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segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Ex-ministro de Bolsonaro critica inspeção do Exército às urnas eletrônicas

‘Espero que as Forças Armadas não participem nunca mais da verificação do processo eleitoral’, disse o General Santos Cruz

[chororô de dispensado que não fez falta e quer chamar atenção - muito provavelmente, mesmo insatisfeito com Bolsonaro o seu conceito de honra e lealdade não permitirá que se misture a corja que acompanha o eleito e nem ao próprio.]

O primeiro ministro-chefe da Secretaria do Governo de Jair Bolsonaro, General Carlos Alberto Santos Cruz rompeu com o presidente seis meses depois. Ao Radar, ele falou o que pensa sobre as manifestações que não aceitam a vitória de Lula, expôs a impossibilidade de uma intervenção militar na atual conjuntura e opinou sobre a participação do Exército no processo eleitoral. “As Forças Armadas não têm que participar do processo eleitoral, o responsável pelo processo eleitoral é o Tribunal Superior Eleitoral [órgão da Justiça Eleitoral, que existe apenas no Brasil, sendo dispensável nas maiores democracias do planeta]  e a fiscalização é feita pelos partidos políticos e alguns órgãos técnicos”, disse o ex-ministro. 

O Exército não deveria ter aceitado participar do pleito, afirmou o General. E agora, as Forças Armadas arriscam sua credibilidade por não apresentar o relatório da inspeção paralela. “Quando você entra em um ambiente desses, e você se compromete em fazer um relatório, já tem o primeiro problema. E quando você não apresenta, tem outro problema que é colocar a sua credibilidade em xeque. Esse relatório tem que sair”, pontuou. [ao que se sabe o relatório está sendo elaborado de forma responsável e a tempo de eventuais medidas que se mostrarem indispensáveis serem adotadas - há tempo razoável até 1º janeiro 2022.]

Sobre os atos em frente aos quartéis, Santos Cruz disse que a manifestação pacífica é legítima. No entanto, os manifestantes estão “manipulados” por “oportunistas”. “Eu não vejo nenhuma possibilidade do Exército querer tomar atitudes relativas à política. Estamos em um cenário de normalidade”, disse o ex-ministro. 

Com a experiência de quem comandou tropas na missão do Exército brasileiro no Haiti, Santos Cruz descartou qualquer ensejo antidemocrático das tropas. Para o General, quem pede uma tomada de poder das Forças Armadas fez uma interpretação equivocada do artigo 142 da Constituição Federal. “De 4 em 4 anos, tem eleição. Não se pode aceitar apenas um resultado, isso não tem nada a ver com as Forças Armadas. Os comandantes são pessoas responsáveis, que não vão tomar atitudes ilegais, são pessoas preparadas”.

Em 16 de novembro, em São Paulo, Santos Cruz lança o livro “Democracia na Prática”, que segundo o autor, extrapola os conceitos acadêmicos e pretende se comunicar de forma direta com o cidadão. O General elencou 23 temas que considera relevantes para a compreensão de sistemas democráticos. A publicação também será lançada em Brasília neste mês.

Radar - Revista VEJA

 

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

O perigoso esporte de humilhar general - Fernando Gabeira

In Blog

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Moro no impasse - Merval Pereira

O Globo 

Mais uma caçada de Bolsonaro


O presidente Jair Bolsonaro está fazendo movimentos bruscos como se estivesse tentando desmontar um esquema que objetiva tirá-lo da presidência da República. Mesmo que esse esquema só exista na sua cabeça conturbada, e na de seus filhos. Suas ações são muito semelhantes às de presidentes que acabaram impedidos de continuarem seus mandatos, como Collor ou Dilma. Tudo começa e termina com a difícil relação com o Congresso. Como Collor, eleito por um partido nanico, o PRN, decidiu governar sem o apoio de uma base parlamentar.

Até  mesmo a ministra da Agricultura, Teresa Cristina, uma unanimidade, está sendo perseguida pelas milícias digitais. Talvez o segredo de toda crise seja essa, a unanimidade. Ministros com boa aceitação popular são alvos das redes sociais, não são confiáveis ao núcleo duro do bolsonarismo. Muitos militares também não, e pode acontecer com eles o mesmo que já aconteceu com Santos Cruz, por exemplo, derrubado por uma campanha de Olavo de Carvalho.


[a situação do Collor era bem diversa da condição de Bolsonaro:
- Collor era alvo de denúncias de irregularidades, no popular 'tinha o rabo preso' - denúncias das quais foi absolvido pelo Supremo.
O parágrafo abaixo mostra bem a situação do atual senador e também a da Dilma, que estava complicada e a menor acusação contra ela, era: incompetência e corrupção.
A ministra Teresa Cristina, permanece firme e forte, tendo o presidente Bolsonaro a inteligência de se manter fora do assunto.
Inteligência que também faz com que saiba que as investigações da PF não dependem da vontade presidencial, do ministro da Justiça ou do diretor-geral da instituição Polícia Federal - condição que a reveste quando investiga.]


Quando tudo já estava perdido, com denúncias de irregularidades de todos os lados, ele tentou se aproximar do Congresso com acordos de última hora e montando um ministério de notáveis para lhe dar credibilidade. O ministério funcionou tão bem que seus integrantes atravessaram a crise política sem macular suas biografias. Mas o apoio do Congresso não veio, e Collor caiuDilma, que passou seu primeiro mandato gastando o crédito de popularidade que seu mentor Lula deixou de legado, herdou também o escândalo do petrolão e, unindo corrupção e incompetência, caminhou para o patíbulo. 
Tentou ainda distribuir cargos aos parlamentares que teoricamente formavam sua base de apoio, mas já não havia escapatória. Interessante notar que Lula montou uma super base partidária, justamente com o propósito de evitar o impeachment, mas a base era de vidro e se quebrou na primeira oportunidade.

Bolsonaro vai pelo mesmo caminho, embora não exista nenhum processo de impeachment a ameaça-lo, apenas no mundo virtual em que vive, fora da realidade. Ainda mais agora, em meio a uma pandemia. Mas Bolsonaro começou a caçar seus potenciais adversários de 2022, disposto a acabar com superministros, ou com a ala técnica de seu ministério, fortalecendo a ala ideológica e seus pares militares.
Foi-se Luiz Henrique  Mandetta, que havia se transformado em superministro pela atuação no combate à Covid-19. [comícios diários. cujos aspectos positivos eram sempre maximizado pelo imprensa e falhas ou mesmo críticas, passíveis de serem interpretadas como negativas, eram minimizadas.
Sem esquecer que Mandetta chegou ao ponto de trombar com o Presidente da República  e  jactar-se  do feito.
O ministro Guedes além da oposição sistemática alguns parlamentares, teve a pouca sorte de uma pandemia a sustentar medidas desfavoráveis ao seu liberalismo.
Moro, ao defender a manutenção do  subordinado e tornar público seu aviso ao presidente de que se Valeixo saísse ele também sairia, deixou ao presidente Bolsonaro duas alternativas:
exonerar Valeixo;
ou exonerar Valeixo e o próprio ministro.
O delegado da PF teve a lealdade para com o ministro de pedir demissão - algumas matérias veiculadas hoje dizem que não houve pedido, mas o Decreto publicado no DF cita claramente que foi a pedido.
Neste caso vale o que está escrito.]  O liberaLismo de Paulo Guedes anda em baixaO guru da família Bolsonaro, aliás, acha que os militares, de maneira geral, são inconfiáveis. Mas há outra razão, tão ou mais forte, para que o presidente Jair Bolsonaro tenha a Polícia Federal na alça de mira: é ela que investiga as denúncias contra seu filho, senador Flávio Bolsonaro, e ao mesmo tempo o gabinete do ódio, origem as fake News disparadas nas redes sociais sob a coordenação de outros filho, o vereador Carlos Bolsonaro.

A irritação de Bolsonaro chegou ao máximo com o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, quando soube que, a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF), ele manteria no novo inquérito sobre as manifestações antidemocráticas aberto pelo Procurador-Geral da República a mesma equipe que já investigava o inquérito de fake news, ambos tendo como relator o ministro Alexandre de Moraes. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, reage, ameaçando demitir-se, por sentir que perderá o poder que tem, e sobretudo o poder que acham que tem. Provavelmente não conseguirá nomear o próximo diretor-geral, nem evitar que uma substituição política seja feita.

Moro não tem nem a saída de fazer um acordo com Bolsonaro para ir para o Supremo Tribunal Federal na vaga de Celso de Melo pois, além de esse escambo ferir definitivamente sua imagem política, não há como acreditar na palavra de Bolsonaro. Tanto Moro quanto Bolsonaro meteram-se em um impasse de difícil solução. Se for para deixar que Moro indique o próximo diretor-geral da Policia Federal, por que Bolsonaro fez tamanha confusão? Será que seu problema é pessoal com Mauricio Valeixo? Claro que não.

Se Moro aceitar a saída de Valeixo, mesmo que indique o novo diretor-geral da PF, estará desmoralizado. Caso tenha que pedir demissão, só tem uma saída política: cair atirando, para manter sua popularidade e, sobretudo, sua credibilidade. Se sair e se retirar para um magistério no exterior, por exemplo, terá feito um mau negócio ao trocar o papel de juiz da Lava Jato pelo ministério da Justiça.

Merval Pereira, jornalista - O Globo




sábado, 7 de março de 2020

Golpe ‘não tem possibilidade de se tornar real’, diz Santos Cruz - VEJA

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-secretário de Governo, criticou o uso de fotos de militares em cartaz digital usado para convocar manifestação em favor de Jair Bolsonaro e contra o Congresso, que estaria impedindo o presidente de governar. Para Santos Cruz, as Forças Armadas não podem se misturar com questões de governo e não se envolverão em nenhum ato de ruptura institucional.

As Forças Armadas dariam apoio a uma tentativa de golpe, na hipótese de o presidente rasgar a Constituição a pretexto de que é impossível governar com este Legislativo?
Essa é uma situação hipotética sem nenhuma possibilidade de se tornar real. O presidente não vai rasgar a Constituição. Ele vai obedecer à lei. As discussões são normais, mesmo com um estilo mais explosivo, mais bombástico. O presidente fez parte do Legislativo, conhece como funciona e sabe que não é nada disso. Não existe impossibilidade nenhuma de governar. O que existe é a dinâmica normal da democracia, em que os poderes e outros núcleos de pressão interagem para o aperfeiçoamento das soluções. O Brasil tem um presidente e um Legislativo eleitos, e os poderes e as instituições funcionam. Eles têm problemas e sempre terão, mas não há a mínima possibilidade de ruptura institucional. O Brasil possui Forças Armadas bem preparadas em todos os níveis, que têm como farol a destinação constitucional. [a pergunta apresenta como 'apoio a uma tentativa de golpe' - o que chama de rasgar a Constituição -  ou seja, o emprego das Forças Armadas para assegurar a governabilidade - medida prevista na Constituição, artigo 142, 'caput', da competência do presidente da República caso seja impedido de governar (governar está entre o PODER/DEVER que a CF atribui ao Poder Executivo e cuja garantia cabe, quando necessário, às FF.AA ) e, por óbvio, a resposta só pode ser um não. 
As FF AA, como bem diz o general, tem conhecimento dos seus deveres.]

(.....)

Como o senhor avalia a postura do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, que atacou o Congresso?
Cada um tem de saber a conveniência e as consequências de suas atitudes. Ele tem cultura e experiência para fazer essa avaliação. O uso de palavras fortes ao se referir a parlamentares foi rebatido no mesmo tom pelo lado atingido. Uma reação natural. Acho que é um incidente superado.

(.....)

É curioso que o senhor que participou de combates violentos pregue a paz… 
Não é porque comandei tropa de combate que vou viver em guerra o tempo todo. Quando é guerra, é guerra. Mas, quando não é guerra, não é guerra! Você não pode ter um comportamento belicoso, como se estivesse em guerra permanente. Isso é coisa de psicopata.

Em Política - VEJA - MATÉRIA COMPLETA



Publicado em VEJA, edição nº 2677 de 11 de março de 2020

sábado, 25 de janeiro de 2020

A volta do encrenqueiro - Carluxo retorno com tudo, detonando a comunicação do Governo e atacando os transgêneros - IstoÉ

O vereador Carlos Bolsonaro, o filho 02 do presidente, havia submergido a conselho do pai, para não lhe provocar mais dissabores, mas o silêncio durou pouco: Carluxo retornou com tudo, detonando a comunicação do governo e atacando transgêneros

Desde que o pai se elegeu presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, o Carluxo, vem arrumando confusões com adversários e, principalmente, com aliados, precipitando demissões de ministros e criando crises atrás de crises. O pai, que deveria impor-lhe limites, não consegue controlá-lo e nem mesmo tomar-lhe de volta as suas próprias senhas de acesso à rede de mídias sociais pessoais e do governo. Assim, o 02 fala as maiores barbaridades na internet, muitas vezes em nome do pai, causando-lhe graves saias justas, como a que envolveu o vice-presidente, Hamilton Mourão. O general foi agredido verbalmente por Carluxo ao ponto do pai tentar, desesperadamente, e sem sucesso, apreender as senhas em poder do rapaz, fazendo-o calar-se. O vereador teve que esconder-se do pai em uma isolada praia de Santa Catarina, onde ficou dias incomunicável, sem atender as ligações do pai e nem mesmo responder aos seus apelos incontidos pelo WhatsApp.

Mas não devolveu as senhas. Depois desse mal-estar, Carluxo aprontou novamente. Publicou uma mensagem em nome do pai apoiando a prisão em segunda instância. Bolsonaro ficou furioso com o filho, pois não queria se comprometer com a medida. O presidente mandou-o “submergir”, ficando um tempo longe do smartphone pelo qual dispara mensagens agressivas e polêmicas pelo Twitter, Facebook, Instagram e Youtube.
[sendo recorrente: o Presidente Bolsonaro não enquadra os filhos, começando pelo Carluxo, por não querer.
Algumas dicas:
- qualquer filho do presidente Bolsonaro que falar em nome dele, presidente da República, deve ser imediatamente desautorizado por nota sucinta e clara emitida pelo porta-voz do presidente;
- senha de qualquer rede social pode ser 'tomada' pelo titular da conta,  de qualquer pessoa que porventura a tenha recebido - a propósito senha não se passa para ninguém.

O problema das 'inconveniências' dos filhos do presidente Bolsonaro é que o próprio,  nem seus pupilos,  entenderam que não existe filho de presidente da República e sim filhos da pessoa física que foi eleita para o cargo de presidente da República (a eleição não foi para monarca - regime de governo em que a família do monarca,  família real,  pode também exercer o governo.)
Os filhos da pessoa física, que possuem CPF diferente dos do pai, não MANDAM ABSOLUTAMENTE NADA, NÃO PODEM FALAR EM NOME DO PAI e DEVEM CUIDAR DE EXERCER OS MANDATOS LEGISLATIVOS QUE DETENHAM.
E quando, qualquer um deles, fizer comentários pessoais ofensivos à membros do Governo, que sejam processados.]


Sem trégua natalina
Quando todos imaginavam que ele ficaria recolhido definitivamente, para não atrapalhar ainda mais o governo do pai, o vereador voltou a atacar, 45 dias depois do “exílio” imposto pelo pai em novembro. O encrenqueiro voltou.  E retornou com a corda toda. Desprezando o clima natalino, Carluxo fez posts com críticas indigestas à política de comunicação do governo. No próprio dia de Natal ele tuitou:
“É lamentável somente nós lutarmos para mostrar o que tem sido feito de bom 24h ao dia, enquanto se vê uma comunicação do governo que nada faz”. E emendou: “A comunicação do governo está uma bela porcaria”. Paralelamente à trama iniciada para a derrubada do publicitário Fábio Wajngarten da chefia da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Carluxo se meteu num debate desgastante na área de gênero, promovendo um intenso tiroteio verbal com a cantora Gretchen e seu filho transgênero Thammy Miranda, um conflito que ainda permanece nas redes. 
[sobre o assunto trans, há uma reportagem que prova certos absurdos advindos da imposição da teoria que recusar qualquer desejo de trans, pode ser considerado crime.

Uma clínica ginecológica  está sendo acusada de transfobia por se recusar a atender a uma mulher trans.
Razão da recusa: 
a clínica de ginecologia alegou não poder  atender uma mulher trans porque ela tem um pênis, não uma vagina. Confira aqui.]

Gretchen chegou a provocar o filho do presidente, dizendo que ele “não pode assumir sua sexualidade por causa do pai”, insinuando que seria homossexual. Carluxo nunca desmentiu esses rumores. Além das postagens, o vereador é ácido nas críticas a atos do governo. Quando soube que o pai nomearia a atriz Regina Duarte para o lugar de Roberto Alvim na Cultura, Carluxo estava no gabinete do senador Flávio, seu irmão, e não se conteve: “Ele vai escolher essa comunista?”.  Mas o que criou certo constrangimento nos bastidores do poder foi a iniciativa de Carluxo em apear Wajngarten da Secom. Afinal, foi o próprio Carluxo quem o indicou para o posto em abril do ano passado, com o intuito de servir-lhe de instrumento para a realização de seu grande sonho: controlar a comunicação governamental. 

No início, ter o comando parcial nas comunicações o satisfazia, mas o vereador passou a querer mais: deseja agora ter o controle total da máquina da Secom, com 180 cargos comissionados, de alto valor salarial. Emplacou alguns protegidos lá. Só não conseguiu a nomeação do primo Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, com quem mantém uma relação mais do que especial, por causa do veto do general Carlos Alberto Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo. Wajngarten até que vinha servindo aos propósitos de Carluxo, mas, passados alguns meses, o 02 se convenceu de que o publicitário estava montando na Secom um esquema próprio de obtenção de vantagens financeiras, num claro conflito de interesses. Soube-se agora que Wajngarten recebe mensalinhos das emissoras de televisão às quais são destinadas volumosas verbas publicitárias oficiais. Não era isso o que Carluxo pretendia que fosse feito na Secom quando derrubou do cargo de chefe do órgão Floriano Amorim, para colocar Wajngarten em seu lugar. Carluxo desejava ter uma secretaria com poder para irradiar as ideologias de comunicação do pai, o que ele faz desde a campanha eleitoral. Bolsonaro sempre achou que o filho era um gênio nessa área, e que ele teria contribuído, em muito, para a sua eleição em outubro de 2018.

“Fera nas mídias sociais”
Há controvérsias, no entanto, sobre essa habilidade de Carluxo. Pessoas que trabalharam diretamente na campanha ao lado de Bolsonaro, como Gustavo Bebianno, dizem que o 02 pouco fez durante o processo eleitoral, já que preferia passar o dia todo trancado no quarto de sua casa na Barra da Tijuca ao lado de Léo Índio, com quem dividia inclusive a residência, localizada no mesmo condomínio do pai. Mesmo assim, na formação do governo Carluxo pediu ao pai para ser o chefe da Secom. Bebianno, então nomeado ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência, e o general Carlos Alberto Santos Cruz, até então o melhor amigo do presidente e já no cargo de ministro da Secretaria de Governo, ao qual a Secom é ligada, barraram a ideia. Não fica bem nomear um filho para esse cargo”, disse Bebianno a Bolsonaro, que retrucou: “O cara é uma fera nas mídias sociais”. Mas o general Santos Cruz foi voto de minerva contrário à nomeação do 02 e 
Bolsonaro não o nomeou.

(.....)  

Em IstoÉ, MATÉRIA COMPLETA

 

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

O presidente fabrica crises - Míriam Leitão

Coluna no Globo

Bolsonaro é um fabricante de crises 

Com o PSL e os militares o presidente Jair Bolsonaro organizou seu governo. Nove meses depois, ele já demitiu vários militares, alguns em situação humilhante, e atacou o PSL, pedindo que o esquecesse e afirmando que seu presidente está “queimado pra caramba”. Analistas achavam que ele, após a posse, trabalharia para consolidar sua base política atraindo mais quadros para o PSL e que, na eleição municipal do ano que vem, ele tentaria dar ao partido capilaridade para sustentar seu projeto de reeleição.

[FATO: o Presidente Bolsonaro promovendo algumas reformas inadiáveis, consertando a economia, trazendo de volta o pleno emprego, será reeleito em 2022 COM ou SEM o PSL;

não realizando as reformas e a economia piorando - já está melhorando, apesar da torcida em contrário dos adeptos do quanto pior, melhor - o Presidente Bolsonaro não será reeleito. 

O prejuízo, ainda que na pior situação para o presidente Bolsonaro, será maior para o PSL.

Sugerimos LER TAMBÉM: O DITO PELO NÃO DITO - Merval Pereira - O Globo]


Na avaliação do cientista político Jairo Nicolau, o presidente Jair Bolsonaro está fazendo um movimento irracional da perspectiva das suas ambições políticas. Saindo do PSL ele abre mão da bancada, do fundo eleitoral e de horário de televisão nas eleições municipais, momento que seria estratégico para o partido: — Seria a hora mais lógica de ele consolidar o partido de extrema-direita para apoiar seu projeto. Eles não gostam que se defina o grupo político como de extrema-direita, mas essa é a definição correta. O PSL terá um volume grande de recursos através dos fundos eleitorais, mais de R$ 300 milhões. E para uma eleição municipal será necessário ter tempo de TV e dinheiro.

A possibilidade de mudança partidária sem risco de perda do mandato se dá em duas situações. Primeiro, se uma nova legenda for criada. Segundo, na próxima janela partidária, o que só ocorrerá em 2022, seis meses antes das eleições. Um partido novo, como esse, o Conservadores, não terá recursos porque o dinheiro é distribuído conforme o número de parlamentares que elegeu na última eleição. O Patriotas terá uma fração pequena dos fundos eleitoral e partidário: — É difícil entender o que ele está querendo fazer. Só se ele estiver achando que com a mídia social e a família repetirá em 2022 o desempenho que teve em 2018. Ele não fez uma base de sustentação, agora fala em sair do partido que foi um fenômeno eleitoral por causa dele.

Bolsonaro trocou de partido várias vezes ao longo da sua vida política. Ficou 11 anos no PP, de Paulo Maluf, e de muitos condenados do Mensalão e da Lava-Jato. Agora encena que está reagindo às denúncias de corrupção no PSL. Não é convincente. Ele nunca demonstrou qualquer reação às muitas denúncias de candidaturas-laranja no partido, nunca quis demitir o ministro do Turismo e tem usado o que pode para favorecer o filho Flávio, investigado por suspeita de rachadinha. É isso que o líder do PSL, Delegado Waldir, quis dizer quando afirmou que o quintal dele (Bolsonaro) estava sujo também.  — Os bolsonaristas chegaram no PSL no começo do ano passado, povoaram o partido, viraram esse fenômeno eleitoral, mas o curioso é que o partido não atraiu ninguém depois das eleições. Achava-se que Bolsonaro trabalharia para levar mais parlamentares para a legenda e assim se fortalecer no Congresso. Isso não aconteceu. Nem os parlamentares demonstraram vontade de ir para o partido do presidente, o que é surpreendente — diz Jairo Nicolau.

Ontem, depois que o presidente do PSL, Luciano Bivar, endureceu, o próprio Bolsonaro recuou numa entrevista ao site Antagonista. Disse que não pretende sair “de livre e espontânea vontade” e tentou minimizar a fala dele do dia anterior contra o PSL. Depois comparou a crise à briga entre marido e mulher. Mesmo que ele não saia, essa crise desgastará mais o PSL, que já vive em brigas internas. — Ele sair do partido não tem problema algum. Itamar Franco se desfiliou do PRN e governou sem partido. Mas e os parlamentares? O presidente já não tem base de sustentação. Se, além disso, ele ficar sem partido será demais, né? Ele talvez se considere uma pessoa que não precisa de organicidade. Deve achar que basta ele, seus filhos e as redes sociais — explica Nicolau.

Em relação aos militares, ele tem feito dois movimentos. Concedeu aumento de soldo, principalmente para os oficiais, embutido na reforma da Previdência. Limitou o poder que eles têm no governo, demitindo vários por pressão de lobbies ou grupos ideológicos. Foi assim com o ex-ministro Santos Cruz, com os militares no Ministério da Educação, nos Correios, com o general que comandava a Funai, e agora com o presidente do Incra. Esses dois saíram por pressão do seu amigo Nabhan Garcia, que diz falar pelos ruralistas. Essa crise, como a maioria das que abalaram seu governo, foi criada pelo próprio presidente. Bolsonaro é um fabricante de crises.

Blog da Míriam Leitão - Com Alvaro Gribel, de São Paulo - O GLOBO

 

sábado, 29 de junho de 2019

“Se continuar nesse ritmo, Bolsonaro não se reelege”

"Nem os filhos de Lula e Dilma atrapalharam tanto o governo"

Primeiro ministro demitido do governo, Gustavo Bebianno abre o verbo em entrevista à ISTOÉ. Para ele, a intromissão excessiva dos filhos e a maneira com que o presidente expõe seus aliados podem minar o projeto de reeleição

O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, o advogado Gustavo Bebianno, 55 anos, era mais do que um braço direito de Jair Bolsonaro. Privava da intimidade do presidente. Gabava-se de ser o guardião dos segredos mais recônditos do mandatário do País — até ser o primeiro defenestrado do governo em meio à crise deflagrada pelo filho número dois do presidente, Carlos Bolsonaro. Hoje, a partir de um olhar mais distante, mas não menos acurado, Bebianno nota que a execração pública de auxiliares até então da confiança do ex-capitão tornou-se um método presidencial perigoso. Capaz não só de desalentar a tropa, como também de levar o governo à ruína pelos próprios erros. Para ele, a demissão de generais e a maneira como elas foram levadas a cabo, como o caso de Santos Cruz, já gerou uma fissura com o meio militar. “Se continuar nesse ritmo, Bolsonaro não se reelege”, vaticina.

[Demissões ruidosas, deselegantes, costumam ser demonstrações de poder - o que nem sempre permite alcançar o objetivo.
Os ex-presidente Médici e Geisel, tinham, cada um deles, dezenas de vezes o poder que Bolsonaro tem e tal poder não era exibido e sim percebido, sentido.
Ambos eram silenciosos, Geisel mais ainda, mas o poder era percebido.
Um pouco fora do tema: 


Bebianno significa relativo ou pertencente à Bebiana, antiga região da Etrúria, na Itália. Não por acaso, o sangue italiano do ex-ministro ferve quando ele discorre sobre os desatinos cometidos por um governo que ainda principia. “Nunca vi um governo que, no terceiro mês, tivesse tantos desgastes políticos”, avaliou Bebianno. O pára-raios que matava no peito todas as bombas que cairiam no colo do presidente, segundo sua própria definição, atribui parcela significativa dos problemas aos rebentos do presidente. Para ele, nem os filhos do Lula e da Dilma atrapalharam tanto. Ele lamenta que, por influência dos herdeiros de Bolsonaro e de Olavo de Carvalho, o governo esteja sendo conduzido de forma ideológica, em detrimento de decisões técnicas e necessárias para a retomada do País, na mesma proporção com que despreza aliados, como o presidente da Câmara. “Rodrigo Maia é uma pessoa bem mais jovem do que o presidente, mas vem mostrando um equilíbrio bem maior”.

“Acabei me apaixonando”
Recém-chegado do exterior, Bebianno, no entanto, não quer ficar amarrado ao passado, embora admita ainda guardar mágoas de Bolsonaro para cuja eleição dedicou-se por dois anos e por quem um dia se “apaixonou”. “Fui me envolvendo e acabei me apaixonando pela figura humana dele”. Bebianno cuidava da alimentação, dos remédios que Bolsonaro tinha que tomar e até da segurança dele. “Acabei fazendo o papel que os filhos deveriam fazer e não fizeram”. A intimidade com o presidente causou ciumeira, de acordo com o ex-auxiliar. “Carlos, o mais agressivo, nunca havia feito uma viagem com o candidato. A única foi a Juiz de Fora, onde o presidente levou a facada. Ele também nunca participou das gravações dos programas de televisão da campanha”, disse. Agora, o ex-ministro quer virar a página. 

Pensa adiante. “Não quero mais nenhuma proximidade com o presidente”, garante. Bebianno busca guarida na casa do empresário Paulo Marinho, no Jardim Botânico, onde concedeu a entrevista à ISTOÉ na terça-feira 25. Mostrando-se descontraído, sapato sem meias, bronzeado e expondo um semblante tranqüilo, revela-se disposto a recuperar não só a autoestima, mas também a carreira política, interrompida com o que chamou de demissão desleal. O primeiro passo nesse sentido será dado nesta semana, quando pretende se desfiliar do PSL, partido do presidente, do qual ainda é o vice-presidente nacional. “Para mim, o PSL é página virada”, disse o ex-ministro que está de malas prontas para o PSDB ou o DEM. Com a cabeça em novos projetos, é possível até que venha a ser candidato a prefeito da capital fluminense em 2020.

Entrevista
O presidente tem submetido ministros demitidos a um processo de execração pública?

E de forma desnecessária. No meu caso, por exemplo, qual foi o embate com o presidente? Nenhum. O processo foi alimentado pelo filho dele, o Carlos. Eu fui muito agredido pelas redes sociais. Aliás, eu não me pauto pelas mídias sociais, ainda sou da época do mundo real, mas foi uma covardia gigantesca o que foi feita comigo.

Qual é a sua avaliação desses seis meses de governo?
Eu nunca vi um governo que no terceiro mês tivesse tantos desgastes políticos. Posso mencionar uma relação que se deteriorou por conta de nada. Na primeira vez em que eu estive com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, aqui na casa do Paulo Marinho, entre o primeiro e segundo turnos, traçamos algumas perspectivas em relação ao Brasil. Fizemos ali um pacto, com a anuência do presidente, para que houvesse uma relação amistosa, institucional positiva. As pautas, que naquela época já se mostravam que seriam abraçadas pelo Paulo Guedes para a economia, revelaram um Rodrigo Maia muito receptivo. Até porque as pautas eram muito mais da Câmara do que do presidente. Logo após a eleição, vimos a aliança, que foi feita com tanto carinho com Rodrigo Maia, começar a ser destruída por questões ideológicas.

(...)
Quem atrapalha mais? É o Olavo de Carvalho ou os filhos do presidente?
É tudo a mesma coisa. Eles ali se misturam.

O Carlos derrubou o senhor e também o ex-ministro Santos Cruz…
O general Santos Cruz era um amigo de 40 anos do presidente. Foram parceiros de atletismo, competiram juntos. Um homem seriíssimo, mas ao mesmo tempo muito amável, muito inteligente e muito leal ao presidente. Então com esse afastamento da forma como foi, também desnecessariamente e com muita agressão, o presidente perdeu um grande aliado.

Por: Carlos José Marques e Germano Oliveira

Entrevista completa em IstoÉ