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segunda-feira, 1 de abril de 2019

Ao lado de Netanyahu, Bolsonaro visita Muro das Lamentações

Presidente deixa bilhete escrito 'Deus, olhe pelo Brasil' em fresta da ruína do templo judaico

Escoltado pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o presidente Jair Bolsonaro visitou nesta segunda-feira, 1, o Muro das Lamentações, sob forte chuva de granizo, e deixou em sua frestas um bilhete escrito “Deus, olhe pelo Brasil”. Esta é a primeira vez que o premiê israelense acompanha um chefe de Estado em visita oficial ao local sagrado para os judeus, na porção oriental de Jerusalém. A soberania dessa área é reivindicada pelos palestinos.

[comentário 1: Chefes de Estado, incluindo Trump, sempre que visitaram o Muro das Lamentações, deram caráter particular, pessoal à visita, para evitar conotação política e para tanto não são acompanhados pelo premier de Israel;

Bolsonaro, para ser diferente, leva 'Bibi" junto, comprometendo mais ainda o Brasil, demonstrando uma aproximação exagerada com Israel - maior do que a real - colocando em risco interesses comerciais do Brasil com os países árabes.

Mais grave é que os opositores do premier de Israel já ironizavam essa aproximação com Bolsonaro, repudiado pela sociedade mais cosmopolita e progressista de Tel Aviv por suas declarações consideradas homofóbicas e a favor da ditadura.                                 

A magnífica metrópole israelense do Mediterrâneo sempre teve orgulho de sua comunidade LGBTI, sendo inclusive considerada uma das capitais gays do mundo.

Yair Lapid, um dos líderes da coalizão liderada pelo ex-comandante das Forças Armadas Benny Gantz, já indicou em entrevista ao “New York Times” que, se a oposição chegar ao poder, eles pretendem se distanciar de “líderes populistas de direita” como “Jair Bolsonaro e Viktor Orbán”.]



Esse compromisso foi interpretado como uma tentativa de favorecer a reeleição de Benjamin Netanyahu. Governante há 10 anos de Israel, o premiê concorrerá a mais um mandato no cargo no próximo dia 9, quando serão realizadas as eleições parlamentares no país. O programa dos dois líderes incluiu uma visita à sinagoga Sharey Tshuva, dentro de túneis do complexo do Muro das Lamentações. Os túneis são os resquícios das construções feitas ao redor do templo judaico antes de sua destruição, no século I. Anos depois da destruição, o local foi limpo e seco para a construção desta que é a sinagoga mais próxima do antigo templo judaico. O Muro das Lamentações é o segundo local mais sagrado para o judaísmo. A parede, formada por pedras de calcário, foi o que restou do chamado Segundo Templo de Jerusalém, construído no lugar do Templo de Salomão. Um rabino deu as explicações ao presidente brasileiro sobre o significado da ruína.

A decisão do governo brasileiro em aceitar o convite de Netanyahu para a visita marca uma mudança na política externa em favor de Israel, em detrimento das relações com a Autoridade Palestina. O general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, chegou a mencionar no domingo que uma visita presidencial aos territórios palestinos não chegou a ser cogitada.
O Muro das Lamentações fica no setor leste de Jerusalém, parte do território ocupado por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Para muitos, visitar o local ao lado do líder israelense significa reconhecer a soberania do país sobre a região, em detrimento dos palestinos.  Netanyahu acompanhou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em uma visita ao local no mês passado. O presidente Donald Trump, contudo, conheceu o local sem a presença do premiê israelense em sua passagem pelo país.
Antes de visitar o Muro, Bolsonaro foi à Basílica do Santo Sepulcro, também na Cidade Velha.

Segundo a tradição cristã, Jesus teria sido sepultado no local.

Revista Veja  
 

domingo, 3 de março de 2019

A festa imoral

“De onde vem tanta energia? Não é das academias de ginástica, é de certas contradições entre a revolução nos costumes, que a liberdade proporciona, e os preconceitos arraigados e discriminações”


Há muito tempo, não tínhamos um carnaval como o deste ano, em que a alma transgressora dos cidadãos, liberada pela revolução dos costumes, se choca frontalmente com a política oficial, que propõe uma espécie de contrarrevolução cultural. O carnaval é imoral, digamos, assim, no sentido mais conservador e religioso do termo. A propósito dessa contradição, a cultura judaica, tão perseguida, tem muita coisa a nos ensinar. Para o rabino Nilton Bonder, a “alma” seria nada mais que o componente consciente da necessidade de evolução, a parcela de nós capaz de romper com os padrões e com a moral. Sua natureza seria, portanto, transgressora, por não corroborar os interesses da moral.[altura judaica já não é uma fonte de acertos o entendimento desse rabino só confirma o quanto aquela cultura está errada.

Os que aproveitam o carnaval para praticarem tudo que desejam mas se sentem inibidos em outras ocasiões, devem ter em conta:
- no aspecto ético, religioso e moral, o que eles fazem no carnaval continua sendo tão repudiado, tão abjeto quanto é no resto do ano;
- o portador do homossexualismo que decide sair do armário no carnaval, comete o mesmo erro, merece o mesmo repúdio, dados aos que praticam tais atos no resto do ano.] 
 
Um dos exemplos utilizados pelo rabino para explicar a tese, no livro a Alma Imoral, que serviu de roteiro para o monólogo interpretado por Clarice Niskier, de muito sucesso, é justamente a relação corpo-alma. Ao longo dos anos, a cultura afirmou ser o corpo a fonte do imoral e a alma, do moral. O primeiro ato de Adão e Eva como seres conscientes foi cobrir o corpo nu, dando a noção de indecência e imoralidade do corpo, frente ao despertar da alma supostamente moral. No entanto, é justamente o contrário. A alma é imoral e não o corpo.

A tradição tem três eixos: a família, os contratos sociais e as crenças. A primeira foi moldada para atender às necessidades reprodutivas; os segundos, para preservação da vida humana; as terceiras, para respaldar tudo isso no plano ideológico. O processo civilizatório é a transgressão das tradições, ultrapassando-as, geração após geração, mas preserva esses objetivos vitais.  No teatro, Clarice Niskier apresenta o monólogo em estado de nudez real e, ao mesmo tempo, simbólica. A alma desnuda, em conflito com o corpo vestido, coloca em xeque dogmas religiosos. “A psicologia evolucionista aponta o corpo como o gerador da moralidade. É justamente para dar conta de seus interesses de preservação que a moralidade é engendrada. Esta moralidade é oposta às forças transgressoras da alma. Assim, a alma vive do que a sociedade reconhece como imoral”, argumenta o rabino.

Quarta-feira de Cinzas
Toda nudez será castigada, diria Nelson Rodrigues, menos no carnaval. É impressionante o ressurgimento do carnaval de rua em todo o país como uma festa de grandes multidões. Já era uma tradição no Rio de Janeiro, Salvador e Recife/Olinda, mas agora se transformou em megaevento popular em outras cidades, como São Paulo, cujo carnaval já não deve nada a ninguém, e Brasília, cujos blocos tomam conta do Plano Piloto desde a semana passada. De onde vem tanta energia? Não é das academias de ginástica, é da tal alma imoral. E de certas contradições entre a revolução nos costumes, que a liberdade proporciona, e os preconceitos arraigados e discriminações que as pessoas sofrem no cotidiano, pelos mais diversos motivos. O carnaval as liberta.

O antropólogo Roberto Da Matta, há mais de 40 anos, nos demonstrou que o carnaval é um ritual que vira pelo avesso as tradições de nossa sociedade: o povo organiza a festa, os pobres se vestem de nobres, as mulheres aparecem irreverentes e desnudas, troca-se o dia pela noite, a relação com o sobrenatural e o imaginário se materializa nas ruas por meio das pessoas comuns.
“Carnavais, malandros e heróis” também nos mostra porque a festa tem que acontecer, apesar das tragédias recentes, como as de Brumadinho e do Ninho do Urubu. Com seus pierrôs e colombinas, porta-bandeiras e mestres-salas, monstros e palhaços, marinheiros e melindrosas, pinguins e batmans, super-homens e mulheres-maravilha, o carnaval é o abre-alas da crítica social e das mudanças dos costumes. Na Quarta-feira de Cinzas, a festa acaba e tudo volta ao normal, mas é sempre bom parar para pensar no recado dos foliões. Eles mostram o que se passa na alma das ruas. [felizmente eles só tem voz por parcos três dias.]

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB  


 

domingo, 27 de janeiro de 2019

Juíza endurece regras para visitas a Lula na PF

 [Lula, esperto, te garanto que só vai piorar - além das novas condenações, você é um bandido comum, um ladrão = criminoso comum, você vai para um presidio comum (é questão de tempo) conviver com bandidos comuns, seguir as regras impostas por bandidos comuns, entrar na fila do 'boi'.

Se prepara que só vai piorar.]

Lula não pode mais receber visitas do ex-prefeito Fernando Haddad em qualquer dia da semana, somente às quintas-feiras

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, não pode mais receber visitas do ex-prefeito Fernando Haddad em qualquer dia da semana, nem se reunir mais com líderes religiosos toda tarde de segunda-feira, em sua cela especial na sede da Polícia Federal, em Curitiba. Em decisão datada de sexta-feira passada, 25, a juíza federal Carolina Lebbos Moura endureceu as condições do ex-presidente no cárcere. O petista está preso desde 7 de abril do ano passado, cumprindo pena de 12 anos e um mês de prisão no caso do triplex do Guarujá (SP).

Responsável pela execução da pena de Lula, a juíza substituta da 12.ª Vara Federal acolheu parecer do Ministério Público Federal (MPF) e cassou os dois benefícios de que o petista gozava na prisão. Ela cancelou o direito especial para que Haddad fosse nomeado como defensor jurídico do ex-presidente – o ex-prefeito de São Paulo é bacharel em Direito [Haddad, que se diz professor e que ninguém sabe do que vive, não tem a 'carteira da OAB', por ser apenas bacharel em direito, c condição que o impede de advogar.]  e ainda determinou que o petista terá direito a um visita religiosa por mês, como os demais encarcerados que estão na PF.

A juíza escreveu que a “procuração outorgada a Fernando Haddad” data de 3 de julho de 2018 e confere poderes “amplos para atuação em juízo ou fora dele (extensão)” do ex-prefeito de São Paulo, “especialmente para a adoção das medidas necessárias para assegurar os direitos do outorgante na condição de pré-candidato à Presidência (finalidade)”.

Segunda ela, sua nova decisão “se restringe à impossibilidade” de Haddad de visitar Lula “na qualidade de procurador” – o que lhe permitia ir até a carceragem todos os dias úteis da semana. “Efetivamente, se vislumbra o término da eficácia do mandato outorgado. Logo, não se pode autorizar a visitação do outorgado na condição de representante do ora apenado.”

Na sequência, ela afirmou que, ainda “que se mantivesse a eficácia do mandato – o que se cogita exclusivamente para fins argumentativos -, não se identificou qual seria a necessidade e utilidade jurídicas de contato direto e constante de Fernando Haddad com o apenado”. [as visitas íntimas; tem dia que não rola nada e é preciso tentar no dia seguinte.]
 
Amigos
A partir de agora, Haddad poderá visita Lula somente às quintas-feiras. “Não há aqui vedação à visitação ao detento, desde que observado o regime próprio das visitas sociais.”

Lula teve direito a condições especiais em sua cela improvisada na Polícia Federal em Curitiba – um antigo dormitório de policiais, com banheiro privativo e sem grades – a pedido do então juiz federal Sérgio Moro. Uma delas é o direito a receber visitas de amigos em dia especial. Toda quinta-feira, por uma hora, o petista pode ver dois amigos, meia hora cada.

Em seis meses de prisão, Lula recebeu 572 visitas em sua cela especial montada na PF. Haddad visitou 21 vezes o ex-presidente nesse período. Reunião com o ex-presidente, por exemplo, foi o primeiro compromisso de campanha do petista no segundo turno da eleição presidencial.
[LEMBRETE: hoje, 27 jan 2019, Lula está cumprindo o 286º dia de prisão - não cumpriu ainda nem 1/12 do tempo da primeira condenação;
as novas penas se somarão aos dias faltantes desta para fins de cálculo de quando cumprirá 1/6 da penas, quando então poderá começar a ser cogitada sua mudança para regime semiaberto.
Haverá tempo para uma estada do presidiário Lula em um presídio comum.] 
 
Religiosos
Lula também obteve no ano passado o direito de receber visitas religiosas toda segunda-feira. Nos seis primeiros meses, 17 líderes religiosos estiveram com o petista. O mais assíduo deles foi o pai de santo Antonio Caetano de Paula Júnior, o Caetano de Oxossi (3 visitas). [Lula na realidade desrespeita as religiões e seitas dos que o visitam:
- já foi visitado por ex-frei da Igreja Católica - devidamente expulso do Catolicismo e excomungado;
- recebeu visita de pai de santo;
- rabino;
- pastores; 
- ex-seminarista de 'missa negra'.

O presidiário tem feito uma bagunça total, ora diz servir a Deus e ora serve ao satanás.

Se a juíza federal Carolina Lebbos Moura, não colocar uma ordem nessa bagunça e Lula vier a falecer (o que não desejamos, nosso desejo e de milhões de brasileiros é que tenha uma vida longa, saudável, com plena consciência, para que ele curta as comodidades da cadeia, especialmente quando ele for para uma prisão comum)  satanás vai ter dificuldade de saber em qual ala colocar o presidiário petista - afinal, não se pode servir a dois senhores e Lula tem tentado enganar que está servindo a pelo menos uns dez.] 

O Ministério Público Federal questionou em junho de 2018 a realização de visitas de caráter religioso “em dia e horário diversos da visitação comum” e afirmou que “tais visitas deveriam ocorrer na mesma data em que realizadas as demais”.  A Polícia Federal informou à Justiça que foi dada permissão de visitação “uma vez por semana, às segundas-feiras, no período da tarde e por no máximo uma hora”, por meio de “requerimento da defesa, com indicação do religioso”. Explicou que os demais presos podem receber um padre “uma vez por mês, preferencialmente na primeira sexta-feira de cada mês”.

Em sua sentença, a juíza escreveu que Lula tem recebido visitas “fora do serviço de prestação de assistência religiosa ofertado pelo estabelecimento prisional”.  A magistrada escreveu ainda que nos seis primeiros meses da pena Lula recebeu visitas de líderes de diversas religiões (frades, padres, freiras, bispos, pastores, monges, pais de santo, rabino)”. “Tais circunstâncias comprovam não se cuidar de assistência religiosa, nos termos legais, mas de visitas de religiosos. Evidente o desvio da finalidade da norma.”

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, usou as redes sociais para afirmar que a decisão representa “perseguição sem precedentes”. “Qual é o motivo de impedir advogados e religiosos de estarem com ele? Ódio, rancor, medo?”. 

Com Estadão Conteúdo