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quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Nada mais fascista do que um imposto sindical obrigatório - Gazeta do Povo

Vozes - Guilherme Macalossi

O DNA do imposto sindical obrigatório é fascista
Não se trata de matéria de opinião, é apenas fato histórico. 
A declaração III da Carta del Lavoro estabelecia que “somente o sindicato legalmente reconhecido e submetido ao controle do Estado tem o direito de impor a todos os integrantes da categoria o pagamento da contribuição”.  
Era uma forma de, pela via sindical, submeter a classe operária aos dirigentes fascistas.

Esse documento de 1927 que institucionalizou o modelo corporativo nas relações de trabalho da Itália de Benito Mussolini inspirou a CLT, promulgada por Getúlio Vargas durante sua ditadura do Estado Novo. Desde então, a cobrança compulsória sobre o vencimento dos trabalhadores brasileiros foi praticada indiscriminadamente até 2017, quando o governo de Michel Temer fez a Minirreforma Trabalhista. Agora, Lula pretende ressuscitar o monstrengo, como forma de ajudar seus amigos sindicalistas, ávidos por recursos fáceis.

    Era uma forma de, pela via sindical, submeter a classe operária aos dirigentes fascistas

Desde que o pagamento se tornou facultativo, a arrecadação dos sindicatos e demais entidades desabou de R$ 3.6 bilhões em 2017 para R$ 68 milhões em 2023. Uma queda de 98%.  
O recado dos trabalhadores é bem evidente: não se sentem representados pelas entidades existentes, muitas delas voltadas menos aos interesses coletivos e mais para aqueles de suas respectivas cúpulas, muitas vezes formado por castas umbilicalmente ligadas a partidos políticos de esquerda.
 
Luiz Marinho, que Lula nomeou para o Ministério do Trabalho e Emprego, é um dinossauro sindical cujas concepções e noções econômicas o fazem acreditar que se a Uber saísse do país bem poderia ser substituída pelos Correios, uma estatal que mal consegue distribuir boletos.  
Eis a figura que foi encarregada de reestabelecer a obrigatoriedade do financiamento sindical.
 
Ainda que agrade a companheirada emboletada nas sinecuras da CUT, da UGT, da Força Sindical e outras, o retrocesso trabalhista pretendido pelo governo Lula ainda terá de ser debatido no Congresso Nacional, em que se projetam dificuldades objetivas para a aprovação. 
 Ainda mais se o texto apresentado for aquele sonhado por essas entidades.

Em nota conjunta publicada na última segunda-feira (21), as centrais denunciam que seu campo foi “prejudicado pelo avanço de políticas antissociais e antidemocráticas que se viu durante os governos Temer/Bolsonaro”, e que para “restaurar plenamente o Estado Democrático de Direito precisamos restaurar o erro que foi a ofensiva antissindical”. Para tanto, defendem a volta de um subsídio obrigatório, na contramão das legislações de outros países com economias mais dinâmicas, em que associações são voluntárias e há pluralidade.

É preciso uma boa dose de desonestidade intelectual e de descaramento para instrumentalizar o estandarte da democracia como forma de fazer lobby por uma proposta de concepção fascista. 
O corporativismo monopolista das entidades sindicais já está na rua para reivindicar a tungada no dinheiro dos assalariados, devolvendo o Brasil a 1927.


Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

Guilherme Macalossi, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 22 de agosto de 2023

Louco e despreparado? - Gilberto Simões Pires

LOUCO, DESPREPARADO E FASCISTA???

Tão logo o candidato Javier Milei foi declarado vencedor nas eleições primárias da Argentina, muitos brasileiros correram para as redes sociais para festejar a vitória do libertário enquanto outros tantos, fortemente influenciados pela preocupada MÍDIA-COMUNISTA, trataram de demonizar o candidato dizendo, resumidamente, que além de LOUCO E NÃO TER EXPERIÊNCIA EM CARGOS PÚBLICOS, Milei é uma AMEAÇA FASCISTA. Que tal?

INÍCIO DE CONVERSA

Pois, para início de conversa o que se sabe até agora, para desespero da mídia, é que MILEI ganhou as PRIMÁRIAS.  

Como tal ganhou o direito de disputar a ELEIÇÃO PRESIDENCIAL marcada para 22 de outubro próximo. 

 CANSAÇO

Mais: O resultado das PRIMÁRIAS nada mais é do que uma clara manifestação, através do VOTO, de que grande parte do povo argentino CANSOU do POPULISMO e, por consequênciada fantástica, duradoura e excessiva MÁ ADMINISTRAÇÃO misturada com DOSES EXAGERADAS DE MUITA MÁ FÉ. 

 SANIDADE MENTAL

Quanto aos INSATISFEITOS BRASILEIROS, do tipo que afirmam que MILEI É LOUCO, fica a pergunta: - No Brasil a grande maioria dos políticos, assim como o presidente da República e ministros do STF são EQUILIBRADOS? 

 Por tudo que fazem e/ou decidem são dotados de BOA SANIDADE MENTAL?  

 FALTA DE EXPERIÊNCIA

Já no tocante à FALTA DE EXPERIÊNCIA DE MILEI, a pergunta é a seguinte: - No Brasil, os EXPERIENTES POLÍTICOS dão demonstrações de que tomam decisões acertadas? 
A EXPERIÊNCIA tem sido capaz de produzir algo positivo, notadamente nas questões que envolvem DESPESAS PÚBLICAS, IMPOSTOS E REFORMAS? Estou ansioso para saber as respostas...
 
Gilberto Simões Pires - Ponto Critico  
 

sábado, 5 de agosto de 2023

Moraes está destruindo Monark simplesmente por que quer e ninguém o impede - J. R. Guzzo

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Vozes - Gazeta do Povo

“Brasil se acostumou com teatro macabro de superpoderes de Moraes”, diz Monark
Foto: Reprodução Monark Talks


O Brasil vive há quatro anos, desde que o STF deu a si próprio as funções de polícia política e passou a mandar no país como uma junta de governo de Terceiro Mundo, uma descida em câmera lenta para a supressão da democracia, das leis e dos direitos dos cidadãos. 
Há um imenso esforço dos políticos de “esquerda”, das elites intelectuais e da maioria da mídia em esconder isso. 
Dizem que a salvação do “Estado democrático de direito” exige medidas “firmes” de repressão contra a ameaça dos “golpistas”, do “bolsonarismo” e da “extrema direita”
Tais medidas não podem ser atrapalhadas pelas leis em vigor e pela Constituição Federal. Mais importante que elas é “defender a democracia” – e se para “defender a democraciafor preciso deixar o sistema legal em pedaços, paciência. 
É para o próprio bem do Brasil. O STF é que sabe essas coisas, e só ele tem o direito de decidir o que serve e o que não serve para os 220 milhões de habitantes. Essa história de respeitar a lei é conversa de bolsonarista, terrorista, fascista, nazista e terraplanista.

Vem sendo assim desde que o STF, sem a permissão de qualquer lei deste país, abriu o seu inquérito perpétuo contra “atos antidemocráticos”, ou “notícias falsas”, ou o que tem cara de “direita”, ou o que desagrada os ministros; dá tudo na mesma. 

Esse inquérito só existe porque a Polícia Federal passou a cumprir ordens ilegais do STF e colocou suas armas e agentes a serviço das medidas de repressão ordenadas pelo ministro Alexandre de Moraes no curso das investigações
O inquérito não segue nenhum processo legal; simplesmente faz o que o ministro manda fazer. 
As regras são escritas e reescritas no gabinete de Moraes. 
É como se as leis processais fossem sendo criadas ali, dia a dia: hoje são assim, amanhã são assado. Não há recurso possível contra nenhuma de suas decisões
Não há o pleno direito de defesa para os acusados. Não há prazos. 
Os indiciados não são ouvidos em interrogatório individual; apenas respondem a um questionário comum. São denunciados em lotes, como gado. Podem ficar na cadeia pelo tempo que o ministro Moraes quiser; ninguém, absolutamente ninguém, tem autoridade para mexer nisso.  
Os valores exorbitantes das multas não podem ser contestados, nem os bloqueios de contas bancárias, nem a proibição de que os atingidos recebam remuneração por seu trabalho nas plataformas de comunicação da internet.

    Essa história de respeitar a lei é conversa de bolsonarista, terrorista, fascista, nazista e terraplanista

A cada dia que passa, a câmera lenta vem se tornando menos lenta. A última demência, nesta degeneração progressiva da democracia brasileira, foi a retomada colérica da perseguição ao comunicador Bruno Aiub, conhecido nas redes sociais como Monark. É um escândalo serial. 
Sua vida está sendo destruída pelo ministro Moraes, pedaço por pedaço, há dois anos. 
Agora, num último surto, ele resolveu socar uma multa de 300.000 reais no comunicador, banir suas apresentações e bloquear o pagamento da sua atividade profissional. Chamou atenção, desta vez, o nível de delírio das punições; todo o inquérito é ilegal, mas parece estar havendo um esforço para tornar o ilegal mais ilegal ainda. 
Com a exceção da OAB, que apoia histericamente tudo o que sai do Supremo, juristas do Oiapoque ao Chuí se manifestaram chocados com as últimas punições a Monark.  
Entre outras alucinações, ele está sendo castigado por desobedecer ao próprio Moraes - continua fazendo “ataques” ao STF e divulgando “fake news” sobre a limpeza das eleições de 2022. São crimes que simplesmente não existem na lei brasileira.  
Como alguém pode ser castigado por um delito que foi criado pelo juiz?  No Brasil de hoje, isso é “defesa da democracia”.


Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Revista Oeste - Carta ao Leitor

Edição desta semana mostra a escalada do autoritarismo do governo, com o uso da Polícia Federal e um pacote de medidas inspiradas no comunismo, em consórcio com o Supremo Tribunal Federal

  União Soviética | Foto: Photogid/Shutterstock
 
Desde a campanha eleitoral de 2018, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi atacado por seus adversários diariamente nas redes sociais, em colunas de jornais e nas ruas, onde, em setembro daquele ano, sofreu um atentado à faca — já precisou de sete cirurgias e convive com problemas frequentes.  
Bolsonaro foi chamado de “genocida”, “fascista”, “nazista”, “misógino”, “racista”, “homofóbico”, entre outros termos. 
Uma jornalista da Folha de S.Paulo reuniu uma centena de ofensas, incluindo palavrões, em um único artigo. Outro colega escreveu que desejava a morte do presidente da República em meio à pandemia. 

Quando todos os xingamentos foram esgotados, as redações decidiram adotar a expressão “aquele que não se pode denominar”, porque não é gente. “Já há algum tempo a desumanização e a criminalização do ‘bolsonarismo’ virou moeda corrente na linguagem da imprensa, dos tribunais superiores e da bancada parlamentar filopetista”, diz o artigo de Flávio Gordon. 

Julho de 2023. O presidente Lula e o ministro Flávio Dino lançam um pacote de medidas para prender quem insultar a mais alta casta de Brasília. As condenações devem ser duras — nada de tornozeleira eletrônica, e sim cadeia, além do confisco de bens. Integram o seleto grupo de pessoas especiais o próprio Lula, o vice-presidente, o procurador-geral da República, os presidentes da Câmara e do Senado, e os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A inclusão dos dirigentes do Congresso Nacional é estratégica, porque tanto o deputado Arthur Lira (PP-AL) quanto o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) estão sob pressão. O primeiro foi encurralado pela própria Polícia Federal e pelo Supremo às vésperas de votações importantes para o governo — e cedeu. O segundo terá de analisar um pedido de impeachment do ministro Luís Roberto Barroso.[pelo comportamento padrão do senador Rodrigo Pacheco (o omisso) ele sentará sobre o pedido.]  .............

CONTEÚDO GRATUITO - Revista Oeste
 
 

terça-feira, 20 de junho de 2023

Parabéns!Mande este texto para aquele seu amigo petista - Paulo Polzonoff Jr.

Vozes

"Ensina-me, Senhor, a ser ninguém./ Que minha pequenez nem seja minha". João Filho.


 
Lula petista
Lula fazendo o L ou o L fazendo o Lula? Jamais saberemos…| Foto: Reprodução/ Twitter


[lamentamos, mas estamos impossibilitados de atender ao ilustre cronista = temos um círculo restrito de amigos e nele não espaço para quem é petista, tenha sido ou em nossa avaliação possa vir a ser; assim, optamos por postar.]
Ontem Lula fez mais uma de suas (dele) lives com Marcos Uchôa. Não sei se você viu. Não sei se alguém viu. Não sei nem se os petistas viram. De qualquer modo, assisti a um recorte, como dizem os jovens. Nesse trecho, um Lula quase franciscano falava de passarinhos e celebrava sua própria vitória e a vitória de seu partido oh-tão-puro sobre o ódio, o fascismo – ou qualquer outro moinho de vento do tipo. [lembrem-se que a maldade na Venezuela dobrou quando o atual ditador viu, ou sonhou, passarinhos.]

Um pouco por masoquismo e outro tanto porque eu tinha que fazer hora antes do barbeiro
, fiquei assistindo àquilo repetidamente. Reparando em cada expressão do rosto do efelentífimo. “Ó o passarinho cantando, ó. Que coisa bonita!”, diz Lula, os olhinhos semicerrados de prazer, para em seguida emendar que nas lives do ex-presidente Jair Bolsonaro não tinha nada disso. “Aqui é beleza, aqui é natureza, aqui é tranquilidade e passividade”, arremata, praticamente compondo uma música do Caetano. Ou do Nando Reis.

Aí, quanto mais assistia ao vídeo, mais me lembrava do Meu Amigo Petista (MAP). Cujo nome não posso citar porque ele tem vergonha
“Vai que o povo do trabalho descobre”, me diz ele, justificando a opção pelo anonimato. 
Como se ninguém tivesse notado a sua felicidade pós-eleitoral, né, cara? Não hesitei. Mandei o vídeo do Lula caetanizando diante do Marcos Que Vergonha Uchôa (que eu confundo com o Tino Pausa Dramática Marcos), ao lado de uma mensagem simples: parabéns. E um monte de emojis de festa.
 
Parabéns!
Porque, reconheçamos, meu amigo petista merece os parabéns. O meu e o seu. Afinal, ele não largou o Lula e o PT nunca. Haja fé em político! 
No Mensalão, por exemplo, ele tinha na ponta da língua a desculpa perfeita para a corrupção petista. Governabilidade. Depois, na chamada Eleição da Ferradura, defendeu Dilma do “machismo” de Aécio Neves. 
E aí veio a Lava Jato e meu amigo petista não largou o osso. 
Pelo contrário, ao fim do parágrafo seguinte encontraremos meu amigo petista indo levar os ossos ao acampamento em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba - onde Lula esteve preso. Por corrupção e lavagem de dinheiro.
 
Haja espírito militante! Ele, meu amigo petista, passou anos ouvindo, primeiro, os panelaços contra Dilma. Depois, o impeachment. 
Em seguida, ele assistiu às cenas de Lula visitando o triplex do Guarujá. 
E nem assim meu amigo petista se abalou. “Globo golpista”, dizia ele. 
Aí veio condução coercitiva. A prisão do Lula. 
Provas e mais provas envolvendo tantos petistas que perdi a conta. E o amigo lá. A fé inabalada. E eu não disse que ao fim deste parágrafo ele estaria levando os ossos ao acampamento de adoração ao Encarcerado? Pois olha ele ali, gritando "Bom dia, presidente Lula" perto da Maria do Rosário.
 
Depois veio o pior. Pior para ele, digo. Bolsonaro foi eleito presidente. Lula preso. Sergio Moro ministro da Justiça. 
O amigo chorou, afogou as mágoas no Bek's e nunca perdeu uma oportunidade de repetir o vocabulário que lhe ensinaram. Primeiro fascista. Depois genocida. E não adiantava as declarações ou os fatos. 
As palavras eram sempre distorcidas e os fatos eram invenção da imprensa comprada pelo imperialismo ianque. Qualquer coisa assim.

Fé cega, faca amolada
Tanta fé em Lula, no Partido dos Trabalhadores e no Sistema, que o amigo jura que é composto por pessoas que defendem a democracia e os direitos dos mais pobres (sério?!), começou a valer a pena quando o ex-condenado foi solto. De uma hora para a outra, a justiça que o amigo petista considerava corrompida ou acovardada passou a ser... justa. Teve início, aí, uma maratona cheia de obstáculos morais que meu amigo petista correu sem nem esboçar cansaço. Mais uma vez, meus parabéns.

Tudo para, hoje, meu amigo petista ouvir o Lula celebrar o cantar dos pássaros. Para ele, meu amigo petista (e provavelmente o seu amigo petista), o Brasil infernal de ontem se transformou nesta terra de esperança de hoje
Ele acredita realmente em tudo o que lhe dizem os camarada. 
Para ele, a palavra dos deputados do PT (e alguns do PSOL e PCdoB) é ouro. 
 Sem qualquer questionamento, meu amigo petista, que se acha um gênio, deposita seu futuro e o futuro dos seus filhos e netos nas decisões tomadas por sindicalistas, intelectuais e uns corruptos confessos. 
E ele ainda ri de mim, que acredito em Deus e me sei falho.
 
Assim segue o MAP pela vida, parasitando um aqui, outro acolá. Se expressando por sarcasmos espertinhos. Concordando com Renan Calheiros num dia e com Reinaldo Azevedo (quem diria?!) no outro. Compostando hoje e pagando imposto com gosto amanhã. Estupidificado. Pena que, temeroso da Covid-19, ele ainda insista em esconder o sorriso parvo por trás de uma máscara de pano, meu amigo petista. 
Que, a esta hora, deve estar se perguntando: será que ele está falando de mim? Estou.

Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES


PIB - Depois de xingar o agro, Lula usa sucesso do campo para se promover - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

PIB

PIB
Agronegócio ajudou a impulsionar o PIB do primeiro trimestre.| Foto: Michel Willian/Gazeta do Povo/Michel Willian/Gazeta do Povo

Pois é: Lula chamou o agro de fascista, de negacionista, mas se aproveitou do agro para o seu governo dizer que estamos crescendo. É que o agro cresceu 23% no primeiro trimestre, com tudo aquilo que foi plantado no ano passado, e com isso subiu o PIB. 
Por enquanto, são consequências, principalmente, da política monetária do Banco Central, de proteger a moeda e o crédito. Essa é a função dele. Está mantendo a taxa Selic enquanto houver sinais de inflação em outros países
Nos Estados Unidos, o banco central de lá, o Fed, aumentou a taxa de juros por dez reuniões consecutivas e agora, pela primeira vez, está mantendo para observar
Os juros lá estão entre 5% e 5,25%, o que é muito alto para os EUA. Já o Banco Central Europeu está com taxa de 4%, que também é altíssima. Todo mundo sabe que lá na Europa os bancos praticamente não pagam juros, porque o juro é baixíssimo. 
Esta é a mais alta taxa dos últimos 22 anos na Europa, imaginem só.
 
Mas o Congresso também fez sua parte impedindo loucuras como voltar a estatizar a Eletrobras, acabar com o Marco do Saneamento, mexer no Banco Central, agora o governo está querendo a maluquice de desfazer a reforma trabalhista
Estão falando menos nisso tudo porque não se brinca com dinheiro. 
Dizem que o dinheiro não aceita desaforo. É uma questão de credibilidade.
 
Acho que poucos vão lembrar do milagre brasileiro. Eu lembro muito bem porque eu trabalhava no setor de Economia do Jornal do Brasil e cobri o milagre econômico. Delfim Netto era o mago das finanças. 
O presidente Médici entrava no Maracanã e sua presença era anunciada no alto-falante, porque ele recebia um aplauso incrível por causa do milagre brasileiro. Estava todo mundo empregado, o Brasil crescia 11,2% em média por ano – houve um ano em que cresceu 14%.  
Conto isso porque infelizmente não estamos vendo agora – ao menos eu não estou vendo o fator que provocou o milagre brasileiro: otimismo e entusiasmo.  
O que estou vendo é o contrário, principalmente no agro, que está sentindo essa história de marco temporal, ameaça fundiária, apoio ao MST, Marina vetando tudo, declarações do presidente da República contra os que semeiam suor...  
E o segundo grande setor do PIB, o de serviços, também é atingido na área urbana, eu vejo o cuidado.  
Depois não vamos dizer que nos surpreendemos. Não se brinca com credibilidade, o dinheiro não aceita desaforo. 
Ainda bem que o Congresso reagiu, e é bom que o Congresso continue pensando a respeito disso.

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Juíza que substituiu Moro enfim se livra da Lava Jato
A juíza Gabriela Hardt, que substituiu Sergio Moro e depois foi substituída por esse Eduardo Appio, que está sob investigação por andar fazendo ameaças, enfim se livrou da Lava Jato
Ela não aguentava mais; deve ser decepção com essas coisas que nos decepcionam também. 
Hardt queria ir para Florianópolis, mas não conseguiu; agora, foi para a 3.ª Turma Recursal do Paraná, ainda em Curitiba. 
E para a 13.ª Vara Federal de Curitiba (eu acho que o número 13 caiu direitinho em cima) vai o juiz Fábio Nunes de Martino, de Ponta Grossa.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista -Gazeta do Povo - VOZES

 

 

segunda-feira, 15 de maio de 2023

"Ponte rompida" - Vai haver briga feia entre o agro e o governo - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo - Vozes

Presença de Alckmin na feira do MST após declarações de Lula piorou o clima com o agronegócio - Foto: Reprodução/Twitter Geraldo Alckmin [calma pessoal: percebam que Alckmin está com aparência de quem aguarda o "efeito Covas".']

O presidente da Petrobras disse que a empresa não vai se desgarrar da cotação internacional do petróleo, mas que cada refinaria tem seus custos e poderia fazer o seu preço. Aí eu não sei como não vai se desgarrar...  
Seria como dizer que parcelas diferentes de uma soma podem dar o mesmo resultado sempre. 
É complicado a gente entender esse raciocínio.

Bom, por falar em Petrobras, você sabe que a Petrobras deu prejuízo, né? Foi muito roubada.  

Mas você sabe também que a Petrobras e outras estatais deram lucro nos últimos anos: por quê? A gente tem que pensar o que foi que aconteceu de diferente com as estatais no governo anterior, que acabaram dando lucro.

Ponte rompida
Vai haver briga feia entre o Agro e o governo. A Frente Parlamentar do Agronegócios (FPA)  no Congresso Nacional disse que o governo rompeu a ponte com o agro, depois das declarações do presidente da república, numa feira lá na Bahia, [calma: o apedeuta usou tais expressões por estar se olhando em um espelho, ocasião em que  dizer umas verdades sobre o caráter do individuo na imagem refletida.] chamando pessoal do agro de fascista, de negacionistas e gente de mau caráter. Chegou a dizer que foi de propósito para uma feira na Bahia para causar  inveja à exposição lá de Ribeirão Preto -- segundo ele para onde não pôde ir o ministro da Agricultura, o que não é verdadeO ministro da Agricultura não foi a Ribeirão Preto porque não queria constranger o governo, estando ele lá junto como Bolsonaro e a multidão aplaudindo o ex-presidente na Agrishow.

Agora, é importante essa declaração do deputado Evair de Melo, do PP, que é vice da frente parlamentar, sobre o rompimento da ponte. Agravou-se com a presença do vice-presidente da República Geraldo Alckmin numa feira do MST, uma feira de orgânicos em Água Branca, São Paulo. Foi também o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o de Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França – ex-governador de São Paulo. 
E foi o secretário executivo do Ministério da Fazenda e indicado de Lula para assumir a Diretoria de Políticas Monetárias do Banco Central, Gabriel Galípolo. 
E o deputado lembra que Alckmin tirou foto ao lado de Pedro Stédile – que foi com Lula para China (o que é mais ainda).
 
Novo trabalho de Lewandowski
Agora falando de agro, vejam só quem contratou como consultor sênior para sua empresa o ministro Ricardo Lewandowski:  J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista.  Consultor sênior num caso de R$ 15 bilhões que corre no Tribunal de Justiça de São Paulo contra uma empresa indonésia chamada Paper Excellence. 
Eu fico me perguntando será que foi por isso que o ministro antecipou em um mês aposentadoria compulsória dele? 
A gente fica na dúvida e eu fico querendo imaginar que não haveria isso, essas incompatibilidades, se fosse restrita a juiz de Direito, de carreira, a vaga no Supremo. 
 Porque advogados, por natureza, defendem pessoas e causas, e têm ligações, têm centenas de causas na sua carreira antes de chegar ao Supremo. [o mais trágico é que para ser ministro do Supremo não é necessário ser bacharel em Direito ou em qualquer outra área; o     que importa é quem indica - o ministro em questão foi indicado por Marisa Letícia, na ocasião esposa do Lula.] 
 Essas ligações seriam eticamente impedimento. 
Seria muito mais sensato escolher os mais antigos juízes do Superior Tribunal de Justiça, por exemplo. Não é?

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Seu dinheiro vai pagar gasoduto na Argentina e discordar é “ignorância” - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo - VOZES

Está proibido, positivamente, discordar do presidente Lula e de qualquer medida do seu governo. Quer dizer que não pode, então, haver dois ou mais pontos de vista diferentes sobre a mesma coisa? Não pode. Se o presidente disse que é assim ou assado, tem de ser assim ou assado – e quem tiver outra opinião sobre o assunto está automaticamente errado.   
Acaba de acontecer, agora, com essa prodigiosa história do financiamento do BNDES ao gasoduto argentino de Vaca Muerta – isso mesmo, Vaca Muerta, que não se perca pelo nome. O dinheiro a ser emprestado pertence ao pagador de impostos brasileiro
- os cidadãos deveriam, portanto, ter o direito de dizer o que acham dessa história toda. 
Não têm, segundo Lula. A única coisa que podem fazer é concordar.
 
Quem não está de acordo com o projeto é “ignorante”, disse Lula. Fim da conversa.  
O presidente não conseguiu, em sua recente viagem à Argentina, dar uma explicação coerente para o projeto que ele quer socar no BNDES; fez mais um daqueles discursos constipados nos quais tenta posar como “homem preparado”, mas não deu para entender nada, como costuma acontecer quando ele fala de qualquer coisa que requeira um mínimo de conhecimento objetivo para ser abordada.
Seu ministro da Fazenda, que também discursou, foi igualmente incompreensível – a impressão é que não sabia sobre o que estava falando. Fica assim, então: eles não explicam como poderia ser um bom negócio para o Brasil emprestar dinheiro a um país que não paga os credores, não tem crédito no mercado internacional e vive com uma inflação de 100% ao ano, mas não admitem perguntas.  
Quem questionar é “ignorante” o que coloca o infeliz, possivelmente, a um centímetro de ser acusado de “golpista”, “direitista”, “fascista” “bolsonarista” e sabe lá quantos outros pecados mortais.


    O dinheiro a ser emprestado pertence ao pagador de impostos brasileiro; os cidadãos deveriam, portanto, ter o direito de dizer o que acham dessa história toda. Não têm, segundo Lula

Lula tem certeza, cada vez mais, que se transformou numa entidade sobrenatural à qual se deve apenas obediência.  
Como na Igreja Católica da Idade Média, o homem não está neste mundo para entender, e sim para se submeter ao plano de Deus. Se Deus lhe diz: ”Pague a Vaca Muerta”, você vai lá e paga a Vaca Muerta”
Ninguém está lhe perguntando nada; sua função é receber o boleto e pagar quando lhe cobrarem.  
De fato: se a Argentina não paga ninguém, está devendo mais de 40 bilhões de dólares ao FMI e ainda fica brava com os credores, por que iria pagar ao BNDES? 
Não interessa. Lula quer assim, e um monte de gente que vai ganhar fortunas com esse negócio quer assim. Você é apenas um “ignorante”. Cuidado, aliás, para não ficar perguntando muito – quem faz pergunta demais pode acabar acusado de praticar “atos antidemocráticos”.
 
Lula já disse que os empresários brasileiros não trabalham; quem trabalha, e os deixa ricos, são os trabalhadores de suas empresas
O agronegócio tem muita gente “fascista”. As Forças Armadas não merecem mais “confiança”. 
O mercado financeiro não gosta dos “pobres” e age “contra o país”.  
Quem se manifesta contra o governo na rua é “terrorista”. Quem fala nas redes sociais é agente da “desinformação”.  
Em apenas 30 dias de governo já há um belo gasoduto para o cidadão pagar - e nenhuma possibilidade de salvação fora de Lula. Ele é a luz, a verdade e a vida. Você entra com a parte em dinheiro.

Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

O culto inculto à ignorância e à mentira - Alex, PhD

Eu não quero politizar, mas dá muita pena constatar o que acontece, faz décadas, ou melhor, não acontece no âmbito cultural em nosso país.

Não desejo ser uma espécie de elitista, mas abomino a tal cultura “popular”, quando se refere a algo que claramente tem padrões medíocres e risíveis, mas, uma vez que se originou no seio popular, é classificado por muitos como sendo artefato cultural genuíno, de valor. Como nos falta - isso que tenho 5.7 e procuro avidamente aprender - ensinar aos jovens os esteios na literatura, nas artes, na música, enfim, os grandes clássicos atemporais!

Poucas coisas me comovem tanto quanto ver diariamente nas redes sociais, muitas vezes perdidas entre xingamentos, pessoas com pouca instrução escolar, sadiamente interessadas em aprender com o que leem e expondo ideias próprias, racionais e coerentes. Essas pessoas venceram as dificuldades, aprenderam com a vida e usam a internet como ela deve ser usada. Alguém escreveu e eu assinaria embaixo: com a internet, ser ignorante é uma escolha.

Contra isso lutam os movimentos de justiceiros sociais tentando enquadrar a cultura inspirada nos clássicos como racista, homofóbica, escravista, fascista… dureza.

Outra dificuldade mastodôntica, é ensinar quem irá transmitir os essenciais ensinamentos culturais de valor inquestionável aos jovens.

Lastimo muito pelo Brasil de hoje.

Bolsonaro, evidente que no sentido de estofo cultural, não era nenhuma Brastemp. Aliado a isso, seu trabalho na área da educação foi muito ruim e/ou não conseguiu mover as peças no tabuleiro dos reis e das rainhas progressistas que mandam na educação e no “cultural brasileiro”.

Mas não há nada que não possa ficar pior, e o pior, para a alegria de Murphy, realizou-se: Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível”.

Sagrou-se “vitorioso” um semianalfabeto que se orgulha de não ter estudado e de não ler.

A língua portuguesa para esse cidadão, é tão perigosa como um pequeno lago abarrotado de piranhas.

Um analfabeto em história e em tudo que tangencie, com honras - sem dúvida - a alta cultura. Sou preconceituoso sim com um presidente que seguramente ajudou a forjar uma atmosfera cultural que se orgulha da ignorância.

Hoje, na Argentina, esse contumaz comedor de “s”, além de semianalfabeto, um mentiroso inveterado, junto ao seu parceiro na ideologia do fracasso a la Gardel, afirmou que a economia argentina foi “outstanding”, quando na realidade, a inflação quase chegou aos 100%, e a pobreza atingiu quase 40% da população.

O energúmeno afirmou que não só a economia hermano acabou 2022 numa situação privilegiada - ele diria e escreveria “previlegiada” -, mas também a política e o futebol foram bem-sucedidos.

Não, não sou preconceituoso, mas tenho preconceito com um semianalfabeto que quer “o pobre comendo uma picanha e tomando uma cervejinha no final de semana”, quiçá assistindo um show de funk.

Ensino duro de qualidade, eventos culturais de qualidade, fora aqueles dos amigos da seita ideológica rubra, nem pensar. Aliás, com a qualidade, eles correriam o perigo de efetivamente pensar! 
Se não aceitar a conformidade com o baixo nível, se não querer me fazer de idiota é ser preconceituoso, sim eu sou preconceituoso.

Com um semideus - opa, semianalfabeto - no topo, orgulhoso de suas mentiras e de sua ignorância, toda uma nação, tristemente, é encorajada a ser, ainda mais, inculta e idiota.

 Alex Pipkin, PhD


quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Quer reconhecer um comunista? - Percival Puggina


Quer identificar facilmente um comunista? Observe o uso que ele faz do adjetivo fascista. Tão logo essas duas ideologias surgiram e se tornaram realidade histórica, os comunistas passaram a denominar fascistas quem deles diverge. Portanto, o adjetivo diz mais de quem usa a palavra do que daquele a quem a palavra é dirigida porque “fascista” é um qualificativo gasto por décadas de uso impróprio.

A rigor, o que pude observar nas minhas próprias décadas de vida, todas posteriores ao pós-guerra (nasci em 1944), foi que, no poder, os comunistas usam em relação a quem a eles se opõe a mesma furiosa cartilha de violação de direitos, repressão, constrangimento e violência, a que atribuem as condutas fascistas. Ou seja, são ideologias gêmeas.

Impropriamente chamado, às vezes, de fascismo de esquerda, esse fenômeno é o próprio comunismo em sua liturgia tradicional desde que Lênin assumiu o poder.

Por estar presente na realidade brasileira, este assunto, repelente sob todos os aspectos, se impõe ao cronista. 
Diziam os acusadores do ex-presidente, que ele tinha que ser afastado do poder por ser fascista.  
O velhaco adjetivo lhe era e continua sendo imputado embora tenha ido sozinho ao patíbulo para se manter na linha da institucionalidade que seus adversários transpunham com a animação de quem pula a cerca para namorar.

Disso resultam inequívocos sinais de que se instala entre nós uma versão brasileira da Stasi (ministério da antiga Alemanha Oriental voltado à segurança do Estado e, na verdade uma das agências de espionagem interna mais efetivas já criadas). Seu objetivo? Defender nossa democracia da “fúria fascista”, representada pelos selvagens terroristas que cantam e rezam diante dos quartéis.

Aquela gente perigosa, que reúne milhões e nem vento faz (quanto mais ser ouvida pelos poderes terrestres aos quais fala), são os “fascistas” afastados de um “poder” que nunca tiveram. São os mesmos cujos pleitos eram obstados por quem os diz fascistas (se meu faço entender) e por quem lhes voltava as costas porque se dava melhor na vida trocando votos nos painéis do Congresso por votos nas urnas de outubro. Ou pelo dinheiro que põe votos nas urnas.

* A atividade da Stasi está bem representada no filme “A vida dos outros”, dirigido por Florian Henckel von Donnermarck, origem da imagem acima.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Fora, Alexandre de Moraes! - Gazeta do Povo

Paulo Polzonoff Jr.

"Minhas férias"

Alexandre de Moraes piscada
Depois de ler a crônica “Fora, Alexandre de Moraes!”, ele e os demais ministros do STF botaram a mão na consciência, como se diz.- Foto: EFE


Ai, palavras, ai, palavras
Que estranha potência a vossa!
- Cecília Meireles

Depois de quinze dias de férias, ele estava em crise. “Para que servem todas as minhas palavras? Quaisquer palavras. Inclusive estas?”, perguntava o autor para o escritório vazio, para a Catota e até para os estranhos na rua. Nunca, never-ever, jamé (sic) um artigo de jornal foi capaz de fazer um déspota mudar de ideia. Nem o J’Accuse. Quanto mais uma crônica! Por que agora seria diferente? E, no entanto, ele perseverou. Vai quê.

Era uma questão até de respeito com o leitor. Afinal, havia pessoas indignadas nas ruas.  
Pessoas transbordando impotência e medo diante da injustiça e da arrogância.  
Pessoas tratadas como golpistas e antidemocráticas apenas por questionarem ou discordarem. 
Pessoas engolindo humilhação atrás de humilhação, escárnio atrás de escárnio, menosprezo atrás de - adivinha! - menosprezo.
 
“Fora, Alexandre de Moraes!”, escreveu ele. Só por diversão. Só para ter certeza de que ainda podia. Posso, né?  
E ficou olhando para a tela do computador como se esperasse um aviso do Grande Irmão o alertando para o pecado imperdoável: você está sendo antidemocrático, seu fascista! 
Como nada disso acontecesse, porém, ele se pôs a escrever. E foi então que o milagre começou a ganhar forma:

Aqui é preciso interromper o fluxo natural da narrativa para dizer que os leitores daquele tempo ficaram boquiabertos com os dois pontos que pairavam auspiciosamente no céu azul de primavera. Afinal, o autor falava em milagre, e não em maldição. O que, pensando bem, até fosse um defeito da crônica-que-mudou tudo. De qualquer modo, os leitores ficaram ali admirando o suspense que não tardou a se dissipar.

Assim que os dois pontos cruzaram o lábaro estrelado, o texto prosseguiu como que por encanto. A lógica impecável, as citações cuidadosamente garimpadas (inclusive a epígrafe), os argumentos lapidados, as contextualizações precisas, as análises abissalmente profundas da psique suprema, as metáforas de causar inveja a Shakespeare e, no fim, aquela exortação ao autossacrifício: fora, Alexandre de Moraes! Tudo havia se encaixado mais-do-que-perfeitamente. “Nasceu uma obra-prima!”, disse, na ocasião, um anjo desses que se empolgam demais e depois ficam com as bochechas vermelhas.

A obra-prima, porém, ainda não era milagre. Porque de nada adiantariam aquelas palavras todas se elas caíssem em ouvidos moucos ou, pior!, fossem sugadas pelo grande redemoinho de indiferença das redes sociais. Por sorte, para quem não acredita, ou pela Graça, para quem crê, eis que a crônica chamou a atenção de um assessor do Supremo.  
Que tomou o cuidado de imprimir as palavras e colocá-las cuidadosamente sobre a mesa do déspota, com um bilhetinho no qual, com algum esforço (ê letrinha feia, hein!), lia-se: “Quem esse cara pensa que é?! PRENDE ELE, ALEXANDRE!”.
 
A julgar pelo título, Alexandre de Moraes já estava até assinando o mandado de prisão. 
Mas lhe chamou a atenção a epígrafe com aquela poetisa que o minissenador Randolfe Rodrigues disse que era boa. 
E só por isso o déspota começou a ler. E, caramba!, não é que o cronista tinha razão mesmo? Quando percebeu, Alexandre de Moraes estava na última linha - e em prantos. “Data venia, eu só queria salvar a democracia”, repetia entre soluços, numa última e desesperada tentativa de se convencer disso.

Neste ponto os estudiosos divergem e até se pegam no tapa. Eu, que sou o autor desta joça, digo que o milagre estava na epifania de Alexandre de Moraes. Mas agora uns chatos inventaram de dizer que o milagre se estendeu pelos dias seguintes, abrangendo tudo o que entrou para a história com o nome meio cafona de Primavera Brasileira:

(Olha os dois pontos cruzando a abóboda celeste aí de novo, incréu!).
Alexandre de Moraes fez circular a crônica entre os demais ministros que, tocados por todas as qualidades literárias aqui já mencionadas, convocaram uma coletiva de imprensa para reconhecer os muitos erros cometidos nos últimos anos, pedir desculpas e, já que estavam ali mesmo, anunciar novas eleições. “Mas dessa vez sem candidato ex-presidiário!”, ressaltou um brincalhão Edson Fachin que, não pude deixar de perceber, até raspou o bigode. “E, daqui para frente, sem censura. Mesmo!”, acrescentou Cármen Lúcia, visivelmente constrangida, tadinha.

Assim a paz se fez no Brasil. É bem verdade que um ou outro petista cínico ainda tentou emplacar a narrativa de que tudo não passava de uma fantasia mequetrefe de um cronista de província voltando de férias. Mas de nada adiantou. No final das contas, prevaleceram não só os argumentos, citações, figuras de linguagem e até um ou outro afago pouco sincero que o autor incluiu no texto para apaziguar a ira suprema; prevaleceu sobretudo a exortação final que, apesar da cara jacobina, tinha um quê mesmo de sábio conselho maternal: fora, Alexandre de Moraes!

Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Os negros são de direita - Revista Oeste

Cristyan Costa

Resultado das eleições sepultou a tese segundo a qual apenas a esquerda representa as minorias

Candidatos negros eleitos dos partidos de direita | Foto: Montagem Revista Oeste/Redes Sociais/Reprodução 

Candidatos negros eleitos dos partidos de direita | Foto: Montagem  Revista Oeste/Redes Sociais/Reprodução

Por meio de um longo processo de cooptação cultural, a esquerda monopolizou uma série de bandeiras. 
Preservação do meio ambiente, combate ao analfabetismo e defesa das mulheres, dos pobres, dos gays e dos negros, por exemplo, são vistos por muitos como pautas defendidas exclusivamente pelos autodenominados progressistas. 
Nas escolas e nas universidades, militantes fantasiados de professores ensinam todos os dias que esses são os únicos porta-vozes das “minorias”. Já a “direita” é apresentada como reacionária, egoísta, fascista e preconceituosa, sobretudo com pessoas discriminadas e em vulnerabilidade.

Contradizendo essa narrativa, as eleições deste ano mostraram o Brasil real. Os partidos de direita foram os que mais elegeram candidatos que se autodeclararam pretos ou pardos para a Câmara dos Deputados. Somadas, as legendas conservadoras, de centro e de esquerda registraram a vitória de 135 candidatos desse público (108 pardos e 21 pretos), o equivalente a 25% da Casa. Brancos são 387, totalizando 75% dos representantes. Diferentemente do que diz a esquerda sobre a “falta de interesse” desse público por política, o número de candidatos negros aumentou. Neste ano, foram 4,8 mil, ou cerca de 50% dos pouco mais de 10 mil postulantes. Em 2018, foram 3,5 mil (42% de 8,6 mil).

Em 2018, deputados federais negros eleitos eram 123 (102 pardos e 21 pretos) e corresponderam a 24,5% na formação da Casa. Os dados sobre a cor dos candidatos começaram a ser coletados em 2014. Naquele ano, a composição da Câmara dos Deputados pós-votação ficou em 20% de negros e 80% de brancos. A regra que prevê maior distribuição do fundo partidário às siglas que conseguissem mais votos para negros e pardos ajudou a influenciar no aumento da representatividade no Congresso.[ninguém pode obrigar o eleitor a votar em candidato que ele não queira;  
mas, os partidos políticos, especialmente os nanicos, podem na busca por mais dinheiro do fundo partidário, dificultar que candidatos não pardos e não pretos se candidatem. 
É um 'sistema de cotas' que restringe a liberdade do leitor de escolher seu candidato - a escolha só pode ser efetuada entre os registrados em um partido político.]


A representatividade em números

O maior número de parlamentares negros eleitos neste ano é do Partido Liberal (PL), do presidente Jair Bolsonaro, diariamente chamado de racista pelos adversários
A sigla do chefe do Executivo conseguiu garantir 25 assentos para parlamentares desse segmento na Casa. O deputado Hélio Negão (RJ) é um deles. “Eleitores conservadores elegem mais negros porque a direita não enxerga a cor da pele”, constatou o congressista. “A direita vota em quem pode melhor representá-la, e isso, naturalmente, leva à escolha de negros, brancos e de indivíduos miscigenados, todos eleitos sem ter a cor da pele como cabo eleitoral.”
Hélio Lopes, deputado federal reeleito | Foto: Carolina Antunes/PR

Segundo Hélio, a sociedade aumentou a sua representatividade real no Congresso porque, finalmente, encontrou figuras que falaram aquilo que resume a vontade da maioria, diferentemente do discurso propagado pela esquerda. “Há mais parlamentares que pensam, lutam, votam e atuam como esperam aqueles que lhes conferiram os seus mandatos”, afirmou Hélio.Seremos como anticorpos aos partidos de esquerda”, prometeu. Eles pretendem nos levar, progressivamente, à barbárie, atacando a vida, a propriedade, a família, a religião, a liberdade e querem saquear o bolso de todos os brasileiros.”

A deputada Silvia Cristina (PL-RO) é outra parlamentar negra eleita por um partido de direita. Segundo ela, os eleitores não aprovam a tese de que só a esquerda cuida das minorias. “Os brasileiros entenderam que o combate ao racismo, por exemplo, é também uma bandeira da direita”, observou. “Os eleitores conservadores e liberais podem representar as minorias.” Na mesma linha de Hélio, Silvia afirma que os eleitores queriam um posicionamento mais claro das pautas, e isso foi bem identificado pela direita, que conseguiu traduzir melhor o sentimento da maioria, até para receber membros de outras siglas que perderam identidade.

Ex-PDT, Silvia deixou a legenda por não encontrar espaço para a divergência de ideias. “Fui bem recebida no PL e sinto-me bem para expor minhas ideias”, disse. “Quando estive no PDT e fiz votações contrárias, ficou ruim, porque eu queria que eles entendessem a minha regionalidade”, lembrou Silvia. “Levaram isso como uma afronta aos interesses da cúpula, mas eu estava defendendo o meu eleitorado. Cheguei a responder um processo disciplinar. Já no PL, fui bem acolhida e tratada de maneira respeitosa.”

“A nova bancada de negros na Câmara mostrou que não somos pets na coleira da esquerda”

Também o Republicanos registrou uma vitória expressiva de candidatos pretos ou pardos para a Câmara. Foram 20 nesta disputa, sendo um deles a deputada Rosângela Gomes (RJ). Na sequência, outras legendas que se põem à direita do espectro político e elegeram negros foram o União Brasil (17) e o Partido Progressistas (15).

Maior representante da esquerda na próxima legislatura, o PT terá menos de um quarto de parlamentares pretos ou pardos entre seus novos integrantes na Câmara (23%). A sigla de Lula, que reivindica para si o protagonismo da defesa das minorias, elegeu 16 deputados federais negros, ocupando o quarto lugar quando o assunto é eleger esse público. O desempenho é mais vergonhoso nas demais siglas de esquerda. Seis candidatos pretos ou pardos foram eleitos para a Câmara pelo PDT, quatro pelo PCdoB, dois pelo PV, dois pelo PSB e um pela Rede Sustentabilidade.

Legendas de centro tiveram uma contribuição relativamente melhor que os satélites do PT. As urnas mostraram que negros e pardos conseguiram oito vagas pelo MDB, seis pelo PSD e cinco pelo Podemos. Na sequência, dois foram eleitos pelo Avante, dois pelo Pros e um pelo Solidariedade. Cidadania, Novo, Patriota, PSC, PSDB e PTB não elegeram nenhum deputado pardo ou preto. Proporcionalmente, entre as maiores bancadas, o Republicanos é o partido com maior presença de pessoas declaradas negras em sua lista de eleitos (49%), seguido de PP (32%), União (29%) e PL (25%).

Perda de força e de identidade
Desde a Lava Jato, o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a eleição de Jair Bolsonaro, a esquerda brasileira vem perdendo força no cenário político. A desidratação é nítida no Parlamento. Sem pautas nem representatividade, os partidos “progressistas” juntaram-se em federações para sobreviver no Congresso. 
A maioria dos nomes que a esquerda elegeu neste ano é da velha guarda. Os políticos tradicionais esperam ainda a volta de Lula para continuar com os aparelhos ligados na UTI.

O cientista político Márcio Coimbra, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, afirma que a esquerda diminuiu por perder controle sobre núcleos da sociedade que dominou no passado, em virtude de alguns fatores sociais, a partir dos protestos em 2013. “Aos poucos, com maior abertura do processo político e com a entrada da direita no poder, houve a penetração do espectro político nesses grupos”, disse. Segundo o especialista, essa perda de poder ficou mais acentuada com a Operação Lava Jato e o fortalecimento do sentimento antipetista. “Mulheres, gays e negros começaram a procurar outras ideologias políticas”, observou Coimbra. “A direita aprendeu a dialogar.”

“Os partidos de direita souberam organizar-se”, afirmou Manuel Furriela, cientista político e professor da FMU. “A direita fez uma análise muito bem-feita da sociedade, identificando os aspectos religiosos e econômicos de seu público.” O especialista disse que a onda de direita não é uma jabuticaba brasileira. “França e Itália, por exemplo, são países que escolheram representantes com plataformas econômicas pró-mercado. Esse espectro político soube fazer uma análise mais aprofundada da sociedade e mostrou que veio para ficar.”

Negro, o pastor e produtor musical Wesley Ros, crítico do racismo estrutural e um dos poucos a divergir do pensamento do establishment de esquerda, diz esperar que a onda conservadora no Congresso seja uma tendência. “A esquerda usa as minorias na intenção de dividir e conquistar”, observou Ros. “Uma vez que nos unimos, desmontamos a arquitetura que existe dentro da ‘senzala ideológica’. A nova bancada de negros na Câmara mostrou que não somos pets na coleira da esquerda.”

Leia também “O Congresso é a cara do Brasil”

Cristyan Costa, colunista - Revista Oeste

 

domingo, 9 de outubro de 2022

TSE cai em fake news do PT e censura a Gazeta do Povo por dizer a verdade - Cristina Graeml

Gazeta do Povo 

TSE contra a liberdade de imprensa

Censura, ditadura, atos antidemocráticos... Falam tanto das sombras do passado rondando o Brasil e fingem não perceber que a ditadura 2.0 já está implantada por aqui e atuando a todo vapor. 
Ao contrário do que dizem, não é por causa de um governo autoritário, mas devido a um Judiciário que não respeita as leis.

Brasileiros, conservadores, estão sob censura, sendo cerceados em seu direito mais básico: o de expressar o que pensam. A tão falada liberdade de expressão vem sendo tolhida a passos largos, estimulada pela turma que se diz democrática e contra a ditadura, mas fala apenas da boca para fora.

No fundo, petista de carteirinha defende a tirania da perseguição a quem pensa diferente, defende a prática da mentira disfarçada de verdade; adora fazer acusações levianas, adjetivar quem está no espectro ideológico oposto (genocida, fascista, homofóbico).

Desumanizar adversários é estratégia para tentar eliminá-los do debate. Monstros devem ser isolados, segundo sua ótica. E monstros são os sempre os outros, aqueles que não seguem o que eu digo que é certo seguir.

Esta semana vimos mais um capítulo dessa tragédia tupiniquim, travestida de democracia. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) censurou uma publicação da Gazeta do Povo no Twitter que reproduzia o título de uma reportagem.

Preciso dizer o óbvio: reportagem com título e notícia não só verdadeiros, mas extremamente fieis aos fatos. É triste. A ditadura da toga caminhou tão solta nos últimos anos, apesar de todos os alertas, que estendeu seus tentáculos também para a corte eleitoral.

Veja Também:
Censura à Gazeta do Povo
Para quem fazia vista grossa para a tirania da toga, fingindo que não via as ordens inconstitucionais e arbitrárias partindo de cortes superiores, a primeira semana de outubro de 2022 trouxe mais uma prova de que veio com a intenção de ficar.
A censura, agora por ordem do TSE, atendeu pedido de advogados do PT, que mentem no processo. Acusam os outros do que eles mesmos fazem: produzir fake news. 
O ministro do TSE Paulo de Tarso Sanseverino deixou-se convencer e censurou 30 publicações no Facebook e Twitter.

Uma delas tinha sido publicada pelo perfil da Gazeta do Povo, o maior jornal do Paraná e atualmente um dos maiores do Brasil, com 103 anos de existência. Noticiava que o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, apoiado por Lula, mandou fechar o canal de televisão CNN no país.

É algo, aliás, bem típico de ditador: censurar a imprensa para que a população fique mal informada. E foi isso que o ministro Sanserverino fez também aqui no Brasil, ao acatar pedido da equipe jurídica da campanha do PT.

Os advogados do partido deram uma de Randolfe Rodrigues e foram fazer mimimi nas barras da toga de ministros do TSE, fazendo-se de vítimas. Reclamaram que a Gazeta do Povo, ao dar a notícia verdadeira, associou o nome de Lula ao do ditador.

Alegaram que o coitadinho do cliente deles podia ter sua imagem prejudicada, em plena corrida eleitoral. 
Que culpa tem o jornal, ou a imprensa, se Lula tem amigos ditadores? 
Se ele mesmo ou representantes do seu partido, o PT, fazem questão de ir à posse de ditadores para aplaudir ditaduras?

Qual a culpa da Gazeta do Povo e dos donos de outros perfis censurados, que associaram Lula a ditadores, se ele próprio, Lula, quando presidente da República, mandou bilhões de reais do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para sustentar ditaduras em países da América Latina e África?

Liberdade de imprensa e expressão
No vídeo, publicado junto com este artigo, dou voz à Gazeta do Povo, lendo o brilhante editorial publicado no dia seguinte à ordem de censura à publicação do jornal no Twitter.  
Caso não tenha lido e prefira leitura a vídeo, clique aqui.

Se optar por conhecer, por vídeo, a posição do jornal acerca de mais esse ato antidemocrático do PT, e de desrespeito à liberdade de imprensa, de expressão, à Constituição e à própria democracia, por parte de um ministro do TSE.

Compartilhe para que mais gente se atente para o fato de que a  censura pode piorar e  muito, caso um defensor de ditaduras consiga voltar ao poder.

Cristina Graeml, colunista - Gazeta do Povo - VOZES