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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Dilma, a desesperada



No desespero, Dilma cobra de adversários o que seu governo nunca fez: pensar primeiro no Brasil
A uma semana das manifestações contrárias ao seu governo e desesperada com a possibilidade de abertura de processo de impeachment, Dilma Rousseff (PT) soltou mais essa ‘pérola’: “O Brasil precisa, mais do que nunca, que as pessoas pensem primeiro nele, Brasil, no que serve à população, à nação, e só depois em seus partidos e em seus projetos pessoais.”

Ah, é mesmo? Então por que Dilma sapiens não disse isso ao mensaleiro do petrolão José Dirceu, quando ele convocava todos os petistas, como ela, a pensar primeiro no PT?  “Se o projeto político é o principal, o principal é cuidar do PT. Nós temos que cuidar do partido em primeiro lugar”, orientava ele anos atrás.

Se Dilma pratica o que diz, por que em debate presidencial com Aécio Neves (PSDB-MG) recusou-se a garantir que Dirceu não teria papel em seu governo caso eleita?  O resultado é conhecido: Dirceu manteve os atos de corrupção sob o governo Dilma e hoje está preso pela Operação Lava Jato.

Como o próprio Aécio chegou a dizer para a petista em debate: “o seu discurso não tem conexão com a sua prática”. Na hora do desespero, Dilma simplesmente cobra dos adversários o que seu governo nunca fez – e comprova pela enésima vez que pensar primeiro no Brasil é tirá-la do poder.

Tic-tac, tic-tac…

Fonte: Felipe Moura Brasil  http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

terça-feira, 21 de abril de 2015

"Gente na rua é poder?"

Vigora no imaginário coletivo brasileiro a ideia de que gente na rua é poder. Se uma causa conseguir levar as pessoas à rua, tal causa sairá vencedora. Afinal, não foi isso o que se pensou nas Diretas-Já? Não foi isso o que ocorreu no impeachment de Collor?
Mas a ideia de que o povo na rua consegue o que quer nem sempre corresponde aos fatos, embora se fundamente no pressuposto de que, numa democracia, o poder está nas mãos do povo.

Também essa afirmação precisa ser matizada. Não estamos numa anarquia, onde quem grita mais forte e reúne o grupo mais ruidoso vence. Numa democracia representativa, o poder de arregimentar não é sinônimo perfeito de poder político. O povo tem o poder em suas mãos quando vota. Depois, ele é transferido temporariamente aos seus representantes.

Mas, então, qual é o poder do povo nas ruas? Obviamente, ele exerce influência, tem poder. Mas tal poder é exercido de forma indireta. A atuação nas ruas é vitoriosa apenas quando consegue modificar os cálculos políticos de quem detém o poder. Por exemplo, não basta que a maioria da população diga que Dilma Rousseff merece o impeachment. As pessoas que detêm o poder de interromper o mandato da presidente - no caso, os parlamentares - precisam se convencer da realidade prática de que, sem Dilma, as coisas ficarão melhores. Dizer simplesmente que, com Dilma, as coisas estão ruins não tem, por si só, força política.

Estar na rua não basta para mudar destinos políticos. Tornou-se hábito, por exemplo, falar que o regime militar acabou porque o povo foi às ruas. A ideia é bonita. Mas, analisados os fatos, fica evidente que o regime militar acabou, no momento em que acabou, por uma decisão política dos próprios militares. A versão de que o povo nas ruas alterou significativamente a história é uma construção teórica posterior. Muito bonita, repita-se, mas falsa. Alguns dirão: mesmo que não seja de todo verdade, essa construção ressalta a importância da participação popular nos acontecimentos históricos. Mas a democracia se constrói à base de fatos reais e argumentos consistentes, e não de meras idealizações. Criar mitos que falseiam a realidade não leva as pessoas a ter influência prática na vida pública, que é o que importa numa democracia.

Reconhecer que o povo nas ruas não tem o poder que se imagina não significa retirar a legitimidade das manifestações nas ruas. Ao contrário. Ir às ruas é em si meritório, pois significa que cada um está dedicando o seu tempo a promover algo que considera benéfico para a sociedade. A questão está em fazer essa mobilização gerar efeitos práticos, políticos. Daí a importância de entender como funcionam os mecanismos de um regime democrático.

Também não significa que o sistema representativo seja perverso, como se o poder tivesse sido usurpado do povo por alguns poucos. Há apenas uma transferência temporária de poder a alguns representantes. Tal sistema - embora, imperfeito - traz importantes benefícios. Ele não é apenas uma solução prática diante da impossibilidade de que a população decida continuamente sobre as questões públicas. Oferece a possibilidade de um saudável distanciamento entre o poder decisório e o poder da maioria, ao fornecer as condições práticas para a tomada de decisões impopulares, mas absolutamente necessárias para a condução responsável de uma nação.  E aqui se desvela outro aspecto fundamental da democracia representativa - a responsabilidade pelas decisões, assegurada pelo caráter temporário da transferência de poder. Responsabilidade que não existe, por exemplo, nas manifestações de rua.

Todas essas questões sobre o exercício do poder podem parecer complicadas. Não precisa e não deve ser assim. Cada um do povo deve ser responsável por suas escolhas. Só assim os representantes assumirão a sua responsabilidade pelo bem comum, em sintonia com o sentir da população. São eles os responsáveis por traduzir no momento presente as aspirações da população em consequências práticas, nesse equilíbrio sempre instável da política, entre o desejável e o possível. A população está dizendo o que considera ser desejável - e essa é a sua força. Resta ver qual será a resposta daqueles que detêm o poder, tanto o governo como a oposição.

Fonte: Editorial - O Estado de São Paulo
 

sexta-feira, 27 de março de 2015

"A PRESIDENTE DO DESGOVERNO"

Carlos José Moreira, diretor editorial IstoÉ

Está tão acelerado o processo de esfacelamento do Governo que é difícil acompanhar o ritmo dos eventos que inviabilizam seu funcionamento. Ministro que sai atirando contra o Congresso, vazamento de documento sugerindo uso dirigido e ilegal da publicidade oficial, erros em cascata na resposta às ruas, um “salve-se quem puder” como poucas vezes se viu no Planalto. A presidente parece estar à frente de um desgoverno e para entornar de vez o caldo experimenta queda vertiginosa na sua popularidade. Pelo que se pode depreender da última pesquisa Datafolha, Dilma chegou ao ponto em que quase ninguém a aprova. Nem mesmo os aliados. Muito menos aqueles que a elegeram. 

A rejeição saltou para impressionantes 62% enquanto a sua aprovação desceu ao nível de 13%. São indicadores recordes. Algo jamais imaginável para quem se encontra ainda em início de gestão. Seus números só são comparáveis aos do presidente Collor às vésperas da renúncia. E se esse não é um sinal claro, evidente, de que ela está conduzindo o País por um rumo errado, não há mais como sensibilizar os sensores palacianos e, nessa toada, Dilma irá comandar sob o estigma da ilegitimidade. 

Uma coisa desde já é certa: caiu por terra o mito do Brasil dividido, que embalava as ilusões do Governo e do PT para se perpetuar no poder. Hoje Dilma não seria a escolhida da ampla massa de eleitores. Muitos mudaram de opinião e agora formam fileiras contra ela. A desculpa frágil de uma orquestração das elites, dos “ricos” e “coxinhas”, desabou frente a óbvia demonstração dos números estatísticos e das manifestações que galvanizam brasileiros do Oiapoque ao Chuí. No levantamento Datafolha, pela primeira vez, a maioria do público de baixa renda e com menor escolaridade classifica sua gestão como ruim ou péssima. Os protestos do último domingo já haviam dado um eloquente alerta – o que, para a maioria dos mandatários, seria mais do que suficiente para despertar preocupações e atitudes convincentes de humildade e compreensão do recado. No caso de Dilma serviu apenas e tão somente para repisar promessas de diálogo que ela nunca coloca em prática e para desengavetar um surrado projeto anticorrupção. A presidente até aqui foi incapaz de assumir um mea-culpa, de admitir publicamente os erros. 

Provavelmente não irá fazê-lo. E tamanha soberba tem irritado qualquer um que dela se aproxima. Sua falta de habilidade política, pouca paciência e muito de prepotência para ouvir a sociedade está levando o segundo mandato a um ponto de inoperância absoluta. Poucos acreditam em um desfecho positivo do processo. Seja nas rodas palacianas, nos corredores do Congresso, nas conversas de simpatizantes, aliados, amigos ou opositores, Dilma é vista como a antítese da governante que comanda em nome do interesse geral. Isolada e sob pressão intramuros do Planalto ela parece não perceber isso. 

Se atira aos mais desabusados rompantes de ciclotimia, considera a crise passageira e continua a distribuir ordens que não negocia com ninguém, tal qual uma soberana que se enxerga inabalável, absoluta e senhora da verdade. Ledo engano. Seria recomendável, em seu próprio proveito, um certo resguardo do mau humor, pitadas de modéstia e menos descaso e preconceito contra a horda de insatisfeitos que teima em desqualificar como uma minoria de burgueses brancos.

Editorial IstoÉ