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domingo, 25 de julho de 2021

Uma grande mentira - Gazeta do Povo

Luís Ernesto Lacombe

O Estado... Você acredita nele? 
Acha mesmo que ele pode ser seu tutor, seu “pai”, o “pai de todos”? Quantas promessas de salvação, de proteção e segurança você tem aceitado? 
Quanto da sua liberdade lhe retiraram, mas para “o seu bem”? 
Esse Estado fomentador de crescimento e desenvolvimento, onde e quando ele deu certo? 
É incapaz de criar riquezas, mal serve para distribuir as riquezas que, apesar de todo seu peso, ainda são criadas. Tem uma obesidade trilionária, que a Lei de Diretrizes Orçamentárias expõe por completo, quase de forma obscena.

O nome todo é Fundo Especial de Financiamento de Campanhas, mas pode chamar de Fundo Eleitoral. Querem R$ 5,7 bilhões para isso no ano que vem, um aumento de quase três vezes em relação a 2020. [que podem facilmente chegar aos DEZ BILHÕES - confira.] 

[Enquanto o 'fundão' cresce, os inimigos da TRANSPARÊNCIA ELEITORAL são contra o 'voto impresso' alegando que custa caro = menos de 20% do fundão.]  E nem falamos do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, ou simplesmente Fundo Partidário, de R$ 1 bilhão, pago todo ano, não falamos do acesso gratuito ou subsidiado à mídia para partidos políticos... Eles não vivem sem o dinheiro dos outros, sem nosso dinheiro. Por que não fazem rifas, organizam eventos pagos, cobram taxas maiores de seus filiados?

Não tenho notícia de nenhum país que gaste tanto dinheiro público com campanhas eleitorais. 
O Tribunal Superior Eleitoral também leva uma bolada, mesmo num ano em que não há eleições. 
O Judiciário, de um modo geral, custa caro, muito caro. 
Está lá, na LDO, este poder, que insiste em atropelar os outros dois, Executivo e Legislativo, vai nos custar no ano que vem R$ 44,2 bilhões. Sim, os atropelos à Constituição Federal, fatiamento de processo de impeachment, inquéritos esdrúxulos, censura a veículos de comunicação, a contas em redes sociais, prisão de jornalista, prisão de deputado federal, cerceamento ao direito de ir e vir, ao trabalho, tudo isso, de alguma forma, é o nosso dinheiro que financia.
 
E o Congresso Nacional? 
Precisamos mesmo de 513 deputados, 81 senadores? 
Não dá para diminuir esses números? 
E nossos parlamentares precisariam de tantos servidores à sua volta, um total de funcionários maior do que a população da maioria das cidades brasileiras? 
Nosso Legislativo também é gastador... Vai nos levar, em 2022, R$ 12,8 bilhões. E ainda tem as emendas parlamentares, o dinheiro carimbado, gastos obrigatórios, tudo o que dificulta a melhoria da gestão. Fazer mais e melhor, gastando menos, é coisa de empresa privada, de capitalista selvagem... Viva o Estado!

Gostaria muito de evitar ironias e de vender todas as estatais, bancos públicos e Petrobras incluídos. Quem gosta de Estado poderia se contentar com o fim da imunidade tributária dessas empresas. Privatizadas, teriam, todas elas, de passar a pagar impostos... O processo tem sido lento, mas, pelo menos, o ingresso de servidores no governo federal tem caído de forma acentuada. Em 2014, a estocadora de vento contratou 40.717 pessoas. No segundo ano de Bolsonaro na presidência, o número de contratações caiu para 6.713. Para evitar o retrocesso, faça o seguinte: elimine nas urnas os adoradores do Estado. Eles defendem uma grande mentira.

Luís Ernesto  Lacombe, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 30 de maio de 2020

E daí? Merval Pereira

O Globo

Bolsonaro humilha Aras

O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, não consegue nem mesmo entrar no elevador cheio na sede de Brasília da instituição que preside, tamanho o desconforto que está provocando entre seus pares.
A proximidade excessiva, quase obscena, com o presidente Bolsonaro, a quem cabe a Aras julgar no caso da interferência na Polícia Federal, traz o descrédito ao corpo de Procuradores. Não é por acaso que surgiu o abaixo assinado, com assinaturas de mais da metade dos componentes do Ministério Público, para tornar lei a praxe de o presidente da República ter que escolher de uma lista tríplice o ocupante do cargo.
["CRIMES" do procurador-geral Augusto Aras:
1) ter sido nomeado procurador-geral sem estar na lista tríplice do sindicato dos procuradores - o presidente Bolsonaro deu àquela lista o valor que devido: NENHUM;
2) agir com isenção nos processos contra o presidente da República - os autores do processo - inimigos de Bolsonaro = inimigos do Brasil e cidadãos buscando fama, queriam que o procurador-geral para demonstrar isenção atuasse contra o Presidente da República Federativa do Brasil, JAIR BOLSONARO.
O procurador-geral não aceita e agora sempre que pode é execrado.]


Aras colocou-se à margem da corporação, não participando da disputa, atitude que agradou a Bolsonaro. Mesmo assim, a revolta interna o atinge, a ponto de ter havido uma reação branca dos procuradores, que se recusaram a ajudá-lo a escrever a manifestação da PGR contra o inquérito das fake news. Em Brasília, já há quem o chame de Procurador-Geral do Bolsonaro. Ou quem diga que o governo tem hoje três pessoas exercendo o cargo de Advogado-Geral da União: o próprio, José Levy, o atual ministro da Justiça e Segurança Pública André Mendonça, e o Procurador-Geral da República Augusto Aras.

Os dois últimos, por sinal, disputando vagas no Supremo Tribunal Federal, a cenoura que Bolsonaro lhes acena para conseguir que assumam tarefas incompatíveis com os cargos que ocupam. Por isso, há no Congresso uma movimentação para aprovar uma lei que impediria que o Procurador-Geral da República fosse reconduzido ao cargo, e também exigiria uma quarentena para que pudesse assumir cargo no governo depois de terminar seu mandato. Mendonça, por exemplo, não seria o mais indicado para assinar a petição do habeas-corpus para o ministro da Educação Abraham Weintraub no Supremo Tribunal Federal. Seria tarefa de José Levy, mas Bolsonaro queria que o ato tivesse uma demonstração política de repudio à convocação de seu ministro e de todos os que foram alvo da ação da Polícia Federal na quarta-feira. É esse tipo de solidariedade política que Bolsonaro exigia, e nunca obteve, de Sérgio Moro.

Aliás, esse governo é tão disfuncional que, na fatídica reunião ministerial, Bolsonaro estranhou que ministros fossem elogiados enquanto ele recebia críticas da imprensa. Criou-se até uma campanha nas mídias sociais estimulando elogios ao ministro da Educação Abraham Weintraub, para que fosse demitido por ciúmes de Bolsonaro. O humor tem sua razão de ser, mas, de repente, Weintraub, que estava sob críticas de alas do Planalto que o consideram, além de incompetente, um gerador de atritos com a sociedade, passou a ser um símbolo dos extremistas após ter dito na reunião que colocaria “os vagabundos do Supremo” na cadeia.

Temeu ser preso, exigiu uma proteção oficial, gerando o tal habeas-corpus. Chamado a depor, ficou em silêncio, numa atitude de protesto, embora legal. Ganhou alguns meses de vida. Ontem, foi condecorado pelo presidente Bolsonaro com a Ordem do Mérito Naval, ao lado do Procurador-Geral da República (do Bolsonaro?) Augusto Aras. A desenvoltura com que o presidente utiliza-se dos instrumentos institucionais para fazer política é surpreendente. Usa condecorações oficiais para mandar recados, vai a posse de procuradores sem ser convidado para elogiá-los numa tentativa de constrangê-los, coloca Augusto Aras oficialmente numa lista de nomes para o Supremo Tribunal Federal, humilhando-o publicamente. Distribui cargos a rodo para o Centrão, sem o menor pudor.

Talvez esteja indo com muita sede ao pote, temendo que os inquéritos em andamento o peguem desprevenido no meio do caminho. Tal qual o governador do Rio, Wilson Witzel, seu antigo amigo e hoje inimigo figadal, Bolsonaro e seus filhos foram apanhados muito cedo pela Justiça. Como Michel Temer, terá que dedicar o resto do mandato a salvar a sua pele e a dos seus. E daí?

Merval Pereira, jornalista - O Globo