Logo a jornalista vai propor o impeachment antecipado do presidente = com possibilidades de um partideco sem noção, sem programa, sem voto, aceitar a sugestão e solicitar ao STF a decretação da medida = Bolsonaro eleito em 2022 não será empossado. MOTIVO: uma decisão monocrática de um ministro da Suprema Corte ter decretou o seu impedimento. IMPOSSÍVEL? Claro que não. A maior parte dos pedidos absurdos feitos pelos partidecos é atendida pelo Supremo - quase sempre em decisão monocrática - além do mais, já tem jornalista militante se regozijando que "Lira não aceita os pedidos de impeachment do presidente, mas o Poder Judiciário decidiu aceitar". Sabe-se que entre o STF abrir um inquérito e o presidente Bolsonaro ser impedido, existe uma distância temporal medida em anos-luz e a necessidade de 342 deputados concordarem com a abertura do processo de impeachment.]
Diferentemente da época em que os generais puseram os tanques na rua e
instauraram uma longa e nefasta ditadura de 21 anos, o mundo não vive
mais uma Guerra Fria. Não haverá, portanto, apoio, explícito ou velado,
de qualquer potência mundial a uma quartelada vinda de um capitão
reformado do Exército e de uma parcela das Forças Armadas, com
acréscimo, vá lá, de setores sublevados das polícias militares. Outra importante [?] demonstração de que não há na sociedade caldo de
cultura para fermentar o golpismo consentido de outrora foi o manifesto
em defesa da realização das eleições divulgado nesta semana, com apoio
de pesos pesados do empresariado, do sistema financeiro, das artes e da
academia. [até antes de ler o brilhante comentário-matéria-previsão-proposta-prognóstico da colunista, entendíamos que um golpe de estado depende do apoio militar, do poder armado. Empresários e banqueiros não costumam declarar se são contra ou a favor de golpes e os artistas e acadêmicos nada somam à pesquisa.
Também dificil de entender é a relação Guerra Fria com os tempos atuais? a única explicação é que usam qualquer coisa para enrolar e confundir.] Não haverá, portanto, o braço empresarial do golpe, como houve
em 64 e ao longo dos Anos de Chumbo.
Ainda assim, a situação que o Brasil vive é de múltiplas fraturas no
estado democrático de direito, [nos parece que não é o Poder Executivo que tem produzido as fraturas no decantado EDD.
Aliás, quando a medida é contra Bolsonaro ou seus eleitores, invocam o pretexto da necessidade de preservar a Constituição Federal, a Democracia e sua consequência: o 'estado democrático de direito'.
Ninguém questiona se a medida aplicada não viola os principios constitucionais e democráticos. O que importa é que seja contra o presidente - ainda que a medida punitiva seja mais danosa ao que alegam ser necessário preservar que a medida que pretendem punir.] e elas levarão muito tempo para
cicatrizar. Isso se não deixarem sequelas permanentes, com graves
consequências sociais, econômicas, políticas e civilizacionais.
Que Bolsonaro continuará agindo diariamente, até outubro de 2022,
para ameaçar as eleições e provocar balbúrdia entre os Poderes, está
dado. [aceitem, que dói menos = Bolsonaro começará a governar de verdade, de fato e de direito a partir de janeiro próximo e com as bênçãos de DEUS irá, no mínimo até 1º janeiro 202.] O Judiciário já caiu em si e dá benfazeja demonstração de
compromisso constitucional com sua reação coesa e com a dureza
necessária.
Luiz Fux fez o necessário ao desmarcar mais uma reunião de cúpula dos
Poderes, expediente a que Bolsonaro sempre recorre de forma cínica para
validar seus arreganhos golpistas, tendo os presidentes do Judiciário e
do Legislativo como coadjuvantes de fotos, para no dia seguinte voltar a
barbarizar sem ser contido. Não mais, disse Fux. Antes tarde do que
nunca.
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Mas qual o horizonte para o cabo de guerra entre esses dois Poderes?
Dificilmente o inquérito das fake news, em que Bolsonaro foi incluído,
levará a que o presidente de fato vire réu. Porque à frente do
Ministério Público Federal está alguém conivente com os arroubos
golpistas do presidente, chamado Augusto Aras. E porque a Câmara, sob
Arthur Lira, é uma Casa disposta a patrocinar as obsessões do
presidente, desde que mediante pagamento adiantado na forma de emendas,
fundão eleitoral e outras benesses.Então, a não ser que a coisa escale muito, Bolsonaro será candidato
em 22. E tem chance de ser competitivo, caso consiga arrombar os cofres
públicos com uma mãozinha de Paulo Guedes e pagar um Bolsa Família de R$
400 que não cabe no Orçamento, a menos que se mandem às favas os
escrúpulos fiscais. [Desperdiçar R$ DEZ BILHÕES do dinheiro do contribuinte = dinheiro público, para propaganda de candidatos inúteis é mais aceitável que tornar menos miserável o valor do Bolsa Família = gasto sem retorno, mas enquanto não se consegue recursos para "ensinar a pescar", vale dar o peixe.]
Ganhe ou perca, Bolsonaro terá de tal forma incitado o caos e a
desconfiança de largos setores da sociedade nas instituições, a
radicalização do discurso e das relações, que poderá desencadear um
“efeito 2013” bastante amplificado. Desordem social pré e pós-eleitoral. Isso num país atingido em cheio
pelas mortes da pandemia e pelo desmantelamento da economia.
O projeto bolsonarista de destruição avançou até aqui, um ponto que
ninguém poderia vislumbrar antes de sua eleição. O ponto positivo, que
faz com que 1964 seja um tento difícil de o presidente golpista lograr, é
que cada vez mais setores que estavam em inexplicável letargia estão
acordando e reagindo. Vai ter eleição, sim. O que temos de fazer agora é
começar a cuidar da cura pós-Bolsonaro. [cura? cura do que? cura de um Governo que deixa o legado de uma economia em crescimento, desemprego em queda, dólar em valor compatível, bolsa em alta?]
Vera Magalhães, jornalista - O Globo