Prefeitura de SP corta em 35% verba prevista para a Parada Gay
A Prefeitura de São Paulo cortou em 35% a previsão de verbas para a
Parada Gay neste ano. O valor investido na edição de 2015 do evento será
de R$ 1,3 milhão, contra R$ 2 milhões reservados no ano passado. Para
reduzir os gastos, a administração municipal deixou de financiar a feira
cultural LGBT, que ocorre dias antes da Parada, e o camarote vip da
Prefeitura.
A Parada Gay será realizada na Avenida Paulista,
região central de São Paulo, no próximo dia 7. O corte de recursos está
ligado às restrições orçamentárias do governo municipal. Mas segundo a
Secretaria Municipal de Direitos Humanos, parceira da Associação da
Parada do Orgulho LGBT na organização do evento, toda a estrutura segue
bancada pela Prefeitura, desde a Marcha das Lésbicas, que acontece no
dia anterior, até o show de encerramento.
Na última edição da
Parada, as despesas previstas eram de R$ 2 milhões, mas a Prefeitura
gastou R$ 1,8 milhão. Isso aconteceu porque algumas prestadoras de
serviço tiveram que pagar multas por serviços não realizados no evento,
de acordo com a administração municipal.
A feira cultural será feita no dia 4, no Vale do Anhangabaú, também no
centro, desta vez bancada pelo governo estadual. "A Parada Gay atrai
muitos turistas estrangeiros, o que gera impostos estaduais e federais. A
Prefeitura de São Paulo não vai pagar essa conta sozinha", defende
Alessandro Melchior, coordenador de políticas para LGBT da Secretaria
Municipal de Direitos Humanos. A pasta é parceira da Associação do
Orgulho LGBT na organização da Parada. O valor previsto para a feira era
entre R$ 300 e R$ 400 mil.
Cortes
Já em
relação ao camarote vip, segundo Melchior, a avaliação é de que não
compensava financiar a estrutura, que custou cerca de R$ 500 mil aos
cofres públicos no ano passado. "Com toda a estrutura da Parada, que
reúne milhares de pessoas, gastamos em torno de R$ 900 mil. Não vale a
pena investir quase metade disso em um camarote com 800 pessoas", diz.
No local, eram recebidos convidados da Prefeitura e da associação. "Para
nós, o camarote nunca foi essencial."
A Secretaria de Direitos
Humanos calculou que esse valor economizado com o camarote é suficiente
para manter por quase meio ano o programa Transcidadania, que dá bolsas
para que travestis e transexuais estudem. Também informou que os
recursos para a coordenadoria LGBT da pasta, antes previstos em R$ 8
milhões, caíram cerca de 58% - agora são R$ 3,4 milhões.
Na semana passada, o jornal O Estado de S. Paulo,
mostrou que a Associação da Parada do Orgulho LGBT, como estratégia
para arrecadar mais recursos, venderá pulseiras para um trio elétrico
oficial na edição deste ano do evento. A associação se queixa de queda
de patrocínios, também de empresas federais.