Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador patíbulo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador patíbulo. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Quer reconhecer um comunista? - Percival Puggina


Quer identificar facilmente um comunista? Observe o uso que ele faz do adjetivo fascista. Tão logo essas duas ideologias surgiram e se tornaram realidade histórica, os comunistas passaram a denominar fascistas quem deles diverge. Portanto, o adjetivo diz mais de quem usa a palavra do que daquele a quem a palavra é dirigida porque “fascista” é um qualificativo gasto por décadas de uso impróprio.

A rigor, o que pude observar nas minhas próprias décadas de vida, todas posteriores ao pós-guerra (nasci em 1944), foi que, no poder, os comunistas usam em relação a quem a eles se opõe a mesma furiosa cartilha de violação de direitos, repressão, constrangimento e violência, a que atribuem as condutas fascistas. Ou seja, são ideologias gêmeas.

Impropriamente chamado, às vezes, de fascismo de esquerda, esse fenômeno é o próprio comunismo em sua liturgia tradicional desde que Lênin assumiu o poder.

Por estar presente na realidade brasileira, este assunto, repelente sob todos os aspectos, se impõe ao cronista. 
Diziam os acusadores do ex-presidente, que ele tinha que ser afastado do poder por ser fascista.  
O velhaco adjetivo lhe era e continua sendo imputado embora tenha ido sozinho ao patíbulo para se manter na linha da institucionalidade que seus adversários transpunham com a animação de quem pula a cerca para namorar.

Disso resultam inequívocos sinais de que se instala entre nós uma versão brasileira da Stasi (ministério da antiga Alemanha Oriental voltado à segurança do Estado e, na verdade uma das agências de espionagem interna mais efetivas já criadas). Seu objetivo? Defender nossa democracia da “fúria fascista”, representada pelos selvagens terroristas que cantam e rezam diante dos quartéis.

Aquela gente perigosa, que reúne milhões e nem vento faz (quanto mais ser ouvida pelos poderes terrestres aos quais fala), são os “fascistas” afastados de um “poder” que nunca tiveram. São os mesmos cujos pleitos eram obstados por quem os diz fascistas (se meu faço entender) e por quem lhes voltava as costas porque se dava melhor na vida trocando votos nos painéis do Congresso por votos nas urnas de outubro. Ou pelo dinheiro que põe votos nas urnas.

* A atividade da Stasi está bem representada no filme “A vida dos outros”, dirigido por Florian Henckel von Donnermarck, origem da imagem acima.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sexta-feira, 24 de abril de 2020

Moro no impasse - Merval Pereira

O Globo 

Mais uma caçada de Bolsonaro


O presidente Jair Bolsonaro está fazendo movimentos bruscos como se estivesse tentando desmontar um esquema que objetiva tirá-lo da presidência da República. Mesmo que esse esquema só exista na sua cabeça conturbada, e na de seus filhos. Suas ações são muito semelhantes às de presidentes que acabaram impedidos de continuarem seus mandatos, como Collor ou Dilma. Tudo começa e termina com a difícil relação com o Congresso. Como Collor, eleito por um partido nanico, o PRN, decidiu governar sem o apoio de uma base parlamentar.

Até  mesmo a ministra da Agricultura, Teresa Cristina, uma unanimidade, está sendo perseguida pelas milícias digitais. Talvez o segredo de toda crise seja essa, a unanimidade. Ministros com boa aceitação popular são alvos das redes sociais, não são confiáveis ao núcleo duro do bolsonarismo. Muitos militares também não, e pode acontecer com eles o mesmo que já aconteceu com Santos Cruz, por exemplo, derrubado por uma campanha de Olavo de Carvalho.


[a situação do Collor era bem diversa da condição de Bolsonaro:
- Collor era alvo de denúncias de irregularidades, no popular 'tinha o rabo preso' - denúncias das quais foi absolvido pelo Supremo.
O parágrafo abaixo mostra bem a situação do atual senador e também a da Dilma, que estava complicada e a menor acusação contra ela, era: incompetência e corrupção.
A ministra Teresa Cristina, permanece firme e forte, tendo o presidente Bolsonaro a inteligência de se manter fora do assunto.
Inteligência que também faz com que saiba que as investigações da PF não dependem da vontade presidencial, do ministro da Justiça ou do diretor-geral da instituição Polícia Federal - condição que a reveste quando investiga.]


Quando tudo já estava perdido, com denúncias de irregularidades de todos os lados, ele tentou se aproximar do Congresso com acordos de última hora e montando um ministério de notáveis para lhe dar credibilidade. O ministério funcionou tão bem que seus integrantes atravessaram a crise política sem macular suas biografias. Mas o apoio do Congresso não veio, e Collor caiuDilma, que passou seu primeiro mandato gastando o crédito de popularidade que seu mentor Lula deixou de legado, herdou também o escândalo do petrolão e, unindo corrupção e incompetência, caminhou para o patíbulo. 
Tentou ainda distribuir cargos aos parlamentares que teoricamente formavam sua base de apoio, mas já não havia escapatória. Interessante notar que Lula montou uma super base partidária, justamente com o propósito de evitar o impeachment, mas a base era de vidro e se quebrou na primeira oportunidade.

Bolsonaro vai pelo mesmo caminho, embora não exista nenhum processo de impeachment a ameaça-lo, apenas no mundo virtual em que vive, fora da realidade. Ainda mais agora, em meio a uma pandemia. Mas Bolsonaro começou a caçar seus potenciais adversários de 2022, disposto a acabar com superministros, ou com a ala técnica de seu ministério, fortalecendo a ala ideológica e seus pares militares.
Foi-se Luiz Henrique  Mandetta, que havia se transformado em superministro pela atuação no combate à Covid-19. [comícios diários. cujos aspectos positivos eram sempre maximizado pelo imprensa e falhas ou mesmo críticas, passíveis de serem interpretadas como negativas, eram minimizadas.
Sem esquecer que Mandetta chegou ao ponto de trombar com o Presidente da República  e  jactar-se  do feito.
O ministro Guedes além da oposição sistemática alguns parlamentares, teve a pouca sorte de uma pandemia a sustentar medidas desfavoráveis ao seu liberalismo.
Moro, ao defender a manutenção do  subordinado e tornar público seu aviso ao presidente de que se Valeixo saísse ele também sairia, deixou ao presidente Bolsonaro duas alternativas:
exonerar Valeixo;
ou exonerar Valeixo e o próprio ministro.
O delegado da PF teve a lealdade para com o ministro de pedir demissão - algumas matérias veiculadas hoje dizem que não houve pedido, mas o Decreto publicado no DF cita claramente que foi a pedido.
Neste caso vale o que está escrito.]  O liberaLismo de Paulo Guedes anda em baixaO guru da família Bolsonaro, aliás, acha que os militares, de maneira geral, são inconfiáveis. Mas há outra razão, tão ou mais forte, para que o presidente Jair Bolsonaro tenha a Polícia Federal na alça de mira: é ela que investiga as denúncias contra seu filho, senador Flávio Bolsonaro, e ao mesmo tempo o gabinete do ódio, origem as fake News disparadas nas redes sociais sob a coordenação de outros filho, o vereador Carlos Bolsonaro.

A irritação de Bolsonaro chegou ao máximo com o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, quando soube que, a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF), ele manteria no novo inquérito sobre as manifestações antidemocráticas aberto pelo Procurador-Geral da República a mesma equipe que já investigava o inquérito de fake news, ambos tendo como relator o ministro Alexandre de Moraes. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, reage, ameaçando demitir-se, por sentir que perderá o poder que tem, e sobretudo o poder que acham que tem. Provavelmente não conseguirá nomear o próximo diretor-geral, nem evitar que uma substituição política seja feita.

Moro não tem nem a saída de fazer um acordo com Bolsonaro para ir para o Supremo Tribunal Federal na vaga de Celso de Melo pois, além de esse escambo ferir definitivamente sua imagem política, não há como acreditar na palavra de Bolsonaro. Tanto Moro quanto Bolsonaro meteram-se em um impasse de difícil solução. Se for para deixar que Moro indique o próximo diretor-geral da Policia Federal, por que Bolsonaro fez tamanha confusão? Será que seu problema é pessoal com Mauricio Valeixo? Claro que não.

Se Moro aceitar a saída de Valeixo, mesmo que indique o novo diretor-geral da PF, estará desmoralizado. Caso tenha que pedir demissão, só tem uma saída política: cair atirando, para manter sua popularidade e, sobretudo, sua credibilidade. Se sair e se retirar para um magistério no exterior, por exemplo, terá feito um mau negócio ao trocar o papel de juiz da Lava Jato pelo ministério da Justiça.

Merval Pereira, jornalista - O Globo




quarta-feira, 15 de março de 2017

IMPUNIDADE UM - Lava Jato fecha a 1ª etapa absolvendo o PT!

Reinaldo tinha razão! Lava Jato fecha a 1ª etapa absolvendo o PT!

Não é baixo o preço a pagar por ter visto para onde caminhavam as coisas. Ocorre que fazer análise e ser prospectivo irrita os idiotas

O dia 14 de março de 2018 tem de entrar para a história como aquele em que o Ministério Público Federal vê concluída a primeira etapa do seu trabalho. Dedicou-se com afinco, de maneira determinada, sem tréguas, para que a previsão feita por seus magos se cumprisse. A que me refiro?

Desde o começo, incomodaram-me na Lava Jato as permanentes sugestões e afirmações de procuradores, de policiais e até do juiz Sergio Moro, segundo os quais todos os políticos e todos os partidos são iguais. As delações de ex-diretores da Odebrecht deram à Lava Jato aquilo que ela buscava: “Ninguém é inocente”. E não há por que duvidar de que a operação tenha buscado com especial afinco circunstâncias que comprovam a sua tese.

Querem ver?
Cinco ministros de elite do governo Michel Temer estão na “lista de Janot”, que já vazou nesta terça. São eles Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Bruno Araújo (Cidades), Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia e Comunicações) e Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores).  Integram a turma aqueles que ocupam o topo do Congresso: os respectivos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício Oliveira (PMDB-CE). Ah, sim, caros! A lista está em sigilo. Mas já vazaram os nomes que interessam ao processo de desmoralização da política e essa observação não sugere que os listados sejam inocentes. Não sou juiz. Apenas constato uma realidade em curso.

Calma que, na véspera do protesto marcado pelas esquerdas, também há dois figurões do PSDB, principal adversário do PT: os senadores Aécio Neves (MG), presidente da sigla, e José Serra (SP).  Há petistas na lista? Ora, é claro! Se não fosse assim, como definir o sinal de igualdade? Lá estão Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva e Guido Mantega, por exemplo. Nesse caso, há o pedido para que os respectivos casos, ao lado de outros 208, sejam enviados à primeira instância.

A esta altura, os tontos imaginam ou inferem que eu acho que tais nomes não deveriam ser investigados ou sei lá o quê… Obviamente, isso é falso. Eu estou apontando é a forma como a história está sendo contada, perdendo-se de vista a centralidade que teve o PT nesse processo. Eis aí o maior pecado.  Mais: quando se faz uma lista, juntam-se necessariamente alhos com bugalhos. Eventuais pessoas que tenham se corrompido, entrado na atividade pública para enriquecer, são equiparados a quem, afinal, pisou na bola ao recorrer ao caixa dois, mas criminoso não é — até porque o caixa dois ainda não é crime.

Graça e seriedade
Outro dia li um troço de um rapaz que via como um bom augúrio a lista de Janot para a manifestação “multipauta” do dia 26. Qualquer que seja a composição, entende-se que terá viés antipetista e antiesquerdista. Pois é. Janot é mesmo uma esfinge sem segredos, como disse Oscar Wilde, de forma injusta, sobre a mulher. Quem está a se divertir com a lista? As esquerdas.

Não é barato o preço a pagar por ter visto para onde caminhavam as coisas. No dia 17 de fevereiro de 2015, há mais de dois anos, escrevi em minha coluna na Folha, referindo-me aos senhores procuradores:
Os filhos do PT comem seus pais. Chegou a hora de a companheirada se tornar vítima de seus religiosos fanáticos, formados nas escolas de direito contaminadas por doutrinadores do partido e esquerdistas ainda mais obtusos. É uma pena que não só os petistas paguem o pato. Esses vetustos jovens senhores são crias de exotismos como “direito achado na rua”, “combate ao legalismo”, “neoconstitucionalismo” e afins, correntes militantes que consideram a letra da lei o lixo dos “catedraúlicos”, pecha que um desses teóricos amalucados pespegava em juízes que insistiam em se ater aos códigos. O PT de 2015 está experimentando a fúria dos “savonarolas” que criou. Eles se sentem fazendo um trabalho de depuração. E podem, com o seu ativismo, pôr tudo a perder. Os corruptos vão aplaudir a sua fúria.

Quando um bandido confesso como Sérgio Machado pega dois anos e três meses de prisão domiciliar; quando constato que delatores que contaram coisas do arco da velha têm castigo semelhante, obrigo-me a constatar: os corruptos aplaudem. Enquanto toda a chamada elite política está no patíbulo. O PT chegou, sim, a ser vítima dos fanáticos que o petismo intelectual criou. Mas os valentes logo decidiram se corrigir. Politicamente, a lista de Janot, feita nessas condições e com esses critérios, é uma sentença de absolvição moral do PT.

Fachin decidirá se abrirá ou não inquéritos. Aposto em 83 aberturas…  E antes que se exiba uma manifestação hostil a Lula aqui e ali como evidência de que é cachorro morto, convém lembrar que este 14 de março é apenas o primeiro dia da máxima mentirosa de que “todos são iguais”, como ele vem repetindo desde 2005. [Lula pode não ser considerado cachorro morto mas já é uma jararaca morta, partida em pedaços e incinerada = o Apedeuta já era.
E são tantos os seus crimes, tantos os processos, que ele não vai escapar do cárcere e Dirceu o aguarda.]

Leia também: Reinaldo tinha razão 2 – Janot diferencia modalidades de caixa 2!

O procurador-geral muda de rumo. É possível que o lobby dos procuradores sossegue a respeito e que a imprensa pare de publicar bobagens sobre o assunto

 Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - VEJA