Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador penâlti. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador penâlti. Mostrar todas as postagens

sábado, 24 de julho de 2021

Democracia na marca do pênalti - Revista Oeste

— Mestre, o que essa gente toda está fazendo na rua?

— Deu problema em Brasília, gafanhoto.

— Que problema, mestre?

Tentaram uma malandragem na surdina, gafanhoto.

— Que malandragem, mestre? Que surdina?

Tentaram enterrar uma reivindicação da sociedade ao apagar das luzes, gafanhoto. No afogadilho.

— O que é afogadilho, mestre?

— Procura aí no dicionário, gafanhoto.

— Já achei. E por que fizeram isso, mestre?

Porque democracia é muito complicado, gafanhoto. Tem que dar satisfação pra muita gente. Então tem uma turma boa lá no Congresso que tá preferindo resolver tudo entre quatro paredes.

— Simplifica, né?

— Muito.

— Então qual é o problema, mestre?

— O problema é pra quem tá de fora das quatro paredes, gafanhoto.

— É muita gente?

— Bastante. Você e eu, por exemplo.

— Mas não tem o voto que a gente dá pra eles fazerem lá o que a gente quer que seja feito?

— Aí é que tá. O pessoal da planície quer ter certeza de que o voto foi pro candidato certo, mas o pessoal do afogadilho acha que não precisa.

— Acha que não precisa votar? Ou que não precisa ter certeza de que o voto foi pra pessoa certa?

— Dá no mesmo, gafanhoto.

— E conseguiram enterrar essa reivindicação lá no Congresso, mestre?

— O funeral tava pronto, aí deu ruim.

— “Deu ruim”? Nunca te ouvi falando assim, mestre.

É que tô meio sem saco pra esses picaretas.

— Entendo. E deu ruim como?

— O povo rugiu aqui do lado de fora e os deputados que ainda têm vergonha na cara suspenderam o funeral.

— E agora, mestre?

Agora é isso aí que você tá vendo, gafanhoto. Essa gente toda na rua.

— Será que os coveiros vão recuar?

— Isso é problema deles. Essa sua pergunta reflete um dos males da humanidade.

— Pois é, gafanhoto. Contando ninguém acredita.

— Desculpe, mestre. Como assim?

“Será que eles vão recuar?” “Será que eles vão deixar?” “Será que vai dar?” E por aí vai. No dia em que os indivíduos largarem essa mania de fazer previsão e levarem os seus intuitos até o fim, o mundo será outro.

Não tinha pensado nisso.

— Então pensa.

— E quem foi que montou o funeral do projeto de verificação do voto?

— Projeto do voto auditável.

— Ah, tá. O que é auditável?

— Procura no dicionário.

Achei. Voto impresso, né?

— Não tem nada a ver uma coisa com a outra.

Ué, eu busquei aqui por voto auditável e apareceu logo voto impresso.

— É uma confusão que os próprios defensores da medida ajudaram a criar.

— Os próprios defensores, mestre?!

— Exatamente, gafanhoto. Confundir é muito mais fácil que explicar.

Assim fica difícil mesmo.

— Bota difícil nisso. Impresso é só o comprovante do voto eletrônico, justamente para que se possa auditar a eleição. Aí eles saem defendendo o voto impresso e os picaretas dizem que é pra voltar ao sistema de voto em cédulas de papel, que é um retrocesso, etc. Entendeu?

Se não estivesse ouvindo da sua boca eu não acreditaria, mestre.

— Pois é, gafanhoto. Contando ninguém acredita.

E como os picaretas conseguiram montar o enterro de uma medida de segurança eleitoral que tanta gente quer?

— É uma longa história, gafanhoto.

— Resume, mestre. Quem não sabe resumir não pode ser mestre.

— Agora eu gostei de te ouvir, gafanhoto.

— Obrigado. A minha paciência também está acabando, que nem a sua.

— Até que enfim.

— Estou esperando o resumo.

O resumo é o seguinte: representantes do Poder Judiciário, que por coincidência são os árbitros da eleição e reabilitaram um criminoso para disputar essa mesma eleição, meteram o bisturi nos partidos e operaram a comissão do voto auditável.

— Eles são cirurgiões?

Sim. Especialistas em transplante de consciência.

— Explica melhor, mestre.

Os deputados da comissão que votariam a favor do voto auditável foram transplantados por deputados que se dispuseram a votar contra.

— Caramba! Isso é mais complicado que cirurgia pra mudança de sexo.

— Muito mais. Mas pode ficar simples se você tiver bons instrumentos cirúrgicos e pacientes dóceis.

— Deixa eu olhar aqui no dicionário o que são pacientes dóceis, mestre.

— Larga esse dicionário e vai à luta, gafanhoto.

Leia também “Se as eleições fossem ontem”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste 

 

domingo, 9 de agosto de 2015

Dilma afunda mais depressa se Lula virar ministro. A Dilma é desorientada, sem noção, mas será que vai confiar no Lula e nomear aquele estrupício ministro?

Se Dilma Rousseff cometer o desatino fatal de nomear Lula para algum ministério vai ser mandada para o esgoto da História, sem direito a tratamento. A eventual nomeação de Lula, especulação absurda que vem sendo tratada pela mídia amestrada como um fato sério, funcionaria como uma confissão antecipada de culpa. Se embarcar nesta furada, Dilma vai afundar mais rápido que o PTitanic...



Não vai colar a desculpa (esfarrapada) de que Lula iria ajudar a resolver a crise, rearticulando o governo e a base amestrada no Congresso (sem lhes pagar alguns mensalões?). Lula, que é uma das figuras mais poderosas e blindadas do Brasil, deve estar muito fragilizado psicologicamente para jogar no lixo o que seria o teórico simbolismo do Presidente da República (coisa que não existe por aqui) em troca de um nada seguro e absurdo direito a foro privilegiado, para eventuais acertos de contas com o judiciário. Lula, ministro de qualquer coisa, é uma piada de brasileiro.



Agora, vamos tratar de coisa séria! A quem pertence o mandado do Presidente da República? Ao mandatário escolhido pelo povo? Ou ao povo que o elege? No Brasil, de presidencialismo imperial, com abusivos poderes estatais capimunistas, a resposta é sempre a errada. Os eleitos sempre acham que estão acima do cidadão. No entanto, no correto raciocínio constitucional, a partir do Poder Instituinte, que deveria definir as regras do jogo democrático (a segurança do Direito), o povo é o dono do mandato presidencial.



Nossos Presidentes não pensam corretamente. Nossa Presidenta exagera na dose. Batendo recordes de impopularidade, porque demonstra ser incapaz de conduzir a coisa pública com competência, seriedade e honestidade objetiva, Dilma perdeu a legitimidade para continuar no poder. Assim, na democradura tupiniquim, um sistema que tem apenas cacoetes pretensamente democráticos, no qual o Estado interfere exageradamente na vida dos cidadãos e na atividade econômica, somos obrigados a assistir a patética cena de uma mandatária vociferando que aguenta pressão, que não vai cair, nem renunciar, embora tenha perdido a governabilidade.



Os políticos fingem não constatar que a principal crise brasileira é estrutural. Ela é a mãe das outras crises: política, econômica e moral. Por isso, não basta discutir se é preciso tirar Dilma do poder, por qualquer modo que seja: impeachment, anulação eleitoral, renúncia forçada ou algum golpismo. A meta real deveria ser uma intervenção constitucional, com prazo determinado, para mudar a estrutura estatal tupiniquim, a fim de que o Estado sirva à sociedade - e não mais se sirva dela. É o único jeito de fazer do Brasil um lugar decente, honesto, justo, democrático e produtivo.



O Alerta Total assina embaixo o que escreveu um dos defensores da Intervenção Constitucional, o jurista Antônio Ribas Paiva: "Temos que optar pelo melhor para a Nação e o Brasil. Não pelo conveniente ou menos traumático. Isto seria manter o regime do crime organizado. Como ocorre desde que o General Leônidas empossou, ilegitimamente, seu amigo José Sarney na Presidência da República. Da ilegitimidade não decorre nada legítimo. A única saída verdadeira seria uma Intervenção Constitucional, com o povo exercendo seu Poder Instituinte".


A tal da Nova República, que já nasceu caduca e ilegítima, esgota-se (no sentido conotativo ou detonativo do verbo). O Brasil necessita de profundas mudanças estruturais. Elas são necessárias e urgentes não só para nós. Trata-se de uma demanda mundial. A implantação de uma democracia saudável brasileira é crucial para o equilíbrio político e econômico do planeta. O agravamento de uma crise, que cause desestruturação do País, não interessa aos poderes globalitários. Uma ruptura institucional, perto da qual estamos, tem consequências danosas e imprevisíveis, gerando desequilíbrios complicadíssimos que ameaçam a segurança e a paz na Terra. 

Por tudo isso, pouco adianta a "agonizanta" Mãe Dilma antecipar, de segunda-feira para às 19 horas deste domingão, no Palácio da Alvorada, a reunião que discutirá a crise política - atrapalhando o Dia dos Pais. A prioridade da reunião é cortar a cabeça de Aloísio Mercadante na Casa Civil. O PMDB deseja a queda dele. Luiz Inácio Lula da Silva, seu ex-amigo, mais ainda. Michel Temer (que está de olho na falida butique de R$ 1,99 da Dilma) comparecerá como "coordenador político do governo" (tarefa que a Dilma sem noção preferiu terceirizar, e por isso e por tantos outros motivos, toma tanta pancada). Se bobear, até Renan Calheiros, a quem Dilma recorreu na hora do extremo desespero, vai participar...



Além de detonar Marcadante, a reunião pode decidir pelo retorno oficial de Lula ao governo. Tudo apenas para lhe conceder foro privilegiado, sob o pretexto de que ele pode colaborar para a governabilidade atuando mais próximo da Dilma. Se tal insanidade for cometida, o desgoverno assina sua sentença de morte, com direito a publicação no Diário Oficial da União. Lula no Ministério da Defesa (dele mesmo?) ou nas Relações Exteriores (para fazer mais negócios?) é um golpe estúpido.



O panelaço da semana passada tirou Dilma de órbita. A pesquisa sobre sua impopularidade feriu de morte a autoestima dela. Apesar disto, a Presidenta não se emenda. Nem os demais políticos. Todos preferem viver em outra realidade. Por isso, não conseguem soluções para nenhuma crise. Aliás, nem querem resolver nada. Tirando alguma tensão, em função do medo de uma investigação redundar em prisão, todos permanecem na mesma zona - de conforto. Claro, mamando na teta do Estado Capimunista, que leva a sociedade à falência, mas não quebra.



Os banqueiros não deixam. A gastança continua. Os juros sustentam a farra. Ajudam a rolar a impagável dívida pública. O cidadão paga a conta, com mais impostos, taxas, contribuições e usura. A diferença, agora, é que os otários reclamam. Marcamos até um evento no dia 16 de agosto. Até porque manifestação, no Brasil do Carnaval, precisa ser, acima de tudo, uma grande festa. Alguns políticos até vão se preocupar com a gritaria festiva das ruas. Na visão deles, pode reclamar à vontade. Desde que se derrube a Dilma, mas nenhuma mudança radical, estrutural, aconteça...



As crises brasileiras estão longe de solução, embora tudo possa se resolver rapidamente, desde que rompamos com o modelito capimunista-rentista. É possível fazer isto. O problema é que a maioria ainda não tem clareza de que é preciso, antes e acima de tudo, ter vontade de romper com o passado, arrumar o presente e planejar um futuro viável, com juro baixo, muito trabalho produtivo, ensino de qualidade e investimento na base familiar, para formar cidadãos de verdade.



A Elite Moral acordou. Só falta definir a que horas vai sair da cama para trabalhar de verdade. Parar de especular é difícil. Fácil é organizar uma festança como a de domingo que vem. Dilma está convidada a sair. Mas ela não é a causa. É mais uma consequência do modelo equivocado de Nação, com abusos cometidos pelo poder central e sua máquina pública que rasga dinheiro.



Se o Brasil não implantar um sistema federalista de verdade, vai acabar dividido. As diferentes crises estão criando as pré-condições de violência e desprezo democrático para a eclosão de uma guerra civil por aqui. Os militares percebem o fenômeno com apreensão. No entanto, como o tenentismo foi derrotado na guerra ideológica pós-64, as Legiões não vão partir para nenhum tipo de intervenção. A não ser que sejam forçadas a agir, não só por clamor da sociedade, mas porque as crises vão tirar os oficiais da aparente zona de conforto - que tem nada de confortável.



Por enquanto, vamos seguindo em ritmo de agonia festiva. Panelaços e protestos terão reações (provavelmente violentas) de quem não deseja mudanças do status quo. Se a crise econômica se agravar - o que parece uma tendência -, a situação política se deteriora de insuportável para insustentável. Aí, na hora do pega pra capar, tudo pode acontecer. Chegaremos àquele momento do decisivo Fla-Flu - que o imortal Nelson Rodrigues relatou ter ocorrido antes da criação do mundo...



A bola está com o povo. Na marca do pênalti. É gol! Ou mais um chute para fora...O diferente, agora, é que a torcida parece disposta a entrar em campo, porque começou a entender que as regras do jogo nunca estiveram tão erradas e contra toda a galera. O craque $talinácio, que é um especialista em metáforas político-esportivas, sabe que o grande jogo final nunca esteve tão próximo de um desfecho imprevisível ou, na melhor hipótese, nunca antes visto na História (mal contada) deste País...



Uma coisa é certa. O juízo final não vai perdoar quem tirar o time de campo por covardia ou pisar na bola por incompetência... O jogo é jogado... Chega de perder de sete ou cair de quatro... É vencer ou vencer...
Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão