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sábado, 13 de abril de 2019

‘Já falei que não entendia de economia’, disse Bolsonaro após suspender aumento do diesel

Em Macapá (AI), o presidente afirmou ainda que 'os entendidos afundaram o Brasil' 

Presidente questiona aumento de 5,7% no preço do diesel previsto pela Petrobras em relação à inflação projetada em 3,9%

A desculpa é se prevenir de uma nova paralisação dos caminhoneiros.

Após abalo no mercado de ações com a decisão do presidente da República, Jair Bolsonaro, de segurar o aumento de 5,7% previsto pela Petrobras para o preço do diesel, Bolsonaro assumiu não entender de economia. “Não sou economista, já falei que não entendia de economia”, disse. A frase foi dita após almoço em Macapá. Segundo o presidente, o Amapá era o único estado que ele não visitou durante a campanha eleitoral.

[senhor presidente: vamos relembrar: o senhor disse, com sinceridade e coragem que não entendia de economia deixando bem claro que matéria econômica seria da competência do Paulo Guedes - o que e absolutamente normal, nenhum ser humano entende de tudo, se pensa entender está assumindo que não entende de nada; 
se o senhor não entende de economia e começa a dar determinações na área - determinações são mais danosas que palpites - o senhor além de colocar o Brasil em risco (vide o desastre econômico da ex-presidente escarrada Dilma), desmoraliza seus auxiliares e bagunça a economia acabando com a já reduzida credibilidade do Brasil junto aos investidores. 

E para completar o desastre ainda deixa claro que a medida foi para atender aos caminhoneiros - desmoralizou de vez.
Senhor presidente, grevista - seja patrão ou empregado, lock-out ou greve, se combate, não se cede ao que pedem. Cedeu uma vez, terá que ceder todas.
O Brasil já é refém de várias categorias de 'trabalhadores', apenas um exemplo: os rodoviários dos transportes urbanos - prefiro chamá-los de baderneiros -  colocam de 'quatro' a administração de qualquer cidade do Brasil. Brasília, para ficar só em em um exemplo, rodoviários antes de dizer que estão pensando em aumento,  fazem uma paralisação relâmpago, ferram com a vida de milhares de pessoas e então impõe as condições.

O governo tenta cantar de galo, a Justiça manda que eles voltem ao trabalho ou mantenham 70% da frota funcionando, eles param total, o governo se ajoelha e cede - as multas aplicadas pela Justiça não são pagas (se uma das multas aplicadas fosse cobrada, apenas uma, os sindicatos estariam funcionando debaixo de árvores.
O senhor, com receio  dos caminhoneiros, impede um aumento, bagunça o mercado, desvaloriza a Petrobrás, desmoraliza a diretoria da Estatal e estimula os caminhoneiros  (que sempre trabalham em comum acordo com os donos das transportadores, está mais para lockout do que para greve) a meses depois fazer novas exigências - sempre querendo mais e a intervalos menores.

Para encerrar, sugiro que mande cobrar as multas aplicadas na greve anterior (tudo indica que não foram cobradas e se não anistiadas nem cobradas, tem alguém prevaricando) sem piedade, apure as responsabilidades pela não cobrança e dê um aperto geral nos caminhoneiros [se tiver patrão envolvido, e tem, aplique a lei sobre eles com todo rigor - aumente as exigências para que circulem com os veículos em condições,  jogue duro capitão e eles ficarão de 'quatro'.


Quem não pode ficar de 'quatro' é o governo, especialmente o do Senhor, que é o governo da Redenção, da moralidade - embora esse recuo no aumento do diesel já tenha o valor de ter colocado o primeiro joelho no chão, que como todos sabem é o primeiro movimento para ficar de 'quatro'.
O senhor não entender de economia é normal, natural e tem solução - só bagunça e se o senhor não entendendo decidir que entende e agir de acordo com o que decidiu.]

A medida foi tomada como uma forma de se prevenir uma nova paralisação dos caminhoneiros. Segundo o vice-presidente, Hamilton Mourão, a medida é pontual e não deve voltar a se repetir. 

O mercado não recebeu bem a decisão de Bolsonaro. Hoje (12/4), as ações da Petrobras já tiveram queda de mais de 5%. Às 16h30, a bolsa estava em queda de 2,06%, com 92.802 pontos. O dólar também subiu e atingiu R$ 3,89, com alta de +0,86%. Para economistas do mercado ouvidos pelo Correio, a medida vai contra a ideia de liberalismo econômico que o governo vem trabalhando. 

Contudo, Bolsonaro teria pedido uma explicação ao presidente da Petrobras que justificasse o aumento de 5,7%. Segundo informou o boletim Focus, divulgado toda segunda-feira pelo Banco Central (BC), a inflação para 2019 está projetada em 3,9%.  A meta estabelecida pelo BC para a inflação é 4,5%. Ou seja, ela está abaixo da meta, o que, teoricamente, não deve impulsionar uma alta nos preços. O presidente pretende se reunir com funcionários da estatal para discutir sobre a política de preços. 

Bolsonaro também afirmou que procura entender melhor como é feita a política de preços na Petrobras. Segundo ele, dúvidas sobre o custo e o refinamento do produto ainda persistem em sua cabeça. “Onde é que nós refinamos, a que preço, a que custo, eu quero o custo final”, disse, após almoço no Macapá.

Além disso, o mercado vem se decepcionando desde o início do governo. O resultado do Produto Interno Bruto para o final do ano já foi projetado para baixo mais de cinco vezes e a confiança nos empresário vem diminuindo. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) publicou pesquisa que mostrou queda de 2,7 pontos percentuais no indicador de otimismo dos empresários. Este patamar deste indicador é o menor desde outubro. Além disso, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) também apresentou índice que mede confiança de empresários em queda, ao atingir o patamar de 61,9 pontos, em uma escala de 0 a 100.

 Correio Braziliense


terça-feira, 17 de julho de 2018

Com impacto da paralisação dos caminhoneiros, economia encolhe 3,34% em maio, aponta Banco Central

Expectativa de analistas era de queda de 3,45% 

Após expansão em abril, a economia brasileira teve recuo no mês de maio de 2018, segundo dados do Banco Central.  O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 3,34% em maio, na comparação com o mês anterior, divulgou o Banco Central nesta segunda-feira (16).
A expectativa em pesquisa da Reuters era de uma queda de 3,45% para o mês, marcado pela paralisação dos caminhoneiros, conforme projeções de especialistas consultados.

Na comparação com maio de 2017, o IBC-Br recuou 2,90%, e no acumulado em 12 meses registrou alta de 1,13%, de acordo com o BC, nos dois casos em dados observados.  Os impactos da paralisação dos caminhoneiros já foram sentidos em diversos setores da atividade e ajudaram a derrubar ainda mais as previsões de crescimento do PIB neste ano, inclusive dentro do governo.

Em maio, a produção industrial despencou 10,9%, ritmo mais forte de contração em quase uma década e desde a crise financeira mundial, enquanto que as vendas no varejo tiveram a primeira contração no ano e o volume de serviços a maior queda em sete anos.
Pesquisa Focus do BC divulgada nesta segunda (16) mostrou que a projeção de crescimento do PIB em 2018 agora é de 1,5%, metade dos 3% indicados há alguns meses.

O Ministério da Fazenda, que também chegou a falar em crescimento de 3% neste ano, agora calcula expansão de 1,6%, mesmo cenário do Banco Central.  O IBC-Br incorpora projeções para a produção nos setores de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.

Folha de S. Paulo



 

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Crise mostra disputa de poder entre ministros do núcleo duro do Planalto



À frente do comitê de emergência, Eliseu Padilha retira holofotes de Moreira Franco

A crise deflagrada pela paralisação dos caminhoneiros evidenciou uma antiga disputa de poder no núcleo duro do presidente Michel Temer. Encarregado de pilotar a reação do Planalto ao levante dos caminhoneiros, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, deixou de fora das negociações o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, que não foi convocado para integrar o comitê de crise. 

Contrariado, Moreira aproveitou a viagem de Temer ao Rio, na quinta-feira, dia em que a crise atingiu o ponto mais agudo, para retornar ao estado. O ministro, um dos mais presentes em todas as atividades do Planalto, só voltou a aparecer em Brasília na tarde de segunda-feira, durante a posse do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Ronaldo Fonseca.  — O Padilha não convocou o Moreira. Há uma guerra entre os dois desde o começo do governo, quando o Padilha virou ministro da Casa Civil e o Moreira ficou sem ministério — diz um auxiliar direto de Temer.

A crise entre a dupla agravou-se quando Padilha, então ministro mais importante do governo, enfrentou problemas de saúde, precisou se afastar e ainda envolveu-se em um embate com o amigo de Temer, o advogado José Yunes, que se disse “mula” do chefe da Casa Civil no episódio da suposta entrega de R$ 1 milhão da Odebrecht em seu escritório, em São Paulo.  Moreira aproveitou a fragilidade de Padilha para ganhar espaço. Depois de tornar-se ministro da Secretaria-Geral da Presidência, avocou para si o controle das verbas do setor de publicidade do Planalto e do programa Avançar a versão de Temer para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) , e ainda acumulou o controle da política de concessões do governo.

DESCONFORTO NO PLANALTO
Poderoso, Moreira passou a circular por Brasília e em agendas oficiais pelo país sempre acompanhado por uma equipe de jornalistas da EBC, a emissora de TV estatal. Padilha recolheu-se aos bastidores. Os dois passaram a alimentar desconfianças mútuas e o convívio tornou-se cada vez mais protocolar.  — Causava muito desconforto no palácio o hábito de Moreira de usar celular nas reuniões e de entrar sem bater no gabinete do Michel. Moreira nem usava gravata no palácio. Isso foi minando o Padilha, que já evitava conversas sigilosas com a presença de Moreira — conta um importante ministro de Temer.

O Globo