Neste sábado, a lista incluiu 599 pessoas dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha, todos países aliados a Israel na guerra contra o Hamas
No momento, 34 brasileiros aguardam a autorização para deixar a Faixa de Gaza. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, informou, nesta sexta-feira, que seu par de Israel, Eli Cohen, garantiu a ele que os brasileiros poderão cruzar a passagem de Rafah até a próxima quarta-feira. "O ministro Mauro Vieira falou hoje novamente ao telefone com o ministro de Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen. Vieira reiterou as gestões pela liberação da passagem dos brasileiros retidos em Gaza, para que possam ser imediatamente repatriados, via Egito", informou o Itamaraty, também pelas redes sociais.
Essa foi a terceira conversa entre os ministros nas últimas semanas, e a primeira desde a abertura da fronteira de Rafah, que ocorreu na última quarta-feira. Ontem, Vieira havia falado com o chanceler egípcio, Sameh Shoukry, também na tentativa de agilizar a liberação de brasileiros pela fronteira do país. Na sexta, o ministro brasileiro também conversou com seus colegas de pasta do Reino Unido e do Irã.
Ao GLOBO, o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, negou que haja razões políticas para o fato de os brasileiros terem sido excluídos das primeiras listas de estrangeiros sendo liberados de Gaza. Os critérios para definir a inclusão de cidadãos não são claros. Egito, EUA, Catar e Israel são os responsáveis pelas tratativas para a liberação. — Interpretar isso [a não inclusão de brasileiros] como sendo fruto da relação bilateral, ou política, é realmente uma análise incorreta. A lista não tem nada a ver com a relação bilateral do países. Na primeira lista, por exemplo, onde não constava os EUA, constava a Indonésia, que não reconhece Israel — afirma Meyer.
Por que o Brasil ainda não conseguiu entrar na lista é uma pergunta que fontes do governo e diplomáticas não sabem responder. Algumas especulações têm crescido no âmbito político, diplomático e acadêmico, entre elas a de uma retaliação ao governo brasileiro por suas posições em votações no Conselho de Segurança da ONU, que foi presidido pelo Brasil no mês de outubro.
Outras versões indicam que declarações do presidente Lula sobre o conflito teriam causado mal no governo de Benjamin Netanyahu. Mas ninguém tem uma explicação clara para a exclusão, até agora, dos brasileiros. O Itamaraty continua em negociações frenéticas, e apostando em conseguir a saída do grupo, dividido entre as cidades de Rafah, onde está a passagem para o Egito, e Khan Younes.
Mais recente Próxima Hamas inclui combatentes em listas de partida, atrasando esforços para retirada de estrangeiros de Gaza, diz NYT
Mundo - O Globo