em 20 de junho, o aplicativo deu uma demonstração definitiva de que transcendeu o universo pré-adolescente. Naquele dia, Donald Trump realizou, no BOK Center de Tulsa, seu primeiro evento da campanha para a reeleição. A equipe de Trump esperava a presença de 100 000 apoiadores, e ele próprio havia anunciado no Twitter que “quase 1 milhão de pessoas” tinham solicitado ingressos para o evento gratuito. O comício, porém, foi um fiasco de público. Uma multidão de usuários do TikTok divulgou vídeos que explicavam como reservar entradas para a ocasião, mas a ideia era não comparecer justamente para zombar do presidente. Deu certo. Como diz a turma jovem, foi uma espetacular “trolagem”. Não é de hoje que o aplicativo chinês incomoda americanos ilustres. Há cerca de um ano, preocupado com o barulho que o TikTok fazia, o Facebook lançou uma cópia do recurso, mas que seria malsucedida — o que não deixa de ser curioso, dado o fato de que os chineses, e não os americanos, são famosos por imitar tudo o que faz sucesso no exterior. Chamada de Lasso, a nova e insossa rede social do Facebook se tornou um dos grandes equívocos da trajetória vitoriosa de Mark Zuckerberg. Irritado com o fracasso, ele partiu para o ataque. Em um discurso de quarenta minutos, disse que os produtos chineses representam uma grande ameaça ao mundo. “Enquanto nossos serviços, como o WhatsApp, são usados por manifestantes e ativistas em todos os lugares devido a fortes proteções de criptografia e privacidade, no TikTok as menções a esses protestos são censuradas, mesmo nos Estados Unidos”, afirmou Zuckerberg. “Essa é a internet que queremos?” (.....)
Aberta a porteira
para que Lula possa conceder entrevistas como é possível a qualquer
preso, mas a ele não era, o ex-presidente coleciona cerca de 30 pedidos
para que fale. Ocorre que a direção
nacional do PT concluiu que o melhor neste momento é que Lula fique de
boca fechada. Melhor que fique quieto só a observar o que possa
acontecer.
O ex-juiz Sérgio Moro, o
algoz de Lula, está na berlinda desde a revelação de suas conversas com o
procurador Deltan Dallagnol. A Lava Jato, em xeque. Um novo lote de
conversas está para sair. Até o fim do mês, o
Supremo Tribunal Federal decidirá a sorte de Lula em duas ocasiões:
quando deliberar sobre prisão em segunda instância e quando julgar um
pedido de habeas corpus para ele.
Nada de marola ou de
marolinha, pois. Todo cuidado é pouco para que uma frase, uma palavra
mal colocada não se volte contra ele. O PT acha que Lula nunca esteve
tão perto de poder respirar melhor. Quer dizer: de sair da
prisão para trabalhar durante o dia, retornando à noite. Ou de cumprir o
resto da pena dentro de casa com ou sem tornozeleira eletrônica.
Algo a se aprender com o caso Moro-Deltan: não há privacidade na rede
Juiz e procurador usaram um serviço criptografado e que se vende como à prova de hackers. Caíram numa ladainha
Por Filipe Vilicic
Sérgio Moro: nem o celular de um ministro é à prova de violações (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Já conversamos disso aqui neste blog. Como em casos de nudes de famosos vazados via WhatsApp (no link). Mas não custa lembrar: não existeprivacidadena nuvem. O caso do vazamento das trocas íntimas de mensagens entre Moro e Deltan Dallagnol
mais uma vez prova isso. Com outro peso na repercussão, é verdade.
Deixemos isso para lá para se ater ao que importa na análise: não existe
privacidade na nuvem.
Glenn Greenwald, do
The Intercept Brasil (responsável por expor o troca-troca online dentre
Moro e Deltan), manja disso há tempo. Recorde que o jornalista tornou
pública até a, digamos assim, privacidade (talvez melhor aqui seriam
segredos) do governo dos EUA, no caso Snowden. O nome lhe falha a memória? Vale recorrer ao Google.
Mark Zuckerberg, o genial e
tempestuoso fundador do Facebook, já antecipava em 2010: “As pessoas
estão confortáveis não só em compartilhar mais informações de diferentes
tipos, mas de forma mais aberta e para mais pessoas. Essa norma social é
simplesmente algo que evoluiu com o tempo”. Para Zuckerberg, a
privacidade não é mais uma norma nesta era das redes sociais.
O que ele falava em 2010 faz mais
sentido do que o posicionamento atual, no qual diz que “a privacidade é o
futuro” e que quer tornar o Facebook uma “plataforma de comunicação
focada na privacidade”. Besteira. Seja no Facebook, no Instagram, no WhatsApp ou no Telegram, este o preferido da dupla Moro e Deltan, não existe essa coisa de privacidade.
Privacidade é o que ocorre entre
quatro paredes. Não se deveria esquecer desse clichê. A internet, a
nuvem, não tem paredes – por mais que alguns, como os criadores de
WhatsApp e Telegram, tentem nos convencer do contrário. Existem, sim, trancas, em forma de
criptografia, que dificultam o acesso a cofres virtuais. O Telegram é um
desses cofres. Só que também navegam online hackers, ladrões hábeis em
destrancar os cofres. Estes fazem valer o que norteia o trabalho dos
hackers: sempre existe uma brecha, um bug, todo sistema é falho.
Dizia Gabriel García Márquez: “Seres
humanos têm três vidas: a pública, a privada e a secreta”. Tudo que está
na nuvem, na internet, pode ser encarado como público, ou quase isso.
Ok, no WhatsApp trocamos mensagens íntimas com nossos parceiros(as),
amigos, chefes. Era para ser privado, sim. Mas um pensamento saudável
(ainda mais para figuras públicas) é levar em conta que tudo e qualquer
coisa que for codificada em zeros e uns e jogada na nuvem pode ser
descodificada por ladrões hábeis. Trata-se de culpar a vítima? Nada disso – e já tratei disso em textos anteriores.
O culpado pelo roubo é o ladrão. O que se expõe é apenas uma
orientação, um conselho. O que está online pode facilmente deixar de ser
privado do dia para a noite.
Aí se entra na terceira vida de
Gabriel García Márquez: a secreta. É ainda mais imprudente falar de sua
vida secreta no WhatsApp ou no Telegram. Como é imprudente deixar
segredos guardados na gaveta (mesmo com tranca) de um escritório
qualquer. Alguém sempre pode desvendar a senha, decodificar o
codificado, e tornar público o segredo. Isso vale para nudes e tramóias(ou mesmo armas de fogo guardadas no armário em casa).
Você tem todo
direito de não suportar Trump.Tem direito – e até razão, eu diria – de
não gostar de ativistas histriônicos como Milos Yannapoulos ou de
figuras que deturpam certos fatos como Alex Jones, do Infowars. Tem
direito de considerar Paul Joseph Watson forçado demais, ou mesmo
repudiar seu estilo (ainda que refutar seu conteúdo seja tarefa mais
complicada).Tudo bem. O mundo deve ser livre para divergências
de opinião e convívio plural. Afinal, é isso que a esquerda “liberal”
prega, não é mesmo? Piada! Só da boca para fora. Na prática, os
“progressistas” vêm fazendo de tudo para calar qualquer adversário
ideológico, para intimidar ou perseguir conservadores.
Sempre com
a desculpa de combate ao“discurso de ódio”, e de forma
escancaradamente seletiva, os poderosos donos das redes sociais, que
deveriam ser plataformas neutras sobre conteúdo (eliminando apenas
crimes), declararam guerra a tudo aquilo que não é politicamente
correto. O viés da perseguição é evidente: discursos efetivamente
de ódio vindos da esquerda ou de islâmicos radicais passam, enquanto
figuras bem moderadas mais à direita, como Ben Shapiro, Dennis Prager e
outros, acabam perseguidos. É o gosto pessoal de gente como o “liberal”
Mark Zuckerberg ditando quem pode ou não exercer sua liberdade de
expressão na era moderna.
Na nova onda de expurgo, vários
formadores de opinião ligados ao nacional-populismo foram simplesmente
eliminados do Facebook. O próprio Paul Joseph Watson comentou o caso: Watson
está certo! Se ele não feriu nenhuma cláusula do contrato, qual a
justificativa para seu banimento? Zuckerberg não gosta do que ele fala?
Os inquisidores do Facebook acham ele extremista demais? Ora, ele não
responde a nenhum processo criminal, que eu saiba, e não é um condenado
da Justiça. Seus vídeos podem ser polêmicos, alguns podem considera-los
de mau gosto, mas daí a equipara-lo a um bandido vai uma longa
distância! Esse foi o tema do comentário de hoje de Alexandre
Borges no Jornal da Manhã da Jovem Pan, alertando que o “admirável mundo
novo” não será tão admirável assim no que depender desses bilionários
“progressistas”:
Estamos vivendo tempos perigosos. A liberdade de
expressão está em xeque. E alguns libertários, ou melhor, liberteens,
ainda repetem que a empresa privada pode fazer o que bem entender, não
entendendo no que essas redes sociais se transformaram hoje, graças
justamente ao fato de terem se vendido como plataformas neutras, não
mídias editoriais. Você pode não se importar muito, por achar que
só os mais radicais serão alvos de expurgo. Mas é ingenuidade sua. Os
expurgos sempre começam assim, para testarem as águas, e depois que a
resistência se mostra enfraquecida, avança até não sobrar ninguém mais
livre.
Em uma tentativa para retomar o crescimento
acelerado, o Facebook agora quer acesso a dados financeiros de seus usuários
Diante de
uma crise de confiança que já afeta o seu número de usuários e, por extensão,
suas fontes de receita, o Facebook decidiu contra-atacar. A rede social
fundada e comandada por Mark Zuckerberg está em negociação com bancos
americanos para tentar obter acesso aos dados dos correntistas, tais como os
registros de uso do cartão de crédito e o saldo nas contas.
O objetivo da
empresa é ampliar a oferta de serviços, provavelmente por meio de sua
ferramenta de mensagens instantâneas, o Messenger, de modo a aumentar o
engajamento dos usuários. Com a revelação da nova empreitada, as ações da
companhia subiram 4,5% em um único pregão. “Nós nos associamos a bancos e
empresas de cartão de crédito para oferecer serviços como chat para suporte de
clientes ou gerenciamento de contas”, afirmou o Facebook em comunicado oficial.
Mas não
será uma tarefa trivial convencer as instituições financeiras e,
principalmente, os correntistas a compartilhar tais dados com o Facebook. A
rede social teve a sua reputação manchada com a revelação, em abril, de que
permitiu o acesso a informações de 87 milhões de usuários à Cambridge
Analytica, uma empresa britânica de análise de dados. O episódio fez crescer
entre autoridades regulatórias e congressistas de vários países a preocupação
em proteger os dados dos usuários da plataforma e punir quem se descuidar desse
direito fundamental. Sofrendo com a perda de confiança, o Facebook anunciou
recentemente que vai ampliar os gastos para reforçar a segurança e a
privacidade de seus mais de 2 bilhões de usuários no mundo. Além desse
episódio, a companhia sofreu acusações de que foi e continua a ser instrumento
de manipulação política por meio de perfis falsos que propagam fake news
— e tem buscado reagir bloqueando e excluindo páginas suspeitas. As denúncias
afetaram seu desempenho e as projeções para os próximos meses, com efeito
devastador sobre o valor de mercado da companhia: as ações chegaram a cair 20%
em um dia, o que gerou uma perda de 123 bilhões de dólares na bolsa.
Recuperar
a confiança é crucial para o Facebook. Quanto mais informações as pessoas
estiverem dispostas a ceder, mais valiosas serão as redes sociais para os
investidores e para as empresas parceiras, alimentando um círculo virtuoso que
amplia a sua relevância. Hoje, já é possível transferir dinheiro por meio do
Messenger entre pessoas amigas no Facebook. Trata-se de um modelo disseminado na
China, onde imperam os chamados superaplicativos, como o WeChat Pay, que
permitem o pagamento de serviços diversos. É curioso que a empresa, acusada de
fazer pouco-caso da privacidade de seus usuários, queira agora os dados
bancários deles. Mas o Facebook confia na estratégia. “Uma parte essencial das
parcerias é manter as informações das pessoas seguras e protegidas”, disse a
companhia. Que assim seja, para o bem dos usuários.
Publicado
em VEJA de 15 de agosto de 2018, edição
nº 2595
Hugo Gloss, o “influenciador digital” mais
cortejado pelas celebridades fala sobre truques usados por quem tenta parecer
importante nas redes sociais
Bruno
Rocha Fonseca, brasiliense de 32 anos, é um fenômeno na internet. Seus 12,2 milhões
de seguidores no Instagram superam a marca de famosos como a pop star Madonna
(11,5 milhões). Mais conhecido como Hugo Gloss(uma brincadeira com o
nome do estilista alemão Hugo Boss), ele chamou atenção com tiradas engraçadas
no Twitter, há cerca de dez anos. Acabou contratado como redator do programa Caldeirão
do Huck, da Rede Globo, emprego no qual passou seis anos, enquanto se
consolidava como o influenciador digital — pessoa que dita tendências de
consumo e comportamento na web — mais badalado pelas celebridades. Hoje, Hugo
Gloss produz um site com notas sobre famosos e tem mais de 20 milhões de fãs,
somando-se todas as redes sociais, nas quais a atração principal, com
frequência, é ele próprio, em viagens, festas e cenas de bastidores ao lado de
nomes que vão de Ivete Sangalo a Katy Perry.
12,2
milhões de seguidores no Instagram superam a marca de famosos como a pop star
Madonna (11,5 milhões). Mais conhecido como Hugo Gloss (uma brincadeira
com o nome do estilista alemão Hugo Boss), ele chamou atenção com tiradas
engraçadas no Twitter, há cerca de dez anos. Acabou contratado como redator do
programa Caldeirão do Huck, da Rede Globo, emprego no qual passou seis
anos, enquanto se consolidava como o influenciador digital — pessoa que dita
tendências de consumo e comportamento na web — mais badalado pelas
celebridades. Hoje, Hugo Gloss produz um site com notas sobre famosos e tem
mais de 20 milhões de fãs, somando-se todas as redes sociais, nas quais a atração
principal, com frequência, é ele próprio, em viagens, festas e cenas de
bastidores ao lado de nomes que vão de Ivete Sangalo a Katy Perry.
Quanto
custa um post no seu Instagram? A partir de 35 000 reais. Tem todo tipo de
proposta: gente que quer se promover, sex shop, saco de lixo. Trabalho, no
entanto, para que meu site seja mais forte que qualquer rede social. Quem
depende do Instagram ou do Facebook está à mercê dos algoritmos, que fazem com
que os posts apareçam para um número restrito de pessoas que seguem você.
Seguidor não é sinônimo de dinheiro.
Nem
milhões de seguidores? A internet não é a vida real, é uma edição da realidade, filtrada como
cada um bem entende. Não é à toa que o Stories (recurso do Instagram no qual
vídeos e fotos publicados desaparecem depois de 24 horas) tem esse nome,
porque ali você é autor da própria narrativa, que pode tanto ser fiel como
ficcional. Há agências que contratam posts para eu inserir no Stories e exigem
aprovação prévia. Isso significa que, ao contrário do que parece, os vídeos não
são necessariamente do momento. É preciso entender que existe um abismo entre
conquistar muitos seguidores e conseguir viver apenas do seu trabalho nas
redes. Desde 2008, quando comecei no Twitter, eu tinha números altos, mas só
pude sair do emprego na Globo e me dedicar exclusivamente a ser Hugo Gloss oito
anos depois. Vale ainda dizer que muita gente compra seguidores e curtidas das
tais fazendas de perfis falsos.
Como isso
funciona? Existem
empresas cujo negócio é criar e administrar perfis falsos, para vender
curtidas, fazer algo parecer muito maior, seja de um político, seja de um
artista. Nunca comprei nem me envolvi, mas sei que são adquiridos aos milhares.
Há cantores que inflam números de curtidas e visualizações no YouTube utilizando
esse recurso. As pessoas acham que a música está estourada, ficam curiosas, e
aquilo acaba eventualmente decolando de fato.
“Tem
gente que viaja por dois dias ao exterior, tira fotos com roupas diferentes
para que os seguidores achem que ficou mais tempo. Ou se hospeda por um dia no
Hotel Fasano e faz o mesmo”
Que
outros truques são usados nas redes? É muito comum gente que viaja por dois dias ao
exterior, tira fotos com roupas diferentes para montar um arquivo e os
seguidores acham que a pessoa ficou muito mais tempo fora. Ou se hospeda por um
dia no Hotel Fasano do Rio e faz a mesma coisa. Tem gente que se hospeda, chama
um amigo e posa com sungas e biquínis variados para parecer habitué.
No seu
site você não fala de outros influenciadores. Por quê? Porque prefiro falar dos famosos
de verdade. O Brasil é gigante, e virar uma pessoa famosa requer passar pela
televisão ou pelo rádio, que chegam a áreas do país onde ainda não há internet.
Influenciador, então, não é celebridade. Por outro lado, a maioria dos atores e
atrizes não sabe ser influenciadora, fica presa ao arquétipo do galã ou da
mocinha, e isso não cola.
MATÉRIA COMPLETAem VEJA de 15 de agosto de 2018, edição
nº 2595
Qualquer empresa, esteja onde estiver, se atuar em
território brasileiro tem que cumprir as nossas leis e obedecer aos nossos poderes
instituídos
A
emergência da internet e a essencialidade que adquiriu num curtíssimo período de pouco mais de década para um
amplo conjunto de práticas sociais e econômicas cotidianas têm suscitado
enormes desafios políticos e jurídicos no exame de situações que, em outros
contextos, pareceriam de relativamente simples solução consuetudinária. Polêmicas
como as suscitadas pelo Uber ou pelo WhatsApp são bons exemplos. Legisladores e juízes se desdobram buscando produzir ou
aplicar leis a situações que, não raro, podem parecer inusitadas.
Em 16 de
dezembro último, a juíza Sandra Marques, de São Bernardo, São Paulo,decretou
a suspensão, por 48 horas, dos serviços do WhatsApp.Um dia depois, a ordem foi
revogada pelo desembargador Xavier de Souza, da Justiça paulista. A
juíza alegou que tomara a decisão porque a empresa
controladora do WhatsApp, a Facebook Inc., com endereço e CNPJ no Brasil, ignorou
solenemente a ordem judicial de fornecer ao Ministério Público alguns dados
sobre uma investigação criminal. Já o desembargador considerou a decisão “desproporcional”
por atingir milhões de pessoas, sendo recomendável, antes, aplicar à
empresa multas crescentes.
Claro, o
tema provocou muitos debates, não faltando especialistas em leis para
advogar, com base nessas leis, tanto a favor quanto contra a decisão da
juíza. Talvez tenha faltado o debate político,
antecedente ao jurídico.WhatsApp e Facebook são useiros e vezeiros
em ignorar decisões judiciais em outros países que não os Estados Unidos, não sendo a primeira vez que afrontam a Justiça brasileira —
fato que o desembargador Souza já deveria saber.
Alegam
que suas leis são as do Estado da Califórnia. Ora, nenhuma empresa pode
desrespeitar ou não fazer caso da soberania de qualquer Estado, muito
menos a do nosso Estado brasileiro. Qualquer empresa, esteja onde estiver,
se atuar em território brasileiro tem que cumprir as nossas leis e obedecer aos
nossos poderes instituídos. Isto, inclusive, está claro no Marco Civil da
Internet: as leis que valem são as nossas. Só por isso, atitudes como
as do Facebook e do WhatsApp já
deveriam causar revolta a qualquer brasileiro, não lhes merecendo nenhuma
solidariedade.
WhatsApp
não é internet, Facebook muito menos. São plataformas, entre outras, disponíveis na
internet. Dizer que a suspensão do WhatsApp derrubou a
comunicação das pessoas seria similar a argumentar que uma manifestação de rua
impede o direito de ir e vir. Num caso e noutro, num Estado Democrático
de Direito, desculpem-se os transtornos, mas se busquem caminhos
alternativos... Aliás, no caso do WhatsApp, como sabido, milhões de brasileiros
logo encontraram outros caminhos.
Qualquer
Estado, nos termos da sua legislação e dos poderes de suas instituições,pode suspender o
funcionamento de alguma indústria ou serviço, caso estejam infringindo as leis.
Restaurantes podem ser fechados, bancos podem
sofrer intervenção federal, universidades podem ser descredenciadas e fechadas...
Por que o WhatsApp não pode? Se, porém, entendermos que a
suspensão do WhatsApp poderia causar um transtorno social com dimensões
similares à interrupção dos serviços, digamos,
de uma empresa fornecedora de energia elétrica, então estaríamos lhe
atribuindo a importância de um “serviço essencial”. Neste caso, precisaria ser declarado “serviço público” e
submetido à legislação pertinente... Se não é o caso, o WhatsApp pode
ser paralisado por algumas horas, a bem da Justiça, tanto quanto, por
exemplo, pode ser fechado um supermercado pego vendendo produtos com validade
vencida. O consumidor que busque alternativa.
Empresas
que prestam serviços suportados na internet, assim como também as
pessoas que usam a internet, não estão acima das leis, ou sob alguma proteção
legal especial. Não existem “direitos digitais”. Por acaso
existiram outrora “direitos analógicos”? Existem direitos humanos,
independentemente de tecnologias. Nesse sentido, nenhum direito —
expressão, ir e vir, saúde, moradia, privacidade, qualquer outro — foi
infringido pela decisão de uma Juíza brasileira, no cumprimento das suas
atribuições. Se a liberdade de expressão estivesse
dependente do WhatsApp(felizmente não está!), nós nos encontraríamos diante de flagrante caso de monopólio
nas comunicações, vedado pela nossa Constituição.
A base de
um Estado Democrático de Direito é uma justiça eficaz, isto é, que possa ter suas
decisões cumpridas. Facebook e WhatsApp talvez tenham aprendido,
graças ao desembargador Souza, que, no Brasil, decisões da Justiça
não precisam ser cumpridas. Aliás, sabe-se que o Facebook
já deve, ao Estado brasileiro, mais de R$ 12 milhões, em multas. Certamente uma bagatela diante da fortuna de Mark Zuckerberg.
Talvez por isso, ele tenha se esquecido de pagar...
Fonte:
Marcos Dantas é professor da Escola de Comunicação da UFRJ e conselheiro do
Comitê Gestor da Internet no Brasil