Lula
preferiria hoje qualquer outra cidade a Curitiba. Mas que fazer? Foi para lá que o Supremo
encaminhou seus processos, nas mãos do juiz Sérgio Moro
A viagem é de
jatinho, como ele gosta; o que talvez deixe a desejar são o
serviço de bordo e os companheiros de percurso. E, sem dúvida, o destino: o
ex-presidente Lula preferiria hoje qualquer outra cidade a Curitiba. Mas que fazer? Foi
para lá que o Supremo encaminhou seus processos, nas mãos do juiz Sérgio Moro. A opinião de Lula? Em entrevista à
rede árabe de TV
Al Jazeera, criticou
pesadamente a Polícia Federal, a Operação Lava Jato, as delações premiadas.
Referiu-se de novo aos 300 picaretas do
Congresso, frase de 1993 que fez um barulho danado e virou sucesso dos
Paralamas. Boa parte dos 300 o apoiou e ganhou cargos
em seu governo, mas o mundo gira e a Lusitana roda, não é mesmo?
Aliás, presidente Lula, faz frio em Curitiba. Se for para lá, agasalhe-se.
Atrás vem gente
Mas
não pensemos apenas nos grandes nomes: Lula
não está só. Caem também na jurisdição de Moro ex-ministros
como Jaques Wagner, Edinho Silva, Ideli Salvatti, que até o impeachment
respondiam ao Supremo.
O custo
dos problemas
A tensão é alta, o custo
é grande: o
Ministério Público pensa em cobrar de Eduardo Cunha multas de R$ 270 milhões,
fora a devolução de recursos públicos desviados. Assim não há usufrutuário que
aguente.
O nome das coisas
Está
em Romeu e Julieta, de Shakespeare: “A
flor que chamamos rosa, com outro nome teria igual perfume”. Altos executivos do PT, como José Dirceu e João Vaccari Neto,
assessorados por um advogado de primeira linha, Roberto Podval, propõem algo
que chamam de “leniência
partidária”: cada partido envolvido
na Lava Jato faria confissões, delações (como
as permitidas a empresas privadas), pagaria multas, devolveria o que fosse
necessário e, em troca, seus políticos teriam benefícios especiais, como
redução de penas.
“Pensamos nessa
possibilidade e em outras. A ideia é passar uma régua na história do PT,
assumir a culpa e fazer com que isso se reflita nas pessoas físicas”, disse
o advogado Roberto Podval” . Nada de grande acordo, de brechas legais, de
deixar pra lá e prometer não fazer mais; nada dessas coisas que pegariam mal.
Apenas “leniência partidária”. Outro nome; mas, como diria Shakespeare,
com igual perfume.
A culpa? Claro, é dos judeus
O
portal Vermelho, do PCdoB, Partido Comunista do Brasil,
fiel apoiador dos governos petistas,
descobriu os responsáveis pelo afastamento de Dilma Rousseff da presidência da
República: os judeus, naturalmente,
lado a lado com os Estados Unidos. “Israel passou a
controlar, com seus sionistas, três setores-chave do governo golpista: Defesa (Raul Jungmann), Inteligência (Sergio Etchegoyen) e BC (Ilan Goldfajn)”.
Comentário
Do
colunista Ancelmo Gois, do Globo, sobre os delírios do portal do PCdoB: “Parece racismo. E é”.
É ele!Lembra de José Rainha, o líder sem-terra que foi um dos dirigentes do MST, dirige hoje a FNL, Frente Nacional de Luta Campo e Cidade, participou de invasões com depredação à sede do Incra em São Paulo e foi condenado a 31 anos de prisão em 2015, apanhado pela Operação Desfalque da Polícia Federal?
Pois ele está pertinho,
indicando alguém (que pode ser ele mesmo), articulado com Paulinho da Força, da Força Sindical e do partido
Solidariedade, para a Superintendência do Incra em São Paulo, com bom salário e vantagens compatíveis.
Mas há resistências no Incra: a equipe permanente
da instituição convocou eleições para indicar um nome técnico.
Após as
eleições, ao longo da semana, irão encaminhar o resultado à presidência do
Incra. Não há nome indicado até agora: o
importante é que seja profissional. Se for desligado de partidos, melhor. [Temer, nessa o senhor pisou na bola, nos tomates, na coerência.
Colocar a raposa para tomar conta do
galinheiro – lembramos que José Rainha também responde a processo por
homicídio.]
Peçonha
É maldade comparar Dunga
com a presidente afastada Dilma Rousseff. Nenhum dos dois deu certo, mas Dunga saiu mais depressa.
Fonte: Coluna do Carlos
Brickmann - http://www.brickmann.com.br/