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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Entre Dilma e Marina, votamos pelo desastre



Dilma discorda, mas Marina já alertava: não há dilema entre conservação do Meio Ambiente e desenvolvimento 

A memória curta encobre de lama nossos olhos d’água. Quem chora hoje pela morte do Rio Doce, pelo drama de soterrados e desabrigados... quem chora pela imagem dantesca, alaranjada e sólida que fez sumir comunidades inteiras, antes ribeirinhas... talvez tenha esquecido que, num momento, lá atrás, Dilma Rousseff, ministra de Lula nas Minas e Energia e na Casa Civil, ganhou uma briga de foice com Marina Silva, então ministra do Meio Ambiente.

Será que não está claro que optamos contra o verde, contra a proteção ambiental e a favor da autonomia total e falta de fiscalização de mineradoras, ao dar carta branca para um país com a cara da Dilma? Ninguém lembra mais a rixa entre Dilma e Marina? Lula nomeou Marina ministra do Meio Ambiente em 2003. Mas Dilma achava Marina uma xiita ambiental e a acusava de atrasar licenças ambientais para “obras de infraestrutura” e hidrelétricas. Qual era a resposta de Marina, hoje indisputável em face de Mariana?  “A discussão entre conservação do meio ambiente e desenvolvimento para mim é um falso dilema. Ainda que na prática tenha de ser superada, não é possível advogar pelo desenvolvimento sem promover a conservação ambiental. As duas questões fazem parte da mesma equação.” Marina buscava o desenvolvimento sustentável com uma obsessão: preservar a biodiversidade e a vida. Sobre a demissão de Marina em 2008, Lula declarou: “O importante é que tenha alguém isento para tocar o Plano Amazônia Sustentável. A Marina não é isenta”.

Depois de cinco anos como ministra, Marina saiu desgastada. Perdeu a luta histórica contra os transgênicos e contra a usina nuclear de Angra III. Ao pedir demissão, citou a Bíblia: “É melhor um filho vivo no colo de outro”. O filho era a política ambiental. Ela tinha brigado com outra mãe cheia de energia, Dilma.  Na última campanha eleitoral, com Marina na disputa, Dilma passou a discursar sobre meio ambiente. Mandou beijos e acenos para pequenos agricultores, quilombolas, pescadores e indígenas, prometeu quintuplicar os produtores de orgânicos, sem agrotóxicos. Defendeu assentamentos agrários. Hoje, uma grande aliada de Dilma e sua ministra da Agricultura é Kátia Abreu, empresária, pecuarista, porta-voz dos ruralistas.

O vazamento de 62 milhões de metros cúbicos de lama, considerado a pior hecatombe ambiental de nossa história, não deve ser atribuído apenas a Dilma. Mas não chamem de “acidente” o horror que cimenta as águas e o solo e avança por 800 quilômetros até o mar. Em dez anos, cinco barragens se romperam em Minas Gerais. Mas só agora, com o rompimento da barragem da Samarco, controlada pela Vale e pela BHP, anuncia-se a busca de formas alternativas de disposição de rejeitos de mineração.

O que houve foi um crime num país negligente que adotou uma legislação frouxa com empresas como a Vale, que despejam milhões para financiar eleição de parlamentares. As leis são tolerantes, as multas são ridículas e a fiscalização é zero. A omissão dói. A região só foi sobrevoada por Dilma uma semana depois. A atual ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em reunião com procuradores, sem saber o que prometer, disse: “As hidrelétricas estão paradas por questão de segurança, okay? Então isso é passivo, o governo está avaliando etecetera”. “Okay” e “etecetera”? Ninguém mais sabe falar no país?

Acho lindo que todo mundo se una, comovido, para salvar o Rio Doce. Dilma já disse que ficará melhor do que era! Mas não posso me conformar com o descaso oficial. Há 402 barragens de mineração cadastradas no Brasil e o laudo de risco vem assinado pelas próprias empresas. Oi? Na barragem de Mariana, estava “tudo bem”, segundo o laudo. Agora, Exército, caminhões-pipa e helicópteros estão mobilizados. Bombeiros seguem urubus para encontrar corpos. São feitos buracos na lama para liberar cheiro de decomposição.

No DNPM – Departamento Nacional de Proteção Mineral –, só há cinco fiscais especializados em barragens. Cinco. De que adianta acionar “os sistemas de alerta” à população, simular novos rompimentos, instalar câmeras e monitoramento – se o negócio em si não é fiscalizado? O DNPM está “sucateado”, segundo os próprios diretores.

Não vou falar das tartarugas, dos mamíferos, dos golfinhos, dos peixes, dos corais. Não vou falar da recuperação dos olhos-d’água dos rios. E nem das vítimas cujas vidas foram desviadas de seu leito normal. Só vou falar do caráter nacional de leniência e impunidade que propicia “desastres naturais”. Só vou falar de nossa responsabilidade. Vamos tirar a lama que cobre nossos olhos e enxergar as escolhas que fizemos. Para decidir em que Brasil queremos viver.

Fonte: Revista Época - Ruth de Aquino 


 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

E a grana da Petrobras? As formigas comeram!



Dilma não viu com a antecedência desejável um dos piores negócios feitos pela empresa.
Há muitas perguntas sobre o escândalo da Petrobras que suplicam por respostas. A mais óbvia: é possível que Dilma ignorasse o mar de lama capaz de afogar a empresa que ela sempre controlou desde o primeiro governo do presidente Lula?


 APESAR DO SEU POTENCIAL CORROSIVO, É INJUSTO CONSIDERAR A “SAÚVA” O SÍMBOLO DO PT. O símbolo adequado para aquele partido é a HIENA.

Pois antes de suceder José Dirceu na chefia da Casa Civil, Dilma foi ministra das Minas e Energia. Presidiu o Conselho de Administração da Petrobras entre 2003 e 2010. Nada de relevante se faz na Petrobras sem autorização prévia do Conselho.

Ao deixar o Conselho em março de 2010 para concorrer à presidência da República, Dilma comentou que se sentia feliz pelo que fizera. “É um orgulho passar pelo Conselho de Administração da Petrobras, e maior ainda presidi-lo”, disse. “Você tem uma nova visão do Brasil. Vê a riqueza do Brasil”. De fato, ela viu. O que não viu, como diria mais tarde, foi por culpa dos outros. Ela é inocente. Completamente.

Não viu com a antecedência desejável um dos piores negócios feitos pela Petrobras – a compra da refinaria Pasadena, nos Estados Unidos.  Ela pertencia à empresa belga Astra Oil, que a comprara em 2005 por US$ 42,5 milhões. Um ano depois, a Petrobras pagou US$ 360 milhões. E só por 50% da refinaria. Três anos depois, pagou mais US$ 639 milhões pelos outros 50%. Demais, não?

Os jornais belgas celebraram a venda da Pasadena à Petrobras como o negócio do século. Para a Astra Oil, é claro.  Dilma alegou no ano passado que se baseara em “informações incompletas” e em um parecer técnico “falho” para aprovar a compra da primeira metade da refinaria. E nós com isso?  O Procurador Geral da República aceitou a alegação e culpou a diretoria da Petrobras pelo mau negócio. O Tribunal de Contas da União (TCU) também livrou a cara de Dilma. Foi Lula quem disse que Dilma era melhor gestora do que ele. Imagine!

No dia 29 de setembro de 2009, segundo a edição mais recente da revista VEJA, Paulo Roberto Costa, então diretor de Abastecimento da Petrobras, informou a Dilma por e-mail que o TCU havia recomendado ao Congresso a paralisação das obras das refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Getúlio Vargas, no Paraná, e de um terminal petrolífero no Espírito Santo.

Esquisito comportamento, o de Paulo Roberto. Por que se dirigiu a Dilma se era subordinado a José Sérgio Gabrielle, presidente da Petrobras? No dia seguinte, Dilma reclamou de público da determinação do TCU de paralisar obras do governo federal: “É impossível a paralisação. Os custos são grandes”. Lula deu-lhe razão.

Quase quatro meses depois, Lula vetou uma decisão do Congresso que suspendia a execução de quatro obras da Petrobras salpicadas de fortes indícios de corrupção apontados pelo TCU. Em momento algum, Lula falou em corrupção. Ao justificar seu veto, preferiu se referir vagamente a “pendências”, informa o jornal O Estado de S. Paulo.
O veto acabou mantido pelo Congresso de folgada e bovina maioria governista. 

 Graças à decisão de Lula, a Petrobras injetou mais de R$ 13 bilhões nas refinarias de Abreu e Lima e Getúlio Vargas, e em complexos petroquímicos do Rio de Janeiro e de Barra do Riacho, no Espírito Santo. As quatro obras foram superfaturadas. A de Abreu e Lima começou custando R$ 2 bilhões. Está por R$ 20 bilhões. Nos governos de Lula e Dilma, a Petrobras virou o maior cliente das empreiteiras cujos donos e principais executivos acabaram presos há 10 dias. Por sinal, Lula viaja pelo mundo à custa das empreiteiras e na condição de lobista delas.

O TCU calcula que a Petrobras nos últimos quatro anos fechou negócios no valor de R$ 70 bilhões. Desse total, cerca de 60% não dependeram de licitação. De nenhuma licitação. A lei permite que a Petrobras proceda assim. Um negócio no Espírito Santo, por exemplo, rendeu à empreiteira Mendes Júnior o adicional de R$ 65 milhões pagos pela Petrobras por causa da saúva-preta, uma espécie de formiga em extinção cuja descoberta teria atrasado a obra em 15 dias.

Fonte: Blog do Noblat – Ricardo Noblat