Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Lula 3 repete erros que amputaram o mandato de quatro presidentes
Os ex-presidentes Fernando Collor, Jânio Quadros e João Goulart - Foto:
Montagem Revista Oeste/Shutterstock/Wikimedia Commons
Um trecho da Constituição informa que só podem candidatar-se à Presidência da República brasileiros com mais de 35 anos de idade. É pouco, adverte a saga dos três quarentões que desocuparam o Palácio do Planalto muito antes do prazo combinado.
Jânio Quadros tinha 44 quando decidiu usar o atalho da renúncia para voltar à planície e logo depois regressar ao ponto de partida; a esperteza não deu certo.
João Goulart tinha 42 quando foi obrigado a deixar o emprego e o país. Fernando Collor tinha 40 quando preferiu pedir demissão a aguardar a inevitável decretação do impeachment.
Os três protagonizaram molecagens que governantes cinquentões certamente evitariam. Jânio,por exemplo, fantasiou-se de moralista radical ao banir do território nacional briga de galo, biquíni e lança-perfume.
Jango mandou às favas a hierarquia militar ao apoiar ostensivamente uma greve de marinheiros.
Collor deu de mandar mensagens em código com inscrições nas camisetas que realçavam o peitoral bombado.
Mas a trinca talvez escapasse da amputação do mandatose não tivesse cometido o pecado capital do qual presidentes mais vividos fogem como o diabo da cruz: confrontados com a crescente má vontade do Legislativo, os três optaram pelo enfrentamento.
A “maldição dos 40” mistura inexperiência, soberba e incompetência. No dia da vitória, a euforia impediu que Jânio, Jango e Collor enxergassem o sinal vermelho aceso no Congresso: o presidente eleito não tinha o apoio da maioria dos deputados e senadores.
Deveria, portanto, usar as semanas que precedem a posse para negociar espaços no ministério e no segundo escalão com partidos sensíveis a cargos e verbas.
Confiantes no poder de sedução de um presidente em começo de mandato, os integrantes da trinca, que nunca haviam dado maior importância a partidos, acharam perda de tempo buscar acordos que expandissem a base parlamentar governista.
Lançado candidato pela União Democrática Nacional, Jânio venceu a eleição de 1960 graças à força do janismo — movimento muito maior que a UDN e todas as outras siglas pelas quais passou na trajetória que o levou, em 12 anos, da Câmara de Vereadores de São Paulo ao Palácio do Planalto. Cercado de velhos amigos, afastou-se dos parceiros de palanque e fez do ministério uma extensão do universo político paulista. Todas as legendas se uniram para impedi-lo de governar o país.
Jango foi fiel ao PTB, sigla dominante nos bisonhos ministérios que nomeou. No dia da queda, mesmo parlamentares petebistas já estavam fora do barco.
Governador de Alagoas,Collor começou o ano sonhando com a candidatura a vice-presidente na chapa do PSDB, liderada por Mário Covas. Animado com o desempenho nas pesquisas eleitorais, deixou a tribo dos tucanos para fundar uma esquisitice batizada de Partido da Reconstrução Nacional. O PRN seria tão efêmero quanto a Era Collor.
O impetuoso caçador de marajás só pediu socorro a grandes partidos quando o naufrágio se tornara irreversível. Seus aliados no Congresso já cabiam numa van.
Quase 20 depois do despejo de Collor,Dilma Rousseff provaria que a maldição dos 40 pode atingir uma sexagenária com idade mental consideravelmente inferior à registrada na certidão de nascimento.Entre o início de 2011 e o fim de 2014, a primeira mulher a presidir o país não disse coisa com coisa.
Fora outros assombros, saudou a mandioca, dobrou metas que não haviam sido fixadas, até enxergou um cachorro oculto por trás de toda criança — mas não só completou o primeiro mandato como conseguiu ser reeleita.
A mudança dos ventos ocorreu já na largada de Dilma 2. Antes que 2015 terminasse, a única faxineira do mundo que não vive sem lixo por perto foi obrigada a varrer do ministério sete corruptos juramentados.
Mas a hora da agonia só chegou em 2016. Afetada por manobras desastradas e jogadas infantis da chefe do Executivo, sua “base parlamentar” tornou-se tão vigorosa quanto um chilique de Randolfe Rodrigues. Com o povo nas ruas e o Congresso longe do governo, a substituição de Dilma pelo vice Michel Temer ficou tão previsível quanto a mudança das estações.
Enquanto “atos de protesto contra o golpe”juntavam algumas dúzias de teimosos sem cura,cresciam dramaticamente multidões cuja reivindicação se condensava em duas palavras, uma vírgula e um ponto de exclamação: “Fora, Dilma!”. O impeachment foi aprovado por 367 parlamentares.
Apenas 137 se opuseram ao despejo, 7 se abstiveram e 2 nem apareceram no plenário.
Dilma foi defendida na tribuna por deputados do PT com o entusiasmo de orador de velório. “O Congresso sempre faz o que o povo quer, porque o instinto de sobrevivência do político é muito mais agudo que o do eleitor”, repetia o deputado gaúcho Ibsen Pinheiro, então presidente da Câmara, aos jornalistas que lhe perguntavam qual seria o desfecho do processo de impeachment contra Fernando Collor. “Todo parlamentar sabe que, quando isso acontece, contrariar o povo é suicídio.”
Com o terceiro mandato ainda no berçário, é cedo para saber se (e quando) emergirá das ruas um pressago “Fora, Lula!” rugido por centenas de milhares de gargantas. [nosso palpite é que será ainda no primeiro semestre de 2023 - alguns 'buracos' financeiros precisarão ser tapados e a única fonte de recursos é a dos oriundos da PEC da Transição = PEC PRECIPÍCIO, o que fará com que ainda no primeiro semestre de 2023, parcelas do antigo Auxilio Brasil deixem de ser pagar... e,. as consequências virão ...] De todo modo, multiplicam-se sinais de que o homem que exerceu por oito anos o cargo que disputou em seis eleições agora parece subestimar o poder de fogo do Congresso — e os humores sempre instáveis do Parlamento. Isso é coisa para quarentões de curta milhagem. Não para quem acaba de transformar-se, aos 77 anos, no mais idoso presidente do Brasil republicano. A suspeita foi reforçada por Eduardo Cunha num artigo publicado pelo site Poder360(veja entrevista nesta edição).
Entre as acusações endereçadas a Cunha, que presidiu a Câmara durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, jamais figurou a de amadorismo político. Em tom seguro, ele afirma que Lula não usou a engorda do primeiro escalão, de 23 para 37 ministérios, para consolidar os laços entre os participantes da multifacetada aliança que o elegeu.“Foi a pior composição de todas as gestões do PT”, acredita. Segundo Cunha, o partido do presidente ficou com 21 ministérios. Computados os seis distribuídos entre siglas reduzidas a puxadinhos do PT, chega-se a 27. Feitas as contas, a soma das bancadas desses e outros partidos contemplados com fatias do bolo “é incapaz de garantir uma maioria sustentável no Congresso”.
“O PT sempre quis servos, não aliados”, diz. “Alguém acha que um Ministério da Pesca vai segurar uma bancada de 42 deputados do PSD? Esse ministério, a exemplo do que se viu no mandato de Dilma 2, será refeito mais rápido que se imagina.” Cunha também avisa que humilhações podem abrir feridas que não cicatrizam.“O caso de Simone Tebet foi um exemplo. Humilhada pelos vetos a que ela ocupasse posições que o PT entendia imprescindíveis para eles, acabou no Ministério do Planejamento. Sem qualquer importância na gestão da economia, que ficou a cargo do Ministério da Fazenda.”
Depois de reiterar que a performance dos responsáveis pela economia determinará o destino do governo Lula, Cunha exala desconfiança ao prever o desempenho de Haddad. E completa o ligeiro checkup com uma frase pouco animadora para o PT: “Lula 3 está ficando parecido com Dilma 2”.
Abandonei meu descanso de domingo para escrever um texto em
tom de desabafo após ver as cenas do prefeito Bruno Covas no Maracanã, ele que
resolveu restringir o funcionamento de serviços na cidade em que administra. Na
ocasião, disse que apenas um pedido de desculpas implorando perdão e seguido da
sua renúncia teria alguma dignidade.
Mas tucano é tucano, vive numa bolha de arrogância,
descolado da realidade do povo. Bruno Covas não fez nada disso. Ao contrário:
preferiu bancar a vítima e ainda atacar a multidão que ficou revoltada com seu
ato. Ainda por cima demonstrou não ter a menor noção do que seja hipocrisia, ao
falar que as redes sociais estavam sendo hipócritas, não ele. Covas disse que, depois de "tantas incertezas sobre a
vida", a felicidade de ir com o filho para ao estádio "tomou uma
proporção diferente para mim". Disse que a "lacração da internet
resolveu pegar pesado", mas que "se esse é o preço a pagar para
passar algumas horas inesquecíveis com meu filho, pago com a consciência
tranquila". Ele concluiu: "Ir ao jogo é direito meu. É usufruir de um pequeno
prazer da vida. Mas a hipocrisia generalizada que virou nossa sociedade
resolveu me julgar como se eu tivesse feito algo ilegal. Todos dentro do
estádio poderiam estar lá. Menos eu. Quando decidi ir ao jogo tinha ciência que
sofreria críticas. Mas se esse é o preço a pagar para passar algumas horas
inesquecíveis com meu filho, pago com a consciência tranquila."
Ora, e o prazer dos outros que ele como prefeito usurpou?E
o direito dos paulistanos de ter um prazer desses com seus filhos?E aqueles
que não podem curtir os filhos pois estão desesperados demais sem seus
empregos, sem poder abrir o restaurante, o bar?!
Covas é um hipócrita que ainda acusa os outros de hipócritas
por apontarem sua hipocrisia. Ou é mesmo um idiota que não entende a revolta
que produz ao impor algo ao cidadão da cidade que comanda e depois partir para
o Rio como se não fosse nada demais. O prefeito alega que não fez nada ilegal,
sem compreender que o problema é justamente isso ser ilegal para os outros na
cidade que ele “administra”. Covas fez o que todo esquerdista sempre faz: bancou a
vítima. Ele tinha um sonho de levar o filho num jogo de futebol. Que fofo! Que
papai legal! E os trabalhadores que sonham apenas em trabalhar para sustentar a
família, mas não podem por conta do arbítrio do prefeito tucano?!
Bolsonaro tinha apenas um sonho: dar um mergulho no mar com
seus fãs, sentir-se livre e comum novamente. Mas a mídia o tratou como um
sociopata. E agora protege Covas, age como sua assessoria de imprensa, dando
destaque à sua "justificativa" como se nobre. Não dá mais para aceitar passivamente os desmandos de um
governador e um prefeito que fecham o estado e a cidadee vão curtir a
liberdade em Miami ou no Maracanã. Chega! Os dois tucanos perderam qualquer
legitimidade no cargo, não devem mais ser respeitados como autoridades.
O povo também tem seus sonhos, também quer aproveitar os
"pequenos prazeres da vida", também compreende que a vida pode ser
curta ou efêmera, e por isso mesmo deseja o direito de viver com liberdade,
algo que esses dois tucanos vêm impedindo com seu arbítrio em nome de uma
ciência totalmente fake! Ou esses tucanos são dementes que sequer conseguem perceber
a razão da fúria do povo diante de tanta hipocrisia; ou são eles os verdadeiros
sociopatas, que entendem perfeitamente o que estão fazendo, mas não ligam.
Diante desse descalabro, só restou mesmo a desobediência civil, como fez o dono
do Ponto Chic:
A lei do mínimo esforço indica aumento de impostos e não uma ampla reforma tributária
Renúncia é a palavra decisiva no amplo debate sobre reforma tributária. É
mesmo um formidável debate social e político, além da alta complexidade
técnica e econômica. Pois os números consolidados indicam uma
assombrosa adesão de praticamente todos os setores da economia e
sociedade brasileiras a algum tipo de favor fiscal.
Agricultura, indústria, serviços, profissionais liberais, pequenas
empresas, entidades não lucrativas, zonas francas, deduções para pessoas
físicas são contemplados de alguma forma, e nenhum se manifesta
disposto a renunciar à renúncia fiscal. Ao contrário: nos últimos 15
anos o fenômeno dobrou de tamanho (para quem aprecia números: as
renúncias fiscais passaram de aproximadamente 2% para 4% em relação ao
PIB).
Economistas se dividem quase em guerra religiosa quanto à eficiência
dessas medidas fiscais que, na conta geral, diminuem a base de
arrecadação de impostos, aumentando a carga para quem está pagando
tributos. Talvez sociólogos – ou, melhor, antropólogos – entendam o
problema. As renúncias espelham um arraigado hábito político, que é o de espetar a
conta nos cofres públicos e empurrar uma solução definitiva para um
futuro não definido. É um tipo de “individualismo” muito característico
de nosso “caráter nacional”. Todos os setores participantes nas
renúncias confiam na sua capacidade de fazer valer seus interesses (que
são legítimos), e a preocupação com o bem-estar geral é um problema
moral reconhecido, porém secundário.
O País permaneceu num equilíbrio de interesses que foi se tornando cada
vez mais precário – até o estouro de duas brutais crises, a fiscal e a
de saúde (que se alimentam mutuamente). O que está escancarado agora é o
clássico problema da ação e coordenação coletivas, que dependem de...
lideranças. A questão é imensamente maior do que a já complicada tarefa de
arregimentar votos no Legislativo pela proposta A ou B de reforma
tributária. Demanda uma imensa capacidade política de procurar algum
tipo de convergência, de impor algum tipo de medida numa situação na
qual ninguém renuncia a nada. Todos estão envolvidos: entes da Federação
(Estados e municípios), variados segmentos econômicos, bases eleitorais
(indivíduos que pagam Imposto de Renda).
No meio desse turbilhão o governo fala em quadratura do círculo, que é
gastar mais num quadro fiscal delicado sem aumentar a já insuportável
carga tributária. Apostando que o instinto dos congressistas, sendo o de
gastar mais, os fará aceitar mais impostos. Uma aliança tácita com os
“desenvolvimentistas” saudosos de Geisel no Planalto, e descontentes com
o teto de gastos.
As contas dos economistas não fecham: não dá para suportar o necessário
crescimento dos vultosos gastos públicos sem aumentar impostos, e
apostam nisso. Sociólogos e antropólogos também apostariam. É só olhar
para nosso apego à lei do mínimo esforço. É bem menos complicado do
ponto de vista político aumentar impostos do que se engajar na
esfalfante tarefa de coordenar esforços, praticar maldades (vistas pelo
lado “individual”), convencer, articular, coagir, votar. Com as elites
divididas.
Para que tudo isso, dirão os cínicos, se no fim de tanto esforço
impopular (e seus efeitos eleitorais nos mais diversos níveis) o
resultado será de qualquer jeito aumento de impostos?
Resolver parte do
problema via privatizações?
No momento menos de 20 das centenas de
estatais estão na lista de privatizações. Conter gastos e despesas?
Segurar os gastos com funcionalismo depende de uma reforma
administrativa, a que enfrentaria os bem articulados interesses
corporativistas dentro do Estado brasileiro. Ela ainda é só uma
intenção.
Resta a esperança de que a retomada da economia pós-pandemia traga
retorno de investimentos, a produtividade aumente, emprego e renda
cresçam e arrecadações encham cofres públicos que novamente seriam
usados como sempre foram – para acomodar diversos interesses setoriais e
privados, pois os da coletividade se resolverão sozinhos.
“Com o PIB de 1,1%, Bolsonaro tenta se vacinar e
responsabilizar o Congresso pelo eventual fracasso. Não é o primeiro a
apelar às massas quando o governo vai mal das pernas”
Com o restabelecimento do presidencialismo em janeiro de 1963 e a
ampliação dos poderes do presidente João Goulart — que havia assumido o
cargo após a renúncia de Jânio Quadros, não sem antes ter que derrotar
uma tentativa de golpe militar (sic) para impedir sua posse —, a implementação
das chamadas reformas de base passou a ser o eixo da disputa política
nacional. Goulart apresentou às lideranças políticas um anteprojeto de
reforma agrária que previa a desapropriação de terras com título da
dívida pública, o que forçosamente obrigava a alteração constitucional.
Uma segunda iniciativa para agilizar a agenda das reformas foi o
encaminhamento de uma emenda constitucional, que propunha o pagamento da
indenização de imóveis urbanos desapropriados por interesse social, com
títulos da dívida pública. Essas propostas, porém, não foram aprovadas pelo Congresso Nacional, o
que provocou forte reação por parte dos grupos de esquerda, inclusive
nas Forças Armadas. Em setembro de 1963, a Revolta dos Sargentos —
movimento que reivindicava o direito de que os chamados graduados das
Forças Armadas (sargentos, suboficiais e cabos) exercessem mandato
parlamentar em nível municipal, estadual ou federal, o que contrariava a
Constituição de 1946 — acirrou a polarização ainda mais. Entretanto,
isso aumentou o isolamento de Jango, já agravado pelo rompimento com o
Partido Social Democrático (PSD) e Juscelino Kubitschek, que era
candidato a presidente nas eleições previstas para 1965. Diante dessa situação, Jango pediu a Raul Ryff, seu secretário de
Imprensa, que era membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), que
agendasse um encontro com o líder comunista Luiz Carlos Prestes. O
encontro foi organizado por Antônio Ribeiro Granja, membro do
secretariado do PCB, num apartamento em Copacabana. À época, Prestes já
articulava a reeleição de João Goulart, o que era inconstitucional, à
falta de melhor opção para enfrentar as candidaturas de Juscelino e de
Carlos Lacerda (UDN), pois o ex-governador gaúcho Leonel Brizola,
cunhado do presidente da República, era inelegível. O conselho de
Prestes foi Jango apelar às massas e fazer as reformas de base por
decreto. Para isso, os comunistas organizariam comícios populares em
todos os estados do país, ao qual Jango compareceria. A mobilização foi iniciada no dia 13 de março de 1964, com o comício
realizado na estação da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, também
denominado Comício das Reformas, ao qual compareceram cerca de 150 mil
pessoas. Na ocasião, Goulart proclamou a necessidade de mudar a
Constituição e anunciou a adoção de importantes medidas, como a
encampação das refinarias de petróleo particulares e a possibilidade de
desapropriação das propriedades privadas valorizadas por investimentos
públicos, situadas às margens de estradas e açudes. Era o começo de uma escalada fatal para democracia, pois, em resposta
ao comício, várias manifestações e “marchas” foram convocadas por
setores do clero e por entidades femininas. A primeira, A Marcha da
Família com Deus pela Liberdade, ocorreu em São Paulo, a 19 de março, no
dia de São José, padroeiro da família. Contou com a participação de
cerca de 300 mil pessoas, entre as quais Auro de Moura Andrade,
presidente do Senado, e Carlos Lacerda, governador do Estado da
Guanabara. A última, no dia 2 de abril, após a derrubada de Jango, levou
às ruas cerca de um milhão de pessoas e legitimou o golpe militar de
1964, revelando uma correlação de forças favorável à implantação do
regime autoritário. Novo cenário
Ontem, com sinal trocado, durante uma escala em Roraima, a caminho do
encontro com o presidente Donald Trump, em Washington, recepcionado por
400 apoiadores, o presidente Jair Bolsonaro resolveu convocar seus
partidários para a manifestação do dia 15 de março, com objetivo de
pressionar o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). “É um
movimento espontâneo e o político que tem medo da rua não serve para ser
político”,disse Bolsonaro. Na semana passada, havia negado que estava
convocando o protesto nas suas redes de WhatsApp, apesar das evidências.
Na verdade, o movimento não tem nada de espontâneo: está sendo
organizado por grupos de extrema-direita que apoiam Bolsonaro, que
também se utiliza de um exército de robôs comandado pelo vereador
carioca Carlos Bolsonaro, o 02, seu filho, nas redes sociais. Há duas motivações aparentes para Bolsonaro convocar a manifestação:
manter a pressão sobre o Congresso, que votará os projetos
regulamentando a execução das emendas parlamentares ao Orçamento da
União; e reforçar os protestos, que estavam sendo esvaziados pelo acordo
feito pelo Palácio do Planalto para resolver o impasse em relação ao
Orçamento de 2020. Uma terceira motivação, porém, é subjacente: o
fracasso do governo na economia começa a lhe subir à cabeça, depois do
PIB de 1,1% do ano passado. Além disso, o cenário na economia mundial
sinaliza tempos difíceis pela frente, ainda mais com a chegada da
epidemia de coronavírus ao Brasil. Bolsonaro tenta se vacinar e
responsabilizar o Congresso pelo eventual fracasso. Como vimos, em que pese as diferenças polares, não é o primeiro
presidente a apelar às massas quando o governo vai mal das pernas e
enfrenta dificuldades com o Congresso. [o governo Jango ia mal das pernas por inúmeras razões, todas de motivação política, começando pelo desejo de implantar o comunismo no Brasil e por Jango não se conformar que se fracassasse nos seus planos, seria expelido do governo - como realmente foi, pelo MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO de 31 de MARÇO de 1964, movimento que contou com o apoio manifestado em passeata com mais de um milhão de pessoas - há 56 anos passados, reunir uma passeata de 10.000 pessoas já era preciso bons argumentos e o clamor popular de apoiar a MANIFESTAÇÃO, imagine 1.000.000 de pessoas. A MANIFESTAÇÃO do próximo dia 15 não fundamenta comparações do anêmico governo Jango - incluindo a (falta de ) prestígio junto à população - com o do Presidente Bolsonaro = vítima de fatores que independem da sua vontade e competência, incluindo, sem limitar: - 'guerra' comercial China x Estados Unidos; - boicote do Congresso Nacional, que tenta impor um parlamentarismo branco, a maior parte dos projetos do Presidente Bolsonaro - ação que é referendada pelo STF; - o coronavírus que caminha para uma situação epidêmica, com riscos elevados de se tornar pandemia. Um dos objetivos da Manifestação do dia 15 é exatamente informar a muitos desavisados a realidade.] Luiz Carlos Azedo - Nas Entrelinhas - Correio Braziliense
“Quanto mais poderosos seus protagonistas, mais
perigosas são as disputas palacianas, agora operadas com fake news, por
meio das redes sociais.”
Um dos episódios mais espantosos da política brasileira foi a
renúncia de Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961, uma data simbólica: o
Dia do Soldado. Às voltas com um Congresso dominado pela oposição, após
ter sido denunciado, na televisão, pelo seu maior eleitor, o governador
da antiga Guanabara, Carlos Lacerda, o presidente Jânio Quadros
renunciou ao cargo, precipitando o Brasil numa crise sem precedentes,
que não foi contida pelo seu sucessor, João Goulart, e acabou desaguando
no golpe militar de 1964.
A sua renúncia tem duas interpretações relevantes: uma é a dele
próprio, seis meses antes de morrer, em 1991, em depoimento ao neto
homônimo, autor da biografia Jânio Quadros: Memorial à História do
Brasil. Depois de 50 anos de silêncio, disse que a renúncia não deveria
ter existido: “A minha renúncia era para ter sido uma articulação. Nunca
imaginei que ela seria de fato executada. Renunciei à minha candidatura
à Presidência em 1960 e ela não foi aceita. Voltei com mais fôlego e
força. Meu ato de 1961 foi uma estratégia política que não deu certo,
uma tentativa de recuperar a governabilidade. Também foi o maior
fracasso político da história republicana. O maior erro que já cometi…”
Jânio arquitetou um plano que julgava infalível, em meio a intrigas
palacianas protagonizadas por assessores muito próximos, que se
digladiavam. Primeiro, mandou o vice-presidente João Goulart em missão à
China, para afastá-lo das articulações políticas. Presidente e vice
podiam ser eleitos por partidos diferentes, até adversários (Goulart
elegeu-se com 36% dos votos, graças a uma manobra dos sindicalistas
paulistas, que montaram a chapa pirata “Jan-Jan”). Jânio escreveu a
carta-renúncia no dia 19 e entregou ao ministro da Justiça, Oscar
Pedroso Horta, no dia 22. Estava confiante de que não haveria ninguém
para assumir o cargo e, por isso, voltaria ao poder mais forte, nos
braços do povo, com apoio dos governadores e dos militares.
Janio avaliava que Jango não tomaria posse: “Achei que era impossível
ele assumir, que todos iam implorar que eu ficasse” — disse ao neto.
“Charles De Gaulle renunciou na França e o povo foi às ruas exigir a sua
volta. A mesma coisa ocorreu com Fidel Castro, em Cuba. Achei que
voltaria para Brasília na glória. Pedi um voto de confiança à minha
permanência no poder. Fui reprovado, e o país pagou um preço muito caro.
Deu tudo errado.” A outra é do jornalista Carlos Castelo Branco, no livro A renúncia de
Jânio: um depoimento, no qual o maior jornalista político que Brasília
já conheceu relata os bastidores da renúncia, separando os delírios de
Jânio das intrigas de bastidores no palácio, que acompanhou de corpo
presente como secretário de Imprensa da Presidência e relata com
precisão.
Nelas, pontificaram o ministro da Justiça, Pedroso Horta, e José
Aparecido, cada qual puxando o governo para um lado. Castelo relata um
episódio pequeno, em todos os sentidos, mas de grande significado. Horta
havia articulado um encontro de Lacerda com Jânio, em Brasília, que foi
um desastre. Aparecido fez uma intriga com Jânio e submeteu Lacerda a
uma situação humilhante, ao frustrar sua expectativa de pernoitar no
Alvorada: simplesmente mandou o mordomo aguardar Lacerda com sua mala de
viagem e conduzi-lo à porta do palácio.
O golpe
Ao relatar uma conversa de Jânio com o então ministro do Trabalho,
Castro Neves, no aeroporto de Cumbica, presenciada também por José
Aparecido, Carlos Castelo Branco revela o ponto de encontro entre as
intrigas palacianas e os delírios do presidente: “Nada farei por voltar,
mas considero minha volta inevitável. Dentro de três meses, se tanto,
estará na rua, espontaneamente, o clamor pela reimplantação do nosso
governo. O Brasil, no momento, precisa de três coisas: autoridade,
capacidade de trabalho e coragem e rapidez nas decisões. Atrás de mim
não fica ninguém, mas ninguém, que reúna esses três requisitos”.
Jânio renunciou na certeza de que voltaria. “Uma vez que, sob a
Constituição, não poderia reassumir a Presidência, a não ser através de
novas eleições, o que esperava? Obviamente, um golpe, que lhe oferecesse
de volta o poder e que lhe permitiria impor condições, como o
fechamento do Congresso, de cuja inutilidade e vícios fazia aberta
apologia nos dias que antecederam à renúncia”, concluiu outro craque do
jornalismo, Luiz Gutemberg, ao prefaciar o livro de seu amigo e colega
Castelinho.
Moral da história: quanto mais poderosos seus protagonistas, mais
perigosas são as intrigas palacianas, agora operadas com fake news, por
meio das redes sociais. O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, por
exemplo, foi ejetado da cadeira de secretário-geral da Presidência dessa
forma. Segundo a Polícia Federal, são falsas as mensagens que
circularam no WhatsApp e que contribuíram para a sua demissão em junho. O
suposto diálogo entre o ministro e um interlocutor, com críticas ao
presidente Jair Bolsonaro, a um filho do presidente e a uma pessoa
identificada como “Fábio”, provavelmente foi de autoria de um perfil
falso e disseminado nas redes por um robô. O militar havia entrado em
rota de colisão com um dos filhos de Bolsonaro, o vereador Carlos
Bolsonaro, e seu guru, Olavo de Carvalho.
Desde já, avaliação é de que os EUA são o grande vitorioso da queda iminente de Maduro
Os gravíssimos problemas da Venezuela foram afunilando para uma única
cara, uma única voz: as do presidente ilegítimo Nicolás Maduro, incapaz
de admitir a obviedade de que suas condições de governabilidade se
esgotaram e agarrado a uma lasca de poder como cão faminto, quando
faminta de fato está a população. Como disse ontem o vice Hamilton Mourão, que participou da reunião do
Grupo de Lima, na Colômbia, não existe a possibilidade de intervenção
militar e a estratégia é manter uma ação conjunta e a pressão financeira
e econômica, até asfixiar o regime. O resto, quem tem de fazer são os
próprios venezuelanos.
Depende da opinião pública, das lideranças políticas, do comando do
Judiciário e das Forças Armadas do país garantir a deposição do ditador,
que impediu a entrada de remédios e alimentos que aliviariam a dor de
seu povo e perde os apoios que lhe restam. Maduro é um cadáver político e
deve acordar de sua insanidade, antes que um tresloucado transforme a
metáfora em realidade. Uma tragédia dessas não está fora do horizonte. Os inimigos e
adversários de Maduro não suportam mais sua audácia e podem estar a um
passo de “mandar às favas os escrúpulos de consciência”, o que não seria
inédito na história do continente. Do outro lado, os ainda aliados dele
sabem que não há luz no fim do túnel e podem passar a preferir um
Maduro “mártir” a um Maduro podre e fora de si.
Seja como for, por renúncia ou ação institucional, a queda parece
iminente e já começa uma outra etapa: a da avaliação de perdas e ganhos.
Quem mais lucra são os Estados Unidos, que voltam com tudo para a
América do Sul, agora “saneada” dos regimes de esquerda e embalando a
direita, como no Brasil.O vice americano, Mike Pence, postou-se ao lado do autoproclamado
presidente Juan Guaidó e tornou-se a estrela do Grupo de Lima em Bogotá.
Ameaçou os militares venezuelanos – “Vocês serão responsabilizados” – e
incitou as outras nações a seguirem o exemplo dos EUA, congelando
ativos dos líderes chavistas e da petroleira PDVSA em seus países.
Enquanto Pence brilhava na Colômbia, a subsecretária de Estado para o Hemisfério Sul, Kimberly Breier, desembarcava no Brasil para encontros
com o presidente Jair Bolsonaro, o chanceler Ernesto Araújo e... o
deputado Eduardo Bolsonaro. Em pauta, a Venezuela. Por que o deputado?Porque ele não é só filho do presidente da
República, como também “o cara” da política externa da “nova era”, que sabatina os candidatos a chanceler, bate o martelo no de sua
preferência, foi o primeiro enviado do novo governo à Casa Branca. Não satisfeito em meter na cabeça um boné da campanha de reeleição de
Donald Trump, Eduardo Bolsonaro acaba de divulgar um vídeo dele próprio
apoiando ardorosamente, ao microfone, um muro entre os EUA e os
mexicanos.
Seria ótimo saber o que Forças Armadas, os grandes diplomatas, os
nacionalistas e os simplesmente de bom senso pensam disso no Brasil.
Inclusive o vice Mourão, que teve uma participação devidamente prudente
em Bogotá. Aliás, essa é a palavra-chave: prudência.
O Grande Irmão. A colega Renata Cafardo informa que o MEC enviou e-mail a escolas públicas e particulares, exigindo, ops!, recomendando que elas
leiam diante da Bandeira, gravem e enviem ao ministério o vídeo da
leitura de uma mensagem do ministro Vélez Rodrigues para alunos,
professores e funcionários, que termina com o lema bolsonarista: “Brasil
acima de tudo, Deus acima de todos!” Uso das crianças para fins
políticos, seja para que lado for, é o fim da picada.
É politicamente perigoso supor que 57,7 milhões de brasileiros
elegeram Jair Bolsonaro sem ter a mais vaga ideia do que ele vai fazer
no Palácio do Planalto, a partir de 1º de janeiro. Sua vitória em todo o
Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte(exceto Tocantins e Pará) não foi
acaso.
Goste-se ou não, mais da metade do eleitorado deu-lhe o crédito de
confiança que era reivindicado pelos adversários. E, dizia Abraham
Lincoln, ninguém é suficientemente competente para governar outras
pessoas sem o seu consentimento. O problema de Bolsonaro, agora, é cumprir as promessas. Quase todas,
sim, podem ser qualificadas como confusas, inconsistentes, equivocadas,
entre outros adjetivos. Uma exceção está no compromisso público assumido
no sábado, 20 de outubro: “O que eu pretendo é fazer uma excelente
reforma política para acabar com instituto da reeleição que, no caso,
começa comigo, se eu for eleito.”
Não conseguiria ser mais límpido. É, portanto, legítima a expectativa
de que Bolsonaro apresente ao novo Congresso, em fevereiro, um projeto
de renúncia à reeleição, limitando-se aos 1.460 dias do mandato. Faltam razões objetivas para não se acreditar ao menos nesse
compromisso de um candidato que, há 72 horas, obteve maioria de votos
numa dimensão só comparável ao mapa eleitoral de Lula em 2002. Outras promessas independem da caneta presidencial, como a de enxugar “em 15% ou 20%” o número de integrantes do Legislativo.
A renúncia à reeleição, não. Ela está sujeita, única e exclusivamente, à sua vontade, já expressa em público. Bolsonaro estará ausente da disputa presidencial de 2022. Outro que
abdicou, publicamente, foi Ciro Gomes (PDT), que no dia 12 de setembro,
no Rio, disse o seguinte: “(Se Bolsonaro ganhar) eu vou desejar boa
sorte, cumprimentá-lo pelo privilégio e depois vou chorar com a minha
mãe. Saio da política. A minha razão de estar na política é amor,
paixão, confiança. Se nosso povo por maioria não corresponder, vou
chorar.” Não há por que não acreditar neles. [a promessa de Ciro Gomes é FAKE, como tudo nele; além do mais, todas as eleições precisam daqueles candidatos escalados para perder, e Ciro é um dos integrantes natos do grupo que tem também Marina e Alckmin; quanto a Bolsonaro assumiu uma posição inteligente, visto que ao apresentar o projeto extinguido a reeleição cumpre sua promessa; não sendo o mesmo aprovado, ele está livra para se candidatar e ser reeleito, confiamos que o excelente Governo que vai realizar o credencia para fechar o túmulo no qual colocou o PT - por enquanto fechado com concreto - com uma lápide de tungstênio. Parabéns ao jornalista José Casado pela coragem em escrever um artigo apontando pontos indiscutíveis - em qualquer matéria séria - de Bolsonaro e seu futuro Governo. Aproveito para alertar àqueles que acreditam quando diz que Bolsonaro não é inteligente - lembro apenas que ele passou pela Aman e lá não há espaço para os desprovidos de inteligência, nem mesmo para ingressar, quanto mais para iniciar a carreira militar.]
Em conversas desta
quinta-feira, ele pediu "resistência" aos partidos da base aliada, do
PSDB ao PP; em pronunciamento, ele disse que não vai renunciar
O presidente Michel Temer
orientou a equipe a “partir para o enfrentamento”, na tentativa de
mostrar que não está acuado com as delações feitas pela JBS nem com o
inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF)
para investigá-lo. Nas conversas desta quinta-feira, 18, em seu
gabinete, no Palácio do Planalto, ele pediu “resistência”aos partidos
da base aliada, do PSDB ao PP, e cobrou apoio à agenda das reformas.
Temer chegou a ser aconselhado a renunciar por pelo menos
dois assessores de sua extrema confiança e reagiu com nervosismo. “Não
sou homem de cair de joelhos. Caio de pé”, afirmou. “Michel, você está passando pelo que eu passei. A diferença é
que eu era senador e podia responder e você é presidente e não pode
falar tudo o que pensa”, disse-lhe mais tarde o líder do governo no
Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
Presidente do PMDB, Jucá deixou o Ministério do Planejamento em maio do
ano passado, após 12 dias no cargo, quando vieram à tona gravações em
que ele dizia ser preciso “estancar a sangria” da Operação Lava Jato.
A portas fechadas, Temer usou termos como “conspiração” e
“ação orquestrada” para se referir ao vazamento das delações do
empresário Joesley Batista e de ex-executivos da JBS. O governo
responsabilizou a Procuradoria-Geral da República (PGR) pela divulgação dos depoimentos. Irritado, Temer disse que toda vez que a economia dá sinais de recuperação, aparece delação.
Temer telefonou logo cedo para a presidente do STF, Cármen Lúcia,
avisando-lhe de que pediria acesso aos áudios. A conversa entre os dois
foi protocolar. Ao longo do dia, o presidente recebeu 14 dos 28
ministros e lamentou o destino do senador afastadoAécio Neves (PSDB-MG). “Sem o PSDB o governo acaba”, disse um ministro.
Discurso Foi a equipe de comunicação que estipulou 16 horas desta
quinta como horário-limite do pronunciamento, porque pipocavam notícias
sobre uma possível renúncia e o mercado estava agitado. “Não poderíamos
deixar essa onda crescer”, disse Jucá.
O discurso passou pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral, Moreira Franco,
mas na última hora Temer fez retoques, reforçando o tom de indignação.
Questionado se haveria clima para aprovar mudanças na Previdência e na
lei trabalhista, Jucá disse que o governo votará as “reformas
possíveis”. Apesar da tensão, um aliado não perdeu o bom humor e disse
que era “mais fácil cair o Trump do que o Michel”.
Uma
possibilidade que se cogita é apresentar uma emenda ao processo
A
bancada do PT no Senado articula um modo de preservar os direitos políticos da
presidente Dilma Rousseff, mesmo que ela perca o mandato na votação do
impeachment, que pode ocorrer entre hoje à noite e amanhã. A possibilidade é apresentar uma petição à Mesa Diretora da
Casa para desvincular a perda do mandato da inabilitação política (perda dos direitos políticos). A
estratégia seria posta em prática antes da votação do impeachment amanhã no
Senado.
A proposta poderá vir a ter apoio,
espera-se, de muitos senadores que querem substituir Dilma por Michel Temer,
mas se veem constrangidos em aplicar uma pena tão severa à presidente — a perda dos direitos políticos. De acordo com as
regras do impeachment, ela não pode votar ou se candidatar a
qualquer cargo político por oito anos.
Aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegaram a propor a Dilma que renunciasse, em troca da
desmobilização na Casa para que os aliados de Temer não chegassem a 54 votos. Dilma,
caso mantivesse os direitos políticos na hipótese de renúncia, sairia do PT e
se filiaria ao PDT, partido que já integrou, para concorrer em 2018 a uma vaga
no Senado. A ideia foi rechaçada por
Dilma assim que chegou a seus ouvidos por emissários de Renan. Ela disse
reiteradas vezes que não renunciará, pois não cometeu nenhum crime e é vítima
de um julgamento injusto.
A proposta dos aliados de Renan indica, porém, sinais de que haveria espaço para negociar uma solução menos severa a
Dilma, pelo menos do ponto de vista político — há grandes dúvidas sobre a margem constitucional, legal ou mesmo
regimental em torno dessa operação, já que a
vinculação entre a descontinuidade do mandato e a perda dos direitos políticos
está prevista na Constituição. O sentimento de culpa e a avaliação
de que Dilma é injustamente punida, já existia na semana passada, e cresceu
ainda mais depois do discurso emotivo da presidente afastada na segunda-feira.
Até mesmo a advogada Janaina Paschoal pediu desculpas publicamente a presidente
pelo sofrimento que está lhe causando. O advogado de Dilma, José Eduardo
Cardozo, também fez um pronunciamento emocionado nesta terça-feira no Senado
apelando para o sentimento de culpa em condenar uma pessoa inocente, algo que,
segundo ele, recairá sobre os senadores que votarem a favor do impeachment. Ao
falar com jornalistas, depois do pronunciamento, Cardozo tinha lágrimas nos
olhos. Ao mesmo tempo em que o movimento da bancada
petista mostra que há espaço para preservar alguns direitos de Dilma, também indica que os senadores já contam
com a derrota na votação do impeachment.