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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Advogado de Cerveró questiona: por que Graça Foster não foi presa?



Defensor critica justificativa do MP para prisão do ex-diretor da Petrobras. Diz que, se transferência de imóveis foi ilegal, presidente da estatal também o fez
Ao criticar nesta quarta-feira a prisão do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, o advogado Edson Ribeiro afirmou que, se seu cliente foi preso pela transferência de três imóveis a familiares, a presidente da Petrobras, Graça Foster, também deveria ser detida. O defensor classificou como  "totalmente arbitrária e ilegal" a decretação de prisão preventiva de Cerveró, detido na madrugada desta quarta-feira ao desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, na Zona Norte do Rio. 

"Se é verdade que houve essas transferências, e não posso afirmar que seja, essas movimentações são totalmente legítimas e legais. Na época em que ele as fez, não havia nenhuma restrição administrativa ou legal. Tanto que ele e a Graça Foster fizeram", disse Edson Ribeiro. "Se é crime para Nestor, é para Graça. Se o Ministério Público Federal pediu prisão para o Nestor por esse fato, deveria pedir para a Graça. Se não o fez, então está prevaricando".

Em agosto, o jornal O Globo mostrou que Graça Foster doou parte de seus bens precisamente quando a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, se transformou num problema do Palácio do Planalto e virou pauta de CPI.  O advogado disse que deve viajar nesta tarde a Curitiba, para onde o ex-diretor da Petrobras foi levado. No pedido de prisão preventiva, em que alega existirem existem "fortes indícios" de que o ex-diretor continue praticando crimes, o MPF afirma ter identificado transferências de 500.000 reais para a conta de uma filha de Cerveró, além da transferência de três imóveis a familiares "em valores nitidamente subfaturados". A transação caracteriza, no entender da procuradoria, a continuidade da prática de crimes.

Ainda de acordo com o defensor de Cerveró, a quantia envolvida na movimentação financeira corresponde a "dinheiro legal, auferido através de salários e declarado ao Imposto de Renda". "Não existe nenhuma ilegalidade", afirmou o advogado, que disse ter conversado com o ex-diretor logo após a prisão. "Ele estava tranquilo, mas indignado com a situação, porque desde o primeiro dia se colocou à disposição de todas as autoridades e até agora ninguém se interessou em ouvi-lo. Ele nunca fugiu de nada".

Propina – De acordo com a acusação contra Cerveró, aceita pela Justiça em dezembro, o ex-diretor recebeu 15 milhões de dólares, a partir da mediação do lobista Fernando Baiano, para a consolidação de um contrato com a Samsung. Depois de ter embolsado a propina, Cerveró, na condição de diretor da Área Internacional da Petrobras, recomendou à Diretoria Executiva da estatal a contratação da empresa sul-coreana por 586 milhões de dólares.

Em uma segunda etapa, por meio de Fernando Baiano, Cerveró teria recebido mais 25 milhões de dólares para que a Samsung conseguisse um contrato para o fornecimento de outro navio sonda para perfuração de águas profundas ao custo de 616 milhões de dólares. O total de 40 milhões de dólares em vantagens indevidas, que o empresário Julio Camargo afirma ter sido destinado a Fernando Baiano, terminou, segundo apuração do Ministério Público, nas mãos de Cerveró.

Pasadena – O ex-diretor também foi um dos principais responsáveis pela desastrosa aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, um negócio que rendeu prejuízo de 792 milhões de dólares à Petrobras, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU). Na época diretor da Área Internacional da estatal, Cerveró elaborou um parecer favorável ao negócio apresentado ao Conselho de Administração da Petrobras.

Fonte: Estadão Conteúdo

Cerveró, tudo indica, tem muitas explicações a dar. Mas Dilma também.



Cerveró é preso no Rio ao desembarcar de um voo vindo de Londres; MP o acusa de cometer novos crimes.

Ou: O que Dilma nunca explicou sobre este senhor

Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras e um dos principais investigados na Operação Lava Jato, foi preso no começo da madrugada desta quarta, pouco depois da 0h30, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, ao desembarcar de um voo vindo de Londres — segundo outros passageiros, ele estava na primeira classe. Sabem como éNinguém é de ferro. A operação foi realizada pela Polícia Federal, cumprindo ordem de prisão preventiva expedida pela Justiça. Em nota, o Ministério Público afirma haver “indícios de que o ex-diretor continua a praticar crimes”.
O MP informa ainda que, nesta terça, realizaram-se mandados de busca e apreensão na casa de Cerveró e de parentes. Atenção! Essa operação foi motivada, diz a nota, por “seu envolvimento em novos fatos ilícitos relacionados aos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro”. O que se conclui é que os documentos recolhidos nessa ação justificaram o pedido e o mandado de prisão preventiva. Para o Ministério Público, “a custódia cautelar é necessária, também, para resguardar as ordens pública e econômica, diante da dimensão dos crimes e de sua continuidade até o presente momento, o que tem amparo em circunstâncias e provas concretas do caso”.
Com base em informações fornecidas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), o MP constatou que, tão logo a Justiça acatou a denúncia contra Cerveró, o ex-diretor tentou transferir R$ 500 mil para a conta de sua filha 20% da uma aplicação financeira —, a quem doou, recentemente, três apartamentos. Comprados por R$ 560 mil, o MP garante que eles valem pelo menos R$ 7 milhões.
Cerveró era um peixão da Operação Lava Jato que estava fora da cadeia. O MP o acusa de ter recebido US$ 40 milhões de propina em 2006 e 2007 ao intermediar a contratação de navios-sonda da Petrobras. Ele é ainda protagonista, como se sabe, de outro caso rumoroso, que não está sendo investigado nessa operação: a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, que, segundo o TCU, rendeu à estatal brasileira um prejuízo de US$ 792 milhões. Quando estava tentando se livrar do abacaxi, a presidente Dilma Rousseff disse que Cerveró fez um memorial omisso sobre a aquisição, ocultando a cláusula que impunha à empresa brasileira a compra da outra metade da refinaria americana.
Muito bem! Cerveró deixou a área Internacional da Petrobras em 2008. O que Dilma nunca explicou é por que ela própria o reconduziu a uma subsidiária da empresa: no dia 16 de junho de 2011, ele foi nomeado diretor financeiro da poderosa BR Distribuidora, de onde só foi demitido no dia 21 de março do ano passado, quando o caso Pasadena já estava fervendo.
Cerveró, tudo indica, tem muitas explicações a dar. Mas Dilma também.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo – Veja OnLine

Cerverá, agora atrás das grades é candidato aà delação premiada e contar o que sabe sobre participação da Dilma na rombo Pasadena x Petrobras

Atrás das grades, Cerveró poderá contar o que sabe sobre a roubalheira na Petrobras 

Acautelai-vos, suspeitos e culpados, descobertos ou ainda no anonimato, ligados direta ou indiretamente ao escândalo do petrolão, filho legítimo do escândalo pai dos demais escândalos, o do mensalão.

Foi preso no início da madrugada de hoje, ao desembarcar de Londres no aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras. Cerveró voltou ao Brasil para depor na próxima quinta-feira. Deve ter imaginado que seria vapt vupt. Uma vez ouvido pelo juiz Sérgio Moro, que comanda a Operação Lava-Jato, retornaria a Londres.

Ledo engano. Caiu numa armadilha. De fato, será ouvido pelo juiz em Curitiba. Mas nem tão cedo se reconciliará com a liberdade. Deverá ficar preso por um longo tempo.
Foi a presidente Dilma Rousseff que catapultou Cerveró para o estrelato ao dizer, a propósito da refinaria Pasadena, nos Estados Unidos, que avalizara sua compra pela Petrobras com base num parecer técnico “falho”.

Quem foi o autor do parecer? Cerveró. Na época, Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Nada se fazia na empresa sem o conhecimento dela. Em 2006, a Petrobras pagou ao grupo belga Astra Oil 360 milhões de dólares por 50% da refinaria Pasadena. Dois anos depois, comprou os outros 50%. Ao todo, Pasadena acabou custando 1,18 bilhão de dólares à Petrobras, mais de 27 vezes o que a Astra originalmente desembolsou por ela. “O negócio do século”, segundo jornais belgas.

Cerveró ameaçou contar a verdade sobre o negócio. Então houve um acerto às escondidas entre ele e emissários do governo. A CPI sob controle do governo aliviou para cima dele. Interrogado mais de uma  vez, Cerveró beneficiou-se com o conhecimento prévio do que lhe seria perguntado. Parecia ter ficado à margem do barulho da Operação Lava-Jato. Até esta madrugada.

Só o juiz Moro sabe o que já foi apurado contra Cerveró. Caso se sinta a perigo, Cerveró poderá negociar a delação premiada. Seria o fim do mundo para os que roubaram ou deixaram roubar na Petrobras.

Fonte: Blog do Noblat - Ricardo Noblat 
 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

E a grana da Petrobras? As formigas comeram!



Dilma não viu com a antecedência desejável um dos piores negócios feitos pela empresa.
Há muitas perguntas sobre o escândalo da Petrobras que suplicam por respostas. A mais óbvia: é possível que Dilma ignorasse o mar de lama capaz de afogar a empresa que ela sempre controlou desde o primeiro governo do presidente Lula?


 APESAR DO SEU POTENCIAL CORROSIVO, É INJUSTO CONSIDERAR A “SAÚVA” O SÍMBOLO DO PT. O símbolo adequado para aquele partido é a HIENA.

Pois antes de suceder José Dirceu na chefia da Casa Civil, Dilma foi ministra das Minas e Energia. Presidiu o Conselho de Administração da Petrobras entre 2003 e 2010. Nada de relevante se faz na Petrobras sem autorização prévia do Conselho.

Ao deixar o Conselho em março de 2010 para concorrer à presidência da República, Dilma comentou que se sentia feliz pelo que fizera. “É um orgulho passar pelo Conselho de Administração da Petrobras, e maior ainda presidi-lo”, disse. “Você tem uma nova visão do Brasil. Vê a riqueza do Brasil”. De fato, ela viu. O que não viu, como diria mais tarde, foi por culpa dos outros. Ela é inocente. Completamente.

Não viu com a antecedência desejável um dos piores negócios feitos pela Petrobras – a compra da refinaria Pasadena, nos Estados Unidos.  Ela pertencia à empresa belga Astra Oil, que a comprara em 2005 por US$ 42,5 milhões. Um ano depois, a Petrobras pagou US$ 360 milhões. E só por 50% da refinaria. Três anos depois, pagou mais US$ 639 milhões pelos outros 50%. Demais, não?

Os jornais belgas celebraram a venda da Pasadena à Petrobras como o negócio do século. Para a Astra Oil, é claro.  Dilma alegou no ano passado que se baseara em “informações incompletas” e em um parecer técnico “falho” para aprovar a compra da primeira metade da refinaria. E nós com isso?  O Procurador Geral da República aceitou a alegação e culpou a diretoria da Petrobras pelo mau negócio. O Tribunal de Contas da União (TCU) também livrou a cara de Dilma. Foi Lula quem disse que Dilma era melhor gestora do que ele. Imagine!

No dia 29 de setembro de 2009, segundo a edição mais recente da revista VEJA, Paulo Roberto Costa, então diretor de Abastecimento da Petrobras, informou a Dilma por e-mail que o TCU havia recomendado ao Congresso a paralisação das obras das refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Getúlio Vargas, no Paraná, e de um terminal petrolífero no Espírito Santo.

Esquisito comportamento, o de Paulo Roberto. Por que se dirigiu a Dilma se era subordinado a José Sérgio Gabrielle, presidente da Petrobras? No dia seguinte, Dilma reclamou de público da determinação do TCU de paralisar obras do governo federal: “É impossível a paralisação. Os custos são grandes”. Lula deu-lhe razão.

Quase quatro meses depois, Lula vetou uma decisão do Congresso que suspendia a execução de quatro obras da Petrobras salpicadas de fortes indícios de corrupção apontados pelo TCU. Em momento algum, Lula falou em corrupção. Ao justificar seu veto, preferiu se referir vagamente a “pendências”, informa o jornal O Estado de S. Paulo.
O veto acabou mantido pelo Congresso de folgada e bovina maioria governista. 

 Graças à decisão de Lula, a Petrobras injetou mais de R$ 13 bilhões nas refinarias de Abreu e Lima e Getúlio Vargas, e em complexos petroquímicos do Rio de Janeiro e de Barra do Riacho, no Espírito Santo. As quatro obras foram superfaturadas. A de Abreu e Lima começou custando R$ 2 bilhões. Está por R$ 20 bilhões. Nos governos de Lula e Dilma, a Petrobras virou o maior cliente das empreiteiras cujos donos e principais executivos acabaram presos há 10 dias. Por sinal, Lula viaja pelo mundo à custa das empreiteiras e na condição de lobista delas.

O TCU calcula que a Petrobras nos últimos quatro anos fechou negócios no valor de R$ 70 bilhões. Desse total, cerca de 60% não dependeram de licitação. De nenhuma licitação. A lei permite que a Petrobras proceda assim. Um negócio no Espírito Santo, por exemplo, rendeu à empreiteira Mendes Júnior o adicional de R$ 65 milhões pagos pela Petrobras por causa da saúva-preta, uma espécie de formiga em extinção cuja descoberta teria atrasado a obra em 15 dias.

Fonte: Blog do Noblat – Ricardo Noblat

domingo, 9 de novembro de 2014

Justiça Americana investiga PETROLÃO - PT



Departamento de Justiça dos EUA abre investigação criminal sobre caso Petrobras, diz “FT”
Segundo o jornal britânico, a estatal ou seus representantes podem estar envolvidos em pagamentos de propinas a estrangeiros

O Departamento de Justiça dos EUA abriu uma investigação criminal contra Petrobras para saber se houve pagamento de propina para a empresa, ou algum de seus funcionários, nas operações americanas da estatal brasileira, segundo o jornal britânico “Financial Times”. Essa investigação ocorre de forma paralela a uma segunda, feita ela pela Securities and Exchange Commission (SEC, o órgão regulador do mercado americano). A Petrobras tem recibos de ações, os chamados ADRs, negociados na Bolsa de Valores de Nova York. 

 Refinaria Pasadena, da Petrobras, nos EUA, foi o estopim para a crise na estatal - Agência O Globo
A investigação do Departamento de Justiça busca descobrir se a Lei de Práticas Corruptas Estrangeiras, que proíbe o pagamento de propina para estrangeiros para obter vantagens em negócios, foi violada. A investigação procura comprovar se alguma empresa registrada nos EUA ou indivíduo pagou propina para funcionário ou representante da Petrobras para ter privilégios comerciais.

A reportagem, porém, não dá detalhes sobre as suspeitas do Departamento de Justiça americano, nem afirma quais seriam os negócios da Petrobras sob investigação no país. No início deste ano, a refinaria de Pasadena, no estado americano do Texas, se tornou alvo de investigação em função de suspeitas de superfaturamento e evasão de divisas. 

O “FT” ainda menciona as últimas investigações, realizadas pela Justiça brasileira, sobre um dos “maiores escândalos de corrupção da história do país”, ressaltando que muitos dos problemas aconteceram durante o governo da presidente Dilma Rousseff. A coluna Lex, um das mais relevantes do jornalismo financeiro, cita a Operação Lava-Jato no Brasil.

Segundo o jornal, o Departamento de Justiça americano e a SEC preferiram não comentar o caso. Já a Petrobras não apresentou uma posição sobre o tema. No ano passado, a Justiça americana e a SEC denunciaram mais de 20 empresas e representantes que desrespeitaram a Leia de Práticas Corruptas Estrangeiras no país. Em um dos casos, o Departamento de Justiça apresentou uma denúncia contra depositários que negociaram propinas com representantes do Bandes, bando estatal venezuelano.

O Globo